domingo, 26 de novembro de 2023

O homem interior


“Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus;” Rom 7:22

O homem interior é fruto do “novo nascimento” em Cristo, pela regeneração da vida espiritual, que fora perdida, quando, do pecado. Só esse poderá ver, e entrar no Reino de Deus; “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar...” João 3;3 e 5

O homem natural palpita nos sentidos do corpo e da alma; visão, audição, tato, paladar e olfato, no corpo; mente, emoção e vontade, na alma; o homem espiritual é mais sutil e refinado que isso; é alimentado pelo Espírito Santo; Paulo escreveu que orava pelos efésios, “Para que, segundo as riquezas da Sua Glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo Seu Espírito no homem interior;” Ef 3:16

Confirmados com poder, pelo Espírito Santo, com seus três sentidos; intuição, comunhão e consciência, atuantes no espírito humano regenerado. Não significa que o homem espiritual não faça uso da mente, emoções e vontade, faculdades da alma. Essas podem vibrar, tanto a partir dos apelos do corpo, quanto, das diretrizes do Espírito; operando a alma, num estado intermediário.

Se, alienada da vida espiritual, se faz serviçal dos apelos naturais; é escrava dos desejos próprios e dos do corpo; sim, há pecados que são da alma; como, inveja, ódio, malícia... por isso a necessidade de se “salvar as almas”.

Quando regeneradas, passam a receber comandos do espírito; isso após aceitarem o desafio de “perder a vida” como antes conheciam, para ganharem outra, imperecível, eterna. “Porque aquele que quiser salvar sua vida, perdê-la-á; quem perder sua vida por amor de Mim, achá-la-á.” Mat 16:25

Quando Cristo convida com um “negue a si mesmo”, está nos chamando a “mortificar”, considerar como mortos, os apelos pecaminosos naturais; “Os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.” Gal 5:24

E essa renúncia obediente que rejeita aos apelos naturais, é chamada de “andar em espírito”. “... Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.” Gál 5:16 As consequências de escolher o “caminho estreito” também foram expressas: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Rom 8:1

Como sempre estivemos habituados à maneira natural de andar, a “migração” desse estado para o aprendizado em Espírito, é um processo lento, cheio de tropeços, misturas, pecados.

Não apenas comportamentos que antes adotávamos como normais, passam a ser vistos de outro escopo, como ambientes, companhias, precisam mudar, segundo os reclames do recém-nascido, homem interior; “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2:2

A medicina preventiva da alma requer novos cuidados e vacinas; o prazer passa a ser bebido noutras fontes; “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem seu prazer na Lei do Senhor; na Sua Lei medita de dia e de noite.” Sal 1:1,2

Voltamos ao início, quando Paulo disse: “Segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus.”

Porque o concurso do homem natural, ainda tentava impedir o bom andar, como acontece com cada um; “vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.” Rom 7:23

Assim, invés de considerar ao próprio corpo como um ente vivo, o via como mero veículo da morte; “Miserável homem que sou! quem me livrará do corpo desta morte? v 7:24

É precisamente aí, quando entendemos a inutilidade de nossas forças, para combater contra os apelos do pecado, que podemos apreciar devidamente o que Cristo Fez por nós. “Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.” V 25

Resta dentro de nós, um “divórcio”; um conflito entre a vontade natural que deseja pecar, e o homem interior, regenerado que prefere as coisas do Senhor.

Os que culpam ao inimigo sempre que caem, desconhecem esses meandros. É um inimigo íntimo, chamado carne, que nos derruba.

O canhoto expõe em vistosas prateleiras, a preços promocionais, seu lixo; mas, são nossas mãos que pegam e colocam as coisas no “carrinho de compras.” O poder dele se restringe a nos tentar; aceitar ou não, é uma “pasta” nossa; “Sujeitai-vos a Deus, resisti ao diabo e ele fugirá de vós.” Tg 4:7

Então, priorizarmos à voz do homem interior, é capital.

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