quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

O Divino "Filho do Homem"


“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” Luc 19;10

Mesmo O Salvador tendo sido concebido sem participação humana, sempre se chamava de “Filho do homem”; posição que, para assumir, precisou descer muito. Pois, Ele “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;” Fp 2;6 e 7 Semelhante nas limitações físicas; todavia, Santo, Imaculado, avesso ao pecado.

Sua humanidade foi um arranjo circunstancial da Sabedoria e Amor do Eterno, para cumprir o juízo com o qual sentenciara à serpente. “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre tua semente e sua semente; Esta te ferirá a cabeça, tu lhe ferirás o calcanhar.” Gn 3;15 Agora, o “Filho do Homem” figura como semente da mulher. A Bíblia não se perde nessas picuinhas sexistas de gente rasa; quando O chama de “Filho do Homem” alude à Sua humanidade, Seu esvaziamento.

Como o domínio fora entregue ao homem, “... dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e todo o animal que se move sobre a terra.” Gn 1;28 Governo sobre a criação, não sobre o semelhante, coisa que não fazia parte do Plano. Pois, “... tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua.” Ecl 8;9

O estado de graça colocava o homem em comunhão, sob domínio do Criador; após a regeneração, tenciona submeter todos, igualmente Ao Altíssimo, sem o concurso do insano desejo de poder, tão comum na Terra dos homens.

Por isso, aos que O Eterno escolheu para que O representem aqui, ordenou que fossem luzes, não, feitores; “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” I Ped 5;2 e 3

Os dons de Deus são irrevogáveis; Ele dera o domínio ao homem, somente um representante humano poderia, (as Olhos da Divina Justiça) resgatar o domínio perdido. Os indícios da posse vêm da submissão. “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis...” Rom 6;16

Adão desobedecera a Deus ouvindo o inimigo; só a total “desobediência” ao tal, em submissão a Deus, poderia redimir o domínio. “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores, e Feito Mais Sublime que os Céus;” Heb 7;26

Por isso, invés de afirmar Sua Autoridade por ser Ele Deus, Jesus Cristo disse tê-la, por ter se tornado homem; “... O Pai a ninguém julga, mas Deu ao Filho todo juízo... Deu-lhe Poder de exercer juízo, porque é o Filho do homem” Jo 5;22 e 27

Sendo UM com O Pai, tinha Poder nos Céus, tendo resgatado o que fora perdido passou a ter pleno domínio por aqui também. “... É-me dado todo poder no Céu e na Terra.” Mat 28;18 Por isso só Ele Pode dizer: “... ninguém vem ao Pai senão, por Mim” Jo 14;6

Contudo, a ideia de estar perdido não soa bem ao ímpio. Normalmente enche-se de justiça própria, não faço isso, aquilo; ademais, faço tais e quais coisas, de modo que Deus seria “injusto” se me condenasse.

A condenação se deu na exclusão do Paraíso. O Senhor não veio em forma humana como examinador, para ver quem poderia ser salvo como estava; antes, veio como Salvador, porque todos estávamos perdidos. “Quem crê Nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no Nome do Unigênito Filho de Deus.” Jo 3;18

Notemos que, cumprida a missão de Filho do Homem, agora reassume Sua Autoridade como Filho de Deus.

Deixou claro que falava aos mortos. “... os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que ouvirem viverão.” Jo 5;25

O Eterno não entra no mérito das obras. Estando nós espiritualmente mortos, nossas obras, boas ou más, serão mortas também. Mortos, sabemos, não importa a elegância com que forem vestidos, logo cheiram mal. “todos nós somos como o imundo e nossas justiças como trapo da imundícia...” Is 64;6

Depois de regenerados, aí sim, espera de nós obras concernentes à nova filiação; “De vós, amados, esperamos coisas melhores, coisas que acompanham a salvação ...” Heb 6;9 “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

A queda se deu deixando de ouvir Deus pela voz perversa da oposição; o caminho inverso demanda deixar o príncipe desse mundo, nascer de novo em Cristo e Nele perseverar.

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