sexta-feira, 25 de março de 2022

À favor da esperança

“... Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que Eu te mostrarei.” Gn 12;1

A chamada de Abrão com um não, bem definido; “sai da tua terra...” Um sim, em aberto requerendo confiança, fé. “Terra que Eu te mostrarei.”

Após a obediência do patriarca e alguns dias de peregrinação, O Eterno cumpriu o que prometera; mostrou a terra; Canaã. “Apareceu o Senhor a Abrão, e disse: À tua descendência darei ‘esta’ terra”. V 7

A referida era habitada pelos cananeus; a entrega não foi imediata; apenas uma promessa. Daí a expressão, “Terra Prometida”. Notemos ainda que, a promessa não se referia a Abrão estritamente; antes, “à tua descendência...”

Quem presume que a fé seja uma “força” que faz acontecer as coisas aneladas, no tempo desejado, deveria aprender com o “Pai da Fé” que a mesma demanda caminhar seguro na Integridade Divina, mesmo que, as circunstâncias se atrevam a negar indícios de que, o crido será obtido. 

Não há coisas patrocinando à fé, “apenas” O Criador. “... Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Os aspectos circunstantes que poderiam encorajar ao Patriarca estavam ausentes; então, “... em esperança, creu contra a esperança, tanto que ele se tornou pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será tua descendência.” Rom 4;18

A esperança possível a ele seria viver determinado tempo, dentro do qual a promessa Divina não se cumpriria; não tinha descendência bastante para ocupar à terra; assim, coube-lhe crer “contra a esperança”; além dela, eu diria.

Ousarmos querer promessas eternas dentro de nossos espectros finitos seria o mesmo que reduzir O Eterno às nossas pífias estaturas. Ele pretende ser “um pouco” maior. “... Porventura não encho Eu os Céus e a Terra? diz o Senhor.” Jr 23;24

Não apenas Abrão, (depois mudado para Abraão) morreu sem ver se cumprirem promessas. Todos os “heróis da fé” trilharam vereda semelhante; “Todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.” Heb 11;39 e 40

O que seria essa “Coisa Melhor” reservada para nós?

O Salvador falou algo assim também; “Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não viram; e ouvir o que vós ouvis, e não ouviram.” Mat 13;17

A introdução da Epístola aos Hebreus traz esse “upgrade” da Revelação Divina; “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho...” Heb 1;1

Se, nas limitações de conhecimento de então, aqueles fizeram coisas notáveis, como reagiriam diante do Filho de Deus encarnado? Um deles chegou a tatear no escuro sobre o que se revelaria; “Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas numa roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o Seu Nome? E qual é o Nome de Seu Filho, se é que o sabes?” Prov 30;4 Agora sabemos; é Jesus Cristo.

Não que sejamos melhores que eles. Para ser honesto, somos bem piores. Todavia, privilegiados por termos nascido num tempo melhor. “Mas agora alcançou Ele (Cristo) ministério tanto mais excelente, (que os levitas) quanto é mediador de uma melhor Aliança que está confirmada em melhores promessas.” Heb 8;6

Dizem que, tempos fáceis fazem homens fracos, e homens fracos fazem tempos difíceis; as facilidades legadas à humanidade depois da vinda do Salvador nem sempre são devidamente aquilatadas. Tendemos a “reclamar de barriga cheia”.

Em relação àqueles O Senhor perguntou: “Que mais se poderia fazer à minha vinha, que Eu lhe não tenha feito?” Is 5;4 O que perguntaria sobre nós? Deu Seu Único Filho por indignos pecadores; tudo que requer em troca é que Lhe demos ouvidos; porém, parece que Ele está pedindo muito.

Muitos usam escândalos do meio religioso como “argumentos” para “descrer”; como se, não fossem exatamente essas coisas que a Bíblia diz que aconteceriam. Uma alma sadia usaria isso para, mais firmemente acreditar.

Cada um usa a máscara que quer; todavia, nenhum escapará da sina de, livremente fazer escolhas, pelas quais responderá. “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

A Palavra de Deus, após lembrar que, mesmo coisas faladas por seres criados, nos dias idos, tiveram cabal cumprimento, pergunta-nos: “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que ouviram; testificando também Deus com eles...?” Heb 2;3 e 4

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