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segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Algemas da mentira

“Destruirá neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos; o véu com que todas as nações se cobrem. Aniquilará a morte para sempre...”

O Feito Majestoso do Senhor sobre um monte que aniquilou à morte não é difícil de ser entendido; trata-se de Cristo no Calvário.

Só que, além da morte, algo mais incomodava o Eterno a ponto de ter que ser destruído também. Certa “cobertura” ou máscara que todos os povos usavam.

Inúmeras são as formas das máscaras humanas. Nas bodas de Caná, onde O Senhor transformou água em vinho, os próprios comensais confessaram que o ouso de máscaras em situações assim era corrente. “... Todo o homem põe primeiro o vinho bom, quando já têm bebido bem, então o inferior...” Jo 2;10

Primeiro algo excelente, depois, com a cumplicidade do torpor pelo álcool empurravam o medíocre como se, também fosse de qualidade superior. Sutileza mascarando à avareza.

Um dos males mais combatidos nos dias de Cristo foi a hipocrisia; o que é isso, senão, a máscara das palavras e aparências piedosas para esconder a face ímpia?

A primeira máscara foi de “moita” atrás da qual o casal edênico se escondeu depois de ter desobedecido. Aqueles que, na inocência andavam nus e não se envergonhavam, agora, culpados, mesmo com aventais “ecológicos”, e escondidos estavam cobertos de medo e vergonha.

Rasgada a possibilidade do “nu artístico” pelas garras do pecado, o Próprio Senhor proveu peles de animas para que se vestissem. Desde então, a nudez, parcial ou total está “despida” de inocência.

Duas coisas resultam lógicas; o medo é derivado da desobediência; a máscara é subproduto da consciência desse erro. A Imagem e Semelhança do Criador não envergonham; o pecado, sim.

Sempre pensamos no Calvário como a Salvação de Deus enviada; assim é. Todavia, ignoramos esse viés paralelo que rasga as máscaras humanas.

Talvez nosso maior mal seja a pretensão de justiça própria, leniência para com nossos pecados, ou, mesmo, incapacidade de admiti-los. Sempre temos um se isso, se aquilo, que diminuiria ou evitaria nossas falhas; será?

Jó foi um justo no Antigo Testamento; no auge da sua prova argumentou que queria uma audiência com O Eterno, onde encheria a boca de argumentos; mas, uma vez concedido seu anseio, as coisas saíram diferentes. Tapo a boca e não falo mais, disse.

Tendemos a pensar que somos bons, só nos faltam melhores oportunidades. Nos provérbios, e outras passagens há anseios sinceros por um encontro com Deus; “Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas numa roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome? Qual é o nome de seu filho, se é que o sabes?” Prov 30;4

É como se disséssemos que queremos agradar e servir a Deus; o problema é que Ele é muito distante, abstrato; se, tivéssemos uma chance de nos aproximarmos, quiçá, de O ver; então, sim seríamos fiéis e leais a Ele. A pior de todas as máscaras é a que esconde a realidade, de si mesmo.

Deus prometera vir, não foi surpresa; “... O Senhor está para sair do seu lugar, descerá, e andará sobre as alturas da terra.” Miq 1;3

O Senhor veio. Qual a recepção que teve dos “piedosos” que O aguardavam?

Todas essas máscaras da falta de noção, do ego infame cheio de justiça própria foram rasgadas na Cruz de Cristo. Nela O Eterno nos desnudou; de certo modo disse: Ficando Eu visível, tateável, ao vosso alcance, essa foi a “adoração” com que fui recebido. O pecador perto da verdade não se sente iluminado, mas, ameaçado, exposto, nu.

Nosso anseio de conhecer à verdade normalmente voa por plagas distantes; mas, a que importa deveras, precisa desalojar às mentiras que habitam em nós.

Carecemos deixar que Cristo rasgue o véu das nossas máscaras; rompa pela Sua Palavra e Seu Espírito as algemas que nos aprisionam; “Jesus dizia... Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Nos salvos persiste a natureza carnal; então é impossível estar nu e não se envergonhar; precisamos como o primeiro casal, de uma vestimenta provida pelo Eterno; daí o ensino, “Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente e revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4;22 a 24

Revestir-se do novo homem; figura de linguagem para a mudança no ser que O Salvador opera; nossa máscara rasgada expõe nossa vergonha; mas, a vida regenerada crucifica as necessidades de dissimulações.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Você tem zelo de quê?

“... Não nos faças ouvir tua voz, para que porventura homens de ânimo mau não se lancem sobre vós, e tu percas a tua vida, e dos da tua casa.” Jz 18;25

Mica e a tribo de Dã disputando a posse dum deus (?) na verdade, uma reles escultura que aquele tinha e esses tomaram à força. Os da referida tribo estavam dispostos a matar para manutenção da posse do dito artefato. Restou a Mica resignar-se com a perda para não perder também a vida.

O zelo sem entendimento que referiu Paulo em suas epístolas. Quem se coloca extremamente cioso, zeloso do que é irrelevante, normalmente se porta um de modo relapso para com o que é vital. Conheci muitos chatos, ciosos das coisas periféricas, usos, costumes; e, completamente alienados do zelo necessário para com a sã Doutrina.

Põem vidro no cofre e espalham diamantes ao sol.

Porém há casos piores; há entendimento do que está em jogo e jogam sujo; como certo sindicato de artesãos que fez arruaças “religiosas” porque, Paulo atrapalhava o negócio deles. “Certo ourives da prata, por nome Demétrio, que fazia de prata nichos de Diana, dava não pouco lucro aos artífices, aos quais, havendo-os ajuntado com os oficiais de obras semelhantes, disse: Senhores; sabeis que deste ofício temos nossa prosperidade; bem vedes e ouvis que não só em Éfeso, mas até quase em toda Ásia, este Paulo tem convencido e afastado grande multidão, dizendo que não são deuses os que se fazem com as mãos.” Atos 19;24 a 26

Havia acordo tácito que era apenas dinheiro o alvo, mas, para efeito de manipulação usaram o bom e velho zelo religioso; “Ouvindo-o, encheram-se de ira, e clamaram, dizendo: Grande é a Diana dos efésios.” V 28

Não fora esse mesmo zelo cego que a cretina Jezabel usara para, acusar Nabote de blasfêmia depois de subornar testemunhas para que confirmassem isso, e o infeliz fosse morto; sua herança roubada pela megera rainha?

Zelo em si não quer dizer nada. Circulam pela “nuvem” muitos agarrados em dogmas, ou placas denominacionais que parecem, como a tribo de Dã, estar dispostos a matar por seus apegos doentios; invés de apreço pela verdade que liberta mostram apenas os derivados deprimentes de seus entendimentos obtusos e fanatismo engajado.

Postam vídeos onde um líder responde à objeção de outro, e invés de cotejar a posição de fulano e a de ciclano, ambas com a Verdade revelada na Palavra, portam-se como torcedores do melhor sofista e ainda realçam seu aplauso de torcedores ignorantes com expressões, tipo: “Lacrou! Humilhou!”

Nas antigas disputas de Sócrates com os retóricos sofistas, entre outras coisas disse que desprezava à “arte” deles, pois, pelo manuseio hábil das palavras faziam parecer que entendiam sobre o que ignoravam; ainda podiam gerar crença sem ciência. Simplificando; faziam as pessoas acreditar sem entender.

Nunca foi esse o propósito do Salvador; antes, desafiou Seus ouvintes à prática da Palavra como iniciação ao discipulado; a permanência como meio de conhecer à verdade que liberta. “Jesus dizia... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Ouvir com preguiça, aplaudir a quem “lacra” invés, de “meditar dia e noite na Lei do Senhor” dá menos trabalho; pode engendrar certo prazer rasteiro até, porém atrofia o espírito onde deveria haver crescimento.

“Do qual (de Cristo) muito temos que dizer de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento.” Heb 5;11 e 12


O que torna difícil a interpretação é a negligência, preguiça, dos ouvintes ou, leitores da Palavra. Têm muitas palmas guardadas para seus “lacradores” favoritos dos quais são torcedores, e nenhum neurônio voluntário disposto a conhecer melhor ao Senhor meditando na Sua Palavra.

Inevitável a figura de Belsazar: Cheio de louvores às futilidades e alienado do que é vital. “... destes louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” Dn 5;23


Dois atrativos têm os ídolos. Comodismo e cumplicidade.

Sendo à imagem e semelhança de quem os faz são rasos, não demandam meditação, entendimento; não tendo uma lei a seguir, “abençoam” quaisquer caminhos que os devotos escolherem.

Porém, “Eu sou o Senhor; este é o Meu Nome; Minha glória, pois, a outrem não darei, nem o Meu louvor às imagens de escultura.” Is 42;
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