segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Algemas da mentira

“Destruirá neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos; o véu com que todas as nações se cobrem. Aniquilará a morte para sempre...”

O Feito Majestoso do Senhor sobre um monte que aniquilou à morte não é difícil de ser entendido; trata-se de Cristo no Calvário.

Só que, além da morte, algo mais incomodava o Eterno a ponto de ter que ser destruído também. Certa “cobertura” ou máscara que todos os povos usavam.

Inúmeras são as formas das máscaras humanas. Nas bodas de Caná, onde O Senhor transformou água em vinho, os próprios comensais confessaram que o ouso de máscaras em situações assim era corrente. “... Todo o homem põe primeiro o vinho bom, quando já têm bebido bem, então o inferior...” Jo 2;10

Primeiro algo excelente, depois, com a cumplicidade do torpor pelo álcool empurravam o medíocre como se, também fosse de qualidade superior. Sutileza mascarando à avareza.

Um dos males mais combatidos nos dias de Cristo foi a hipocrisia; o que é isso, senão, a máscara das palavras e aparências piedosas para esconder a face ímpia?

A primeira máscara foi de “moita” atrás da qual o casal edênico se escondeu depois de ter desobedecido. Aqueles que, na inocência andavam nus e não se envergonhavam, agora, culpados, mesmo com aventais “ecológicos”, e escondidos estavam cobertos de medo e vergonha.

Rasgada a possibilidade do “nu artístico” pelas garras do pecado, o Próprio Senhor proveu peles de animas para que se vestissem. Desde então, a nudez, parcial ou total está “despida” de inocência.

Duas coisas resultam lógicas; o medo é derivado da desobediência; a máscara é subproduto da consciência desse erro. A Imagem e Semelhança do Criador não envergonham; o pecado, sim.

Sempre pensamos no Calvário como a Salvação de Deus enviada; assim é. Todavia, ignoramos esse viés paralelo que rasga as máscaras humanas.

Talvez nosso maior mal seja a pretensão de justiça própria, leniência para com nossos pecados, ou, mesmo, incapacidade de admiti-los. Sempre temos um se isso, se aquilo, que diminuiria ou evitaria nossas falhas; será?

Jó foi um justo no Antigo Testamento; no auge da sua prova argumentou que queria uma audiência com O Eterno, onde encheria a boca de argumentos; mas, uma vez concedido seu anseio, as coisas saíram diferentes. Tapo a boca e não falo mais, disse.

Tendemos a pensar que somos bons, só nos faltam melhores oportunidades. Nos provérbios, e outras passagens há anseios sinceros por um encontro com Deus; “Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas numa roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome? Qual é o nome de seu filho, se é que o sabes?” Prov 30;4

É como se disséssemos que queremos agradar e servir a Deus; o problema é que Ele é muito distante, abstrato; se, tivéssemos uma chance de nos aproximarmos, quiçá, de O ver; então, sim seríamos fiéis e leais a Ele. A pior de todas as máscaras é a que esconde a realidade, de si mesmo.

Deus prometera vir, não foi surpresa; “... O Senhor está para sair do seu lugar, descerá, e andará sobre as alturas da terra.” Miq 1;3

O Senhor veio. Qual a recepção que teve dos “piedosos” que O aguardavam?

Todas essas máscaras da falta de noção, do ego infame cheio de justiça própria foram rasgadas na Cruz de Cristo. Nela O Eterno nos desnudou; de certo modo disse: Ficando Eu visível, tateável, ao vosso alcance, essa foi a “adoração” com que fui recebido. O pecador perto da verdade não se sente iluminado, mas, ameaçado, exposto, nu.

Nosso anseio de conhecer à verdade normalmente voa por plagas distantes; mas, a que importa deveras, precisa desalojar às mentiras que habitam em nós.

Carecemos deixar que Cristo rasgue o véu das nossas máscaras; rompa pela Sua Palavra e Seu Espírito as algemas que nos aprisionam; “Jesus dizia... Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Nos salvos persiste a natureza carnal; então é impossível estar nu e não se envergonhar; precisamos como o primeiro casal, de uma vestimenta provida pelo Eterno; daí o ensino, “Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente e revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4;22 a 24

Revestir-se do novo homem; figura de linguagem para a mudança no ser que O Salvador opera; nossa máscara rasgada expõe nossa vergonha; mas, a vida regenerada crucifica as necessidades de dissimulações.

domingo, 29 de setembro de 2019

Papa Francisco e o Amor

“O amor é sofredor... Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;” I Cor 13;4 e 6

Frases do Papa Francisco acerca do amor têm ganhado o mundo. “Melhor ficar em casa, viver como ateu que ir à igreja e odiar e criticar o próximo.” “Quem constrói muros invés de pontes não pode se considerar um cristão.”

De minha parte não consigo ver o ateísmo como melhor do que nada; implicitamente blasfema e chama Deus de mentiroso.

A hipocrisia é condenada em toda A Palavra; bem como, negado um “salto” que nos permita amar a Deus ignorando, ou odiando aos semelhantes; “Se, alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia seu irmão, é mentiroso. Pois, quem não ama seu irmão, ao qual viu como pode amar Deus, a quem não viu?” I Jo 4;20

A questão não é o mandamento cristalino de amar; mas, qual conteúdo, conceito do que se pretende por amor.

Quanto a muros, eu os tenho e minha vizinhança também; ou cercas que fazem o mesmo papel. Ser zeloso, cuidadoso com o que nos pertence não tem nada a ver com amor ou com ódio, mas, com siso, prudência. Até o Céu tem muros e regras de imigração restritas; “A porta estreita”.

Fazer pontes no sentido de ser acessível, ou buscar acesso em relação ao diferente, que se opõe é uma atitude nobre; O Salvador indistintamente desafiava: “Vinde a mim todos... tomai Meu jugo...” Mas, aos que lhe recusavam ou se opunham e davam as costas, dizia: “Deixai-os, são condutores cegos...” O amor é também à verdade, propõe a verdade, disciplina aos amados; jamais condescende com injustiça; não é tão “amoroso” assim.

Segundo a profecia do salmo 45, o motivo de uma unção especial sobre O Campeão de Deus era uma mistura de amor e ódio devidamente direcionados; “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o Teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais que aos teus companheiros.” Sal 45;7

Talvez a palavra mais bela do nosso idioma, amor, é a mais vilipendiada, esvaziada, incompreendida. Ao mero coito carnal, vulgo sexo, chamam de “fazer amor”. Será? Imaginemos alguém que o faça com cônjuge alheio; estará mesmo amando? “O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.” Rom 13;10

Nos anos 80 Lulu Santos cantava: “Consideramos justa, toda forma de amor.” Agora que se assumiu homossexual sabemos a qual forma de amor se referia. Pois, o Papa, nessa mesma linha, em pleno voo, entrevistado sobre casamento gay disse: “Se algum que se porta assim, busca a Deus e o ama, ‘que sono io’ para julgar?”

Parece uma atitude, “inclusiva”, humilde, mas, não é. “Quem sou eu?” Disse. Os deveres do cargo o fazem representante de Deus, não? Assim, não precisa julgar nada, nem ninguém; basta apresentar o Julgamento Divino expresso na Palavra, já que “O amor folga com a verdade...”

Amar não equivale a concordar com erro; pergunte a um pai que ama seu filho se, em nome do amor concordará que ele consuma drogas?

“Já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, não desmaies quando por Ele fores repreendido; porque o Senhor corrige ao que ama, açoita qualquer que recebe por filho.” Heb 12;5 e 6


João é tido como o apóstolo do amor, dados seus ensinos e as reiteradas vezes que o amor aparece em suas breves epístolas. Foi ele que disse: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” I Jo 2;15

Nesse amor do mundo, inimigo de Deus, que o Papa tem cruzado a Terra fazendo concessões aos credos mais absurdos, contraditórios, em busca da formação da Babilônia religiosa do ecumenismo.

Com um rótulo desses, diversidade, tolerância e amor, quem ousar, como nós, os cristãos bíblicos, a requerer que o amor não seja um conceito oco, tenha conteúdo, apreço pela verdade será um desmancha-prazeres; presto colarão em nós, pechas de radicalismo, fundamentalismo, discurso de ódio.

Nossa correspondência sóbria ao Amor Divino que não sacrifica justiça nem verdade vai nos indispor com o amor do mundo; poderá custar nossas vidas ou, liberdade.

O amor que conta não é amoral; tem conteúdo; faz distinção entre lícito e pecaminoso; “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Enfim, se é vero que não posso amar a Deus sem antes amar meu semelhante, também é que, vendo-o no caminho do erro que culminará em perdição e não advertindo-o para que se salve, meu “amor” não passa de ódio covarde usando roupas roubadas.

sábado, 28 de setembro de 2019

Cheiros, Valores, Sabores

“O incenso que fareis conforme essa composição; não o fareis para vós mesmos; santo será para o Senhor. O homem que fizer tal como este para cheirar será extirpado do seu povo.” Ex 30;37 e 38
Instruções sobre a composição do incenso sagrado, misturado a mais três especiarias, de uso exclusivo; quem o fizesse para consumo particular seria morto.

Mas, diria alguém, tanta severidade por causa de um perfume? Havia mais que isso em jogo. O necessário temor ao Senhor; a perversa sugestão satânica de autonomia, “vocês mesmos saberão o bem e o mal”, não seria permitida no serviço santo.

Se alguém quisesse viver à sua maneira, como sugerira o tentador que o fizesse, noutro lugar, não no do culto, que acrescentaria à desobediência o peso da afronta, da profanação.

Noutro contexto onde cultuaram ídolos, O Senhor não os julgou imediatamente; permitiu que seguissem ainda, porém, não misturassem-no. “Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Deus; Ide, sirva cada um aos seus ídolos, pois, não me quereis ouvir; mas não profaneis mais Meu Santo Nome com vossas dádivas e vossos ídolos.” Ez 20;39

Belsazar o rei babilônio também recebeu sentença de morte, por ter misturado utensílios sagrados, exclusivos ao Templo do Senhor, com um monte de ídolos inúteis; “Te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos à tua presença os vasos da casa Dele; tu, teus senhores, mulheres, concubinas, bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está tua vida, de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” Dn 5;23

Fizeram uma orgia entre deuses falsos, e usaram os vasos do Senhor para encher a cara. Foi a última.

Todavia, outra pergunta poderia surgir: Qual o problema de nós “sabermos” o bem e o mal? A necessidade de colocar o verbo saber, entre aspas, de certa forma já responde.

O Salvador exortou Seus ouvintes a não julgarem segundo as aparências, mas, segundo a reta justiça. Eis uma coisa que não sabemos fazer!

A nosso apreço não deriva do senso de justiça, mas das sensações de prazer ou vantagem. Ao agradável tendemos a chamar de bem, mesmo que nos mate; e ao espiritualmente sadio evitamos como um mal, mesmo regenerando.

Aí, a filosófica inversão de valores acaba sendo o caminho natural dos que resistem obedecer ao Santo; “Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce, do doce amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5;20 e 21

O resumo da ópera é que estamos no meio de uma peleja milenar, entre verdade e mentira, justiça e injustiça, vida e morte, Deus e o Diabo. Ambos sabem da nossa situação walking dead, mortos em delitos e pecados.

O Eterno enviou Seu Filho e nos chama a Ele para que, pelos Seus Méritos e Ensinos sejamos salvos; o traidor que nos prefere mortinhos da silva, tudo faz para nos agradar, nada para nos corrigir.

No Reino de Deus os mais valiosos são os que renunciam a si mesmos e dão suas vidas para salvação de outros; no reino desse mundo, do inimigo, os mais bem pagos, portanto, os mais valiosos, são os artistas do circo que distraem nossas mortes com suas artes, para que, drogados por elas nem percebamos nossa sede de Deus e carência de salvação.

Salários astronômicos são pagos a jogadores de futebol, cantores, atores, pilotos, lutadores... Nenhum deles nos faz um bem, real; apenas servem doses diárias das suas drogas psíquicas que disfarçam as angústias de nossas mortes, e a “vida” segue.

Quando, no Velho Testamento alguém arrependido pedia perdão e oferecia o devido sacrifício em holocausto, a narrativa diz que tal oferta subia em “cheiro suave perante ao Senhor.” Claro que não se refere ao cheiro de carne queimada, mas, é uma figura de linguagem da aceitação Divina; o agrado ao ser cultuado e devidamente temido.

Depois do Calvário já não há mais perfume aceitável ao Eterno, senão, Cristo; “Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes, certamente cheiro de morte para morte; mas, para aqueles, cheiro de vida...” II Cor 2;15 e 16

O Capiroto conta piadas para mortos; Deus adverte-os da morte; chama-os à vida. “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens; os vivos aplicam ao seu coração.” Ecl 7;2

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

É Lógico

“Como poderia ser que um só perseguisse mil; dois fizessem fugir dez mil, se Sua Rocha os não vendera, O Senhor os não entregara?”

O Senhor usara nações pagãs para punir seu povo pela idolatria; “A zelos me provocaram com aquilo que não é Deus; com suas vaidades me provocaram à ira: portanto os provocarei a zelos com o que não é povo; com nação louca os despertarei à ira.” V 21

Porém, a punição dos “Seus” idólatras poderia dar azo a que as nações usadas para isso elevassem seus ídolos, sobre O Deus Vivo. “Porque são gente falta de conselhos, neles não há entendimento.” V 28


No devido tempo também seriam punidos; “Então dirá: Onde estão os seus deuses? A rocha em quem confiavam.” V 37

O Eterno desejou que fizessem um exercício de lógica; Se um povo que saíra de sob o jugo de Faraó, graças ao Poder do Seu Deus, agora estava tão fragilizado assim, devia ser por estar em falta com O Senhor, não porque o deus deles valesse alguma coisa. “Quem dera entendessem isso...”

Normalmente costumamos associar lógica como um produto da filosofia grega; todavia, cheia está A Palavra de exemplos que demandam sua presença; “Por seus frutos os conhecereis. (os profetas) Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos e a árvore má produz frutos maus.” At 7;16 e 17

O que é isso, senão, um exercício de lógica elementar que até o homem simples pode entender? “Do que o coração está cheio, disso a boca fala;” ou, “Onde estiver vosso coração, aí estará vosso tesouro.” Frutos do mesmo baraço; a lógica como ciência facilitadora da compreensão da vida.

Porém, é preciso algum elo com a realidade para que a lógica faça sentido; melhor; seja necessária. Vivemos tempos turbulentos; narrativas (mentiras) ocupam espaço em detrimento da realidade; versões sobrepujam fatos. Aí, nessa insana arena da pós verdade, sentimentos, emoções, substituem ao cérebro e seus subprodutos, como a lógica.

A humanidade já foi pensada por Demócrito, Sócrates, Aristóteles, Kant, Ruy Barbosa e tantos outros do mesmo calibre; agora chegou ao “ápice”; é “guiada” por Greta Thunberg, Filipe Neto... Parece que o cérebro humano caiu em algum lugar, e o vácuo foi preenchido com estrume...

Mesmo gente de cabelos brancos ou quem já os perdeu, quando viciada em paixões também atira a lógica e a verdade no lixo; cambia a compreensão factual pela predileção doentia por comodismo, idolatria por homens, instituições...

Centenas de vezes deparei com vídeos/textos, que, rotulam aos protestantes, como hereges. De católicos, claro!

Ora, a origem disso foram as teses de Lutero onde apresentava um vasto enumerado de proposições, todas alinhadas à Palavra de Deus; era padre, não oposição.

Por que Fez isso? Porque a religião tornara-se uma instituição afastada da Palavra e enchera-se de superstições, umas menos graves, outras ao ponto de vender perdão, salvação.

Se, ousou confrontar ao Papa por amor à coerência Bíblica mesmo arriscando a vida, fazendo um exercício de lógica simples, seguiu ao conselho do “primeiro papa”; “Respondendo, porém, Pedro e João disseram: Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós que a Deus;” Atos 4;19

Não significa que todo o que se diz protestante é coerente com as Escrituras, nem, que tudo no catolicismo está errado; mas, a bem da verdade, a origem da separação se deu entre os que decidiram obedecer ao homem em apego a uma instituição, e os que preferiram arriscar a perder suas vidas, muitos perderam, mas, não agir em desacordo com A Palavra.

Com o tempo a coisa piorou, pois, segundo a própria lógica em apreço, a planta tende a crescer conforme raízes. Então vieram os dogmas, as tradições as “Aparições de Nossa Senhora” e seus “segredos”; Natural que quem teve as comichões humanas como mais válidas que a Palavra tendesse para isso.

“Quem dera fossem sábios e entendessem...” A besta com dois chifres semelhantes ao Cordeiro que fala como o Dragão; chifres na simbologia Bíblica significam poder; o sinete papal tem duas chaves, a do poder terreno e do celestial. Semelhante ao Cordeiro que disse: “É me dado todo poder nos Céus e na Terra.”

Ainda, o Parlatório em forma de serpente, “cantos gregorianos” louvando lúcifer; um milhão de imagens pintadas, esculpidas...

Seu Líder beija pés de muçulmanos que matam cristãos; recebe souvenirs comunistas; viaja pela Terra promovendo Ecumenismo; a Igreja mundial sem Deus. Nada mais lógico! O Salvador ensinou: “Do mundo são, por isso falam e o mundo os ouve.

Lendo isso se irritarão; lógico! “Como podeis vós crer, recebendo honra uns dos outros, não buscando a honra que vem só de Deus?” Jo 5;44

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

A Bíblia e o Globalismo

“Da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs. Porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis da terra em todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso.” Apoc 16;13 e 14

Aqueles que advogam a origem Divina da Bíblia usam entre outros argumentos, o fato dela ter sido escrita em três idiomas, por 40 autores, num período aproximado de 1600 anos, e mesmo assim, formar um todo, coerente e harmônico; façanha que demanda a existência de um Coordenador, uma origem comum dos escritos.

Pois, observado a cumplicidade coletiva dos reis da Terra, com duas ou três exceções, a pressa irrestrita do amontoado disforme das religiões, o dito ecumenismo, e a nova “descoberta” global de um pretexto para a unificação da Terra, também salta aos olhos certo planejamento comum, uma inteligência por detrás desses tentáculos trabalhando em três frentes com o mesmo fim. Serão os três espíritos aqueles?

Se observarmos os versos supra temos a descrição da Nova Ordem Mundial, a “Congregação dos reis da Terra”; de lambuja, o propósito do balaio de gatos planetário; unirem-se para batalhar contra Deus. Os três espíritos saídos do mesmo buraco comandariam as três frentes; a política, a religiosa, e a eco-xiita, que se sobrepõe às duas esferas anteriores.

Daí a “sequência lógica” das queimadas Amazônicas, as greves de jovens capitaneadas pela adolescente Greta, e agora a cereja da torta: O Sínodo da Amazônia em Roma, mostrando a preocupação religiosa, com a “mãe Terra” ou, a casa comum. Um dos três espíritos ordenados a trabalhar nessa área está dando duro. Seu trabalho vai muito bem.

O Globalismo não procede de Deus, por dois motivos simples. Um: Quem o propõe e advoga não mostra nenhuma consideração pelo Eterno nem, Sua Palavra; aliás, ter O Bolsonaro citado a Bíblia na ONU soou inédito, se alguém se lembra de outra vez que isso aconteceu, me ajude. Logo, se, no palco central das decisões globais Deus não participa, tampouco, as decisões oriundas de lá têm Seu aval;

Dois: O Salvador ensinou que Seu Reino não é deste mundo; Seu sacrifício é para a salvação de almas, não de sistemas políticos, ou, do planeta; Os males da Terra pela ótica celeste derivam do pecado, não da poluição; “A terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra. Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado estatutos, e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a Terra...” Is 24;4 a 6

Enquanto idiotas úteis do dragão vociferam contra o progresso tecnológico e a poluição resultante, amarram-se em árvores em protesto, fazem orações às plantas, rios e à Terra pedindo perdão pela poluição do planeta, os servos de Deus apresentam Sua Palavra; advertem do juízo iminente; ensinam que a sujeira que deve ser removida é o pecado, cada um em particular, caso deseje a salvação, nada à força; e que o meio de se lavar é no Sangue do Cordeiro.

“Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à Árvore da Vida, e possam entrar na cidade pelas portas.” Apoc 22;14


Esses dias foram figurados como, “O Vale da decisão”; concomitante com o globalismo a fim de pelejar contra o povo eleito; “Congregarei todas as nações, as farei descer ao vale de Jeosafá; ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo, da minha herança, Israel, a quem elas espalharam entre as nações e repartiram a Minha Terra... Multidões, multidões no vale da decisão; porque o dia do Senhor está perto, no vale da decisão.” Joel 3;2 e 14

O Senhor não mendiga atenção, aceitação; apenas exorta que saiamos de cima do muro na reta final; que deixemos patente a nossa escolha; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

Enfim, o globalismo, não pela forma, mas, pelo propósito não passa dum Motim contra O Supremo Comandante; O Todo Poderoso e Seu Ungido.

“Por que se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, os governos consultam juntamente contra o Senhor, contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos suas ataduras, e sacudamos de nós suas cordas.” Sal 2;1 a 3


Somos avisados de antemão que seus esforços, por libertários e desejáveis que pareçam, ante incautos, não passam de coisa vãs. Olhemos por um momento, pois, da perspectiva celeste, e segundo ela, façamos a boa escolha.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

O Anzol do Direito

“Por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado.” Mat 12;37
Há um dito que o direito do anzol é torto. Isso porque certas lógicas destoam das normas gerais e possuem uma essência particular, própria.

“Dos ímpios procede a impiedade;” como dissera Davi; ou, das árvores más os maus frutos. Essas torturas são “direitas”, no sentido lógico, não, moral. Isto é; as coisas que se deve esperar dessas fontes pelas suas naturezas, não pelos nossos valores ou apreços.

Houve um tempo em que, certos “anzóis” acusaram à retidão de torta, por ser diferente deles. “Diz a casa de Israel: O caminho do Senhor não é direito. Porventura não são direitos os meus caminhos, ó casa de Israel? Não são tortuosos os vossos caminhos? Portanto, vos julgarei, cada um conforme seus caminhos...” Ez 18;29 e 30

Conhecendo nossa natureza miserável, mutante, “se hoje sou estrela amanhã já se apagou” como cantou Raul Seixas, com nossas próprias palavras, estabelecemos limites que, logo esquecemos. Assim, O Eterno Juiz não precisa de Leis excessivamente restritivas ou severas. Basta julgar a cada um segundo o direito que estabelecer com seus próprios lábios; o anzol do “direito estabelecido” o fisgará.

Uma olhadela no hospício social vigente e veremos uma fartura desses fisgados pelos próprios anzóis que zelosos fabricam.

As feministas abortistas evocam aos “direitos humanos” dizendo que cada um pode fazer o que quiser do seu corpo, para legitimarem o aborto; assim, quem pode impedir o feto de fazer o seu corpo vir à luz vivo, se, nunca se manifestou fazendo entender que desejasse algo diverso disso, e era o seu caminho natural? “Julgarei a cada um segundo os seus caminhos...”

Mais; a família com o teor heterossexual, monogâmico, com papeis definidos, dizem os modernistas, não é uma instituição Divina; apenas um “constructo social”, uma imposição da burguesia opressora; pleiteiam novos modelos homo, poli, incestuoso, bissexual, trans, pedófilo; em alguns lugares mais “avançados” até zoofilia tem amparo.

Mas, se uma construção social é algo mau, por que querem destruir a existente e construir outras no lugar à força de leis, portanto, com o apoio social? Paulo ensina: “Se torno a edificar aquilo que destruí, constituo a mim mesmo transgressor.” Gál 2;18

Os defensores da diversidade sexual dizem que cada um em particular pode fazer o que quiser em termos de sexualidade sem interferências de, terceiros. Ok.

Contudo o (a) jogador (a) de Vôlei, trans chamada Tiffany gerou muitos debates, pois, tendo nascido homem, com a compleição física e força masculinas conseguiu permissão do COI para jogar entre as mulheres.

Se, não há diferença, por que existem ligas distintas, feminina e masculina? Se existe, por que a imposição de uma desigualdade biológica em âmbito social, a pretexto de direito individual? Seu direito individual atina ao que ela (e) faz com seu sexo, não com seu jogo, que fere o direito individual das mulheres de competir em equilíbrio. Assim, pelejando por igualdade se impõe a diferença?

Os anti-racismo não fazem melhor. Com o discurso esfarrapado de combater o racismo, cobrando uma “dívida social histórica”, impõem o estabelecimento de cotas vantajosas a alguns, cujo critério usado para combater o racismo é a raça. (??) Se, aos seus olhos o racismo é uma coisa má, por que usam a raça como critério para levar vantagens? “Vos julgarei segundo os vossos caminhos”.

Mas, diria um mais atento; não está escrito que o juízo será segundo as Palavras de Jesus? Está. “Quem rejeitar a mim, e não receber minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado; essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48 “Portanto, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-lho também, porque esta é a lei...” Mat 7;12 Foi Ele que disse isto. Se, os “anzóis” fisgam segundo nossos juízos de valor, também segundo nossas ações; a Isonomia Divina.

De um adversário O Senhor disse que seria arrastado com anzóis para uma peleja que seria seu juízo; “Te farei voltar, e porei anzóis nos teus queixos e te levarei com teu exército...” Ez 38;4

Ainda O Eterno envia muitos “pescadores de almas” para convencer pecadores a deixar seus conceitos pela Palavra da Vida. “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 5;7 e 8

Quem fizer essa troca não mais confundirá o direito com o torto; “Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos.” Sal 19;8



Os milagres e a vida

“Então Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não crereis.” Jo 4;48

Muitos que viveram nos dias do Salvador mesmo vendo sinais e milagres extraordinários não creram; pior; entregaram O Senhor à morte, temendo mais indispor-se com o Sinédrio que os instigava a gritar: Crucifica-o! ou, com os romanos; noutras palavras, temeram mais aos homens que a Deus.

Embora um milagre tenha esse efeito colateral de despertar a fé em alguns, em muitos casos, a má índole está entranhada de modo tal, que milagre nenhum consegue desentocá-la.

Como dissera Platão: “Trágico não é as crianças temerem o escuro; a real tragédia é os adultos terem medo da luz.”


A verdadeira fé repousa sobre a Palavra, não necessita de milagres. Se, a mesma ensina que tudo o que há foi criado pelo Eterno, então, a fé pode fartar-se de milagres apenas abrindo os olhos; “Os céus declaram a Glória de Deus, o firmamento anuncia a obra das Suas Mãos. Um dia faz declaração a outro, uma noite mostra sabedoria a outra. Não há linguagem nem fala onde não se ouça sua voz. A sua linha se estende por toda terra, suas palavras até ao fim do mundo...”

Charles Spurgeon comentando isso disse algo que convém lembrar; depois de elencar as obras maravilhosas do Criador luzindo diuturnamente nos céus afirmou: “Se, alguém contemplando isso tudo, ainda se apresenta como ateu, juntamente se declara imbecil e mentiroso.” A coisa é de uma evidência tal, que o sujeito precisaria mentir para si mesmo traindo seus olhos e consciência para negar.

Paulo ampliou: “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;19 e 20

Resumindo: Para quem crê O Senhor não precisa provar nada; para quem duvida, mesmo falando de modo audível desde os Céus não bastará. “Pai, glorifica Teu Nome. Então veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei. Ora, a multidão que ali estava, e que ouvira, dizia que havia sido um trovão. Outros diziam: Um anjo lhe falou.” Jo 12;28 e 29

O Eterno acabara de falar dos Céus, a Voz foi ouvida, tanto que, registrada; mas, uns disseram: Não foi Deus, foi um anjo; outros, nem tanto; foi apenas um trovão. Não importa se o céu está azul; a tempestade da incredulidade sempre dará um jeito de produzir seus trovões.

Não significa que não creiamos em milagres, nem que não oremos por eles; os vivenciamos já; apenas, que nossa fé não se estriba sobre eles, antes, sobre O Senhor e Sua Palavra mesmo que não vejamos mais nenhum deles. Ademais, as mudanças operadas dentro de nós depois que cremos são milagres mais eloquentes que eventuais portentos que apelem às nossas ludibriáveis vistas.

Milagres ostensivos podem ser falsos, “prodígios da mentira”, ou, de origem maligna, como o “fogo de Deus” que queimou aos rebanhos de Jó.

Embora O Senhor tenha zelo pelos Seus e os abençoe ainda nesta vida, os verdadeiros fiéis se manterão assim, pelo relacionamento vivido; quando pedem por um milagre para si, ou, para outrem mais necessitado, não o fazem para crer, como se, o relacionamento com O Santo demandasse alguma “prova de amor” mais, depois do Calvário. Pedem por conhecer ao poder e amor do Pai, todavia, aceitam submissos, se ao Altíssimo parecer bem não atender ao que 
pediram. “Seja feito como Tu queres, não como eu quero.”

Fé não é cartão de crédito com saldo infindo, nem Deus um caixa eletrônico; antes, uma confiança inabalável, que, vendo o invisível permite a falência da “conta” terrena, se Deus assim permitir, sabendo que Cristo pagou já o que era necessário e garantiu-nos um depósito eterno.

Milagres fazem parte relacionamento com Deus por causa do Seu Ser e Seu Amor; mas, não são o preço. Até porque, se tivesse um custo para nós não o poderíamos pagar. “Deus prova Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Satanás não fez milagre para separar ao primeiro casal de Deus; bastou torcer à Sua Palavra; Cristo veio para desfazer isso: “Todo o vale será exaltado, todo o monte e todo o outeiro será abatido; o que é torcido se endireitará e o que é áspero se aplainará.” Is 40;4

Quem quer ver o milagre da vida, pois, abandone aos contorcionismos malignos que fogem da luz e deixe-se moldar pela Palavra. Quem um dia moldou o barro, agora quer regenerar ao espírito.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Você tem zelo de quê?

“... Não nos faças ouvir tua voz, para que porventura homens de ânimo mau não se lancem sobre vós, e tu percas a tua vida, e dos da tua casa.” Jz 18;25

Mica e a tribo de Dã disputando a posse dum deus (?) na verdade, uma reles escultura que aquele tinha e esses tomaram à força. Os da referida tribo estavam dispostos a matar para manutenção da posse do dito artefato. Restou a Mica resignar-se com a perda para não perder também a vida.

O zelo sem entendimento que referiu Paulo em suas epístolas. Quem se coloca extremamente cioso, zeloso do que é irrelevante, normalmente se porta um de modo relapso para com o que é vital. Conheci muitos chatos, ciosos das coisas periféricas, usos, costumes; e, completamente alienados do zelo necessário para com a sã Doutrina.

Põem vidro no cofre e espalham diamantes ao sol.

Porém há casos piores; há entendimento do que está em jogo e jogam sujo; como certo sindicato de artesãos que fez arruaças “religiosas” porque, Paulo atrapalhava o negócio deles. “Certo ourives da prata, por nome Demétrio, que fazia de prata nichos de Diana, dava não pouco lucro aos artífices, aos quais, havendo-os ajuntado com os oficiais de obras semelhantes, disse: Senhores; sabeis que deste ofício temos nossa prosperidade; bem vedes e ouvis que não só em Éfeso, mas até quase em toda Ásia, este Paulo tem convencido e afastado grande multidão, dizendo que não são deuses os que se fazem com as mãos.” Atos 19;24 a 26

Havia acordo tácito que era apenas dinheiro o alvo, mas, para efeito de manipulação usaram o bom e velho zelo religioso; “Ouvindo-o, encheram-se de ira, e clamaram, dizendo: Grande é a Diana dos efésios.” V 28

Não fora esse mesmo zelo cego que a cretina Jezabel usara para, acusar Nabote de blasfêmia depois de subornar testemunhas para que confirmassem isso, e o infeliz fosse morto; sua herança roubada pela megera rainha?

Zelo em si não quer dizer nada. Circulam pela “nuvem” muitos agarrados em dogmas, ou placas denominacionais que parecem, como a tribo de Dã, estar dispostos a matar por seus apegos doentios; invés de apreço pela verdade que liberta mostram apenas os derivados deprimentes de seus entendimentos obtusos e fanatismo engajado.

Postam vídeos onde um líder responde à objeção de outro, e invés de cotejar a posição de fulano e a de ciclano, ambas com a Verdade revelada na Palavra, portam-se como torcedores do melhor sofista e ainda realçam seu aplauso de torcedores ignorantes com expressões, tipo: “Lacrou! Humilhou!”

Nas antigas disputas de Sócrates com os retóricos sofistas, entre outras coisas disse que desprezava à “arte” deles, pois, pelo manuseio hábil das palavras faziam parecer que entendiam sobre o que ignoravam; ainda podiam gerar crença sem ciência. Simplificando; faziam as pessoas acreditar sem entender.

Nunca foi esse o propósito do Salvador; antes, desafiou Seus ouvintes à prática da Palavra como iniciação ao discipulado; a permanência como meio de conhecer à verdade que liberta. “Jesus dizia... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Ouvir com preguiça, aplaudir a quem “lacra” invés, de “meditar dia e noite na Lei do Senhor” dá menos trabalho; pode engendrar certo prazer rasteiro até, porém atrofia o espírito onde deveria haver crescimento.

“Do qual (de Cristo) muito temos que dizer de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento.” Heb 5;11 e 12


O que torna difícil a interpretação é a negligência, preguiça, dos ouvintes ou, leitores da Palavra. Têm muitas palmas guardadas para seus “lacradores” favoritos dos quais são torcedores, e nenhum neurônio voluntário disposto a conhecer melhor ao Senhor meditando na Sua Palavra.

Inevitável a figura de Belsazar: Cheio de louvores às futilidades e alienado do que é vital. “... destes louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” Dn 5;23


Dois atrativos têm os ídolos. Comodismo e cumplicidade.

Sendo à imagem e semelhança de quem os faz são rasos, não demandam meditação, entendimento; não tendo uma lei a seguir, “abençoam” quaisquer caminhos que os devotos escolherem.

Porém, “Eu sou o Senhor; este é o Meu Nome; Minha glória, pois, a outrem não darei, nem o Meu louvor às imagens de escultura.” Is 42;
8

domingo, 22 de setembro de 2019

A Ampla Unidade do Espírito

“Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” Ef 4;3
Embora, O Espírito Santo seja Um, Sua manifestação é diversa conforme lhe apraz. “A graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” Ef 4;7 “A manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” I Cor 12;7

Se, a unidade do Espírito carece de um vínculo, uma ligação, óbvio que essa se manifesta em ambientes e pessoas diversas. Por conhecerem ao Espírito e com Ele andarem, O reconhecem mesmo que se manifeste alhures, com nuances culturais ou rituais, diferentes, até. Desde que as questões vitais não sejam afetadas.

A unidade do Espírito não tem nada com união horizontal, humana; mesmo estando separados, geográfica, ritual, ou culturalmente diversos grupos podem fazer parte dessa unidade, bem como, estando reunidos por laços estranhos ao Espírito, ainda serem diversos, malgrado, habitando os mesmos ambientes. A Unidade é do Espírito, não dos homens.

No dia de Pentecostes O Espírito fez povos de nacionalidades diferentes falarem todos, a mesma língua; ainda unifica aos diferentes, mediante o vínculo comum da conversão, que enseja paz entre eles, dada essa igualdade. Os que apresentam as inúmeras denominações cristãs como barreiras à conversão ainda não entenderam nada.

Que deprimentes os testemunhos que pipocam na Internet dos que finalmente acharam a “Igreja verdadeira” migrando daquela para essa, ou vice-versa. Não importa se o testemunhante é padre, pastor, bispo, ou o que for. Se sua convicção repousa nos frágeis arranjos humanos invés de na Paz do Espírito, ainda é menino. “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11

A Palavra não condiciona a salvação a frequentar determinado grupo; a iniciação se dá pela fé, e a admissão pelo Eterno é testificada pelo Espírito Santo; “Em quem também vós estais, (Cristo) depois que ouvistes a Palavra da verdade, o Evangelho da vossa salvação; tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa.” Ef 1;13

Esse testemunho, primeiramente interior derivado da habitação do Espírito Santo nos salvos, capacita-os um novo modo de vida, cujas escolhas, agora, segundo Deus convertem-se num testemunho visível de salvação. “... o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19 A definição de quem pertence ao Senhor, e quem não, vem Dele. “O Senhor conhece os que são Seus...”


O agir do salvo disso testifica, o falar também; até suas palavras são registradas num memorial celeste, como ensina A Palavra: “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; o Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram o Senhor; para os que se lembraram do Seu Nome. Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim jóias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve.” Ml 3;16 e 17

Claro que ninguém será salvo pelo que fala ao próximo; mas, por ter sido salvo pelo Sangue de Jesus, e sendo habitado pelo Espírito Santo, o que faz e fala, deixam de ser coisas sem valor, sem sentido, como antes. “Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais ...” Rom 6;21 Se, o salvo envergonha-se dos descaminhos pretéritos, por certo mudou seu modo de caminhar.

Todavia, pelos padrões em voga entre os meninos a exortação seria outra: Invés de aparte-se da iniquidade, “Qualquer que pretende ser salvo congregue na denominação tal” diriam. Francamente!

A exortação é para guardar a unidade do Espírito, não para formar. Todos os convertidos em qualquer país, ou denominação foram gerados pelo Espírito o que não demanda que se receba um determinado ritual congregacional, antes que se receba a Cristo. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

As seitas são donas da verdade; fora das suas “visões” todos se perdem. O testemunho visível dos que andam na luz e possuem o mesmo Espírito é comunhão, não sentimento faccioso; “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros...” I Jo 1;7

Apego denominacional não é comunhão de Espírito, é predileção humana. “Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais?” I Cor 3;3

Partidarismos, facções são obras da carne. A unidade do Espírito é de outra Fonte; “Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?” Gál 3;3


sexta-feira, 20 de setembro de 2019

O Sínodo de Tróia

“Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem... Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, do sangue, da carne sufocada e da prostituição, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes...” Atos 15;19, 28 e 29

A questão era a judaização dos novos convertidos, dado que, alguns que atuavam entre eles estavam requerendo a circuncisão e outras coisas inerentes à Lei mosaica.
Reunidos os apóstolos entenderam que o testemunho dos salvos procedia do Próprio Deus; “Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós; não fez diferença alguma entre eles (gentios) e nós, (judeus) purificando os seus corações pela fé.” Vs 8 e 9

Assim, se por um lado a conversão de povos distantes de culturas diversas não deve sofrer uma imposição colonialista por parte daqueles que os levam à conversão; tampouco, a pregação deve ser tão contextualizada a ponto de condescender com práticas erradas para não serem invasivos.

Se, tais povos serão desafiados à purificação dos corações pela fé, no mínimo duas “invasões” são necessárias: A doutrina que mostra a impureza dos seus corações, e a apresentação do “método” Divino para isso, que, por certo destoará das concepções locais, da cosmovisão de um povo alienado do Senhor.

Uma coisa que tem ensejado inconformidade de muitos católicos são as proposições constantes no instrumento de trabalho do Sínodo da Amazônia, que acenam em reconhecer como válidas as percepções espirituais autóctones, para “respeitar à cultura” e não ser invasivos.

Ora, o que os mais ingênuos não perceberam ainda e que esse arranjo não visa o bem estar das culturas locais; o alvo é mais amplo que aquilo; a Amazônia estritamente observada não tem essa relevância toda ao ponto de ensejar uma reunião desse calibre em Roma. Não pelos habitantes, digo.

A “Amazônia Legal” segundo fontes do Governo tem 25 milhões de habitantes; desses, 208 mil apenas são indígenas. 8 %

Dentre os “civilizados” segundo fontes católicas, 80 % já professam a fé pentecostal. Ora, quem dá testemunho acerca da salvação ou não, segundo A Bíblia é O Próprio Deus enviando Seu Espírito Santo, não depende do aval da igreja A, ou B. “Quem não é contra nós é por nós”, ensinou O Salvador. E os evangélicos não são contra Cristo. Apenas discordam de alguns dogmas católicos ausentes na Palavra de Deus, no que fazem muito bem.

Então, indo ao fundo do balaio, de 208 mil aborígenes, falta alcançar 20 %; ou seja: 41.600 pessoas. Isso justificaria ao rebu todo que está sendo feito, com uma pauta imensa que inclui fim do celibato, (que é visão católica, não Bíblica; Pedro era casado, aliás) ordenação de mulheres, reconhecimento como válida a religião animista tribal, alteração nos elementos da Eucaristia, etc. Isso tudo pelo bem de 41.600 pessoas apenas?

Outro dia o Papa Francisco fez acordos com o Partido Comunista Chinês, dando àquele a ingerência sobre a escolha de bispos no país e prejudicando cem vezes mais católicos do que os índios não alcançados da Amazônia. Não seria o caso de um sínodo global sobre a liberdade de crença??

O comunismo se infiltrou no catolicismo há muito; só agora os sinceros se sentem traídos; a grana arrecadada na Campanha da Fraternidade vai para patrocinar organizações abortistas, gayzistas, feministas etc. Vociferam esperneiam e tentam reclamar para a CNBB infestada de comunistas. Vão reclamar ao Papa? “Ele é um dos nossos” disse Leonardo Boff.

Acontece entre os católicos sinceros como em nosso país; enchemos o Congresso de corruptos que por sua vez encheram ao STF. As decisões das duas instituições exasperam aos cidadãos de bem, que, acabam esperneando impotentes.

Do mesmo modo os católicos com a força dominante avessa. Esbravejam impotentes, ameaçados de excomunhão. O mal está feito. “... eis que vi as lágrimas dos que foram oprimidos que não têm consolador; a força estava do lado dos opressores; eles não tinham consolador.” Ecl 4;1

Incêndios por encomenda e o famigerado sínodo são obra de ONGs globalistas comunistas; ninguém os vai parar. Não estão nem aí para os povos nativos; trocarão ricos minérios por espelhos quando muito.

Esse circo é só uma cortina de fumaça, encenação; o que está por trás é o implemento da mega igreja ecumênica, e da Nova Ordem Mundial sob a batuta do príncipe do mundo.

O lado bom das heresias é a possibilidade de manifestação dos sinceros. Esses cheios de dedos para “não serem invasivos” quando tiverem poder global matarão quem não lhes obedecer. “Quem tem ouvidos ouça o que O Espírito diz...”

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Pedras no Caminho

“Quando um homem for achado deitado com mulher que tenha marido, então, ambos morrerão...” Deut 22;22
O “Endereço” do verso que apregoava pena de morte para o adultério não poderia ter mais números dois, que esse; Deuteronômio 22;22.

Não sei se é coincidência, pois a divisão da Bíblia em capítulos e versículos numerados foi criada por Stephen Langton, clérigo inglês no início do século 13 apenas. Quem sabe O Eterno dirigiu a isso também!

Enfim, adultérios demandavam punição exemplar.

Todavia, no episódio de João 8 conhecido como da mulher adúltera, o homem co-partícipe número dois sumiu misteriosamente; levaram ao Senhor a mulher apenas.

Segundo diz a reportagem O Salvador se inclinou e escrevia com o dedo na terra. A pressa de fugir, dos desafiados a, estando sem pecados executarem a sentença, foi maior que a curiosidade de ler o que O Salvador escrevera. Ficamos sem a informação.

É possível que se tratasse desse texto que sentenciava ambos os adúlteros à morte. Se, algum sem noção se pretendesse sem pecados estaria cometendo dois ao mesmo tempo; mentira e parcialidade.

Noutra ocasião O Senhor os censurou: “Errais não conhecendo as Escrituras...” Ele certamente as conhecia. Pois, mesmo estando em rolos, sem capítulos e versículos como hoje, quando instado a ler na sinagoga achou o texto que queria de Isaías 61, o qual, queria expor como cumprido Nele; coisa de quem conhecia bem o que estava escrito.

Se, quisesse aplicar a pena da Lei segundo seus rigores bastaria demandar também pela presença do homem antes da execução.

Ao desafiar seus ouvintes a um exame de consciência já começava a pincelar nuances da Sua Lei; o Novo Testamento que traria uma purificação na consciência, não apenas ritual e externamente. “Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos santifica-os, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Heb 9;13 e 14

A Lei dos Dez Mandamentos não era pra salvar, mas deixar patente a pecaminosidade humana e consequente necessidade do Salvador; “Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei.” Rom 5;13 “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo...” Gál 3;24

Era uma lâmpada evidenciando a sujeira; “Porque o mandamento é lâmpada, e a lei é luz; as repreensões da correção são o caminho da vida.” Prov 6;23
Diverso do que pensavam o “sabão” tinha que ser mais intenso que o sangue de animais. O exame que tocava fundo em consciências era o desafio que fazia Cristo “insuportável” aos pecadores. “Quem suportará o dia da sua vinda? Quem subsistirá, quando Ele aparecer? Porque será como o fogo do ourives, como o sabão dos lavandeiros.” Mal 3;2

Enfim, a Lei foi como uma placa avisando: “Cuidado, caminho sem saída, abismo”. A Graça em Cristo, uma ponte Onde a humana caminhada tinha se revelado impossível. “Eu Sou O Caminho... entrai pela porta estreita...

Desde então, já não podemos mais silenciar nossos pecados atirando pedras nos alheios; nossos muitos defeitos trazidos à luz pela Luz Divina deixam patente nossa falência e inépcia, de modo que só poderemos ser salvos pelos méritos alheios; De Cristo. Invés de pedras para as falhas alheias precisamos de uma cruz para tratar das nossas.

“Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.” Rom 5;17 e 18

O príncipe desse mundo tem abolido, tanto quanto pode, aos indivíduos amalgamando-os na impessoalidade da massa. Invés do “Cada um dará conta de si mesmo a Deus” Rom 14;12, eivado está o planeta de justificativas fajutas, drogas que maquiam aos culpados em “vítimas da sociedade, dos novos tempos, do sistema, da exclusão econômica...”

Perante Deus essas máscaras não valem nada. Cada um terá que julgar a si mesmo antes de pensar nos ciscos dos olhos alheios.

O Senhor não toma nossas pedras; segue escrevendo; só que agora Sua Escrita pode ser lida.

E o ensino mais eloquente nesse caso, é que seremos julgados com a mesma medida que julgarmos.

Há um adágio que figura problemas como pedras no caminho. Pois, o nosso mais sério é uma escolha; as pedras, ou O Caminho.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Fanatismo Nosso de Cada Dia

“O escarnecedor busca sabedoria e não acha nenhuma, para o prudente, porém, o conhecimento é fácil.” Prov 14;6

“Desdém, desprezo, zombaria...” Os dicionários definirão assim ao escárnio. Pois, o escarnecedor é cotejado com outrem, o prudente; esse adquire conhecimento sem muito esforço, enquanto, àquele a coisa se revela impossível.

Quem presume ser, a sabedoria, um patrimônio estritamente intelectual ainda não a conhece. Tem um teor moral anexo que a separa de outra, inferior, que não passa de velhacaria, astúcia, invés, de saber.

Por isso Paulo disse que “Deus apanha aos “sábios” na sua própria astúcia.” Disse mais: “Falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, que Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” I Cor 2;7 e 8

Notem que a ausência de saber ficou patente pelas ações deles, não pelas palavras. Então é acertado dizer que além de um conteúdo moral, espiritual, a sabedoria tem sua aplicação prática no dia a dia.

Nosso saber é fragmentário, parcial e derivado; logo, não nos podemos presumir fontes, antes, ter em mente que bebemos do Eterno Manancial; “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento;” Prov 1;7

Esse necessariamente patrocinará um modo de viver coerente com os ensinos do Senhor, que demandam submissão e retidão; “Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará as tuas veredas” Prov 3;5 e 6

Vemos que a antítese repousa em não me estribar em meu próprio entendimento, antes, deixar que O Senhor me endireite as veredas. Como disse Jeremias, “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha dirigir os seus passos.” Jr 10;23

Tiago pontuou a distinção entre o saber raso e o veraz; “Se, tendes amarga inveja, sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica... sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, sem hipocrisia.” Tg 3;14, 15 e 17
“... sem parcialidade e sem hipocrisia.” Eita jóias raras! A parcialidade cega, pois, apóia-se como o nome diz sobre uma parte apenas; tudo que destoar das predileções dessa parte “certa” deve ser descartado.

Daí os fanatismos por partidos políticos, denominações religiosas, clubes esportivos, etc. a parcialidade me leva a ser indulgente com os erros da minha parte “certa”; a hipocrisia a negar a outrem as indulgências que confiro aos da minha “confraria”.

Assim as seitas religiosas donas da verdade, os fanáticos políticos, torcedores... não veem defeitos, falhas nos seus, e também não notam virtudes, acertos, nos outros.

Quantas vezes deparei com escritos e vídeos de adventistas dizendo que o verso de Apocalipse “... grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra.” Cap 17;5 Se refere à Igreja Católica; as denominações protestantes seriam filhas do catolicismo, pois, dele derivaram; portanto teríamos a prostituta mãe, e as filhas.

Ok. Levemos esse raciocínio às últimas consequências. William Miller, precursor do movimento adventista saiu da Igreja Batista, que é filha do protestantismo. Assim, teríamos mãe, filhas e neta??? Vê para onde caminha o saber dos fanáticos?

Paulo ensina: “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8

É verdade que haverá uma igreja mundial apóstata, mesclando credos e deuses antagônicos a torto e a direito sob a liderança do catolicismo. Francisco já está trabalhando para isso. Muitos ditos protestantes já fazem parte, do Conselho Mundial de Igrejas,” embrião da Babel Religiosa.

Acontece que, nas coisas espirituais ninguém toma decisões por mim. O líder tal resolveu aderir ao ecumenismo global; e daí??

Até em questões políticas, que são braços sociais, não particulares às vezes dizemos: “Fulano não me representa”. Muito menos naquilo que é intransferível e pessoal, a fé. “Cada um dará conta de si mesmo a Deus” Rom 14;12

Malgrado, os erros doutrinários do catolicismo, muitos católicos podem preferir adequar-se à Palavra invés dos conchavos políticos superiores e caminharem mediante Cristo para a salvação. A escolha é particular.

Os fanáticos quando deparam com algum obstáculo doutrinário no caminho do seu fanatismo, mudam a sadia hermenêutica para afirmarem o que creem, invés de rever parte das crenças pelo temor de Deus que demanda submissão à Palavra.

Muitas vezes tive que mudar, pois, meus conceitos se revelaram errados; vai saber, quantas outras ainda terei? Nosso saber é um parco rascunho, não, arte-final.

“O fanatismo consiste em intensificar os nossos esforços depois de termos esquecido o nosso alvo.” George Santayana

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Guerra e Paz

"Qual é o rei que, indo à guerra pelejar contra outro, não se assenta primeiro pra tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores e pede condições de paz.” Luc 14;31 e 32
O Senhor usou o símile de uma estratégia militar para falar sobre salvação. Se, vou ao combate, mas quem vem contra mim tem o dobro da minha força, - ensinou – melhor me submeter e servir, que morrer.

Depois acrescentou; “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia tudo o que tem, não pode ser meu discípulo.”

Renunciar tudo, não significa tudo, estritamente. Quero dizer: Ao renunciar o combate para evitar a derrota e aceitar a vassalagem, se renunciava o governo, o domínio; e se fazia tributário do rei vencedor; no entanto, em casos assim, os vencidos ainda gozavam algumas liberdades, de habitar, produzir, cultuar, etc.

Renunciar a tudo o que temos em submissão a Jesus não significa que seremos privados de tudo; antes, que à partir de então, as decisões e o domínio serão Dele; amoroso e Sábio como é não nos privará das coisas necessárias à vida; somente vetará as supérfluas ou nocivas. Estabelecerá prioridades. “... buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça e todas estas coisas (necessárias) vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

As condições de paz do Reino dos Céus foram apregoadas pelos anjos quando do Nascimento do Reis dos Reis; “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Luc 2;14

Simples assim? Só dar Glória a Deus? Sim e não. Digo; dar glória ao Rei do Universo é muito mais intenso e profundo que usar palavras estéreis como pode parecer a um desavisado qualquer.

Demanda mudança de vida segundo os padrões do Reino; novo modo de agir capaz de saltar aos olhos dos que ainda estão fora de modo a emulá-los, quiçá, a entrarem também; “Não se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;15 e 16

Note que, “Glória a Deus,” não sai dos nossos lábios, mas dos que observam nosso modo de ser e agir em Cristo. Em determinado momento O Salvador advertiu: “Eu não recebo Glória dos homens...” Jo 5;41 Essa “contradição” é apenas verbal, não essencial.

Falando do Espírito Santo disse: “Ele me glorificará, porque há de receber do que é Meu e vo-lo há de anunciar.” Jo 16;14

O novo nascimento não é Obra do homem; “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13
Em nossa natureza caída não O podemos glorificar de verdade pela influência da má inclinação; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

O Representante do Rei, habitando em nós, O Espírito Santo, que uma vez ouvido e obedecido redireciona nosso modo de ser e agir; cambia aos antes mortos em delitos e pecados em vidas regeneradas, para Glória de Deus.

Então, embora a Glória do Eterno deva fluir mediante nós, sua origem está do Espírito Santo que habita em nós; só andando segundo Ele, renunciamos a tudo quanto temos, seremos capacitados ao modo de viver que glorifica ao Rei e nos livra da condenação; “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

O Juízo do Eterno que marcha contra a impiedade é um “Exército” com mais que o dobro da nossa força, parece. “Não há indignação em mim. Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da minha força e faça paz comigo; sim, faça paz comigo’ Is 27;4 e 5

A Paz é na “Sua Força”, (Cristo) não nos nossos pífios recursos; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. Somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte Dele, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Ecumenismo; A Arca de não é

“Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas; elas ouvirão minha voz e haverá um rebanho e um Pastor.” Jo 10;16
O aprisco eram as pessoas que, então, ouviam e seguiam ao Senhor, O Bom Pastor. As outras ovelhas que não eram daquele redil, os demais convertidos em todas nações da Terra. Ele não os tinha ainda, estritamente, mas dada Sua Presciência que permite chamar “às coisas que não são como se já fossem” podia falar como falou.

Contudo, não poucos se apropriam indevidamente do texto para fazer dele um proponente do ecumenismo que, agregaria todas as “ovelhas” num só rebanho, sob a batuta de um pastor; o papa. Ele tem viajado o mundo fazendo concessões a todos; aos gays, aos evolucionistas, aos animistas, beijado pés de muçulmanos, dando ao Partido comunista da China ingerência sobre escolha de bispos por lá, etc.

O simples fato de ser necessário colocar a palavra, ovelhas, entre aspas, por si só já desmancha a ideia ecumênica como sendo interpretação válida para aquele texto.

O arranjo ecumênico teria no mesmo “rebanho”, os que creem na ressurreição, nós, e os reencarnacionistas; espíritas e algumas religiões orientais; os que creem num Deus Todo Poderoso, transcendente, fora da criação, e animistas panteístas que O creem imanente, presente nos meandros naturais; os que acreditam no Deus da Bíblia que manda orar pelos inimigos, e servos de Alá, cuja escritura manda matar aos “infiéis”; enfim, na mesma Arca estariam ao que temem a Deus, e os que endeusam vacas, macacos, elefantes; até o pênis, como na religião falicista. Os que chamam a bíblia de machista deveriam conhecer mais.

Portanto, pretender que esse texto e similares sejam apoios ao ecumenismo trata-se de crassa ignorância, ou grande safadeza.

O Olhar Divino não sofre a barreira das aparências, como o nosso, isso O faz divisar um simples lobo entre um milhão de ovelhas; como olharia Ele para essa bicharada diversa e veria um rebanho?

A fator agregador das ovelhas não é uma miscelânea de credos que, em nome do convívio harmônico concordariam em não discordar; antes, a voz do Pastor. “... elas ouvirão minha voz; haverá um rebanho e Um Pastor.”

Todos os que ouvem a Voz do Pastor, Sua Palavra, e obedecem, são ovelhas do único rebanho. Não importa o país onde vivam, nem a denominação onde congreguem.

Embora alguns sem noção idolatrem sua denominação (cheia de outros ídolos, aliás) dizendo que fora dela não há salvação, de outros que anunciavam a Cristo sem seguir com Ele e os discípulos, que alguns quiseram impedir Ele advertiu: “Deixai-os, não os impeçais, pois quem não é contra nós é por nós.”

Fora de Cristo não há salvação; “Eu Sou O Caminho A Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai senão, por Mim.” Jo 14;6

A Voz do Pastor, por radical que pareça ordenou que se fosse por todo o mundo pregando o Evangelho a toda a criatura, não implantar uma aquiescência multi-religiosa, nem a tolerância para com os errados de espírito, em detrimento dos Seus ensinos.

A “concessão” que O Eterno poderia fazer pela nossa salvação é infinitamente valiosa, imensurável; Seu Filho; mas é única. Ou cremos Nele para obediência ou pereceremos; “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.” Jo 3;16

Desde sempre ouvimos ditos das filosofias de boteco primando pela superioridade do ser, ao ter; da qualidade à quantidade. Se, para muitos de nós isso é apenas para ginástica da língua, para A Sabedoria Eterna a coisa é mesmo assim.

Daí a seriedade solene; “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8 “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;” Heb 12;14

O Eterno Fez a maior demonstração de amor e justiça no mesmo evento; o Calvário; mas, não fica após isso (do que somos indignos) fazendo concessões ao pecado, permitindo adendos à doutrina, nem instalando ar condicionado no inferno.

Desafia cada um que faça sua escolha de modo patente; “Disse-me: Não seles as palavras da profecia deste livro; porque próximo está o tempo. Quem é injusto faça injustiça ainda; quem está sujo suje-se ainda; quem é justo faça justiça ainda; quem é santo seja santificado ainda.” Apoc 22;10 e 11

Por um lado Seu amor é amplamente inclusivo; “Vinde a mim todos que estais cansados e sobrecarregados...” Mat 11;28 Por outro, Sua Justiça O faz rigoroso, seletivo; “ Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.” Sal 101;6

domingo, 15 de setembro de 2019

Sede de Poder

“... a vara do homem que Eu tiver escolhido florescerá; assim farei cessar as murmurações dos filhos de Israel contra mim, com que murmuram contra vós.” Núm 17;5

A liderança de Moisés e Aarão fora contestada; O Senhor estava intervindo de modo a deixar patente Sua escolha. Não obstantes os sinais maravilhosos operados pelo Eterno mediante Moisés, ainda havia disputas, pleitos por “democracia”.

“... Basta-vos! toda a congregação é santa, todos são santos; o Senhor está no meio deles; por que, pois, vos elevais sobre a congregação do Senhor?” Cap 16;3
Em outras palavras: Todo mundo aqui é igual; quem vocês pensam que são para querer chefiar?

Adiante anexaram mais “razões”; “Porventura pouco é que nos fizeste subir de uma terra que mana leite e mel, para nos matares neste deserto, senão que também queres fazer-te príncipe sobre nós? Tampouco, nos trouxeste a uma terra que mana leite e mel, nem nos deste campo e vinhas em herança; porventura arrancarás os olhos destes homens? Não subiremos.” Cap 16;13 e 14

O coração rebelde sempre encontra vestes “lógicas” para ornamento da própria rebeldia.

A libertação do cativeiro egípcio onde eram açoitados e forçados a produzir muito com meios escassos, e de onde saíram jubilantes e cheios de despojos agora se tornara um “mal”; “... nos fizeste subir de uma terra que mana leite e mel...” Ora, Moisés não tirara ninguém à força; se, era tão bom assim por lá, bastaria ter ficado; agora se devanearam com facilidades que não estavam no pacote, que culpassem seus devaneios.

Quando liderar significava arriscar a vida e enfrentar Faraó, nenhum deles se apresentara; então, que chefiar parecia oferecer privilégios, Datã, Abirão e Coré com uma congregação de 250 eleitores mais, estavam pleiteando a presidência.

Ah, os discursos da oposição! Sempre cheios de razão. Como na política. Ficam duas décadas no poder e o que fazem é roubar; perdidas as chaves do cofre voltam aos discursos patifes dos interesses sociais, desfavorecidos; acusam quem trabalha sério de malversar, etc.

O deserto circunstante também era argumento. Olha para onde nos trouxeste! Vamos comer areia?

Mas, até a Santa Paciência tem limites. Invés de ficar batendo boca com montinhos de Terra atrevidos O Todo Poderoso deixou que a Terra abrisse a boca; “Se o Senhor criar alguma coisa nova, a terra abrir sua boca e os tragar com tudo o que é seu; vivos descerem ao abismo, então conhecereis que, estes homens irritaram ao Senhor. Aconteceu que, acabando ele de falar estas palavras, a terra que estava debaixo deles se fendeu. A terra abriu sua boca, e os tragou com suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Coré, e todos os seus bens.” Cap 16;30 a 32

Judas fez menção disto em sua breve epístola: “Quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois aos que não creram;” v 5
Falando dos “democratas” dos dias da igreja embrionária disse: “Ai deles! entraram pelo caminho de Caim, foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré.” V 11

Não se entenda, com isso, que estou embasando a ungidolatria de alguns que sentem-se como veros oráculos, intocáveis, cujas decisões não podem ser questionadas.

A Palavra naqueles dias era dada diretamente a Moisés; agora a temos escrita. Qualquer pretenso líder, pregador que sair da sadia interpretação dela, por si mesmo perde a honrosa posição de representante do Senhor. Todavia o que, seu ministério e testemunho de vida verificam-se coerentes com os Divinos Caminhos merece ser honrado por isso.

Em nossos dias, como então, normalmente não há voluntários para o trabalho duro, os riscos, a humilhação; mas, para honrarias em trabalhos estabelecidos, púlpitos vistosos; sempre há muitos candidatos a “edificar sobre fundamento alheio” como disse Paulo.

Ora, quem padeceu agruras e privações começando do nada e forjando em Deus e Sua Palavra, uma congregação de alguma relevância é já uma “vara” com flores e frutos, testemunho Divino da Sua escolha. Não que Deus ponha o “selo de qualidade” sobre números; acontece que onde não há números significativos não há problemas com “voluntários”.

Sócrates dizia em seu modelo de república aristocrata que os bons deveriam ser forçados a governar; não tendo interesses mesquinhos como patrocinadores, sequer quereriam se envolver com política; assim age Deus. Escolhe humildes, esvaziados, submissos, que vêm o ministério como serviço, não, cargo.

Como Moisés, que, esgotados os argumentos para não ir, não lhe restou escolha.

A cruz está sempre aberta para voluntários.

A sede de poder acaba matando a fome da Terra; a sede de Deus recebe dos Céus a Água da Vida.

sábado, 14 de setembro de 2019

Os dias maus

"se te mostrares fraco no dia da angústia, é que tua força é pequena.” Prov 24;10

“Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.” Ef 6;13


Ora, dia da angústia; outra, dia mau. Que dias são esses? Embora o vulgo fale mal das segundas-feiras, o supersticioso das sextas treze, não existe um dia mau, pelo dia, estritamente. Todos os dias são iguais.

Nossas circunstâncias e vicissitudes é que definem como está nossa vida, do ponto-de-vista dos obstáculos a enfrentar, ou, dos bens a usufruir. Momentos em que estamos mais fragilizados, espiritual, emocional, ou fisicamente, esses forjam a matéria-prima do dia mau.

Se, morro abaixo até bêbado anda depressa, na hora da angústia até os fortes fraquejam.

Diferente de nós, que, apesar de maus, pecadores, temos escrúpulos éticos tipo, respeitar à dor de um adversário enlutado, não agredir um ébrio, um deficiente, equalizar disputas esportivas separando por gêneros, classificando pelo peso, como no boxe, etc. Para o inimigo não existem essas “frescuras”. Quanto mais vulneráveis estivermos mais ferozmente atacará. Daí, invés de algum alento, consolo em nosso dia mau, deveremos esperar por combates e nos prepararmos para resistir.

Vimos na saga de Jó; não satisfeito de ter tirado seus filhos e seus bens, ainda tocou na saúde dele; de lambuja usou os lábios da esposa imprudente e de amigos molestos para turbinar ainda mais a dor do infeliz.

No Caso do Salvador esperou pacientemente Ele jejuar por quarenta dias, para só então desfiá-lo a converter pedras em pães. Conheci um irmão que dizia: Não pense que o inimigo é um pobre diabo; ele é um bom diabo. Isto é; bom no que faz, em ser mau.

Ora, a frieza calculada de serpente, outra, avidez rapace de predador.

Às vezes em pleno dia mau o Senhor nos deixa “sozinhos;” isto é, mesmo estando por perto não interfere para nos temperar e testar à fé; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

Eis outra faceta do dia mau! Eivado de trevas, sem nenhuma luz.

Claro que o dia mau em apreço é uma “prerrogativa” dos fiéis, dos que temem ao Senhor. Os alheios a Ele, nos domínios da maldade, seus dias maus não passam de consequências dos seus descaminhos, invés de provas à fé.

Dores que Ele julga necessárias, O Senhor permite; embora, esteja conosco em meia a elas. “Quando passares pelas águas estarei contigo; quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” Is 43;2

Alguns pregadores modernos desafiam pessoas que estão num dia mau, desemprego, solidão, enfermidade, miséria, a fazer uma mandinga, qualquer, um “sacrifício” para transformarem aquilo em bênção.

Embora se digam pregadores da prosperidade são apenas, uma releitura do tentador chegando a um fragilizado e desafiando-a transformar pedras em pães; na ética do capeta: Está fraco? Termine de matar. Como soldados em campo de batalha finalizavam feridos à bala com estocadas de baionetas. Assim são as línguas desses mercenários; baionetas do capeta.

A fé não é uma veste colorida para ser exibida em dias de tempo bom; antes, um revestimento que “blinda” ao fiel pra que assim permaneça a despeito das lutas que enfrentar.

“Sei estar abatido, também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto ter fartura, quanto, fome; tanto ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;12 e 13

O fiel também adoece, perde emprego, entes queridos, sofre privações; mais que os infiéis padece fome e sede de justiça.

Se, observarmos a “Armadura de Deus” com a qual deveremos enfrentar nosso dia mau, a maioria são armas de defesa; calçado, couraça, escudo, capacete. Por fim, a Espada que serve a ambos os fins; defesa e ataque.

O que alenta-nos é que mesmo permitindo dores eventuais o socorro Divino é certo em tempo oportuno. “Pois, ainda que entristeça alguém, usará de compaixão, segundo a grandeza das suas misericórdias. Porque não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens.” Lam 3;32 e 33

Quando, a tempestade do dia mau assola, de “lambuja” o tentador vai fazer parecer, as nuvens, mais carregadas; o vento mais letal; porém, uma fé sadia experimentada no relacionamento com Deus verá um arco iris em formação invés de motivos para descrer.

“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós será revelada.” Rom 8;18

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

O Homem e o Tempo

“Se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado.” Prov. Chinês

Não só o tempo gasto será maior, como o esforço, segundo Salomão; “Se estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então se deve redobrar a força; mas a sabedoria é excelente para dirigir.” Ecl 10;10

Mais força e tempo empreendidos para o mesmo fim, por não estar, a ferramenta, devidamente afiada.

Todavia, o mais grave que se observa nem é o desleixo para com a ferramenta, mas a falta de objetivo, foco; de saber qual árvore convém derrubar.

Muitos tentam ludibriar ao tempo mentindo para si mesmos; demasiado afeitos às paixões da mocidade presumem-se ainda jovens, quando o viço da juventude escoou há muito entre os dedos do tempo.

Ostentam-se com vestes desproporcionais aos dias, usam “desfibriladores” químicos tentando trazer o corpo dos desejos de volta à vida; em cumplicidade coletiva chamam de “melhor idade” seus dias onde, tentam aparentar outra idade, “pior” que já passou.

“Muitos de nós lamentam-se, recordam os prazeres da juventude e, ao lembrar do amor, da bebida, da boa comida e outros prazeres, atormentam-se como pessoas privadas de bens notáveis, que em outra época viviam bem e, agora, nem ao menos vivem. Vários manifestam pesar pelas ofensas oriundas dos parentes e imputam à velhice a causa de tantos sofrimentos. Contudo, em meu modo de ver... se enganam a respeito da verdadeira causa de suas misérias... No que diz respeito aos desgostos, aos aborrecimentos domésticos, estes têm apenas uma causa, Sócrates, que não é a velhice, mas o caráter dos homens. Se eles tiverem bom caráter e espírito equilibrado, a velhice não lhes será um fardo insuportável. Para os que não são assim, tanto a velhice quanto a juventude lhes serão desgostosas.” (A República)
Palavras ditas há dois milênios e meio, que não sofreram a ação do tempo; a sabedoria sempre vive na “melhor idade”.

Se, “tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do solEcl 3;1 Parece que uma visão extática que não se amolde à marcha temporal, a rigor, nem é visão, mas privação dela.

Paulo aludiu à adequação necessária; “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11
Seu escopo era o crescimento espiritual, que, nem sempre é automático ao decurso do tempo; requer diligência para crescimento; “... vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus...” Heb ;11 e 12

Quando alguém se faz indiferente, ou negligente à Palavra, por certo usa seu tempo para coisas “mais importantes”.

Cada dia vivido é um dia morrido em nosso tempo terreno, como disse o poeta Fernando Pessoa. Ah, ocorre-me Demócrito, um pré-socrático que viveu antes daquelas falas de “A República”. “viver mal, não refletida, justa e piamente, - disse – não é viver mal, mas ir morrendo durante muito tempo.”

Os antigos, não dispondo de um milionésimo dos recursos didáticos nem, da Revelação que temos sabiam mais que nós. Quem não tem sede de saber bebe de outras fontes e, em geral, não temos; eles tinham.

Somos chamados em Cristo a não mais valorarmos o tempo como se, restrito ao prisma natural; “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna...” I Tim 6;12

Então, os espiritualmente cegos que, tentam colocar mil toneladas dentro de um litro, além de insensatos se fazem miseráveis; “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Comamos e bebamos que amanhã morreremos”, a “filosofia” dos céticos Saduceus ainda norteia o viver de muitos “cristãos,” cujo bem é o prazer imediato; o mal, a renúncia dele. Usam seus “machados” contra a Árvore da Vida,” quando, deveriam fazê-lo contra a da ciência que enseja pretensa autonomia ao Criador.

Acontece que, também Ele dispõe de uma ferramenta assim, bem afiada. “... agora está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo.” Mat 3;10

Os frutos que O Agricultor demanda das Suas Árvoresnão sofrem restrições ante à decrepitude; O Espírito Eterno jamais perde Seu Vigor; “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos, para anunciar que o Senhor é Reto. Ele é minha Rocha; Nele não há injustiça.” Sal 92;13 a 15
“Muitos pretendem aprender viver melhor, quando deveriam aprender a morrer melhor”. Watchman Nee

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Elevo os meus olhos para os vales

“Simeão os abençoou e disse... este (Jesus) é posto para queda e elevação de muitos em Israel...” Luc 2;34

As coisas estavam meio fora do lugar; dado que uns deveriam cair, outros, ser elevados; os primeiros alto demais para seus méritos; os últimos abaixo das suas possibilidades.

Do ministério de João Batista o profeta dissera o mesmo usando figuras diferentes; “Todo vale será exaltado, todo monte e todo outeiro serão abatidos; o que é torcido se endireitará, o que é áspero se aplainará.” Is 40;4

“Vi os servos a cavalo, e os príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10;7

Uma ressalva é necessária antes que algum viciado venha com essa mania doentia de associar cristianismo com marxismo, com política, essa balela de “opção pelos pobres”.

Os critérios Divinos para exaltação de uns e abatimento de outros nada têm a ver com posses, ou, ausência delas; pode salvar aos ricos, como Jairo, Zaqueu, Mateus, Nicodemos, José de Arimateia, Cornélio; ou, permitir que os pobres que foram a Ele apenas pelo pão desapareçam resmungado contrariados, quando, desafiados à fé, como aconteceu.

Os aferidores de Deus são espirituais; isso O Senhor deixou claro quando da exaltação de certos “vales” adiante dos “montes” da sociedade de então; “... Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes entram adiante de vós no Reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes; mas publicanos e meretrizes creram...” Mat 21;31 e 32

Assim, a fé genuína que necessariamente requer submissão e obediência é a pedra de toque, pela qual, uns são exaltados na sua vigência, outros, abatidos pela sua desonrosa e blasfema ausência. Sim, a incredulidade é blasfema como ensinou o outro João; “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5;10

Basta uma olhadela superficial para aqueles que têm autoridade sobre nós, políticos e juízes por eles indicados para ver, salvas raras exceções, o tipo de gente que o mundo exalta. A maioria deles não desejo receber em minha casa.

Todavia, perante Deus não passam de coisas fora do lugar; de baixarias no alto, como dissera Isaías; “A Terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da Terra.” Is 24;4

O Salvador também fez referência a essa inversão. “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações; porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15 Isso dos “montes” de então; os atuais não são melhores que eles.

Então, quando Simeão profetizou que Cristo veio para “queda e elevação” de muitos, vaticinou as consequências das respostas diversas entre os que creriam e os que resistiriam a Ele.

Geralmente quem está “no monte” tem mais dificuldade em receber uma doutrina que o faz igual a outrem que está “no vale”; dá prejuízo.

Um grande líder do Sinédrio ter que, como uma prostituta, ou, um publicano se arrepender e submeter para entrar no Reino feria o orgulho deles. Então quem lhes fechava a porta não era a condição social; antes, o orgulho dela derivado.

Para a carne caída e ímpia a ideia de ausência de méritos para se gloriar faz mui pesada a cruz; normalmente evita-a.

Assim, dada a dificuldade dos “bons”, Deus trabalhou com a “facilidade” dos maus; “... não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;26 a 29

Embora os sistemas políticos aliciem incautos a pretexto de promoção da igualdade, e as constituições “democráticas” rezem que “todos são iguais”, essa ideia nunca é bem vinda aos habitats do orgulho. Como ironizou alguém: “Uns são mais iguais que os outros.”

Por isso, aos critérios Divinos, “diante da honra vai a humildade;” e “os humilhados serão exaltados.”

Quando falamos em fé que remove montanhas normalmente pensamos em óbices externos ignorando nossos “montes" interiores. “Estas coisas o Senhor odeia... sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que maquina perversidades, pés que se apressam para o mal, testemunha falsa que profere mentiras, e quem semeia contendas entre irmãos.” Prov 6;16 a 19

“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

O Socialismo deu certo sim

“Purifica teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo.” Pitágoras

Bons tempos aqueles onde se sabia a diferença entre limpo e sujo, puro e impuro.

O homem, “animal político” na busca pelo único valor que preza (poder) sacrifica, probidade, honra, ética, tradições, bons costumes, bem comum, instituições...

No carro alegórico dos discursos todos os bons valores e interesses são figurantes; findo o carnaval das campanhas eleitorais, presto somem sob areias movediças de uma realidade obscena, dissoluta, sem pejo.

Invés de treinarmos mediante educação e exemplos, uma geração para a virtude, onde, deveres são o alvo primeiro, sucumbimos à “engenharia social do capeta”, onde autoridades são vilipendiadas, leis espezinhadas, valores desprezados, invertidos, num autofágico império de direitos, onde todos sentem-se credores da vida, embora, amplamente inadimplentes.

Nas prateleiras do cérebro garrafas nefastas e venenosas do fanatismo ideológico em lugar do exercício filosófico que ensina aprovar valores, ideias, invés de bandeiras, siglas.
A mesmíssima coisa, se, proposta por um “dos meus” é boa; se, defendida pelo oposto torna-se má. Sujas águas das paixões poluindo a razão.

Eu posso falar; já votei em FHC, Lula, Aécio e em nenhum votaria mais; conhecidos um pouco melhor percebi que não me representam; que eu estava errado. Bolsonaro me representa no macro, nas ideias gerais, embora, no varejo eu critico algumas coisas que diz, ou faz.

Por ocasião de debates políticos com esquerdistas, nós, os de direita desafiamo-los, não poucas vezes, a nos apresentarem, dentre os 63 países que tentaram o regime socialista um só exemplo onde o mesmo tenha sido bem sucedido. Eles silenciam ante à falta desse “animal albino”.

Se, para o idiota útil, como eles mesmos chamam aos seus fantoches, essa pergunta traz embaraços, seus mentores devem rir por dentro satisfeitos com seu “sucesso”.

Há uma velhacaria dissimulada da parte deles e uma ingenuidade da nossa que, demora a perceber. Se, em seus discursos são “defensores de minorias, tutores de excluídos, pregoeiros de avanços sociais, progressistas libertários”, na sua doutrina “pura” querem a “desconstrução da sociedade ocidental bem como seus valores burgueses derivados da moral judaico-cristã.”

Lembrei de uma frase irônica sobre o matrimônio; “Casamento é como submarino; até boia, mas é feito para afundar.”

De igual modo o socialismo, até pode ensejar uma ou outra melhoria eventual, mas seu alvo não é progredir é destruir.

Têm ojeriza ao patriotismo, bandeiras nacionais; são internacionalistas, globalistas; para isso militam; sendo que, o enfraquecimento dos valores, democracias, e desordem social por toda parte, o caos, são o “produto final” almejado por eles; só assim, pensam, um governo global será possível.

Sendo esse o alvo, em toda parte que fragilizaram instituições, democracias, mataram, trouxeram miséria e corrupção, do ponto-de-vista dos seus mentores a coisa deu muito certo.

Ironicamente quem financia todas as desordens feministas, abortistas, droguistas, racistas, bloguistas, ecologistas e outros istas mais, que servem para dividir e perturbar sociedades são, sobretudo, dois mega-capitalistas milionários, Pierre Omidyat e George Soros.

Usam os incautos “socialistas” aos quais financiam para “desconstruir” a tantos governos quantos puderem. Instaurado o caos, planejam, será fácil bem vinda Nova Ordem Mundial; governo único exercido por eles, ou, por quem eles indicarem.

Uma ditadura totalitária e global, como a Bíblia ensina, onde todos os direitos serão tolhidos; a humanidade será apenas gado, sem autonomia; nada nos quesitos liberdade, iniciativa.

A maioria dos canhotos trabalha sôfrega por isso, e chamam ao nosso representante que é patriota e oponente dessas ideias, de Bozo, ou seja: Palhaço. Será mesmo ele?

Não que sua resistência, bem como de Trump e Netanyahu, irão ser suficientes para conter essa onda mundial via ONU, União Européia, Clube de Paris, fundações como WWF, Ford, Green Peace, etc. A coisa já está muito mais avançada que possamos perceber. Ela se dará em determinado tempo; foi Deus que nos avisou de antemão.

Todavia, o fato que, algo do qual discordo cabalmente será estabelecido um dia, a despeito de minha vontade, não basta para que eu traia a quem sirvo, ou, descreia dos valores e ensinos nos quais acredito.

Quando acontecer que aconteça; enquanto não, seguirei defendendo valores, crenças e ideias que me são caros. Se um cachorro me morder, não irei revidar mordendo-o também; o que os outros são não muda o que sou.

Já somos um país majoritariamente instrumentalizado, “socializado”; a nossa “democracia” funciona contra os anseios do povo, pois, os mecanismos necessários para implemento de medidas saneadores dependem do “Mecanismo;” por isso não acontecem.

O mel do patriotismo ansiado tende a estragar-se no pote sujo das instituições eivadas de globalistas corruptos.

“Um povo corrompido não pode tolerar um governo que não seja corrupto.” Marquês de Maricá

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Maçãs de Ouro e Silêncio

Dizem que palavras são prata, enquanto o silêncio é ouro. Desconfio, porém, que essa valoração só se verifica em determinados contextos, não é um valor absoluto.

Um provérbio hindu diz: “Quando falar cuide para que, tuas palavras sejam melhores que teu silêncio.”

Ora, se existe possibilidade das palavras serem melhores que o silêncio, resulta que a prata supera ao ouro?

Segundo Salomão, “Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo o propósito debaixo do céu... tempo de estar calado, tempo de falar;” Ecl 3;1 e 7

Assim, a excelência não reside no silêncio, nem palavras, em si; antes, no encaixe preciso das palavras com o tempo oportuno; O mesmo Salomão disse: “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita no devido tempo. Como pendentes de ouro, gargantilhas de ouro fino, assim é o sábio repreensor para o ouvido atento.” Prov 25;11 e 12

No primeiro caso a excelência reside no encontro das palavras com a ocasião própria; no segundo, da repreensão sábia com o ouvido atento.

Há momentos em que a intensidade da dor expõe a inutilidade ou impotência das nossas palavras; em casos assim, o silencio vale mais. “O que canta canções para o coração aflito é como aquele que despe a roupa num dia de frio...” Prov 25;20

Quando a morte decide falar, por exemplo, sua eloquência atinge proporções tais que nossas palavras quedam raquíticas e insignificantes. Assim, em ambientes fúnebres, além das coisas absolutamente necessárias à solidariedade e à polidez, no mais um zíper na boca se revela melhor que a vibração insensata das cordas vocais.

“Porque, da muita ocupação vêm os sonhos; a voz do tolo da multidão de palavras.” Ecl 5;3

Ironicamente se diz: “Fulano quando cala a boca é um poeta”. Talvez. O silêncio empático como o inicial, dos amigos de Jó que vendo o tamanho da desgraça assentaram-se calados ao seu lado durante sete dias e sete noites compõe estrofes que, nem os mais inspirados poetas conseguem. “Assentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites; nenhum lhe dizia palavra alguma, porque viam que a dor era muito grande.” Cap 2;13

O Salvador disse que nossas palavras refletem os corações; “Do que o coração está cheio, disso a boca fala.” Todavia, nem sempre. Há casos em que falas circulam ociosas, para desviar atenção, manipular; contudo, Ele disse mais: “Eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo.” Mat 12;36

Por outro lado, o silêncio pode ser criminoso quando omite o que deveria ser gritado; por exemplo: A situação de grave fome em Samaria nos dias de Eliseu; O Senhor dissipara e pusera em fuga ao acampamento dos inimigos que cercavam aos famintos Hebreus.

Quatro leprosos saíram vagando por nada ter a perder; chegando ao arraial inimigo acharam grande fartura deixada pelos que fugiram apressados.

Mataram a fome e tomaram despojos para si; suas consciências acusaram mostrando a culpa pelo silêncio deles. “Chegando, pois, estes leprosos à entrada do arraial, entraram numa tenda, e comeram, beberam e tomaram dali prata, ouro e roupas; foram e esconderam; então voltaram, entraram em outra tenda, e dali também tomaram alguma coisa e esconderam. Então disseram uns para os outros: Não fazemos bem; este dia é dia de boas novas, e nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, algum mal nos sobrevirá; por isso agora vamos e anunciaremos à casa do rei.” II Rs 7;8 e 9

Naquele caso, silêncio não seria ouro nem prata, mas, omissão, pecado, culpa. Quantos se fazem culpados por, em busca de aplausos, aceitação, ou meramente para evitar polêmicas traem as próprias consciências omitindo o que deveriam falar? Como os leprosos aqueles poderiam dizer: “Não fazemos bem.”

Os que não conseguem ver as coisas da perspectiva correta não entendem por que pregamos, falamos e escrevemos acerca da Salvação em Cristo.

Éramos com os leprosos aqueles; mortos-vivos com nada a perder. Assim, corremos o risco de ir após o chamado do Salvador mesmo acenando-nos Ele com uma cruz.

Encontramos em Seu “Acampamento” sinais de fuga do inimigo derrotado, fartura de Pão dos Céus, e riqueza de dons incontáveis. Pegamos o que pudemos, mas achamos que não faríamos bem em guardar as “Boas Novas” somente para nós.

Quando porfiamos em busca de conversão dos que nos ouvem não temos em escopo alguma vantagem terrena que eventuais adesões poderiam trazer; antes, alegria de ver mais gente como nós, partícipe das infindas Riquezas de Cristo. Sabemos da fome que há no arraial dos sitiados pelo inimigo; viemos de lá.

Não fazemos barulho pelo barulho; mas, pela vida eterna que trará a quem souber ouvir.