quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

O "Ranço Capitalista"


“A falta do saber e a falta de informações, são os princípios da manipulação" Diogo Pantoja

Desfilam memes “socialistas” onde as diferenças sociais são exploradas com uma pitada de humor macabro, acentuando o “egoísmo” dos abastados.

A última trazia uma família rica em opulenta ceia de Natal, uma dezena de presumidos pobres espiando pela janela; na legenda o marido recriminando à esposa, por não ter, essa, fechado as cortinas.

As causas das diferenças são múltiplas; é desnecessário arrolá-las aqui. O problema não são as diferenças que, óbvio, existem; mas as “soluções” que os comunistas propõem. Se eles tentaram seus métodos “igualitários” em 63 países, em todos, enriqueceram os líderes ditadores, foram miserabilizados e tolhidos da liberdade, todos os demais, onde está o estímulo para que se tente de novo aquilo?

Se, no prisma econômico do qual se gaba de ser o construtor da igualdade o socialismo foi um estrondoso fracasso, qual seu apelo que alicia multidões a pleitear por ele ainda?

Pois, se no exercício do referido sistema apenas as lideranças se locupletam às expensas da miséria comum, então o discurso de defesa dos fracos e oprimidos, de combate ao capitalismo, não passa de manipulação; de uso das desigualdades como argumento fajuto em busca de cooptar idiotas úteis, para que os “mais iguais” enriqueçam enquanto o gado se dana. Usar os pobres como argumento em defesa da avareza, Judas também fez.

Claro que a coisa deve ter algum atrativo, pois, mesmo os idiotas o necessitam para militar pela causa. Normalmente o anzol se mascara de minhoca. A primeira isca é a promessa do vagabundo herdar sorte semelhante ao diligente; o que labora duro e o que não trabalha passariam a ser iguais. -Sim? (Aristóteles acaba de levantar a mão por um aparte) - “A pior forma de desigualdade é considerar iguais aos que são diferentes.” É amigo, tens razão, mas eles pretendem ser “igualitários” assim.

Ademais, drogados, pervertidos, adúlteros, infiéis, ladrões, anarquistas, todos teriam seus “modus vivendis” representados pelo sistema, cujo alvo cantado em prosa e verso é a “desconstrução da sociedade segundo os moldes judaico-cristãos.” É tão fácil “desconstruir”! Basta quebrar tudo o que o trabalho alheio produziu. Eis o atrativo mais pujante!

Mega-capitalistas como Bill Gates, George Soros, os Clintons, etc. Investem pesado através de “fundações” patrocinando movimentos, pasmem! “socialistas”, para invadir, quebrar, queimar, obstruir, destruir monumentos, incendiar igrejas, tudo pela “revolución” contra o maldito capitalismo. (?)

Com dois neurônios inda ativos se há de perguntar se não tem algo errado aí. Você, caro cristão, se de repente o Capeta passasse a investir pesado na Obra de Deus, não estranharia? Digo, se são os meta-capitalistas que manipulam pelo Governo Global, a ideia socialista não estaria sendo estuprada? E daí? Rejeição ao estupro é só mais um “ranço burguês.”

Não há nada novo. A diferença é que, agora, “Fidel Castro e Maduro” querem o planeta inteiro; não bastam seus países. Dominam a mídia, os sistemas educacionais, cooptam políticos venais, espalham celeremente suas garras, de modo que, homens livres capazes de pensar por si são cada dia mais raros e perseguidos.

A Palavra de Deus ordena que sejamos solícitos com os pobres; mas, sempre numa iniciativa voluntária de quem aprendeu amar ao semelhante e obedecer a Deus. O direito a propriedade é inalienável. E a pobreza em si não é virtude, tampouco patrocina algum direito. “... numa demanda não falarás tomando parte com a maioria para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda.” Ex 23;2 e 3

Notemos que o objetivo é a preservação do direito, não a imposição de uma canhestra “justiça social”.

No sistema proposto pelos globo-ditadores o Estado substituiria o arbítrio legado pelo Senhor. Seríamos forçados a dividir os frutos do nosso trabalho. Ora, não existe virtude compulsória; a força obra com valor, no exercício da manutenção da ordem democrática estabelecida, ou, eventual juízo; mas, usurpando a consciência e a liberdade de escolha torna-se o mais cruel dos vícios.

O simples fato de tal implemento demandar a “desconstrução” dos nossos valores, já evidencia que o mesmo só pode ser feito na marra, por absoluta incapacidade de convencer cérebros livres com argumentos minimamente inteligentes, verossímeis.

Promovem racismo e “homofobia” fazendo parecer que esses são vícios “Cristãos”, camuflagem diabólica para sua calculada e impostora fragmentação social. Contudo, cobram que o Natal seja mais “cristão” o que eles pretendem fazer, destruindo o cristianismo. Lógica? Ora, bolas! Lógica, coerência, verdade, são mais daqueles “ranços” desprezíveis.

Para eles urge fazer da Terra imenso mosaico; onde fulgirem cores de liberdade, apressam-se em mesclar suas difusas tintas. Desgraçadamente, o povo que os segue trai a si mesmo. Defende quem os escraviza, e odeia de paixão quem desejaria libertar.

O Profeta e o tempo


“Porque Jesus mesmo testificou que um profeta não tem honra na sua própria pátria.” Jo 4;44

Elias fora enviado a uma estrangeira para estar seguro; soubessem os judeus onde ele estava, presto, um “amigo do rei” o entregaria ao pusilânime do Acabe.

Eliseu, ignorado pelos muitos leprosos que havia em Israel; mas, um estrangeiro, o general Hamã veio desde a Síria para ser curado.

Tais nuances em dois que foram tidos como os maiores profetas do Antigo Testamento, o que dizer dos outros?

Por quê, somos refratários ao que conhecemos, enquanto, geralmente damos boas vidas ao desconhecido? Parece que somos uma espécie de cão ao contrário. Os cães recebem festivos aos que conhecem, enquanto, latem ameaçadores ao estranho.

As igrejas, mesmo tendo em seus quadros gente capaz no exercício da Palavra, geralmente trazem de longe, pregadores que implicam altos custos, para saciar à sede de “novidade” das ovelhas.

Aqueles que conhecemos por certo têm falhas. Mas, quem disse que os estranhos não as têm? É proverbial nossa alienação voluntária; “O que os olhos não veem, o coração não sente.” Ou, “me engana que eu gosto”.

Nos ministérios conhecidos, geralmente concorre a inveja dos que, trilharam caminhos semelhantes; por relapsos na obediência, na preparação, não cresceram o esperado no testemunho nem no ministério; então, preferem desfazer do próximo que atuou melhor, que reconhecer os talentos alheios, e tê-los como estímulos no exercício dos próprios.

As novidades desejáveis se verificam nos que, tendo vivido num “charco de lodo”, agora estão com os pés na “Rocha”. De outro modo: Os que dantes andaram de forma réproba, desprezível, confrontados com o Amor e Justiça de Cristo, encontraram arrependimento, perdão, e passaram a viver segundo Ele. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim, andemos em novidade de vida.” Rom 6;4

Se, o Evangelho é a aglutinação aportuguesada das palavras gregas para Boas Novas, refere-se à possibilidade de reconciliação com Deus, para quem estava em inimizade; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados, pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

As “novidades” não param, nas vidas que se deixam por Ele instruir; pois, “a vereda dos justos é como a luz da aurora; vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18
Cada maneira rasteira de pensar e agir, uma vez ensinada segundo Deus, é desafiada a um “upgrade”; “... Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;8

Conversão é um processo contínuo que se convencionou chamar de santificação; a pregação da Palavra evidencia onde estamos aquém do esperado; os diligentes são ajudados pelo Espírito Santo, no praticar; até que, a regeneração seja plena; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

As novidades estão todas no comportamento do homem moldado segundo A Palavra de Deus. Em se tratando de ministros, novidades são inócuas, dispensáveis; no prisma da doutrina, vãs, desprezíveis. Nosso desafio é à perseverança, não à inovação. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16

Sócrates, o filósofo dizia que, ao nos identificarmos com o que aplaudimos, no fundo, aplaudimos a nós mesmos. Desse modo, ao rejeitarmos pregadores porque conhecemos, talvez estejamos patenteando nosso hábito suicida de cauterizar à consciência; ignorar à luz que já temos. Não nos movermos para melhorar, naquilo que é necessário.

De qualquer forma, um profeta veraz não se gasta em busca de honras humanas. Sua vida se ocupa em honrar ao Todo Poderoso.

Os que balizam ministérios pelo barulho, por estarem “causando, bombando” como se diz, ainda medem coisas celestes com réguas terrenas. Para O Eterno, nossa perseverança na verdade conta, não, eventual “sucesso”. “Mas tu lhes dirás Minhas Palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes.” Ez 2;7

Ezequiel foi um conhecido ignorado, em seus dias. Bajulavam, mas não se deixavam moldar por sua profecia. O Eterno avisou: “Eis que tu és para eles como uma canção de amores, de quem tem voz suave e bem tange; porque ouvem tuas palavras, mas não as põem por obra. Mas, quando vier isto (eis que está para vir), então saberão que houve no meio deles um profeta.” Ez 33;32 e 33

Deus honra a um profeta que homens desprezam, fazendo cumprir o que mandou através dele. Pois, “Tudo tem seu tempo... tempo de semear, tempo de colher o que se plantou;”

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Servir x servir-se


“Não mandei esses profetas, contudo, foram correndo; não lhes falei, porém, profetizaram. Se estivessem no Meu Conselho teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22

A livre iniciativa motiva bem mais que a obediência. Cheias estão as Escrituras de exemplos de gente que O Senhor mandou, e relutou obedecer. Moisés temeu voltar ao Egito; Gideão careceu um monte de sinais; o próprio Jeremias se disse ainda infante; entretanto, os que fizeram profetas a si mesmos, “foram correndo.”

Uma iniciativa não se toma num vácuo; alguma motivação interna nos acoroçoa; não sendo comissão Divina, óbvio que será uma intromissão, ou, coisa pior; uma imitação da oposição.

Não que não devamos ser criativos, ousados; o problema é quando colocamos o carro adiante dos bois; de outro modo: A carne em lugar do Espírito. 

Alguns, na Ásia, que estragavam o bom trabalho de Paulo eram desses descolados que saem por conta própria; “Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a Lei, não lhes tendo nós dado mandamento.” Atos 15;24

Os que assim agiam, à época, foram classificados de anticristos. “... muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora. Saíram de nós, mas não eram de nós; porque se fossem, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.” I Jo 2;18 e 19

Circulam nos ambientes cristãos até aprenderem uns cacoetes gospels, depois, saem e “montam suas empresas” apregoando frivolidades alheias ao Divino querer, embora rotulando-as como se, do Tal, derivassem. São múltiplos; “Não mandei ‘esses’ profetas...” Jeremias estava só.

Os regenerados por Cristo são homens livres; porém, na desejável edificação vinda pelo discipulado, devem atingir uma estatura que os faça livres de si mesmos; submissos ao Senhor. A liberdade em Cristo não equivale à autonomia; antes, à capacidade fomentada pelo Espírito Santo, de pautar o viver segundo Ele. “Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rom 8;8

Não que um escolhido deva ostentar títulos portentosos, ser precedido por carros de som, com pompa e circunstância. A Obra do Eterno serve-se de coisas simples; é avessa a ostentações. Não raro, um desses, habitado pelo Espírito Santo é levado a fazer a Divina Vontade, sem sequer o notar. Muitas vezes, bem depois de ter sido usado como instrumento Divino consegue perceber, que O Santo, assim o abençoou.

Como na vida cristã, “Pelos frutos se conhece as árvores”, igualmente, em se tratando de ministérios. Os frutos de um profeta idôneo o Próprio Senhor arrolou: “Se estivessem no Meu Conselho, então teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.”

Um profeta veraz confrontaria aos errados de espírito, mediante À Palavra e os desafiaria a voltarem pro bom caminho. Num cenário onde “curtidas, compartilhamentos e coraçõezinhos” valem mais que a verdade, fica fácil perceber de qual calibre são os “profetas” que pululam latindo “bênçãos” incondicionais. Basta “receber, curtir, compartilhar.”

Não se atrevem articular um escrito assim; afinal, são os depreciáveis “textões” que a galera não gosta; ora, a maioria não gosta da Palavra de Deus nem em drágeas; nosso trabalho é expor como ela é; o que cada um fará com isso é decisão particular.

A Obra do Eterno é séria demais, para soar atrativa à carne; ela deriva da Vontade de Deus, e, “a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Por isso, geralmente os que têm chamada relutam, sabendo a seriedade do que está em jogo; o confronto para o qual estão designados não enseja aplausos, aceitação, honrarias; antes, tanto quanto mais fiéis forem, mais rejeitados e perseguidos serão; “... todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” II Tim 3;12

Sim, não bastou aos falsos daqueles dias se fazerem “alternativos” a Jeremias; perseguiram-no, prenderam, esbofetearam; quando o Jugo de setenta anos foi predito pelo profeta, um dos oponentes assegurou que seriam dois anos apenas. Era mais agradável essa predição do que aquela. Entretanto, era Jeremias que falava segundo O Senhor.

Preferir o fácil ao verdadeiro é uma doença que todos padecemos; todavia, quando as consequências vierem, e virão, as “espertezas” de agora se revelarão pecaminosas; “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3;39

A Palavra do Eterno prescinde de luzes, curtidas, coraçõezinhos; bastam ouvidos atentos; “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Apoc 3;6

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Verdade; a ilha


“... amareis o estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egito.” Deut 10;19

O amor como mandamento elimina a ideia vulgar de que seja um sentimento. Antes, é uma decisão que, eventualmente, contraria sentimentos, até.

O precedente que demandava que os judeus amassem aos estrangeiros fora terem sido, eles, estrangeiros no Egito. Acaso foram amados, lá? Não. Antes, escravizados, humilhados, explorados. Então, por quê?

Porque tendo provado tais amarguras deveriam ter aprendido que são inconvenientes; e, aquilo que não convém a nós, igualmente é indesejável aos semelhantes; se devemos amar ao próximo como a nós mesmos, óbvio, devemos querer para ele as mesmas coisas que para nós.

Como ensinou a história do bom samaritano, nosso próximo não é aquele que tem comuns laços religiosos, ou, étnicos; mas, o que se aproxima durante as necessidades, para ajudar.

Assim, bem pode ser alguém que vive distante; quiçá, um estrangeiro. Ou, à luz do mandamento em apreço, nós devemos ser o próximo, deles.

A ideia rasteira de “Pagar na mesma moeda” nem de longe é um ato preceituado para nós. Nossas carências e sofrimentos devem fomentar empatia para com as agruras do semelhante, não, ensejar um endurecimento de coração de modo a desejar que ele “coma do ruim” que comemos.

Mais de uma vez depreciei o uso por presumidos cristãos, da frase: “Que Deus te dê em dobro tudo o que desejares para mim.” Ora, isso pode parecer um “fechamento de corpo” estilo macumba; uma ameaça de vingança; uma esperteza comercial; mas, em nada se parece com o amor cristão, ao qual somos desafiados.

Esse, invés de uma igualdade no amargo, nos desafia a cobrir o mal com algo mais doce; “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu Recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;19 a 21

Quantas vezes somos convidados para os tais “Cultos da vitória”? O que será que o cristão comum conceitua como vitória? Para a Bíblia, cobrir uma ofensa com um gesto de amor é vencer o mal. Será que fazem ou, ensinam essas coisas nos referidos cultos?

Infelizmente, sabemos que não é assim. Um desejo mui acalentado no coração, a despeito de ser a Vontade Divina ou, não; alcançar esse, na maioria dos casos é a “vitória” cantada em prosa e verso.

Não obstante, lermos e ensaiarmos uma teatralidade conveniente, sobre o preceito: “Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele e o mais Ele fará.” usualmente entregamos a Ele nossos “boletos” aos quais clamamos que pague. Nesses casos, embora tenhamos nossas Bíblias conosco, o ensino que está moldando-nos é o do inimigo que disse: “Vós mesmos sabereis o bem e o mal.”

Ora, a vitória que O Eterno anseia nos dar, vence aos maus hábitos mundanos, os quais, somos relutantes em abandonar. Vem da confiança irrestrita na Palavra Dele, não, dos sopros da oposição. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; esta é a vitória que vence o mundo, nossa fé.” I Jo 5;4

Mas, se temos dificuldade de convívio com certos “irmãos”, não seríamos hipócritas escrevendo algo assim, que preceitua amar aos inimigos, aos estrangeiros? Recordei ao acaso uma frase de Voltaire; “Deus me livre dos meus amigos; dos inimigos eu me cuido.”

A mesma Palavra que manda amar aos inimigos, ordena que se mantenha distância dos falsos irmãos; “Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão ou roubador; com o tal nem ainda comais.” I Cor 5;11

Necessária a conclusão que a falsidade é mais perniciosa que a inimizade. Pois, a inimizade mesmo montada num sentimento avesso é honesta; enquanto a falsidade nos pode fazer danos maiores, por ter o presumido amigo/irmão, acesso a espaços que inimigos não teriam.

Na inversão de valores que grassa, e apostasia da igreja que, cada vez mais busca ser aceita pelo mundo, invés de confrontar pela Palavra, a insensatez suicida desse, tendem, os que amam à verdade, a um isolamento e rejeição cada vez maiores.

Contudo, aos judeus foi ordenado que amassem aos estrangeiros, por terem conhecido as dificuldades deles, sendo tais; a nós que vivemos a escravidão da mentira e fomos libertos pela verdade, se ordena que amemos à verdade, mesmo que isso nos isole. Afinal, “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, os que se prostituem, os homicidas, os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.” Apoc 22;15

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Cristianismo sem sal


“Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar?” Luc 14;34

Aos olhos Divinos, essa “filosofia” tipo; “Quem não tem cão caça com gato”, ou, na versão gaiata, “Não tem tu, vai tu mesmo”, não funciona. Ante a possibilidade da degeneração do sal, não cogita um “plano B”; mas, faz uma pergunta retórica que visa acentuar um vácuo, uma impossibilidade; “... com que, se há de salgar?”

Aos que chamou para seguidores, O Salvador declarou como sendo esse elemento; “Vós sois o sal da terra; se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens.” Mat 5;13

A degeneração ampliada com uma descrição; tornar-se insípido, ou, perder o sabor. Alguém que foi chamado com esse fim, caso fracasse, acaba num lugar inferior ao que, antes estava. Invés de ser um dos “homens” como fora antes do chamado, torna-se um rejeito; é laçado fora e pisado por aqueles.

A apostasia é tida como estágio pior que alienação espiritual; “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se lhes o último estado pior que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do Santo Mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;20 a 22

Nessa breve descrição amplia-se a ideia do que seja a degeneração. Escapar da corrupção do mundo pelo Conhecimento de Jesus Cristo, e depois voltar atrás se deixando novamente envolver.

Então, necessária a conclusão de que o “elemento químico” que evita a degeneração do sal é a perseverança. Assim como usamos um guarda-chuva apenas quando chove, perseverança é um “utensílio” necessário para quando as coisas vão mal; quando nossas expectativas falham.

Aliás, o sal existe não como um fim em si mesmo; antes, como algo a se gastar em proveito dos outros; um “cristianismo” cheio de projetos de sucesso, aplausos, aceitação humana já traz indícios de que o sal começa perder sua eficácia.

Pois, os que preservam o sabor recebido de Cristo devem esperar coisas diversas dessas; “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

Vivemos um cristianismo raso demais. Imitamos o mundo em quase tudo, para parecermos “legais, descolados”; se possível, atrairmos o mundo para “Cristo”. Ora, o chamado do Salvador não traz um, “viu como somos parecidos?” Antes, um sonoro “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me!” Mais: Quem não nascer de novo, da Água (Palavra) e do Espírito (Santo), não pode ver nem entrar no Reino.

No sul temos a “Semana Farroupilha” que muitos imitadores do mundo tentam fazer a versão “Gospel”; as “festas juninas” idem; e, pasmem! Já há até “Carnaval gospel”. Mais; muitos artistas que cantam louvores ao adultério, aos vícios, e desfilam figurinos sensuais em seus trabalhos, eventualmente também tentam se abrigar à sombra de uma árvore, cujas raízes desconhecem. Devem inflar a carnal confiança no sal degenerado, nunca na Palavra de Deus.

Até a Páscoa, embora seja uma ordenança Bíblica, é algo superado pela Nova Aliança, na qual, o memorial ordenado é a Santa Ceia. Todavia, muitos “cristãos” exibem airosos seus “ovos de páscoa” nas redes sociais. 

Agora o Natal. Muitos “descolados” com seus gorrinhos de Noel, (coisa que putas usam nos cabarés, tal o teor de sal) exibem suas árvores enfeitadas, mostram a doentia preocupação em ser parecidos com os ímpios, malgrado, nosso chamado vise nos fazer parecidos com O Salvador.

Então, como que constrangidos pela mundanização adjacente aos seus ministérios, muitos se esforçam em explicar o “sentido do Natal”. Não faz sentido nenhum cultuar um bebê, cujos ensinos, de quando Adulto, se ignora; furtando seu lugar temos um fantoche ignóbil, um ídolo da mentira.

Ora, o sentido para aquele no qual Cristo Nasceu deveras, e Nele Persevera, é que ele foi feito sal a Terra em tempo integral, não um “adorador” numa data específica, como se, O Eterno fosse refém do tempo.

Que difícil entender o óbvio!! Cristo é separação, não comunhão com os meios ímpios. “Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei.” II Cor 6;17

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

O Divino "Filho do Homem"


“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” Luc 19;10

Mesmo O Salvador tendo sido concebido sem participação humana, sempre se chamava de “Filho do homem”; posição que, para assumir, precisou descer muito. Pois, Ele “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;” Fp 2;6 e 7 Semelhante nas limitações físicas; todavia, Santo, Imaculado, avesso ao pecado.

Sua humanidade foi um arranjo circunstancial da Sabedoria e Amor do Eterno, para cumprir o juízo com o qual sentenciara à serpente. “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre tua semente e sua semente; Esta te ferirá a cabeça, tu lhe ferirás o calcanhar.” Gn 3;15 Agora, o “Filho do Homem” figura como semente da mulher. A Bíblia não se perde nessas picuinhas sexistas de gente rasa; quando O chama de “Filho do Homem” alude à Sua humanidade, Seu esvaziamento.

Como o domínio fora entregue ao homem, “... dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e todo o animal que se move sobre a terra.” Gn 1;28 Governo sobre a criação, não sobre o semelhante, coisa que não fazia parte do Plano. Pois, “... tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua.” Ecl 8;9

O estado de graça colocava o homem em comunhão, sob domínio do Criador; após a regeneração, tenciona submeter todos, igualmente Ao Altíssimo, sem o concurso do insano desejo de poder, tão comum na Terra dos homens.

Por isso, aos que O Eterno escolheu para que O representem aqui, ordenou que fossem luzes, não, feitores; “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” I Ped 5;2 e 3

Os dons de Deus são irrevogáveis; Ele dera o domínio ao homem, somente um representante humano poderia, (as Olhos da Divina Justiça) resgatar o domínio perdido. Os indícios da posse vêm da submissão. “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis...” Rom 6;16

Adão desobedecera a Deus ouvindo o inimigo; só a total “desobediência” ao tal, em submissão a Deus, poderia redimir o domínio. “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores, e Feito Mais Sublime que os Céus;” Heb 7;26

Por isso, invés de afirmar Sua Autoridade por ser Ele Deus, Jesus Cristo disse tê-la, por ter se tornado homem; “... O Pai a ninguém julga, mas Deu ao Filho todo juízo... Deu-lhe Poder de exercer juízo, porque é o Filho do homem” Jo 5;22 e 27

Sendo UM com O Pai, tinha Poder nos Céus, tendo resgatado o que fora perdido passou a ter pleno domínio por aqui também. “... É-me dado todo poder no Céu e na Terra.” Mat 28;18 Por isso só Ele Pode dizer: “... ninguém vem ao Pai senão, por Mim” Jo 14;6

Contudo, a ideia de estar perdido não soa bem ao ímpio. Normalmente enche-se de justiça própria, não faço isso, aquilo; ademais, faço tais e quais coisas, de modo que Deus seria “injusto” se me condenasse.

A condenação se deu na exclusão do Paraíso. O Senhor não veio em forma humana como examinador, para ver quem poderia ser salvo como estava; antes, veio como Salvador, porque todos estávamos perdidos. “Quem crê Nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no Nome do Unigênito Filho de Deus.” Jo 3;18

Notemos que, cumprida a missão de Filho do Homem, agora reassume Sua Autoridade como Filho de Deus.

Deixou claro que falava aos mortos. “... os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que ouvirem viverão.” Jo 5;25

O Eterno não entra no mérito das obras. Estando nós espiritualmente mortos, nossas obras, boas ou más, serão mortas também. Mortos, sabemos, não importa a elegância com que forem vestidos, logo cheiram mal. “todos nós somos como o imundo e nossas justiças como trapo da imundícia...” Is 64;6

Depois de regenerados, aí sim, espera de nós obras concernentes à nova filiação; “De vós, amados, esperamos coisas melhores, coisas que acompanham a salvação ...” Heb 6;9 “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

A queda se deu deixando de ouvir Deus pela voz perversa da oposição; o caminho inverso demanda deixar o príncipe desse mundo, nascer de novo em Cristo e Nele perseverar.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Mestres do Engano


“De modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;5

A relação do Sumo Pastor e as ovelhas, de uma intimidade tal, que tolhe a possibilidade de estranhos.

Entretanto, nem tudo o que se esforça por balir é ovelha. Infelizmente, vivemos a apostasia; há uma grande leva de gente que “quer Deus”, desprezando-O. Como assim?

Quer o status cristão, reputação, para não ser “incomodado” pelos que ainda pregam retamente A Palavra; daí, muitos para se locupletam dos bens de incautos que drogam as próprias consciências assalariam sobejamente aos que traficam segundo seus vícios. Paulo advertiu: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Notemos que a Santa Vontade passa ao largo, enquanto as cobiças humanas, (concupiscências) são as “pedras de toque” que “qualificam” tais “doutores”. Se o gato orar pedirá ratos; o cão rogará por ossos; o rato por queijo... cada um fará de sua vontade natural, motivo da “relação com Deus.”

Conversão não é adaptar O Eterno às minhas comichões; antes, é o oposto; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar.” Is 55;7

Um pregador desonesto não precisará muito para fazer a Bíblia “dizer” o que ele quer. Pegará algo que está escrito, ignorará contexto, alvo, linguagem, etc. Sobretudo, o que “também está escrito” e sairá vendendo seu peixe, criando “Base Bíblica” para tudo.

Por exemplo: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Bordão que muitos utilizam para encerrar cultos. Ora, essa é uma pergunta retórica que visa demonstrar que, os que se opõem, sejam quais forem, terão contra si um adversário imbatível, O Todo Poderoso; mas, não significa ausência de oposição. A Mesma Palavra mostra quem costuma se opor.

Inicialmente, nossa própria natureza caída; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7 Depois, muitas vezes, nossos próprios chegados; “assim os inimigos do homem serão seus familiares.” Por fim, as forças espirituais da oposição; lutamos contra, “... potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Ef 6;12

Portanto, em obediência submissa Deus é por nós; isso tudo, com miríades de desdobramentos possíveis é contra nós.

Outra pergunta bastante usada por gente que defende erros “biblicamente” é: “Quem nos separará do Amor de Cristo?” Rom 8;35

Primeiro: O fato de Cristo Amar a todos não significa que aceitará todos, façam o que fizerem; certamente o pai do pródigo o amava; mas, apenas quando ele voltou para casa arrependido dos seus erros foi readmitido; no mau uso de sua liberdade era ele só.

Pois, o amor costuma anexar alguns cuidados; “Porque o Senhor corrige ao que ama, açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Heb 12;6 a 8

Segundo: as coisas que não poderiam nos separar desse Amor estão escritas no argumento; o contexto imediato as expõe; todavia, o que “Também está escrito”, responde a questão sobre quem, ou, o quê, nos pode separar. “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu Rosto de vós, para que não vos ouça. Porque vossas mãos estão contaminadas de sangue, vossos dedos de iniquidade; vossos lábios falam falsidade e vossa língua pronuncia perversidade.” Is 59;2 e 3

Um dos fatores que separam é o que a língua perversa pronuncia. Esse pequeno fogo capaz de consumir um bosque, como disse Tiago.

Pregadores desonestos conduzem ao inferno quem lhes dá ouvidos. Óbvio que não são ovelhas; são cegos guiando a outros tais, como disse O Salvador.

Todos somos ovelhas em potencial, apenas quem a Voz do Bom Pastor e O Segue, é ovelha real. Sua Voz Santa É Tão Verdade, que nos compromete a sermos verdadeiros também; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Em suma, não somos chamados e redefinir, ressignificar nada. O Criador já definiu o que é santo e o que é profano; ou nos adequamos a isso ajudados pelo Espírito Santo, para salvação; ou, o inimigo trará um mestre dos seus, para mudar as placas a fazer parecer Céu, a avenida que conduz à perdição.

domingo, 19 de dezembro de 2021

O Caminho de Deus

"Dá-me, filho meu, o teu coração; teus olhos observem meus caminhos.” Prov 23;26

Um pedido afetivo e um desafio. Deveria ser natural o filho amar ao pai, desnecessário o rogo: “Dá-me teu coração.” Mas, desde a queda, o natural acabou desnaturado; o que o inimigo seduzindo estragou, A Palavra de Deus opera por regenerar.

Ignoramos se, os profetas antigos tinham o “sensus plênior”. Isto é: Se sabiam o sentido exato do que escreviam, ou, apenas entendiam o que deveriam escrever, mesmo que, eventualmente alheios ao pleno significado. Nesse caso, escreveriam “no escuro” a Vontade do Eterno.

Assim, Salomão estaria escrevendo um manual de comportamento para seus filhos, ou, teria em mente que o escrito comportava a Vontade de Deus para os Dele?

Embora, no aspecto afetivo o pedido faça sentido em ambos os casos, tanto o pai humano, quanto O Pai dos Espíritos, correm risco de perder o afeto dos filhos, no prisma do desafio comportamental, “... teus olhos observem meus caminhos.” a coisa faz mais sentido em se tratando Do Santo, do que, de Salomão; cujos caminhos, infelizmente, não foram os mais exemplares; comportaram infidelidade, idolatria; “negócios dessa vida” o embaraçaram, prejudicando a relação com Deus.

Paulo ensina: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.” II Tim 2;4

Entretanto, como dizia Oswaldo Cruz, “Observando os erros alheios, o homem prudente corrige aos seus.” Observarmos Salomão deveria nos ensinar, em grande parte, o que não fazer; embora, também haja muito do que imitar. Sobretudo, sua humildade inicial e devoção.

Não há como observar o “Caminho de Deus”, senão, através da Sua Palavra. Isso está em trágico desuso, infelizmente; para tal, deveremos romper com uma série de coisas que a natureza caída deseja; não obstante ser proverbial o “antes só do que mal acompanhado”, a maioria prefere a agitação social à solidão, mesmo que ela compactue com os maus.

O “Porteiro no vale da adoração” traz as condições para o ingresso: “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1

Só após o separar-se dos tais, poderemos observar a vida pelo Único Prisma que salva; “Antes, tem o seu prazer na Lei do Senhor, na sua lei medita dia e noite.” v2

Não alude À ‘Lei de Moisés’, como meio de salvação; A Palavra a coloca como algo bom, a serviço da salvação, não em si mesma; “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24

Então, quando os discípulos rogaram: “Mostra-nos o caminho”, adiante Jesus respondeu: “Eu Sou O Caminho...” Necessária a conclusão, pois, que “Observar Os Caminhos de Deus” demanda observarmos os passos e Ensinos de Jesus.

Esse negócio tão em voga do “sou mais eu”, “cuide da sua vida”, “palpite na minha só depois que pagares minhas contas”, isso e demais farpas de Egolândia, não são encontráveis no caminho do “Manso e Humilde de coração.”

Somos desafiados a formar um corpo, onde interação, mais que possível; é necessária. “Para que não haja divisão no corpo, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos padecem com ele; se um membro é honrado, todos se regozijam com ele.” I Cor 12;25 e 26

A ideia que alguém sai da Igreja porque olha para os outros, invés de olhar para Jesus é órfã de significado. Eu preciso ver Jesus em meu semelhante. Paulo vivia Cristo de tal forma, que desafiou: “Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.” I Cor 4;16 Como posso imitar outrem sem observar como ele anda??

Quem vive bom testemunho pode dizer como Pedro e os demais ao paralítico da Porta formosa: “Olha para nós!” Não tendo prata nem ouro tinham Cristo.

Ouvi à exaustão que Pedro fracassou em andar sobre as águas, porque olhou para as ondas invés de olhar para Jesus. Ora, ondas para que anda sobre as águas não passam de imperfeições do “terreno”. O Senhor disse que ele afundou pela dúvida. Essa manifestou quando colocou um “se” após A Palavra do Senhor que dissera: “Sou Eu.”

Quem duvida da Divina Palavra descrê dos Seus Caminhos. Essas “ondas” fazem afundar; “Conservando a fé, e boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19

Observemos Os Caminhos do Senhor conforme A Palavra Revelada, tendo horror aos acréscimos “inclusivos”; pois, a “inclusão” profana se revelará mortal ao seu tempo. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

A "Pastora" e o casamento lésbico


“No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena; o que teme não é perfeito em amor.” I Jo 4;18

Circula que, uma “Pastora Batista” celebrou o “casamento” entre duas mulheres. Junto às muitas coisas ditas, tivemos a citação do verso supra.

Elas se amam, e o amor lança fora todo temor, por quê não? Tudo seria permitido, em nome do “amor”.

É assim que se interpreta A Palavra de Deus? Figurando o silêncio de uma consciência em paz, o apóstolo usou, “... nosso coração não nos condena...” No contexto imediato disse em qual situação; “Amados, se nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus; e qualquer coisa que lhe pedirmos, Dele receberemos, porque guardamos Seus Mandamentos, e fazemos o que é agradável à Sua Vista.” Cap 3;21 e 22

Ensinou O Salvador: “Se me amais, guardai Meus Mandamentos.” Jo 14;15

O amor obediente Ao Eterno lança fora o medo por absoluta paz de consciência; “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8;5

Sabemos da excelência do amor. Todavia, o Amor de Deus não veio sozinho; “Certamente que a salvação está perto daqueles que O temem, para que a glória habite na nossa terra. Misericórdia e verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram. A verdade brotará da Terra, a justiça olhará desde os Céus.” Sal 85;9 a 11

Se, o temor do Senhor nos aproxima da salvação, natural a conclusão que o “temor” que o perfeito amor lança fora não é esse; a devida reverência ao Altíssimo; é antes, o mero medo da punição por consciência de ter falhado, como Adão que se escondeu ao ouvir O Criador.

O perfeito amor gera obediência perfeita; essa enseja uma paz interior que desconhece o medo; goza comunhão com O Pai.

Usar um texto assim como “fiador” da prática que A Palavra chama de infame, abominável, erro etc. É desonestidade ou ignorância; grave em ambos os casos.

Lulu Santos cantou: “Consideramos justa, toda forma de amor.” Parece que ele também é adepto das práticas alternativas. Primeiro: A Bíblia não chama paixões doentias e antinaturais de amor; o mundo faz. Segundo: O que consideramos justo não terá valor nenhum no dia do juízo. Seremos réus não legisladores.

A Bíblia apresenta as bases do Juízo; “Quem me rejeitar, e não receber Minhas Palavras, já tem quem o julgue; A Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia. Porque não Tenho falado de Mim mesmo; mas o Pai, que Me enviou, Ele me deu mandamento sobre o que Hei de dizer e sobre o que Hei de falar.” Jo 12;48 e 49

Quanto ao casamento O Salvador foi categórico: “Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher; serão dois numa só carne?” Mat 19;4 e 5

São graves os descaminhos do mundo que não apenas rejeita ao Santo, invertendo valores; manifesta aversão até, tolhendo Sua Palavra; todavia, quando alguém, se dizendo ministro/a, condescende com as doenças morais e espirituais do mundo, pouca esperança resta.

Desde o Velho Testamento os Ministros tinham a incumbência de ensinar A Lei de Deus, nua e crua; não, de pelejar pelas mundanas “pautas progressistas” com tantos fazem. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2;7

Uma pitadinha de desonestidade, um lapso suicida onde deveria estar O Temor do Senhor, alguma habilidade na lábia, e pronto. Os ministros moderninhos encontrarão “base bíblica” para tudo.

Invés de beberem da pura Água da Vida, parecem deglutir um raciocínio de Kierkegaard: “Para dominar as multidões basta conhecer as paixões humanas, certo talento e uma boa dose de mentira.”

Entretanto, o serviço aceitável ao Santo é em espírito e verdade; o que exclui paixões naturais, antinaturais, e com mais veemência ainda, à mentira.

Em cada esquina temos um pastor ou pastora ao gosto do freguês. Eventualmente, alguns que negam-se, e se fazem ministros da Vontade de Deus. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista...” II Tim 4;3 a 5

Pois, “Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os Seus Mandamentos, é mentiroso e nele não está a verdade.” I Jo 2;4

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Deus e a chuva


“Contudo, (Deus) não se deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e alegria, vossos corações.” Atos 14;17

A incidência das chuvas como testemunho de Deus demanda uma simplicidade infantil coisa que os homens sisudos, dominadores da “ciência” achariam até graça.

Sempre têm uma “explicação” sobre o porquê, das coisas. Sistema tal ou qual, “La Ninha”, “El Ninho”, etc. Inevitável evocarmos a frase de Pascal: “Um pouco de ciência afasta ao homem de Deus; um muito de ciência, aproxima-o".

Se dizia no oriente Médio que Baal era o deus das chuvas. Para desfazer a esse engano, após predizer demorado estio, O Eterno ordenou o “Desafio do Carmelo” entre Elias e os profetas daquele. Quem fosse Deus, nem deveria mandar chuva, inicialmente; pois, estavam num largo estio, que deveria significar certa ira de quem comandava às águas. Assim, patentearia isso mandando fogo primeiro. O resultado sabemos. O Eterno fez descer fogo sobre o sacrifício de Elias, depois, a chuva.

Jeremias denunciou a apostasia dos seus dias nesses termos: “não dizem no seu coração: Temamos agora ao Senhor nosso Deus, que dá chuva, a temporã e a tardia, ao seu tempo; nos conserva as semanas determinadas da sega.” Jr 5;24 “Porventura há, entre as vaidades dos gentios, alguém que faça chover? Ou podem os céus dar chuvas? Não és Tu, ó Senhor nosso Deus? Portanto em ti esperamos, pois Tu fazes todas estas coisas.” Jr 14;22

O Salvador disse que para entrarmos no Reino dos Céus devemos nos tornar como crianças; a simplicidade confiante na Providência do Pai é o esperável dos que se presumem Seus filhos.

Paulo tratou com desprezo aos “sábios” do mundo e aconselhou a “loucura” como caminho. “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;20 e 21

Não apenas as chuvas como testemunhas do Criador, mas a própria criação como um todo. “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram; seu coração insensato se obscureceu.” Rom 1;20 e 21

A rejeição dos maus não se deu no escuro; mas, “... tendo conhecido a Deus...” Uma criança admira-se das habilidades do Pai, invés de questionar Sua Existência, ou preferir a paternidade do vizinho.

No caso o “vizinho” que ocupa o lugar do Divino é o ego. Deus não é rejeitado porque tenhamos um deus melhor; antes, porque achamos melhor seguir à nossa maneira, com nossos desejos insanos no trono. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de qu suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Se, a chuva é um testemunho do Eterno, também Sua Palavra, que faz rota paralela; “Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, para lá não tornam, mas regam a terra, fazem produzir, brotar, dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será Minha Palavra, que sair da Minha Boca...” Is 55;10 e 11

Na Parábola do Semeador O Salvador figurou nossos corações como a terra, onde a “semente” é lançada; dando semente e a chuva, O Senhor faz Sua Parte; quanto a produzir o fruto esperado, essa é a nossa; “Porque a terra que embebe a chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; mas a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada, perto está da maldição; o seu fim é ser queimada.” Heb 6;7 e 8

Podemos como os homens da “ciência” inventar milhares de subterfúgios para explicar nossos lapsos, mas no devido tempo, O Agricultor não buscará explicações, Ele já as tem; demandará frutos. “A verdade brotará da terra, a justiça olhará desde os Céus. Também o Senhor dará o que é bom, e a nossa terra dará o seu fruto. A justiça irá adiante Dele, nos porá no caminho das suas pisadas.” Sal 85;11 a 1

domingo, 5 de dezembro de 2021

Os Santos e o Natal


“Ser-me-eis santos, porque Eu, O Senhor, Sou Santo; vos Separei dos povos, para serdes Meus.” Lev 20;26

Entre as muitas coisas deturpadas, corrompidas ao longo do tempo, está a ideia da santidade.

Para o catolicismo, tal reconhecimento se dá pós mortem, o candidato precisa “operar” no mínimo dois milagres reconhecidos pela Igreja; após devido processo canônico ele é declarado santo, promovido a intercessor/mediador. A Palavra de Deus permanece, sisuda: “Porque há um só Deus; um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5

Isso seria consulta aos mortos, uma alternativa espúria, invés de se consultar a Deus. “... Porventura não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-ão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra é porque não há luz neles.” Is 8;19 e 20

O Espiritismo promete a “presença” dos mortos, através dos médiuns; o catolicismo crê na intercessão deles; em ambos os casos, se deixa de orar ao Deus Vivo para rogar aos mortos.

No Velho Testamento esse erro sofria pena capital. “Quando algum homem ou mulher em si tiver um espírito de necromancia ou espírito de adivinhação, certamente morrerá; serão apedrejados; o seu sangue será sobre eles.” Lev 20;27

O conceito bíblico de santidade é separação. “Dei-lhes Tua Palavra, o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não Sou do mundo.” Jo 17;14 

A Palavra de Deus como diretriz enseja o ódio do mundo. Se, o mundo impõe as seus o tal de “politicamente correto”, O Eterno prescreve aos Filhos, o espiritualmente sadio.

Não se pretende por santidade a perfeição. Mas, o compromisso com Aquele que É Perfeito; entrega a Ele para que Seus valores sejam paulatinamente implantados em nós; a santificação. “Porque Meus Pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz O Senhor.” Is 55;8

Portanto, um santo de Deus não precisa que um ente querido “volte da morte” e “psicografe” instruções de como as coisas são. A fé na Palavra revelada já lhe diz tudo o que precisa saber. Aos demais a Palavra desfila inócua, malgrado, Seu Poder. “Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que ouviram.” Heb 4;2

Quando um morto pediu algo assim, foi vetado; apontadas como bastantes, as Escrituras existentes. “Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. Disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem Moisés os profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.” Luc 16;29 a 31

Acaso não temos O Senhor ressuscitado, com Seus Ensinos vitais, deixado de lado, preterido em prol de um fantoche rubro? Um mar de luzes hipócritas disfarçando as trevas morais que cobrem a Terra?

Como vemos, o problema não é falta de informações espirituais, de modo que, se isso fosse suplementado as pessoas passariam a crer; a doença é a rígida incredulidade, que, nem se receber algo mais, se tornará um pouco menos.

O arraial dos santos tem seus problemas; as igrejas são compostas de pessoas ruins, pecadores buscando arrependimento e forças em Jesus, para a crucificação das perversas tendências.

Todos os “santos” cometem erros de conduta; mas são “perfeitos” em princípio. Como assim?
Erro de conduta é quando ajo em desacordo com a Doutrina que creio. Devo me arrepender então. Mentir, por exemplo. Erro de princípio é quando valido ensinos que O Santo abomina. Como ser favorável ao aborto, ideologia de gênero, casamento gay...

Mesmo O “Natal” é uma sedução comercial mundana, na qual muitos santos erram. Não há data do Nascimento de Cristo, tampouco, ordem para que se comemore; devemos celebrar à Sua Morte; foi ela que deu sentido ao Seu “Nascimento”; “... fazei isto em memória de mim.” I cor 11;24

O peso de uma imposição cultural supera à Bíblia para incautos que presumem agradar a Deus e ao mundo. Cadê a separação esperável dos santos? “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

“Santos” com suas árvores iluminadas esquecem qual Luz devemos irradiar. Há poucos kms de onde vivo um conhecido “Pai de Santo” promete uma “ceia de Natal” para mil pessoas. Aquilo que a oposição também faz, não combina com a separação esperada dos santos.

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas?” II Cor 6;14

sábado, 4 de dezembro de 2021

Arme-se do Livro


“Persiste em ler...” I Tim 4;13

“A leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde.” André Maurois

Há um proveito derivado da leitura em si; outro, dos novos horizontes possíveis.

Paulo, óbvio, tinha em mente o aperfeiçoamento do pupilo nas coisas do Senhor; pois, disse: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem A Palavra da Verdade.” II Tim 2;15

Mas, deixando a preocupação apostólica, meditemos um pouco no hábito da leitura. Ela enseja um desenvolvimento cognitivo maior; ampliação das potencialidades cerebrais, enriquecimento vernacular, etc. a despeito do teor do que se esteja lendo.

Quanto aos novos horizontes, esses demandam certa qualidade do texto; pois, invés de ser uma ferramenta necessariamente libertadora, a leitura de maus autores que visam cooptar, invés de instruir, pode estreitar inda mais os horizontes. Há uma grande diferença entre um autor expor seu pensamento desejando que leitores livres, se identifiquem, com outro, impondo seu prisma, dogmaticamente, desfazendo do contraditório e anelando que cegamente o sigam. O primeiro busca iluminar, ensejar ciência; o segundo deseja apenas crença.

Ocorre-me um pensamento de Heráclito; vou citar com minhas palavras, as ideias dele; “Num pleito filosófico ninguém tem direito de dizer que o postulado adverso é falso porque o seu é verdadeiro; pois, o outro poderia dizer as mesmas palavras arrastando a questão insolúvel ao infinito. O falso deve ser demonstrado como falso em si mesmo, não por se opor a um presumido verdadeiro, e vice-versa".

Assim, se a leitura em si é um bom hábito, a leitura de maus livros será ainda um bom hábito, porém, a serviço de maus motivos.

Um cristão maduro poderá ler o que quiser, sem nenhum contágio; “Examinai tudo e retende o bem,” é o preceito. Li o Alcorão, o Livro de Mórmon, Evangelho Segundo o Espiritismo, Numerologia, Poder da Mente, etc. Tudo o que desafinou ou se opôs à Palavra da Vida descartei sem problemas. Claro que, para agir assim necessitamos um domínio satisfatório do quê, as Escrituras tratam.

Muito se falou da leitura como alternativa às armas para cidadãos de bem. “Livro-me de armas, armo-me de livros!” era o mantra.

Boa leitura é alternativa à ignorância, ou, mero lazer; armar-se para fruir direito de defesa da vida é uma decisão moral, a despeito da estatura intelectual, de quem, assim o faz. Se a leitura dos tais, não logrou nem diferir o cognitivo do volitivo serviu para quê? Quiçá, se armaram de livros sem munição.

A moral seletiva dos que não se incomodam com armas pesadas nas mãos dos criminosos, mas querem vetar as medianas aos cidadãos ordeiros é só mais uma cor, no múltiplo arco-íris da hipocrisia atual.

Esses que fazem severas críticas às “armas” do Presidente Bolsonaro feitas com os dedos, fizeram estrondoso silêncio, quando, no Governo anterior “Universitários” drogados e nus enfiavam os dedos no “buraco da bala” um do outro em nome da “arte”.

Pois, esses “ranços burgueses” como lógica, coerência, moral, ética, probidade, valores, família, são coisas que eles precisam “desconstruir”; nomezinho canalha para parecer menos agressivo que destruir, embora sua seta aponte na mesma direção.

Há patifes togados e mandatados, que fazem danos enormes com uma caneta. As “arminhas” do Jair só evocam bom humor. Assim, certo domínio no reino do conhecimento acaba nocivo nas ações dos que não conseguiram ainda, um naco de domínio próprio, suficiente para requerer honestidade intelectual.

Paulo foi acusado de ter enlouquecido pelo efeito “nocivo” das letras, quando ousou enfrentar num tribunal, o status quo religioso, apostatado; “Dizendo ele isto em sua defesa, disse Festo em alta voz: Estás louco, Paulo; as muitas letras te fazem delirar.” Atos 26;24

Há distinção entre conhecimento e sabedoria; aquele pode ser buscado e adquirido por qualquer um; essa é dom de Deus. Como O Eterno É Cauteloso, primeiro limpa os vasos, antes de acondicionar neles a precioso perfume do saber; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2;7 e 8

Letras perdem espaço a cada dia nessa geração vídeo. Infelizmente a Fonte secará, só então saberão o quê, desprezaram. “Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir As Palavras do Senhor. Irão errantes de um mar até outro mar... correrão por toda a parte, buscando a Palavra do Senhor, mas não acharão.” Am 8;11 e 12

Por ora, ainda vale: “... quem quiser, tome de graça da Água da Vida.” Apoc 22;17

Almas na Mão do Oleiro


“Ninguém há que invoque Teu Nome, que desperte e te detenhas; porque escondes de nós o Teu Rosto, nos fazes derreter, por causa das nossas iniquidades. Mas agora, ó Senhor, Tu És nosso Pai; nós o barro e Tu nosso oleiro; todos nós a obra das Tuas Mãos.” Is 64;7 e 8

“Tu escondes de nós o Teu rosto... por causa das nossas iniquidades...”
Antes dissera: “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu rosto de vós, para que não vos ouça.” Cap 59;2

Atuando como profeta lhe cabia denunciar à maldade do povo, “vossas iniquidades”; orando e intercedendo se identificava com a miséria circunstante; “nossas iniquidades”.

Quando observou: “ninguém há... que se desperte e te detenhas...” não pensava em alguém com poder para inibir O Todo Poderoso; antes, num intercessor em comunhão com Ele, cuja intercessão fosse ouvida; como o Mesmo Senhor disse mediante Ezequiel, em cenário semelhante de apostasia. “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém a ninguém Achei.” Ez 22;30

Assim, onde a justiça está em dura escassez, a “Oração de um justo pode muito em seus efeitos.” Tendemos a esperar esses efeitos poderosos em nossos pleitos rasos e egoístas, achando que, orando nesse espírito, seríamos “justos” aos Olhos Divinos.

Se, “não há um justo sequer.” Há os que, graciosamente foram justificados em Cristo; desses se espera que se identifiquem com os valores e aspirações do Reino, mais que, o mero cuidado com coisas particulares.

Quando diz que Ele É O Oleiro, nós somos o barro, isso é mera figura de linguagem, identificando Criador e criatura na devida hierarquia. O Eterno não está mais moldando Adões com Suas Mãos.

Molda ouvintes mediante Sua Palavra, uma vez que nos fez arbitrários e respeita nossas escolhas, mesmo discordando delas. “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33 Notemos que o "barro" a ser “moldado” carece de ouvidos atentos.

Quando O Senhor mostrou o oleiro trabalhando, ao profeta Jeremias, o fez no momento em que um vaso se quebrou na mão dele e ele fez outro. Jr 18;4 Quando disse que pode fazer o mesmo, não significa que Ele sofrerá indefinidamente nossas rebeliões e apostasias; antes, que se recusarmos a ser moldados como Ele quer, permitirá que nos quebremos e novos vasos ocupem um lugar que Ele tencionara para nós. “Quebranta aos fortes, sem que se possa inquirir, põe outros em seu lugar.” Jó 34;24

Muitos ditos cristãos, ainda não entenderam o significado do Excelso Nome dado como fiador das nossas orações. Leem como se fosse um “abracadabra”, uma palavrinha mágica que abre portas. Pedir ao Pai em Nome de Jesus, significa, identificado com Ele, no Mesmo Espírito e obediência.

Paulo ensina: “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Os que são Seus, (de Deus) agora, não têm uma linhagem sanguínea como os do Antigo Testamento; a identidade do “povo eleito” em Cristo é espiritual; “Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus; que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4;21 a 24

Despojos eram os “saldos” de guerra. Quando um inimigo era vencido, os bens que possuía passavam ao vencedor, eram os tais. Para conquistar os despojos do velho homem, as coisas que ele tinha como bens, carecemos que ele seja derrotado primeiro; eis o papel da cruz!!

Enfim, de modo profético podemos até denunciar iniquidades alheias, como fez Isaías, orando devemos ser ciosos das nossas.

Nossos pecados confessados, dizia Spurgeon, são como vistosas frutas expostas na feira; no “pomar” resta ainda muito mais. Bem faríamos em orar como Davi: “Quem pode entender seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos.” Sal 19;12

Então, antes de questionarmos por quê, O Poderoso esconde Seu Rosto de nós, que tal investigarmos se não estamos traindo nós mesmos, presumindo que poderíamos esconder nossas falhas, Dele?

Disse Watchmann Nee: “Muitos se esforçam por viver melhor, quando deveriam aprender a morrer melhor.”

Nossos despojos não serão tomados à força; somos mordomos de “bens” que nos podem matar. Por isso é preciso “Perder a vida para achá-la.” Despojai-vos!