quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Vamos fugir


“De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14:12

Frequentemente leio: “Se todos dessem as mãos, quem sacaria as armas?” Bob Marley; ou, “se todos se importassem com o sofrimento alheio, não seriam necessárias religiões.” Desconhecido. John Lennon imaginou: “... nenhuma religião também... todas as pessoas vivendo a vida em paz...” Roberto Carlos, na “Guerra dos meninos” cantou: “Que tudo é mais forte quando todos cantam a mesma canção e que eu devia, ensinar a todos por aí...”

O que há de errado nisso? Num sentido filosófico, nada. No sentido prático, objetivo, tudo. Trata-se de fragmentação de culpa; diluição de responsabilidade, devaneio inócuo assoviando tolices ao vento; médicos corroídos pelo câncer que imaginam poder curar; proposição fugaz de “soluções” impraticáveis.

Quando eu digo desde minha imaginária cátedra, o que todo mundo deve fazer, no fundo, apenas me omito do que eu deveria. Mantenho a pose de engajado pelo bem comum, envernizo meu egoísmo enraizado, enquanto toco trombetas sobre um humanismo suposto, como se estivesse, de fato, além da propaganda enganosa.

Quem prega o Evangelho não faz o mesmo? Não é apenas um fujão receitando pílulas amargas que não toma? Há muitos assim, infelizmente.

Porém, o juízo será segundo o caráter, não, o barulho que fazemos; “Muitos Me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu Nome? em Teu Nome não expulsamos demônios? em Teu Nome não fizemos muitas maravilhas? Então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” Mat 7:22,23

A “propaganda” de Cristo deve brilhar no “neon” das atitudes, não, na frívola opulência das falas; “Não se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5:15,16

Não está autorizado a ensinar, quem não pratica. Paulo frisou, como devemos nos portar, “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida nossa obediência.” II Cor 10:6

Isso, internamente; para consumo externo, “Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora...” I Tm 3:7 Aí não se trata de punir ao desobediente, mas, de atrair quem nos observa.

Esses devaneios de, como fazer um mundo melhor vertem de pessoas que se recusam a deixar que Cristo as faça melhores, a cada uma em particular. Sua consciência as convida; mas, drogam-na com utopias, quando, a demanda é por escolhas práticas: “negue a si mesmo!”

“Ah, se todo mundo...” Cada um em particular, após ouvir O Evangelho se achará diante do dilema de Pilatos: “O que farei de Jesus chamado, O Cristo?” Bancar o desentendido, é uma escolha; um sonoro não! ao Salvador. “... porque clamei e recusastes; estendi Minha mão e não houve quem desse atenção... então clamarão a Mim, mas não responderei; de madrugada Me buscarão, porém, não acharão.” Prov 1;24 e 28

Embora soe desejável ao omisso, a ideia de um convívio harmonioso entre os diferentes, no prisma espiritual, isso não é exequível, dada a essência dos espíritos em conflito. Os desdobramentos são múltiplos, a essência sempre é dual; estamos de um lado, ou, d’outro.

O Ecumenismo do Papa Francisco vem célere cantando as músicas supracitadas; todos os que estão do mesmo lado o aceitarão sem objeções, aplaudirão à “Paz inter-religiosa”.

Porém, quem aprendeu do Senhor sabe da necessidade de separação, e do quê deve se apartar: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; serei o seu Deus, eles serão Meu povo. Saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, vos receberei; serei para vós Pai, e sereis para mim filhos e filhas, Diz O Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6:14-18

Não se enganem com o balaio de gatos do ecumenismo; apesar das pelagens diversas, apenas gatos entrarão. As ovelhas de Cristo se recusarão.

E as perseguições, retaliações que imporão aos “negacionistas”? “Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará nossos inimigos.” Sal 60:12

Todos teremos que fugir. O que nos difere é, de quê? para onde? Os que desejarem fugir do juízo, aprendam essa estrofe: “Mas um dia senti, meus pecados e vi, sobre mim, a espada da Lei; apressado fugi, em Jesus me escondi, e abrigo seguro, Nele achei.”

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