“Havendo por Ele feito a paz pelo sangue da Sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na Terra, quanto as que estão nos Céus.” Col 1;20
Nos Céus, algo que precisa ser purificado pelo Sangue de Jesus para reconciliação, deveria nos fazer pensar; o quê? Não é lá o habitat da pureza e santidade?
Que o Sangue de Jesus é agente da reconciliação dos pecadores com Deus, é pacífico. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados...” II Cor 5;19
Todavia, que coisas nos Céus precisariam purificação?
Do Sacrifício perfeito está dito: “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os Céus;” Heb 7;26 De novo, a ideia que algo nos Céus carece aperfeiçoamento.
Não devemos entender, Céus, como singular, por óbvia razão; a palavra é plural. Paulo conta. “Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos... foi arrebatado ao terceiro céu.” II Cor 12;2 Por certo, para chegar lá passou por dois.
Assim, a existência de coisas “purificáveis” nos Céus, não implica, que, onde O Altíssimo habita exista algo impuro.
Do sangue de animais oferecidos na Antiga Aliança temos: “Porque é impossível que o sangue dos touros e bodes tire pecados.” Heb 10;4
Por que foi requerido então? Era a “purificação” possível naqueles dias. Quem pecava e se arrependia, oferecia em demanda de perdão, um animal em sacrifício; sinal visível de arrependimento, para reinserção do arrependido, no santo convívio.
Se, a redenção cabal pudesse ser feita por isso, quem possuía dinheiro para muitos animais, poderia pecar à vontade e pagar pelo perdão. Não era assim; demandava vero arrependimento, não, posses. “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão, dar a Deus o resgate dele; pois, a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;6 a 8 Nem ao irmão, nem a si próprio.
Aqueles sacrifícios funcionavam como um cheque pré-datado, que era “assinado” a espera dos “fundos” que, na devida data, O Eterno proveria. “Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho...” Gl 4;4
Dos salvos do Antigo Testamento, está dito: “Todos estes morreram na fé, sem ter recebido as promessas; mas vendo-as de longe, crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra... todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor ao nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.” Heb 11;13, 39 e 40
Mesmo tendo sido fiéis em seus dias, esperaram num intermédio, “seio de Abraão” o “céu” possível antes do perfeito resgate de Cristo; só serão aperfeiçoados juntamente conosco, pelo mesmo sangue que purifica as coisas na Terra e nos Céus.
A purificação é via de mão dupla, porém; se, do ponto-de-vista de Divina Justiça, “está consumado”, resta que cada um de nós, em Cristo, faça sua parte. “Qualquer que Nele tem esta esperança purifica a si mesmo, como também Ele é puro.” I Jo 3;3
Por isso, invés da Graça significar portas largas, como devaneiam alguns incautos, significa um chamado ao aperfeiçoamento, mediante uma purificação superior; “Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno ofereceu a Si mesmo Imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo?” Heb 9;13 e 14
Por esse motivo, transgredirmos nos dias da Graça é muito mais sério do que foi nos sisudos tempos da Lei; “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da Graça?” Heb 10;28 e 29
Por fim, resta a purificação judicial do Rei dos Reis, que, com Sua Vitória restaurou o domínio perdido pelo homem. “... É-me dado todo o poder no Céu e na Terra.” Mat 28;18
Tem O Senhor, autoridade para banir dos Céus inferiores, principados e potestades malignas que os habitam. Essa autoridade também é derivada da Sua Vitória pelo Seu Sangue. Por enquanto, carecemos lutar, “... contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Ef 6;12
O “novo céu” não será novo, estritamente; antes, o mesmo, purificado dessas velharias. “... Eis que faço novas todas as coisas...” Apoc 21;5
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