quarta-feira, 30 de março de 2022

Top Trash


“Do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus...” Ef 3;7

Fui feito ministro; Paulo sabia quais eram suas inclinações religiosas. Noutra parte testificou: “Não sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui à Igreja de Deus.”

A primeira coisa que um salvo deve ter são dois quadros pendurados na parede da memória; um “antes” e um “depois”; deve lembrar como era o charco de lodo, antes da Rocha.

Deus não nos chama porque somos bons, estamos vendendo saúde espiritual, em circunstâncias ditosas; antes, apesar das nossas ruindades e ambientes, investe Seu Amor e misericórdia; “Eu te conheci no deserto, terra muito seca.” Os 13;5

Paulo fora adversário da Divina Obra; porém, em Cristo, foi feito diferente.

Abstraídas as peculiaridades de cada caso em particular, o mesmo acontece com todos. Malgrado, religiosos, zelosos, tendemos a ser obstáculos, mais que ajudadores, sem a bendita intervenção transformadora de Cristo. Sempre que o ‘eu’ estiver no trono, Cristo não estará; daí o indispensável, “Negue a si mesmo”, coisa que muitos, “cristãos” se recusam a fazer.

Lembro minha falta de jeito com música; tenho um irmão que é músico; ele tentou algumas vezes fazer com que eu estudasse escalas; cansativas repetições até fixá-las em minha alma e nunca conseguiu um aluno dedicado o bastante para tais exercícios.

Preferia pegar revistas que traziam os desenhos de pequenos trechos, que, repetindo-os, fazia alguns solados até; não passava disto. Terminada a sequência colada, acabava o “músico”. Nunca levei jeito. Meu “talento musical” era semelhante ao da Anitta; sem apelações.

Pois, na Obra de Deus, muitos “obreiros” agem assim; decoram três ou quatro cacoetes sem nenhuma base sólida e só.

Primeiro, que um obreiro aprovado não se forma por suas habilidades, sejam quais forem. Todo ministro idôneo deve dizer como Paulo: “Fui feito ministro.”

A parte humana demanda esforço em aprendizado, renúncia, obediência, santificação; essas coisas são indispensáveis; mas, não bastam. “Ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.” Heb 5;4

O contexto alude ao Sacerdócio de Cristo, comparado com o de Arão. Mas, se O Dele, Eterno Sumo Sacerdote veio ancorado em honra e chamado, por quê a busca de eventuais servidores seria diferente? 

Dos Seus, independente de ministérios é requerida identidade sentimental, ética e espiritual; “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus.” Fp 2;5 “Aquele que diz que está Nele, também deve andar como Ele andou.” I Jo 2;6 “... Sede santos, porque Eu Sou Santo.” I Ped 1;16

Depois dessa mudança de vida aos padrões santos, Ele enriquece aos que escolhe com dons; seremos feitos ministros probos, apenas depois de purificados das nossas carnalidades, às quais, sacrificando seremos levados a conhecer a Vontade do Eterno. “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

As “escalas da música celeste” também demandam repetições demoradas, renúncia, obediência, santificação, estudo...

Aprender uns cacoetes e criar uma página de “revelações” onde um olho mira a câmera, outro as “curtidas”, qualquer pilantra faz; as redes sociais estão eivadas desses.

Agora, enfrentar a si mesmo, lutar diuturnamente contra más inclinações, até vê-las crucificadas, suportar o deserto do desprezo por vasto tempo, meditar na Palavra dia e noite para aprendê-la melhor, e não se impor a nada; aguardar O Chamado Divino se ele vier; senão, mesmo assim saber-se chamado para ser santo, aí é para poucos.

Esses ditosos raros são instrumentos pelos quais, Os Céus fazem diferença. Não são aves de bandos; mas, quando falam são medicinais suas palavras, porque derivam estritamente da Palavra do Eterno.

A “cantora” aquela abusa de apelações pornográficas para estar nos tops isso e aquilo; ora, um caminhão de lixo no topo do Everest segue sendo lixo, e ainda polui o ambiente.

Infelizmente, está cheio de ministros “Anittos” por aí; que por falta de “talento” (credenciais vistas acima) partem para a apelação das “revelações” “Deus disse isso, aquilo...” coisas sempre brotadas de suas almas doentias, não, da inefável Palavra de Deus, que está escrita.

Não lhes basta a canalhice de ser mentirosos; precisam acrescentar a culpa da profanação; de mentir envolvendo O Santo Nome do Eterno. Eles também têm seu “envolver”, pois.

Antes do Santo Nome de Jesus abrir portas, Ele fecha aquelas nas quais seria indigno um servo Dele entrar. “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

domingo, 27 de março de 2022

Dormindo com o inimigo


“Eis que a mão do que me trai está comigo à mesa.” Luc 22;21

A traição deriva sempre de alguém que tem certa intimidade, amizade; um inimigo agir de modo avesso às nossas conveniências é ser fiel à sua inimizade, agir conforme. É o que deveríamos esperar dele.

A perfídia traz sempre um componente de surpresa; exceto, para Aquele que É Onisciente; Ele pode denunciá-la antes de acontecer.

Nós, dadas nossas limitações cognitivas devemos estar atentos sempre aos riscos das amizades nos decepcionarem. “Que Deus me livre dos meus amigos! Dos inimigos eu me cuido.” Voltaire

Preferimos o bom, o agradável, ao bem e saudável. O primeiro tem a ver com a resposta dos sentidos ao sabor, não obstante, possa se revelar um mal, no fim. O bem, mesmo que, eventualmente, tenha gosto amargo, uma vez processada sua essência trará um resultado benéfico no final, coisas que A Palavra de Deus versa.

Do “bom” que nos seduz rumo à dor, diz: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele é o caminho da morte.” Prov 14;12

Do “mal” cuja presença receberíamos de mau grado ensina: “Melhor é a repreensão franca que o amor encoberto. Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.” Prov 27;5 e 6 Quem preferiria feridas a beijos??

Todavia, dentre todas as traições possíveis, a mais perniciosa é a do que trai a si mesmo. Porque muitos que isso fazem, sequer percebem que estão privando-se da Graça Divina e lançando-se inadvertidamente no campo da maldição; alienação da vida.

A Palavra nos ensina: “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço e aparta o seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.” Jr 17;5 e 6

Alguns, mercê de interpretações rasas, entendem que não devemos confiar em outras pessoas. Não é essa a intenção do texto. Se o dito “faz da carne o seu braço a aparta seu coração do Senhor,” é um que confia em si mesmo, invés de confiar no Eterno; coisa que o traidor sugerira no Éden. Notemos que esse traído não será decepcionado por terceiro, como seria o que fosse traído por um amigo; antes, será cegado; “não verá quando vem o bem.”

Pois, esse “trair a si mesmo” não é um ato tão particular quanto parece; há um tênue consórcio com a oposição, Satanás, que, por alinhar-se à vontade natural perversa, camufla-se de vontade humana, quando o pecador faz o desejo daquele, pensando buscar o próprio.

Primeiro patrocina a dúvida, descrença; no rastro dessas, traz a consequente cegueira. “Mas, se ainda nosso Evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;3 e 4

Cegueira, privação de entendimento. Naqueles que recebem o “mal” da cruz, Deus faz o contrário; permite que sejam “Iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos; e a sobre-excelente grandeza do Seu Poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do Seu Poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à Sua direita nos Céus.” Ef 1;18 a 20

Aos que, cegados pelo inimigo atuam de modo autônomo, A Palavra chama de “sábios aos próprios olhos”; primeiro aconselha que evitemos isso; “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;7

Noutra parte aquilata o valor; “Tens visto o homem que é sábio aos seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo que dele.” Prov 26;12

Paulo denunciou a luta interior contra esse traidor que, muitos nem percebem; “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;17

A maldição campeia entre os que “dormem com o inimigo” colocando as próprias inclinações em lugar do Senhor; a Bênção Dele visita aos que O servem; “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é o Senhor. Porque será como árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Jr 17;7 e 8

O risco é depreciarmos à ação de Judas, sem perceber que seu mal nos “Judia” também.

sábado, 26 de março de 2022

Os santos


“Porque Eu Sou O Senhor vosso Deus; portanto vós vos santificareis, e sereis santos, porque Eu Sou Santo...” Lev 11;44

Uma “simples” razão para os filhos de Deus se santificarem; porque O Pai É Santo.

Originalmente éramos Imagem e Semelhança Divina, natural que, após a regeneração, essa Imagem seja paulatinamente restaurada. Daí, a necessidade de separação da impiedade; vida em obediência, santificação. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14

Não, apego fanático a rótulos, rituais; separação deriva do entendimento da Vontade Divina; santificação se aprende como e porquê. “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do Corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé; ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da Estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos...” Ef 4;11 a 14

Há um concurso paralelo de edificação (aprendizado) com santificação, (separação) equacionados com crescimento espiritual; “para que não sejamos mais meninos...”

O apego a denominações, rituais, doutrinas humanas, são coisas compreensíveis, nos atos de novos convertidos; meninos espirituais; “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11

A “unidade da fé” que deve ser nosso alvo; significa, uma maturidade semelhante dos membros do “Corpo de Cristo” a Igreja, de modo que, não haja pendores particulares, resquícios de egoísmo poluindo o ambiente santo.

Isso está a anos-luz do pretendido e gestado ecumenismo, que, invés da bíblica unidade, propõe a união das fés; coloca no mesmo barco todos os credos, por discrepantes que sejam, e considera todos válidos igualmente.

Deus não é tão “inclusivo” assim; tanto quanto sei, unidade é antônimo de diversidade; devemos peregrinar “Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo, um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós.” Ef 4;3 a 6 Todos “vós” os salvos.

Nas esferas estéticas, raciais, culturais, esportivas, didáticas, políticas, diversidade é saudável, bem vinda; nas questões espirituais, por Deus Seu Único e Santo, essa palavrinha da moda deve ser descartada.

A Salvação é gloriosa e cara demais, para ser recebida de qualquer maneira; não é uma erva vulgar que nasce e medra em todo terreno. O Salvador Ensina: “... Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6

O mundo patrocina o egoísmo; cada qual tem sua “verdade”; aquele clássico seis/nove desenhado no solo, que dois olham de lados opostos e ambos estão “certos” dizendo coisas diferentes; nada poderia ter sido mais cretinamente pensado.

Que as coisas são como cada um vê foi a proposta do capeta no Éden; “Vós mesmos sabereis...” Não precisariam de Deus. Os santos não ouvem o Capiroto; devem aprender com Jeremias, servo de Deus; “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23

Se, somos chamados a sermos um pouco parecidos com O Pai, urge aprendermos a pensar como Ele; “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Embora o conceito vulgar de santo seja a memória de um morto virtuoso, cultuado numa imagem, isso não chega a ser nem simulacro do ensino bíblico.

Um santo vive separado do mundo e seus desvalores; renuncia essas coisas em busca da Vontade do Pai. “... apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Não é, necessariamente, operador de milagres, exigência do Vaticano para “Santificar”; antes, um testemunho vivo do milagre que Deus operou na sua vida, fazendo-o sair do pântano pecaminoso, para a rocha da salvação. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3

sexta-feira, 25 de março de 2022

À favor da esperança

“... Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que Eu te mostrarei.” Gn 12;1

A chamada de Abrão com um não, bem definido; “sai da tua terra...” Um sim, em aberto requerendo confiança, fé. “Terra que Eu te mostrarei.”

Após a obediência do patriarca e alguns dias de peregrinação, O Eterno cumpriu o que prometera; mostrou a terra; Canaã. “Apareceu o Senhor a Abrão, e disse: À tua descendência darei ‘esta’ terra”. V 7

A referida era habitada pelos cananeus; a entrega não foi imediata; apenas uma promessa. Daí a expressão, “Terra Prometida”. Notemos ainda que, a promessa não se referia a Abrão estritamente; antes, “à tua descendência...”

Quem presume que a fé seja uma “força” que faz acontecer as coisas aneladas, no tempo desejado, deveria aprender com o “Pai da Fé” que a mesma demanda caminhar seguro na Integridade Divina, mesmo que, as circunstâncias se atrevam a negar indícios de que, o crido será obtido. 

Não há coisas patrocinando à fé, “apenas” O Criador. “... Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Os aspectos circunstantes que poderiam encorajar ao Patriarca estavam ausentes; então, “... em esperança, creu contra a esperança, tanto que ele se tornou pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será tua descendência.” Rom 4;18

A esperança possível a ele seria viver determinado tempo, dentro do qual a promessa Divina não se cumpriria; não tinha descendência bastante para ocupar à terra; assim, coube-lhe crer “contra a esperança”; além dela, eu diria.

Ousarmos querer promessas eternas dentro de nossos espectros finitos seria o mesmo que reduzir O Eterno às nossas pífias estaturas. Ele pretende ser “um pouco” maior. “... Porventura não encho Eu os Céus e a Terra? diz o Senhor.” Jr 23;24

Não apenas Abrão, (depois mudado para Abraão) morreu sem ver se cumprirem promessas. Todos os “heróis da fé” trilharam vereda semelhante; “Todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.” Heb 11;39 e 40

O que seria essa “Coisa Melhor” reservada para nós?

O Salvador falou algo assim também; “Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não viram; e ouvir o que vós ouvis, e não ouviram.” Mat 13;17

A introdução da Epístola aos Hebreus traz esse “upgrade” da Revelação Divina; “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho...” Heb 1;1

Se, nas limitações de conhecimento de então, aqueles fizeram coisas notáveis, como reagiriam diante do Filho de Deus encarnado? Um deles chegou a tatear no escuro sobre o que se revelaria; “Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas numa roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o Seu Nome? E qual é o Nome de Seu Filho, se é que o sabes?” Prov 30;4 Agora sabemos; é Jesus Cristo.

Não que sejamos melhores que eles. Para ser honesto, somos bem piores. Todavia, privilegiados por termos nascido num tempo melhor. “Mas agora alcançou Ele (Cristo) ministério tanto mais excelente, (que os levitas) quanto é mediador de uma melhor Aliança que está confirmada em melhores promessas.” Heb 8;6

Dizem que, tempos fáceis fazem homens fracos, e homens fracos fazem tempos difíceis; as facilidades legadas à humanidade depois da vinda do Salvador nem sempre são devidamente aquilatadas. Tendemos a “reclamar de barriga cheia”.

Em relação àqueles O Senhor perguntou: “Que mais se poderia fazer à minha vinha, que Eu lhe não tenha feito?” Is 5;4 O que perguntaria sobre nós? Deu Seu Único Filho por indignos pecadores; tudo que requer em troca é que Lhe demos ouvidos; porém, parece que Ele está pedindo muito.

Muitos usam escândalos do meio religioso como “argumentos” para “descrer”; como se, não fossem exatamente essas coisas que a Bíblia diz que aconteceriam. Uma alma sadia usaria isso para, mais firmemente acreditar.

Cada um usa a máscara que quer; todavia, nenhum escapará da sina de, livremente fazer escolhas, pelas quais responderá. “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

A Palavra de Deus, após lembrar que, mesmo coisas faladas por seres criados, nos dias idos, tiveram cabal cumprimento, pergunta-nos: “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que ouviram; testificando também Deus com eles...?” Heb 2;3 e 4

quinta-feira, 24 de março de 2022

Umbigos coroados


“Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.” Autor desconhecido

Adversidade de certa forma tem poder sobre mim. Senão, sequer ousaria ser minha “adversária”. Todavia, o poder em minha mão é a pedra de toque que mensura meu caráter. Como atuo em relação ao que está sob minha jurisdição, mostra quem sou.

Um rei estende seu poder sobre todo o reino; entretanto, às vezes o mal está bem perto; Isaías disse ao rei Ezequias. “... Assim diz o Senhor: Põe em ordem tua casa, porque morrerás...” Is 38;1 Mesmo sendo rei, seu poder era limitado; “... quem está altamente colocado tem superior que o vigia; há mais altos do que eles.” Ecl 5;8

Na “Império Virtual”, cada um é “César” com sua coroa de latão, reinando sobre opiniões e gostos; os seus são decretos reais; os alheios, meros vassalos.

Não concordou com algo? Exclui. Desgostou de um reparo, um conselho, opinião; posta uma indireta venenosa, quando não, um direto no queixo do atrevido que ousou discordar do/a rei/rainha. O “Coliseu” continua alimentando seus leões com carne humana.

Certa vez li de uma “amiga” que não aceitava opiniões contrárias; “Isto aqui não é uma democracia; (a página dela) é uma monarquia e a rainha sou eu.” Me afastei por falta de jeito para vassalar num reino assim.

As coroas, embora feitas para as cabeças, algumas parecem ornar umbigos.

A “humildade” dos políticos em campanha, e a arrogância dos mesmos, uma vez eleitos, é didática sobre o mal do poder. Ele já estava feito, potencialmente; mercê das circunstâncias, errava camuflado na masmorra do coração egoísta; mas, a escada do sufrágio fez subir ao trono, onde pode ser visto de longe. Dane-se o Peter Parker! Agora tremam ante o Spiderman!

Amiúde, esse “poder” exacerbado é um substrato das nossas fraquezas; por inépcia para enfrentarmos a nós mesmos, única vitória cujo galardão é certo, gastamos munição enfrentando aos outros, parece mais fácil. “cortamos a grama” dos átrios vizinhos, enquanto no nosso, medra toda sorte de ervas daninhas.

Sócrates, o filósofo, definindo ao ser humano disse ser esse, um invólucro de pele, cobrindo um monstro policéfalo (com várias cabeças) e um homenzinho no alto. Segundo ele, cada cabeça do dito bicho é um desejo insano; o homenzinho impotente, a razão, que deveria pautar as escolhas, mas sempre capitula aos poderes superiores do bicho.

Essa impotência não passou desconhecida Daquele que sonda aos corações e sabe todas as coisas; a primeira providência Dele, nos que recebem ao Salvador é “energizar” ao homenzinho aquele, para que pudesse resistir aos ataques do “monstro”; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Dada nossa condição de pecadores mortais, a exortação a Ezequias serve para cada um de nós: “Põe me ordem tua casa, porque morrerás.” Ou, alguém supõe que possa lutar com a morte? “Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para o reter; tampouco, tem ele poder sobre o dia da morte; também não há licença nesta peleja; nem, a impiedade livrará aos ímpios.” Ecl 8;8

Atualmente o egoísmo parece um “Mister Olímpia” pelos músculos que expõe. No futebol, por exemplo, basta alguém cometer o “crime” de gostar de um clube rival, para ser alvo das mais veementes agressões. Como alguém ousaria não gostar do mesmo que eu? Tal deixa de ser adversário e se faz inimigo. Não falo de uma torcida específica; em todas as cores existe muitos assim.

Ora, o poder para operar coisas nos domínios do Espírito, (Santo) depende de quanto permitimos que o mesmo poder opere em nós, antes de, terceiros. Pois, Deus “... É Poderoso para fazer tudo, muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera” Ef 3;20

Por isso, a instrução de Paulo para que se disciplinasse aos desobedientes, apenas, quando os pretensos disciplinadores já o fossem; “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10;6

Noutras palavras: Exerçam poder sobre outros, à medida que permitirdes que o mesmo poder atue sobre vós. Como Cristo na tentação do deserto, expulsou Satanás de perto de si mesmo, antes de expulsá-lo das vidas de terceiros.

Os simples contemplam privilégios do poder; os prudentes consideram responsabilidades; quem padece mais sede de poder sobre outros, é porque inda não bebeu das taças do poder sobre si mesmo. Não conseguindo dominar ao maior adversário, investe contra os menores.

Escolhe a desgraça por fugir da Graça Divina: “... tempo há em que um homem tem domínio sobre outro, para desgraça sua.” Ecl 8;9

Cabeças Ocas


“O Senhor te porá por cabeça, não por cauda; só estarás em cima, não debaixo, se obedeceres aos mandamentos do Senhor teu Deus, que hoje Te ordeno, para os guardar e cumprir.” Deut 28;13

Verso favorito dos que, excitados pela ideia de ser líderes, não, caudatários, esquecem de ler as "letras miúdas" do contrato.

No “Caput” do tratado temos: “Será que, se ouvires a Voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os Seus Mandamentos que Eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas nações da terra.” v 1

O Eterno falava a uma nação embrionária, Israel; prometendo a essa, que, ouvindo fielmente Sua Voz e obedecendo, eles seriam exaltados sobre as demais.

A parte humana era ouvir a Voz Divina e guardar Seus mandamentos, obedecer; exaltação seria consequência; “Deus te exaltará.”

Infelizmente, sabemos, isso não aconteceu. Israel servira por mais de quatro séculos aos faraós; então, estabelecido na “Terra Prometida” a infidelidade mostrou as garras; após muitas idas e vindas, entre bons e maus líderes acabou cativo por mais setenta anos.

Incautos têm o hábito de tomarem para si as promessas feitas a Israel, ignorando as consequências pela desobediência; muitos pregadores “cristãos” lançam sobre seus ouvintes que, também nós, fomos chamados a ser cabeças.

A ideia vulgar é ser proeminente, influente econômica e politicamente, o que Deus teria planejado para cada um de nós, os cristãos, em particular. Temo que não seja bem assim.

Estados e países têm suas “Capitais”, que é uma derivação de “cápita”; cabeça, em latim. Num universo de umas seis mil cidades, são menos de trinta capitais em nosso país. Não há espaço para tantas “cabeças”.

Há uma diferença funcional entre ambos os Testamentos que não podemos ignorar, para uma interpretação sadia da Palavra de Deus. No antigo Ele tratava, sobretudo, com uma nação, que pretendia estabelecer na terra, como “Reino Sacerdotal, povo santo.”

No Novo, em Cristo, depois da rejeição do Messias pelas lideranças do “Povo Eleito” incidiu a sentença que O Próprio Salvador predissera: “Portanto, Eu vos digo que o Reino de Deus vos será tirado; será dado a uma nação que dê os seus frutos.” Mat 21;43

“Nação” agora é figura de linguagem, para todos os seguidores de Cristo, Judeus e Gentios, unidos pelo traço comum de “dar frutos” Nele. Isso facilmente se percebe a partir da comissão global dada aos primeiros salvos: “Ide por todo mundo; pregai o Evangelho a toda criatura...”

Paulo ensinou: “Porque Ele é nossa paz, o qual, de ambos os povos fez um; derrubando a parede de separação que estava no meio.” Ef 2;14

Assim, já não há “cabeças” nacionais; os cristãos foram chamados à renúncia de si mesmos, não à conquista de um Reino terreno; somos desafiados a ser sal e luz, exemplos no falar e no agir, não cobiçosos de grandezas mortas, como os que amontoam metais sobre seus túmulos enquanto desprezam a vida.

As riquezas que contam são “de cima”; valores do alto, o “Tesouro nos Céus”. Então, ser cabeça ou cauda deve ser aquilatado sob essa escala de valores, como ensinou Isaías: “O ancião, o homem de respeito é a cabeça; o profeta que ensina falsidade é a cauda.” Is 9;15

Portanto, você que se jacta de ser “cabeça” entenda que sua função é ser alguém respeitável, diferente do que propaga ou confia em falsidades.

Como no caso de Israel, a relevância herdade derivaria de ouvir a Voz de Deus e obedecer, muito mais nós, a quem O Filho de Deus Falou abertamente, coisa desconhecida no Antigo Pacto. A quem mais se deu, mais será cobrado, ensinou O Salvador; de modo que, nossa dívida é maior que a deles.

Diferente da exaltação prometida naqueles dias, agora temos o concurso da rejeição do mundo e seu príncipe, em cujas mãos estão, o domínio político e econômico, em esmagadora maioria. “No mundo tereis aflições...”

Logo, a pretensão de grandezas terrenas num sistema ímpio às portas da condenação é uma insanidade sem pé nem cabeça.

Somos membros de um Corpo Santo, cuja cabeça, É Excelsa, Cristo. Paulo exortou contra as heresias periféricas dos que estavam, “não ligados à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus.” Col 2;19

Autonomia alienada de Deus foi a queda. Desde então, a doença permanece. “Hay muchos que prefiren ser cabezas de ratón, a ser caudas de león”, ouvi de um castelhano certa vez.

A coisa é relativamente simples de entender, embora, difícil andar nela; ou, nos rendemos a Cristo, O Digno Cabeça, Rei dos Reis; ou, fingindo ser donos dos próprios narizes, seguiremos serviçais do monstro aquele, de sete cabeças.

quarta-feira, 23 de março de 2022

Você está enganado!


“Porque tanto o profeta, quanto o sacerdote, estão contaminados; até na Minha Casa achei sua maldade, diz o Senhor.” Jr 23;11

Deus ensina que tudo tem seu tempo determinado. Atrevo-me a dizer que muitas coisas têm também um local apropriado; desfilando fora desse, não farão boa figura.

A dança requer o concurso da música, sem a qual soaria esquisita, no mínimo. O solene é refratário ao bufão; um hospital a algazarras, barulho; a intimidade é um “cenáculo” hermético, sem espaço para terceiros; o testemunho deveria desfilar de mão dadas com a verdade; senão, nem deveria sair de casa; “Não dirás falso testemunho.” Se, alguém frequenta ambientes dedicados ao Santo, pelo menos nesses, deveria manifestar certa reverência, temor; não entraria de botas embarradas, num local sofisticadamente limpo, decorado.

Em Jeremias encontramos dois, que, pelas funções exercidas deveriam, não apenas respeitar esses ambientes, mas, ser instrumentos do Supremo Arquiteto, para cooperarem na “decoração” que Ele deseja. Sacerdote e profeta.

Estando em suas almas, contaminados, poluíam onde frequentavam, também; “Porque tanto o profeta, quanto o sacerdote, estão contaminados; até na minha casa achei sua maldade...”

Não significa que existam lugares apropriados para pecar; mas, alguns, pela Santa Presença envolvida, são espaços que demandam temor, reverência. Isaías denunciou outros assim: “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende justiça; até na terra da retidão ele pratica iniquidade; não atenta para a Majestade do Senhor.” Is 26;10

Nos dias do Salvador ocorreu o mesmo; “... A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões.” Mat 21;13

Uns pecavam até na Casa do Senhor; outros, na “Terra da retidão”; deve ser a mesma coisa.

A loucura do ímpio é tal, que consegue a proeza de pecar orando!! “O que desvia seus ouvidos de ouvir a Lei, até sua oração será abominável.” Prov 28;9

A Palavra ensina-nos a termos ouvidos, mais que bocas. Que sejamos prontos a ouvir, tardios em falar.

Não significa que os que atuam ministerialmente sejam perfeitos, não pequem; mas, o mínimo que se espera é sejam detentores do conhecimento necessário sobre sua função, e o que ela significa. Um lapso miúdo, no que ocupa lugares santos já incomoda; “... as moscas mortas fazem exalar mau cheiro e inutilizar o unguento do perfumador...” Ecl 10;1

Buscar um desses deveria significar aproximação com Deus; não, com o pecado; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2;7

Não tomar o Nome do Senhor em vão é um mandamento.

Entretanto, as redes sociais estão eivadas de “profetas” com uma “intimidade” com O Eterno que até dá medo; “Deus me mostra isso, aquilo; manda dizer aquilo outro para alguém...” Cáspita!!!

Deus não fala com alguéns! Se, entregar algo pontual para determinada pessoa, Pode chamá-la pelo Nome. Se o “profeta” fica palpitando para todo lado, mesmo que “adivinhe” eventualmente, o dito não vem do Senhor.

São chutadores sem noção, privados da Graça de Deus; pois, algumas coisas são aprendizados básicos para os que, a recebem; situa-nos como pecadores que somos, e faz entender que, sem santificação ninguém verá O Senhor.

Nos torna cautelosos ao falar em Nome do Eterno; “Não te precipites com tua boca, nem teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus; tu estás sobre a terra; assim sejam poucas tuas palavras.” Ecl 5;2

Se estivessem a serviço Dele, antes de entregar “vitórias” a torto e a direito para gente que não se atreve a vencer nem mesmo, à cobiça material, manteriam a reverência Devida ao Santo, invés de profaná-lo. “Ao Meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano; o farão discernir entre o impuro e o puro.” Ez 44;23

Algumas pistas são básicas para se identificar um profeta probo; “Mas, se estivessem no Meu Conselho, então teriam feito Meu povo ouvir as Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, e da maldade das suas ações.” Jr 23;22 Entregariam correção segundo a Palavra, não essas “vitórias” incondicionais, segundo os desejos carnais.

Perguntado sobre características dos últimos dias, O Salvador advertiu: “Vede que ninguém vos engane...” A maior “vitória” de um salvo nesse contexto seria caminhar à Luz Divina, vendo pelos Olhos do Espírito; “O que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;15

O primeiro engano que precisamos vencer habita em nós mesmos, e nos faz crer que andando à nossa maneira somos chegados do Santo. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim, são os caminhos da morte.” Prov 14;12

domingo, 20 de março de 2022

Altos e baixos


“Melhor é a criança pobre e sábia que o rei velho e insensato, que não se deixa mais admoestar.” Ecl 4;13

Como uma criança poderia ser sábia? Costumamos ver a sabedoria como contingente; a Palavra coloca como uma disposição de espírito; “O Temor do Senhor é o princípio da sabedoria” Prov 1;7; “Instrui o sábio, ele se fará mais sábio...” Prov 9;9

Essa disposição de ouvir e aprender possibilita que nosso caminho errante seja refeito, tornado retilíneo; “... Porque os caminhos do Senhor são retos ...” Os 14;9 O dito que Ele escreve certo por linhas tortas deriva de nossa percepção, a qual sofre lapsos de saber.

A sabedoria do alto é um dom; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2;7 e 8

Se, o oposto à criança sábia é um rei insensato que não aceita admoestação, necessária a conclusão, pois, que a “sabedoria” da criança consiste em ouvir, se deixar ensinar.

Stephen Hawkin disse que, “A fé é um brinquedo de crianças com medo do escuro;” e, um pregador respondeu: “O ateísmo é uma brincadeira de adultos com medo da luz.” Ambas as sentenças fazem sentido.

Porém, convém lembrar que esse pleito traz uma reverberação de Platão, que dissera: “Trágico não é a criança com medo do escuro; antes, o adulto com medo da luz.”

Pois, “Aquele que não se fizer como uma criança não pode entrar no Reino dos Céus.”

A Palavra nos apresenta como errantes no escuro sendo buscados pela Luz da qual temos medo; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

A rejeição à Luz deriva mais do medo de sermos vistos, que do medo de ver. O que é a velha hipocrisia, senão, uma máscara para sair bem na foto, enquanto nossas almas seguem saindo mal nos fatos?

No império das vontades naturais todos nós somos “reis velhos e insensatos”, chamados a nascer de novo, para que a criança interior regenerada comece a ouvir.

Nesse lastro se estende o ensino que, “diante da honra vai a humildade.”

Se, até nos imperfeitos domínios humanos, arrogância e soberba cheiram mal, o que dizer delas, diante Daquele que, “É tão Puro de Olhos que não Pode ver o mal...?” Hab 1;13

Talvez, alguém estar num lugar alto e carecer admoestação seja indicativo que não está apto para o lugar que ocupa. Os degraus das escadas humanas são “pregados” por conveniências, fisiologismos, cegueira, lisonjas, idolatria e variáveis similares, invés da aptidão e idoneidade, como convém.

Além das arroladas “credenciais” dos que elevam a altos postos, outra é necessária para o que será içado; “A estultícia está posta em grandes alturas...” Ecl 10;6

Grandes homens, Moisés, Jeremias, Isaías, temeram ao serem chamados por Deus; acharam-se ineptos. Convoquemos um estúpido a um lugar alto; ele se dirá pronto, antes mesmo de saber para quê.

Se eu for suficientemente parvo para aceitar uma carga maior que minhas forças, necessariamente serei para desacatar conselhos, ensinos.

Uma tendência vaticinada para esses dias é a exaltação de gente baixa, moralmente; Ruy Barbosa chamou de “triunfar das nulidades”, e Isaías previu com palavras semelhantes; “... o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4

Aos olhos dos Céus as coisas não são como parecem aos nossos; “A estultícia está posta em grandes alturas, mas os ricos estão assentados em lugar baixo. Vi servos a cavalo, e príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10;6 e 7

A terra dos homens costuma estratificar a espécie conforme o dinheiro ou bens que cada um possui; as “classes sociais”. O cotejo celeste é diferente; não se dá entre o que tem pouco e o que possui muito dinheiro; antes, coloca o metal num balaio e noutro, a sabedoria.

“Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Cotejando a vida com os bens O Salvador perguntou: “Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perder sua alma”?

No nosso doentio reino do engano, as presunções rasteiras são coroas; no de Cristo para o qual somos chamados, a coroa se disfarça de cruz.

O lugar para o qual Ele nos chama é alto demais, para que subamos a ele com vestes sujas.

Alma e Espírito


“Com minha alma te desejei de noite, com meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo Teus Juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Is 26;9

“Com minha alma te desejei...”
Alma; sede da vontade humana. Porque Deus nos fez arbitrários, para nossa salvação carece conquistar nossas vontades, inicialmente.

Acedemos fácil ao apelo para lutar contra uma adversidade qualquer; entretanto, relutamos, quando o desafio é lutarmos contra nossas próprias inclinações interiores; “Negue a si mesmo...”

À vontade autônoma que resultou após a queda, a Palavra de Deus chama de carne; “A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7 Se, o “poder” dessa surgiu após uma rebelião, natural que continue assim, na mesma rebeldia.

Por outro lado, o espírito regenerado, tende à comunhão e submissão a Deus. Agir ainda, independente Dele, segundo a própria vontade é estar na carne; em submissão à Sua Palavra, andar em espírito. “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.” Rom 8;9

A morte espiritual é um estado de alienação de Deus, não de inexistência. O espírito do não salvo existe; mas, é um morto-vivo; incapaz de liderar decisões para as quais foi criado, vassalo da alma perversa que assumiu o trono que, pelo projeto original seria dele.

Levar uma “carga” assim sobrecarrega à alma; pois, na formatação original ela seria serviçal, não, comandante.

Assim, no que tange ao espírito, a mensagem evangélica propõe que os “mortos” ouçam; “Em verdade, em verdade vos Digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

No aspecto das almas, sugere que descansem das suas cargas; “Vinde a mim, todos que estais cansados e oprimidos, Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de mim, que Sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;28 e 29

Portanto, desejar com a alma e buscar com o espírito como fez Isaías, só é possível para que tem vida espiritual. A alma caída segue rebelde; o espírito só pode buscar a Deus, depois de vivificado. Por isso, o primeiro dom aos que recebem O Salvador é esse: “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

O verniz não formata um artefato, embora lhe possa dar brilho; digo, as palavras certas não bastam, quando as intenções do coração permanecem erradas.

Nada vale alguém se dizer servo de Deus, se, invés de submissão, como convém, apenas usa O Santo Nome como pretexto para buscar seus próprios desejos desorientados. O Salvador foi categórico: “Buscai primeiro o Reino de Deus, e Sua Justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

A busca de Isaías era sadia: “Havendo os Teus Juízos na Terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” 

Quando a nossa for atinente a coisas materiais egoístas, não importa a grandeza de nossa encenação, nem a assiduidade nos “cultos de vitória” da praça, seguiremos sob o comando de uma madrasta inútil, a carne.

O testemunho mais eloquente de conversão é que todos os nossos alvos serão mudados após ela; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Óbvio que essa mudança não é estanque; de uma vez por todas. Demanda um processo lento, a santificação. Andarmos em espírito é aprender cada dia um pouco mais, para, aprendendo, pecarmos cada dia um pouco menos.

A alma salva continua sendo sede dos desejos, da vontade; mas, depois do bendito descanso, após ceder o comando ao espírito, submete a ele suas vontades, sabendo que as escolhas desse são sadias, não passíveis de condenação; “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Rom 8;1

Servir a Deus demanda sermos obedientes ao Espírito.

Uns cansam dessa direção; permitem que a velha carne se assente ao volante, novamente; A Palavra adverte: “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do Santo Mandamento que lhes foi dado; desse modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22
“Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, coisas que acompanham a salvação...” Heb 6;9

sábado, 19 de março de 2022

Internáufragos


“Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” Heb 4;13

Se tivéssemos consciência desse fato tentaríamos melhorar nossos atos, invés de melhorar camuflagens, como fazem os hipócritas.

Em geral, as vidas são como nas redes sociais; o que somos se oculta, o que queremos parecer toma as vitrines; a nuvem aceita tudo. A maioria fala de si mesmo; falta conhecimento e intimidade para falar de Deus; buscar a Glória Dele, não a própria.

Às vezes um vídeo/áudio “vaza”; uma gotícula de realidade põe tudo a perder em Fantasiópolis; como recentemente ocorreu com o deputado paulista Arthur do Val, sob risco de cassação pelo vazamento de algumas coisas pouco elogiosas que ele falou.

Se, uma gota faz esse estrago, como será quando a piscina toda for descoberta, por ocasião do Juízo?

Cristo acusou seus oponentes religiosos chamando-os de “sepulcros caiados”, embelezados externa e apodrecidos internamente. Também aqueles “postavam” apenas virtudes e ocultavam o lixo. Porém, “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja?” Jr 23;24

Cada um traz em si fragmentos da Imagem de Deus perdida, a consciência. Ela aquilata as coisas, valora sem interferir. Acusa o erro e silencia ante a ação reta; mas, a decisão sobre fazer ou não determinada coisa é um derivado da vontade, faculdade da alma, não do espírito, como a consciência. Por isso a sentença: “... nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Rom 8;1

Não poucas vezes ouvi gente caminhando resoluta em direção aos vícios dizendo: “Faço mesmo! não quero nem saber.” Esse “não quero saber” era um revide à própria consciência que, em seu labor luminoso fazia saber que a escolha era má. O processo de cauterização, estava ativo; a vontade acossada pelo desejo insano abafava a luz que “incomoda” quem vive no reino da mentira.

Esses meandros da fé, que demandam obedecer à luz interior castram os “direitos” da vontade rebelde; daí ser impossível seguir a Cristo sem o “Negue a si mesmo.”

Podemos, como sementes sobre pedras, ao acúmulo de alguma poeira e umidade até germinar, sem a profundidade necessária para resistir ao sol quando aquece. Gostar de Cristo, Sua promessa de salvação, depois recuar, quando percebermos a realidade envolvida no pacote.

Naqueles que nascem de novo da água e do Espírito, a luz da consciência passa por um upgrade; coisas tidas como normais deixam de sê-lo; as erradas potencializam o erro; um convertido a Cristo não para de pecar; apenas, deixa de fazê-lo “sem culpa” como antes. A luz da consciência mostra a coisa como é, não como a vontade deseja.

Assim, carecemos superar um monte de vontades perversas às quais estávamos acostumados, até chegarmos à Divina; “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;2

Ações justas não carecem esconderijo; aliás, deveriam ser perpetuadas, como desejou Jó e foi atendido acerca das suas falas; “Quem me dera agora, que minhas palavras fossem escritas! Quem me dera, fossem gravadas num livro! E com pena de ferro, com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha. Porque eu sei que o meu Redentor vive, e por fim se levantará sobre a terra.” Cap 19;23 a 25

Na pós verdade atual, onde narrativas suplantam fatos, afinidade ideológica prescinde de lisura moral, temos toda liberdade para bajular, mentir; ousemos um reparo mínimo, um conselho, um ensino e presto veremos quanto a sinceridade é mal vista no oceano global dos internáufragos.

Foi fugindo das consciências que os ancestrais desses caíram; “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19

Gritamos “urbe et orbe” nossas inconformidades com a insanidade das guerras; depois, no próximo post mostramos nossos assados e bebidas finas, para ostentar, quanto somos felizes. Assomamos do profundo ao raso com a velocidade de um foguete; ou, vivemos ao rés do chão e fingimos profundidade.

“É bem mais difícil julgar a si mesmo do que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti és um verdadeiro sábio.” Há mais do que parece, nessa frase de Saint-Exupérry.

Antes da Ceia do Senhor sempre somos desafiados a isso. “Examine, pois, o homem a si mesmo...” I Cor 11;28

Quem olha inside, honestamente, consegue ver seus tons de cinza, necessariamente será cauteloso para não colocar lábaros multicores nas janelas.

No fundo, nossas ostentações frívolas são autocríticas; o que sabemos que deveríamos ser, e apenas encenamos. “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13;17

sexta-feira, 18 de março de 2022

Guias cegos


“Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas; elas ouvirão Minha Voz, haverá um rebanho e Um Pastor.” Jo 10;16

Deparei com um “estudo” onde um líder adventista ensinava, “baseado” nesse texto, que Jesus tem duas igrejas. Uma visível, o citado “aprisco”, outra invisível, espiritual; composta dos salvos entre todas as denominações.

Segundo sua interpretação a Igreja Adventista é o “Aprisco do Senhor”; “Os que guardam a Lei do Senhor e têm o testemunho de Jesus”; as ovelhas desgarradas que O Sumo Pastor buscaria para formar um só rebanho, são os sinceros de outras denominações, que estariam sendo agregadas ao adventismo.

A concessão de que haja salvos entre outras denominações é um progresso; normalmente, “só tem tantã; certos aqui, apenas eu e você.”

Vero que, nem tudo o que frequenta uma igreja é salvo. Morar numa garagem não transformaria ninguém em carro; frequentar assíduo uma igreja cristã não transforma ninguém em cristão, necessariamente.

Existem duas igrejas sim. A Palavra de Deus chama de joio e trigo, numa figura; noutra, palha e trigo; fazendo diferença entre o vero e o falso cristão.

É válido mencionar as duas igrejas, se, com isso pretendermos que uma seja a totalidade do pacote contendo palha e trigo; outra, apenas os grãos. João Batista ensinou: “Em sua mão (Cristo) tem a pá, e limpará Sua eira; recolherá no celeiro Seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará.” Mat 3;12

No entanto, o que O Salvador pretendeu dizer, nem de longe se assemelha à interpretação que o proponente do adventismo ensinou.

O “Aprisco” em questão era a nação de Israel; os que dentre eles creram, era o alvo primeiro da Sua Obra, como ordenou: “... Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” Mat 15;24

A inclusão dos gentios no projeto de salvação que era o fato novo. Tanto que, isso deu azo a um concílio apostólico para decidir como agir, quando Deus decidiu derramar O Espírito Santo sobre eles.

Após Pedro ter testemunhado o Agir Divino junto aos gentios, O veredicto final veio mediante Tiago; “Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para Seu Nome. Com isto concordam as palavras dos profetas; como está escrito: Depois disto voltarei, reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, levantarei das suas ruínas, e tornarei a edificá-lo. Para que o restante dos homens busque ao Senhor, e todos os gentios, sobre os quais Meu Nome é invocado, Diz o Senhor, que faz todas estas coisas”. Atos 15;14 a 17

A própria Palavra de Deus ensina quais eram as ovelhas de fora do aprisco, que O Senhor pretendia congregar também, para fazer um só rebanho; os gentios.

Em Cristo não haveria mais separação, como ensinou Paulo: “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos (judeus e gentios) fez um; derrubando a parede de separação que estava no meio.” Ef 2;14

O Adventismo existe desde meados do século 18; como poderia ser o “Aprisco” destacado pelo Senhor no ano trinta e poucos?

Sua ênfase doentia em ser os únicos a “guardar à Lei do Senhor” porque se diferenciam no que tange ao sábado, não seria assim tão febril, se ousassem ler sem óculos distorcidos o que está escrito: “Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.” Rom 14;5 “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, beber, por causa dos dias de festa, da lua nova, ou dos sábados.” Col 2;16 “Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor.” Mat 12;8

A “Lei do Senhor foi reduzida a dois mandamentos por Ele mesmo; amar a Deus sobre tudo, e ao próximo como a si mesmo; “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mat 22;40

Claro que amar a Deus implica obediência à Sua Vontade! Mas, essa demanda separação do mundo, não adequação ritual a algo superado; “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;2

Ufanarem-se que são os únicos que cumprem à Lei, ignorando que a mesma condena falso testemunho e mentira é falta de noção; Tiago ensina: “Porque qualquer que guardar toda Lei, se tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.” Cap 2;10

Com a aludida noção, teriam entendido que em Cristo as coisas mudaram; “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7;12

As denominações várias O Eterno suporta; mas, de ser adorado em Espírito e Verdade não abre mão.

domingo, 13 de março de 2022

Fontes sem água


“Derrubarão, a ti e teus filhos que dentro de ti estiverem; não deixarão em ti pedra sobre pedra; pois, não conheceste o tempo da tua visitação.” Luc 19;44

O Salvador chorando sobre Jerusalém, fadada à destruição, porque não conhecera seu tempo.

Diferem, saber e conhecer. Por exemplo: Sei que a capital da Noruega é Oslo; porém, não conheço, nunca estive lá. Saber é possuir informação; conhecer demanda intimidade, aproximação.

O Senhor disse que Jerusalém não O conhecera; não, que não sabia o tempo em que seria visitada.

As Escrituras eram precisas sobre o tempo. “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas e sessenta e duas semanas...” Dn 9;25 Sete mais sessenta e duas somadas dão sessenta e nove semanas de anos, ou seja: 483 anos, a partir da ordem para restaurar Jerusalém. Não era difícil para os mestres saberem o tempo.

Eles tinham essa informação, tanto que, quando foram a João Batista, pensaram ser ele; “Estando o povo em expectação, e pensando todos de João, em seus corações, se porventura seria O Cristo...” Luc 3;15

João fez questão de dizer que era apenas “amigo do Noivo” que viria após ele. Logo, informações sobre a identidade e o tempo da vinda do Príncipe, não faltavam.

Por que não O conheceram, então? Nossa natureza caída está sempre pronta aos aplausos de quem nos cerca, como se fôssemos todos, arte-final; coisas acabadas com esmero, não, caídos imperfeitos.

As redes sociais retratam isso. Ousemos discordar de uma postagem qualquer, acrescentar uma observação de um detalhe que faltou, e presto as armas dos porcos-espinhos assomam. Mesmo os que se dizem ovelhas.

Recebemos uma resposta atrevida, agressiva, quando não, somos excluídos pela falta de bom senso de não elogiar a vitrine alheia.

O Salvador, mesmo vindo no tempo certo ao lugar prometido, ousou não dizer as “coisas certas”. Invés de tributar elogios às “postagens” do “establishment” religioso de então, ousou dizer que sua pretensa honra a Deus era coisa vazia, brotada dos lábios, não do coração.

Pior; em dado momento chamou-os de sepulcros caiados, bonitos por fora e podres por dentro; quem suportaria um comentário desses sem excluir ao “atrevido comentarista”?

Malaquias fora usado para advertir que Sua vinda seria insuportável à falsidade, e à hipocrisia. “... de repente virá ao Seu Templo O Senhor, a quem vós buscais; O Mensageiro da Aliança, a Quem vós desejais, eis que Ele vem, diz o Senhor dos Exércitos. Mas quem suportará o dia da Sua vinda? Quem subsistirá, quando Ele aparecer? Porque Será como fogo do ourives, como sabão dos lavandeiros.” Mal 3;1 e 2

O erro de então, derivado do egoísmo sem noção, dos que, carecendo desesperadamente perdão e regeneração, desejam aplausos, é atual.

Porque aprenderam colar banners de alheia autoria, todo mundo se sente mestre, fonte de sabedoria, que tem para dar e vender, não carece aprender mais nada.

Danem-se a dedicação e esforços dos que, a serviço do Eterno, tentam ser condutores de gotículas da Água da Vida!

Suas “purezas” derivam da cegueira egoísta, pois, “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4 Então, “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

Como aqueles mentores da cruz, sabiam, mas não conheceram; também esses, estão plenos de informações, sem a menor intimidade, sem conhecimento do Senhor, sobre O Qual falam como papagaios.

Não temos a mesma precisão para Sua volta, quanto, tinham aqueles para Sua Vinda; todavia, os sinais falam de apostasia, progresso tecnológico, governo global, imposição de uma fé ecumênica, esfriamento do amor, multiplicação da iniquidade... coisas que saltam aos olhos sem o olharmos mui distante.

O santo e o profano andam de mãos dadas nas coisas que se publicam; ora, uma advertência sobre a Volta do Messias; outra, uma postagem pornográfica, uma música chula;

uma diatribe contra as guerras em “solidariedade” aos ucranianos; depois, uma foto bebendo champanha perto de uma churrasqueira mostrando o quanto é feliz... Cáspita!! Que gente mais amoral, indiferente, vazia de cérebros, cheia de pretensão!!

Em dois milênios de clamor Divino mediante O Evangelho ainda O recusamos conhecer, O Eterno começa a desistir; enquanto apostatamos, dará nova chance a Jerusalém; “Porque eis que as trevas cobriram a terra, a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor virá surgindo, e Sua glória se verá sobre ti.” Is 60;2

Infelizmente, uma parte triste da história se repetirá. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4;6

sábado, 12 de março de 2022

Cuidado com a febre!


“O simples dá crédito a cada palavra, mas o prudente atenta para seus passos.” Prov 14;15

Esse “simples”, em oposição ao prudente deve ser entendido não como detentor de simplicidade sadia; antes, como néscio, um tolo que facilmente se deixa enganar; o complemento da sentença expõe: “dá crédito a cada palavra”.

Como diz no “Pequeno Príncipe”, “A linguagem é uma fonte de mal entendidos.” Por quê? Porque muitas vezes, invés de comunicar uma ideia, reportar um fato, usamos a linguagem como meio de transporte de mera opinião; marqueteira de pretensão; difusora da maldade alheia, quando reverberamos o que ouvimos sem o cuidado de averiguar primeiro.

A opinião não passa de uma deficiência visual tateando; podemos tocar numa raposa e pensar que é um cão; quer saber quão confiáveis são essas? Veja quantas pessoas apostam na loteria esportiva e quantas acertam.

A pretensão é uma medida de si mesmo, pior; usando a régua errada. “Aquele que fala de si mesmo busca sua própria glória”. Ensinou Jesus Cristo.

Me ocorre uma fábula de Gibran: “Uma raposa saiu pela manhã procurar alimento; subiu numa duna, viu sua imensa sombra e pensou: Nossa! Preciso de um camelo pro almoço. Passou toda a manhã procurando camelos e nada. Ao meio dia, sol a pino, olhou de novo pra sombra e refez: pensando bem, um rato bastará”. 

Assim a pretensão usa se medir às sombras do engano, onde nos vemos muito maiores que somos e tendemos a buscar o que não precisamos.

A difusão da maldade alheia, vulga fofoca, precisa ser peneirada na “peneira de Sócrates”. Precisamos ponderar se aquilo que diremos foi presenciado, ou ouvido; se é bondoso e necessário repartir; senão, pode ser lançado no lixo. 

Mas que, de mal entendidos, a linguagem acaba sendo fonte de mal falados.

No reino das palavras todo mundo é rei. Entretanto, o exército dos fatos costuma destronar mentirosos, que, presto maquiarão sua derrota e sairão construindo novos “palácios” e ostentando ainda mais vistosas “coroas”.

O Salvador ensinou que pelos frutos se conhece a árvore, não pelas folhas. Como a única adoração que O Eterno aceita é em “espírito e verdade”, o que ficar aquém disso, por frondoso que pareça será uma árvore morta. A vida espiritual não desfila em carro alegórico; está na harmonia entre palavras e ações.

Escrevendo a Tito Paulo denunciou muitos, em cujas sinas, havia esse desencontro; “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16

Inevitável lembrar do proverbial, “O que és fala tão alto, que não consigo ouvir o que dizes.”

Tiago, por sua vez, esposou as ações coerentes como pregoeiras da fé; “... mostra-me tua fé sem tuas obras, e te mostrarei minha fé pelas minhas obras.” Tg 2;18

Esse doentio cristianismo de palco que grassa, precisa ser lembrado que seu palco é o mundo; os devidos atos são muito mais eloquentes que a lábia; “Não se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que Está nos Céus.” Mat 5;15 e 16 Nossa atuação: Diante dos homens; a repercussão: Diante de Deus.

Mais que bons pregadores, pois, urge que sejamos bons servos. As palavras correm risco de febre, enquanto os atos geralmente gozam de boa saúde; de outro modo: As palavras mostram como eu quero ser visto; minhas atitudes revelam quem sou.

Dada a perda da modéstia dos idiotas, o mundo tem vozes demais e virtudes de menos. Como naqueles eventos internacionais onde chefes de Estado recebem tradutor simultâneo para entender as falas dos pares, homens espirituais recebem também seu “tradutor” e podem entender o idioma que se oculta por detrás das palavras. “O que é espiritual discerne bem tudo, e, de ninguém é discernido.” I Cor 2;15

Deprimente quando alguém se desnuda diante de nós, não obstante, traje a “alta costura” das falas ensaiadas.

Seremos julgados pelas nossas palavras. Se tivéssemos a devida consciência disso seríamos parcimoniosos, invés de paroleiros. “Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.” Mat 12;36 e 37

Então, “Não te precipites com tua boca, nem teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus Está nos Céus, tu estás sobre a terra; assim sejam poucas tuas palavras.” Ecl 5;2 “Nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.” Tg 3;8 Psssiiiiu!

sexta-feira, 11 de março de 2022

Cura do coração


“O coração conhece sua própria amargura; o estranho não participará no íntimo da sua alegria.” Prov 14;10

Seja amargura, seja alegria, pois, só quem está sentindo conhece a real intensidade emotiva que incide sobre si.

Quem olha de fora vê aparências; mas, quem vive sabe como as coisas são. Oportuno o conselho para não tentar mitigar dores com falas vazias. “O que canta canções para o coração aflito é como aquele que se despe num dia de frio, ou como o vinagre sobre salitre.” Prov 25;20 A aflição da alma é funda demais para poder ser removida com verniz.

Os amigos de Jó falaram muitas inverdades quando opinaram sobre a sina do infeliz; porém, sabiam disso. Quando o encontraram no auge da dor, limitaram-se a lhe fazer companhia; esperaram que ele rompesse o silêncio, mesmo demorando uma semana. “Assentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites; nenhum lhe dizia palavra alguma, porque viam que a dor era muito grande.” Jó 2;13

Não obstante, esse promissor começo, quando falaram caíram na vala comum da acusação; de tal modo, que o sofredor desejou se ver livre das suas molestas palavras; “Vós sois inventores de mentiras; vós todos, médicos que não valem nada! Quem dera que vos calásseis de todo, pois isso seria vossa sabedoria.” Cap 13;4 e 5

A sabedoria do silêncio, esposada depois, por Salomão: “Até o tolo, quando se cala é reputado por sábio; o que cerra seus lábios é tido por entendido.” Prov 17;28

Diretamente proporcional ao aumento da iniquidade, concorre o aumento das inquietações; a incapacidade de se calar, olhando, cada um para dentro de si: “Mas os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

Nesses tempos líquidos e velozes, em que a conquista célere da ciência facilita meios, enquanto o desleixo com valores apodrece fins, as pessoas já não têm tempo para essas coisas introspectas e demoradas; desligar as parafernálias da ilusão e olharem dentro de si tentando entender, cada um, as próprias escolhas.

Um breve tratado como esse é desprezado sob a pecha de “textão”. Não pelo conteúdo que a maioria se recusa a conhecer, mas, pelos intermináveis parágrafos que demandariam uns cinco minutos para ler, imaginem! Quem teria tanto tempo a perder? Os mesmos que perdem partes grandes de alguns meses, acompanhando, torcendo, e votando no BBB e similares.

Os adeptos do “poder da mente”, iogues, e afins, quando decidem se entrincheiram em si mesmos, como um quelônio na carapaça, imaginando determinada cor, cenário, dizendo coisas auto motivadoras, cujo pensamento positivo ajudaria a conquistar; ora, se a cura para as angústias está dentro de cada um, quem precisaria de médico? Deus, por exemplo?

Tentar elevar-se sobre as aflições baseado na matéria prima encontrável em si mesmo, equivale a tentar levitar puxando os próprios cabelos.

Urge entendermos que somos pacientes espirituais. Jesus Cristo é O Médico dos Médicos; em Sua Palavra deixou a Receita que nos pode curar. Assim, quem quiser meditar de modo proveitoso, não o faça no vácuo; tenha conteúdo a meditação.

O venturoso cantado no Salmo Primeiro é um que, “Tem seu prazer na Lei do Senhor; na Sua Lei medita de dia e de noite.” v 2

Embora as “veredas antigas”, A Palavra Do Eterno, soe com jurássica a essa geração descolada, moderninha, somente nela as angústias da alma encontram lenitivo, em todas as idades; “Com que purificará o jovem seu caminho? Observando-o conforme Tua Palavra.” Sal 119;9

Facilmente vemos as injustiças alhures, depreciamos a violência nefasta das guerras; todavia, nada vale “combatermos” males distantes e ignorarmos os que nos habitam. Cada um de nós abriga em seu íntimo suas “guerras” particulares que podem perder a própria alma.

Mas, quem ousaria encarar a isso? “Reconhecemos um louco sempre que o vemos; nunca, quando o somos.”

Infelizmente, muito do que desfila como “Cristianismo” é mera encenação de palco; como aqueles teatrinhos da “Semana Santa”. Depois, cada um segue à sua maneira. Já gritou ao microfone suas “convicções”, encenou, cantou sobre elas; depois, no teatro da vida prossegue atuando segundo seu ímpio coração.

Enquanto esse doidivanas não reconhecer que sua resiliente má inclinação é que o angustia; pior, encomenda sua alma a angústias eternas, seguirá traindo a si mesmo, encenando ter uma luz que não possui.

O coração conhece sua angústia; precisa reconhecer que suas escolhas doentias lhe dão ocasião; senão, seguirá como certos antros cujos fachadas pintam com luzes no Natal; pretensa alusão à virtude, enquanto “trabalham”, e ganham o pão, servindo vícios.

“Todos nós nascemos loucos. Alguns permanecem.” Samuel Beckett

quinta-feira, 10 de março de 2022

Caminho de volta


“Se alguém quiser vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz, e siga-me.” Luc 9;23

Diferente dos sistemas coletivistas, onde, impõem uma ideologia, um líder, uma bandeira, palavras de ordem, o relacionamento com Deus proposto em Cristo prima pela liberdade de escolha do indivíduo; “Se alguém quiser...”

Nossos opositores chamam aos cristãos conservadores de ‘gado’; faz enorme diferença pertencer espontaneamente a um rebanho, por identidade, ou, ser coagido a fazer parte de outro, porque uma liderança nos impôs no berro, o que seria melhor para nós.

Circula nas redes uma frase atribuída a José Saramago, que o verdadeiro heroísmo seria o homem não pertencer a nenhum rebanho.

Duas objeções, inicialmente; primeira: O vero heroísmo é acidental; uma circunstância desafiadora demanda, e alguém se arrisca, mais por solicitude, que por algum anseio heroico. Assim, acontece quando e onde quer; não é algo que deva ser buscado por alguém psicologicamente sadio.

Segunda: Um herói só é visto assim diante da opinião pública. Essa, querendo ou não, é um rebanho. Dada a interatividade da vida moderna, ninguém conseguiria isolar-se totalmente; então, tal “heroísmo” acaba impossível, incoerente. Os que citam à referida frase se identificando com ela, formam o rebanho dos que não pertencem a rebanho nenhum. (??)

Deus não nos ensina enfrentarmos nossos semelhantes; antes, a nós mesmos; somos atores no teatro da vida. Cada um com seu “script” que deve interpretar oportunamente.

Não que nossos movimentos sejam “friamente calculados”, monótonos; mas, via de regra, seguem certo padrão; a esse chamamos de caráter.

São nossos “escritos interiores” que planejam ações, os pensamentos; derivam de aprendizados de valores via educação, atavismo, vivências de exemplos que, nos circunstanciam e acabam influindo nas escolhas.

Esse depósito de nossas mentes/almas, no aspecto do conteúdo, chamamos, conhecimento; na identidade moral, escala de valores; dessa derivam nossas aprovações ou reprovações.

A ruptura com O Criador trouxe a autonomia suicida; o ego; a afirmação de si mesmo, em detrimento da Vontade Divina. O primeiro passo rumo à reconciliação, naturalmente deve ser inverso ao que afastou.

O traidor disse: “Afirme a si mesmo, faça do seu jeito, liberte-se", aos que se reconhecem insuficientes, e ousam crer na Palavra do Senhor, o chamado é: “Negue a si mesmo...”

Não poderemos mudar nossas ações se continuarmos com o mesmo modo de pensar. Logo, a primeira renúncia necessária é do nosso rasteiro pensamento; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz O Senhor.” Is 55;7 e 8

O si mesmo que devo negar não será morto; antes continuará existindo e tentando me atrair às inclinações costumeiras; daí o segundo passo: “Tome sua cruz...” O si mesmo deve ser mortificado, tratado como se, morto; embora, exista e palpite ainda. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

“Siga-me”
; até onde? Ele mesmo responde: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” Apoc 2;10 “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus... que... humilhou a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2;5 e 8

Pertencer a Cristo não significa não mais pecar; a carne segue existindo, “... a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;7

Cada vez que sou tentado a algo segundo a carne, inimiga de Deus, e digo não! mortifico-a; trato-a como se estivesse morta; nego a mim mesmo, o eu natural, para que Cristo se expresse em mim, o eu regenerado, espiritual.

Não nos desafia a essa renúncia num vácuo; antes, capacita-nos a agir como Ele; “a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Rom 1;12

Muitos, por amor a Cristo fazem coisas heroicas, como perder a vida terrena e não negar Seu Nome. 

Nosso alvo não é sermos heróis; antes, salvos. Os que aprendem a conhecer O Senhor sabem quanto vale à pena. O capítulo 11 de Hebreus traz um “Rebanho” ao qual, covardes não têm ingresso.

Soa contraditório se entristecer com mortes à distância numa guerra sem sentido, quando, a única vida da qual somos mordomos se perde, e nada fazemos para que seja salva. “Escapa por tua vida!”

segunda-feira, 7 de março de 2022

A guerra


“De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?” Tg 4;1

Rússia e Ucrânia digladiam-se numa guerra de repercussão mundial; muitos opinam sobre a culpa de A, ou B; até mesmo o Presidente Bolsonaro teria culpa; ouvi de um que foi graças à sua passagem por lá que explodiu o conflito. Francamente!

Pipocam postagens mostrando que, quem morre e quem faz as guerras, não são as mesmas pessoas.

Como tenho preguiça de ter preguiça de pensar, recuso-me ao comodismo pré-fabricado do lugar comum, da clonagem travestida de consciência, na trilha fácil da colagem dos alheios ditos.

Dado o peso da opinião púbica, para todas as guerras, por mais mesquinhos que sejam os motivos, sempre haverá certo pretexto plausível, quando não, nobre.

Vaticinando a guerra de uma confederação de nações que virão do norte, (de Israel) a Bíblia também apresenta a leitura dos motivos, malgrado, eventuais pretextos “nobres.” ao líder dessa confederação avisa: “... Dirás: Subirei contra a terra das aldeias não muradas; virei contra os que estão em repouso, habitam seguros; todos eles habitam sem muro; não têm ferrolhos nem portas; a fim de tomar o despojo, arrebatar a presa; tornar tua mão contra as terras desertas que agora se acham habitadas, contra o povo que se congregou dentre as nações, o qual adquiriu gado e bens...” Ez 38;11 e 12

Pretextos, danem-se!! O motivo é a velha pilhagem das riquezas alheias. “...a fim de tomar o despojo...”

“Especialistas” pipocam de todo lado aventando motivos “culturais, estratégicos, geopolíticos”, para fazer parecer que a pirataria tem matiz diferente; outro nome mais palatável. Estou tossindo e andando, para essas “explicações” envernizadas.

O bicho é tão feio quanto parece! Vidas inocentes são coisificadas, descartadas de modo vil, pela velha sede de poder e bens.

Malgrado, a brevidade da vida, muitos portam-se como se fossem viver eternamente; semeiam violência esperando que colherão flores. Em Jó, livro escrito aproximadamente, 1700 antes de Cristo, já se denunciava isso; “Porventura não tem o homem guerra sobre a terra? E não são seus dias como os do jornaleiro?” Cap 7;1

Infelizmente, muitas guerras foram necessárias, rumo à terra prometida.

Mas, O Eterno não mandou lutar contra inocentes; antes, expôs os motivos: “Não chegarás à mulher durante a separação da sua menstruação, para descobrir sua nudez; não te deitarás com a mulher de teu próximo para cópula, para te contaminares com ela. Da tua descendência não darás nenhum para fazer passar pelo fogo perante Moloque; não profanarás o Nome do teu Deus. Eu Sou O Senhor. Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é; nem te deitarás com um animal, para te contaminares com ele; nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com ele; confusão é. Com nenhuma destas coisas vos contamineis; ‘porque com todas estas coisas se contaminaram as nações que Expulso de diante de vós. Por isso a terra está contaminada; Eu visito sua iniquidade e a terra vomita seus moradores’.” Lev 18;19 a 25

Mais que uma guerra, estritamente; tratava-se de juízo. Ainda haverá uma outra semelhante, onde o motim Global previsto no salmo segundo ousará, contra o povo do Senhor.

Claro que, das guerras ordenadas pelo Senhor também resultaram despojos! embora, nunca fosse a posse desses, o motivo primeiro; mas, mero “efeito colateral”.

O Criador diz: “Meu é todo animal da selva, o gado sobre milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes; Minhas são todas as feras do campo. Se Eu tivesse fome, não te diria; Meu é o mundo e sua plenitude.” Sal 50;10 a 12 Disse mais: “Minha é a prata, Meu é o ouro...” Ag 2;8

Não são coisas, mas valores espirituais, os motivos pelos quais, O Eterno peleja. Qualquer conselho, ensino que desafine das coisas aprovadas por Ele devem ser alvo do “bombardeio” dos que conhecem à verdade.

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Notemos que os “despojos" do pleito são o entendimento; da oposição se diz: “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da glória de Cristo...” II Cor 4;4

É triste ver inocentes morrendo; como, infelizmente, vemos todos os dias. Mas, os que acham tiranos “democratas”, descriminação das drogas, atitude desejável, aborto, um direito, não têm direito de se alarmar com violência; deveriam ter vergonha na cara, berrar suas diatribes, diante do espelho.