“Com minha alma te desejei de noite, com meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo Teus Juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Is 26;9
“Com minha alma te desejei...” Alma; sede da vontade humana. Porque Deus nos fez arbitrários, para nossa salvação carece conquistar nossas vontades, inicialmente.
Acedemos fácil ao apelo para lutar contra uma adversidade qualquer; entretanto, relutamos, quando o desafio é lutarmos contra nossas próprias inclinações interiores; “Negue a si mesmo...”
À vontade autônoma que resultou após a queda, a Palavra de Deus chama de carne; “A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7 Se, o “poder” dessa surgiu após uma rebelião, natural que continue assim, na mesma rebeldia.
Por outro lado, o espírito regenerado, tende à comunhão e submissão a Deus. Agir ainda, independente Dele, segundo a própria vontade é estar na carne; em submissão à Sua Palavra, andar em espírito. “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.” Rom 8;9
A morte espiritual é um estado de alienação de Deus, não de inexistência. O espírito do não salvo existe; mas, é um morto-vivo; incapaz de liderar decisões para as quais foi criado, vassalo da alma perversa que assumiu o trono que, pelo projeto original seria dele.
Levar uma “carga” assim sobrecarrega à alma; pois, na formatação original ela seria serviçal, não, comandante.
Assim, no que tange ao espírito, a mensagem evangélica propõe que os “mortos” ouçam; “Em verdade, em verdade vos Digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25
No aspecto das almas, sugere que descansem das suas cargas; “Vinde a mim, todos que estais cansados e oprimidos, Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de mim, que Sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;28 e 29
Portanto, desejar com a alma e buscar com o espírito como fez Isaías, só é possível para que tem vida espiritual. A alma caída segue rebelde; o espírito só pode buscar a Deus, depois de vivificado. Por isso, o primeiro dom aos que recebem O Salvador é esse: “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12
O verniz não formata um artefato, embora lhe possa dar brilho; digo, as palavras certas não bastam, quando as intenções do coração permanecem erradas.
Nada vale alguém se dizer servo de Deus, se, invés de submissão, como convém, apenas usa O Santo Nome como pretexto para buscar seus próprios desejos desorientados. O Salvador foi categórico: “Buscai primeiro o Reino de Deus, e Sua Justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33
A busca de Isaías era sadia: “Havendo os Teus Juízos na Terra, os moradores do mundo aprendem justiça.”
Quando a nossa for atinente a coisas materiais egoístas, não importa a grandeza de nossa encenação, nem a assiduidade nos “cultos de vitória” da praça, seguiremos sob o comando de uma madrasta inútil, a carne.
O testemunho mais eloquente de conversão é que todos os nossos alvos serão mudados após ela; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17
Óbvio que essa mudança não é estanque; de uma vez por todas. Demanda um processo lento, a santificação. Andarmos em espírito é aprender cada dia um pouco mais, para, aprendendo, pecarmos cada dia um pouco menos.
A alma salva continua sendo sede dos desejos, da vontade; mas, depois do bendito descanso, após ceder o comando ao espírito, submete a ele suas vontades, sabendo que as escolhas desse são sadias, não passíveis de condenação; “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Rom 8;1
Servir a Deus demanda sermos obedientes ao Espírito.
Uns cansam dessa direção; permitem que a velha carne se assente ao volante, novamente; A Palavra adverte: “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do Santo Mandamento que lhes foi dado; desse modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22
“Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, coisas que acompanham a salvação...” Heb 6;9
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