quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Pedras no Caminho

“Quando um homem for achado deitado com mulher que tenha marido, então, ambos morrerão...” Deut 22;22
O “Endereço” do verso que apregoava pena de morte para o adultério não poderia ter mais números dois, que esse; Deuteronômio 22;22.

Não sei se é coincidência, pois a divisão da Bíblia em capítulos e versículos numerados foi criada por Stephen Langton, clérigo inglês no início do século 13 apenas. Quem sabe O Eterno dirigiu a isso também!

Enfim, adultérios demandavam punição exemplar.

Todavia, no episódio de João 8 conhecido como da mulher adúltera, o homem co-partícipe número dois sumiu misteriosamente; levaram ao Senhor a mulher apenas.

Segundo diz a reportagem O Salvador se inclinou e escrevia com o dedo na terra. A pressa de fugir, dos desafiados a, estando sem pecados executarem a sentença, foi maior que a curiosidade de ler o que O Salvador escrevera. Ficamos sem a informação.

É possível que se tratasse desse texto que sentenciava ambos os adúlteros à morte. Se, algum sem noção se pretendesse sem pecados estaria cometendo dois ao mesmo tempo; mentira e parcialidade.

Noutra ocasião O Senhor os censurou: “Errais não conhecendo as Escrituras...” Ele certamente as conhecia. Pois, mesmo estando em rolos, sem capítulos e versículos como hoje, quando instado a ler na sinagoga achou o texto que queria de Isaías 61, o qual, queria expor como cumprido Nele; coisa de quem conhecia bem o que estava escrito.

Se, quisesse aplicar a pena da Lei segundo seus rigores bastaria demandar também pela presença do homem antes da execução.

Ao desafiar seus ouvintes a um exame de consciência já começava a pincelar nuances da Sua Lei; o Novo Testamento que traria uma purificação na consciência, não apenas ritual e externamente. “Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos santifica-os, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Heb 9;13 e 14

A Lei dos Dez Mandamentos não era pra salvar, mas deixar patente a pecaminosidade humana e consequente necessidade do Salvador; “Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei.” Rom 5;13 “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo...” Gál 3;24

Era uma lâmpada evidenciando a sujeira; “Porque o mandamento é lâmpada, e a lei é luz; as repreensões da correção são o caminho da vida.” Prov 6;23
Diverso do que pensavam o “sabão” tinha que ser mais intenso que o sangue de animais. O exame que tocava fundo em consciências era o desafio que fazia Cristo “insuportável” aos pecadores. “Quem suportará o dia da sua vinda? Quem subsistirá, quando Ele aparecer? Porque será como o fogo do ourives, como o sabão dos lavandeiros.” Mal 3;2

Enfim, a Lei foi como uma placa avisando: “Cuidado, caminho sem saída, abismo”. A Graça em Cristo, uma ponte Onde a humana caminhada tinha se revelado impossível. “Eu Sou O Caminho... entrai pela porta estreita...

Desde então, já não podemos mais silenciar nossos pecados atirando pedras nos alheios; nossos muitos defeitos trazidos à luz pela Luz Divina deixam patente nossa falência e inépcia, de modo que só poderemos ser salvos pelos méritos alheios; De Cristo. Invés de pedras para as falhas alheias precisamos de uma cruz para tratar das nossas.

“Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.” Rom 5;17 e 18

O príncipe desse mundo tem abolido, tanto quanto pode, aos indivíduos amalgamando-os na impessoalidade da massa. Invés do “Cada um dará conta de si mesmo a Deus” Rom 14;12, eivado está o planeta de justificativas fajutas, drogas que maquiam aos culpados em “vítimas da sociedade, dos novos tempos, do sistema, da exclusão econômica...”

Perante Deus essas máscaras não valem nada. Cada um terá que julgar a si mesmo antes de pensar nos ciscos dos olhos alheios.

O Senhor não toma nossas pedras; segue escrevendo; só que agora Sua Escrita pode ser lida.

E o ensino mais eloquente nesse caso, é que seremos julgados com a mesma medida que julgarmos.

Há um adágio que figura problemas como pedras no caminho. Pois, o nosso mais sério é uma escolha; as pedras, ou O Caminho.

Um comentário:

  1. O primeiro sinal da purificação da minha consciência foi a certeza da condenação de minha velha natureza. O último sinal foi derramado na cruz pela alma, dando início à santificação somente concluída com o maravilhoso extermínio do ego, a cada dia mortificado pelo espírito. Mérito do sangue de Cristo.

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