terça-feira, 7 de outubro de 2025
A fé dos ateus
“... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2
Vemos que, o relacionamento com Deus deve ser racional; isto é, calcado na razão. No entanto, essa, do ponto-de-vista humano, posa como mestra independente. Fonte autônoma.
A razão segundo Deus, requer mudança de mentalidade, firmada na obediência, a Ele. Na contramão das inclinações naturais. Chama primeiro por uma porta “irracional”, a da fé, para, depois, iluminar aos que creem. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Ele salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21
A chamada traz um jugo, além do estreito caminho; “apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo”; para a “matrícula” na faculdade eterna, pois, se requer ruptura com o modo corrente; “não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento”; uma vez admitidos, pouco a pouco passamos a conhecer as razões Divinas. “Porque Meus pensamentos não são os vossos...” Is 55;8
A “patrocinadora” do ateísmo é a moral, não o intelecto; a recusa em renunciar às inclinações carnais, o “sacrifício vivo” a cruz; fruto dum viés volitivo, não, intelectual.
A “distância segura” que alguns precisam manter em relação à luz, por causa dos hábitos que pretendem conservar, pode ser tudo, menos, racional. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20
A aversão desses, invés de uma lacuna inteligível da parte de Deus, que seria aceitável, verte do anelo de se manter no escuro, temendo reprovação. De onde esses entendem que, se vistos plenamente, hão de ser reprovados? No fundo, sabem o que é probo e o que é réprobo. E a “visão” do invisível é prerrogativa da fé; “A fé é o firme fundamento das coisas que se espera, e a prova das que se não vê.” Heb 11;1
Tendo escolhido um modo de vida alheio à probidade, invés de buscar pela luz, que seria sensato, preferem buscar esconderijo, impunidade. É um rasgo de fé que os leva à negação do que conseguem entender.
Logo, o ateísmo é moral, não, intelectual; fruto de uma escolha consciente, invés da incapacidade de conhecer à luz. No início da epístola Paulo dissera: “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes, em seus discursos se desvaneceram, seu coração insensato se obscureceu.” Rom 1;21
Ele toca na ferida rotulando-os como insensatos, não como ignorantes. Faltou-lhes bom senso, invés de entendimento.
Portanto, os “racionais” que apregoam urbe et orbe que a fé é cega, no fundo, estão apenas tentando camuflar suas cegueiras voluntárias. Ante O Eterno, aquele que nega o óbvio não é digno de atenção, antes, de desprezo. “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem.” Sal 14;1
Além da obtusa posição, o concurso da corrupção, ações abomináveis, e uma decidida escolha pelo mal.
Mas, dirá alguém: Há muitos ateus que vivem vidas moralmente retas. Os fariseus também viviam; “Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, procurando estabelecer a própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.” Rom 10;3
A pretensão de justiça própria em lugar da de Deus é arrogância, orgulho; a recusa em crer na Divina revelação, é blasfêmia; “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus, de Seu Filho deu.” I Jo 5;10
Parece chique, notórios ateus discursando em auditórios de universidades, usando sua luz para cegar seus pupilos. Se, o “sine qua non” da razão espiritual é se desvincular do modo mundano de pensar e agir, e esses produzem falácias segundo os as vulgares inclinações, fecham-se à luz, tolhendo aos que lhes escutam. Mas, o que ouvem esses, no recôndito das suas almas, quando repousam a cabeça nos travesseiros?
Usar o talento do discurso para produzir objeções vazias, é transformar a própria luz em trevas. O Salvador advertiu: “... Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23
Enfim, o ateísmo não é fruto duma impossibilidade; eventual cegueira, honesta; antes, é uma escolha; um desvio inconsequente. “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que Me der ouvidos habitará em segurança e estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33
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