sábado, 28 de setembro de 2019

Cheiros, Valores, Sabores

“O incenso que fareis conforme essa composição; não o fareis para vós mesmos; santo será para o Senhor. O homem que fizer tal como este para cheirar será extirpado do seu povo.” Ex 30;37 e 38
Instruções sobre a composição do incenso sagrado, misturado a mais três especiarias, de uso exclusivo; quem o fizesse para consumo particular seria morto.

Mas, diria alguém, tanta severidade por causa de um perfume? Havia mais que isso em jogo. O necessário temor ao Senhor; a perversa sugestão satânica de autonomia, “vocês mesmos saberão o bem e o mal”, não seria permitida no serviço santo.

Se alguém quisesse viver à sua maneira, como sugerira o tentador que o fizesse, noutro lugar, não no do culto, que acrescentaria à desobediência o peso da afronta, da profanação.

Noutro contexto onde cultuaram ídolos, O Senhor não os julgou imediatamente; permitiu que seguissem ainda, porém, não misturassem-no. “Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Deus; Ide, sirva cada um aos seus ídolos, pois, não me quereis ouvir; mas não profaneis mais Meu Santo Nome com vossas dádivas e vossos ídolos.” Ez 20;39

Belsazar o rei babilônio também recebeu sentença de morte, por ter misturado utensílios sagrados, exclusivos ao Templo do Senhor, com um monte de ídolos inúteis; “Te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos à tua presença os vasos da casa Dele; tu, teus senhores, mulheres, concubinas, bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está tua vida, de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” Dn 5;23

Fizeram uma orgia entre deuses falsos, e usaram os vasos do Senhor para encher a cara. Foi a última.

Todavia, outra pergunta poderia surgir: Qual o problema de nós “sabermos” o bem e o mal? A necessidade de colocar o verbo saber, entre aspas, de certa forma já responde.

O Salvador exortou Seus ouvintes a não julgarem segundo as aparências, mas, segundo a reta justiça. Eis uma coisa que não sabemos fazer!

A nosso apreço não deriva do senso de justiça, mas das sensações de prazer ou vantagem. Ao agradável tendemos a chamar de bem, mesmo que nos mate; e ao espiritualmente sadio evitamos como um mal, mesmo regenerando.

Aí, a filosófica inversão de valores acaba sendo o caminho natural dos que resistem obedecer ao Santo; “Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce, do doce amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5;20 e 21

O resumo da ópera é que estamos no meio de uma peleja milenar, entre verdade e mentira, justiça e injustiça, vida e morte, Deus e o Diabo. Ambos sabem da nossa situação walking dead, mortos em delitos e pecados.

O Eterno enviou Seu Filho e nos chama a Ele para que, pelos Seus Méritos e Ensinos sejamos salvos; o traidor que nos prefere mortinhos da silva, tudo faz para nos agradar, nada para nos corrigir.

No Reino de Deus os mais valiosos são os que renunciam a si mesmos e dão suas vidas para salvação de outros; no reino desse mundo, do inimigo, os mais bem pagos, portanto, os mais valiosos, são os artistas do circo que distraem nossas mortes com suas artes, para que, drogados por elas nem percebamos nossa sede de Deus e carência de salvação.

Salários astronômicos são pagos a jogadores de futebol, cantores, atores, pilotos, lutadores... Nenhum deles nos faz um bem, real; apenas servem doses diárias das suas drogas psíquicas que disfarçam as angústias de nossas mortes, e a “vida” segue.

Quando, no Velho Testamento alguém arrependido pedia perdão e oferecia o devido sacrifício em holocausto, a narrativa diz que tal oferta subia em “cheiro suave perante ao Senhor.” Claro que não se refere ao cheiro de carne queimada, mas, é uma figura de linguagem da aceitação Divina; o agrado ao ser cultuado e devidamente temido.

Depois do Calvário já não há mais perfume aceitável ao Eterno, senão, Cristo; “Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes, certamente cheiro de morte para morte; mas, para aqueles, cheiro de vida...” II Cor 2;15 e 16

O Capiroto conta piadas para mortos; Deus adverte-os da morte; chama-os à vida. “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens; os vivos aplicam ao seu coração.” Ecl 7;2

Um comentário:

  1. O mais sublime é que o efeito da Palavra conhecida é mais aplicada em nós. Nunca nos outros.

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