domingo, 19 de outubro de 2025

O "bom de Bíblia"

 “Havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos.” Jo 20;22 e 23


Ouvi um apologista católico citando esse texto, como um ‘cala boca protestante’; dizendo que, quem for “bom de Bíblia” acaba com os argumentos dos tais, sobre o poder dos padres de perdoar pecados.

Estúpido pelejar na área das ideias pra mostrar que é se bom nisso, ou naquilo. Quem imagina que a luz seja um troféu a ostentar, não, uma dádiva a partilhar, ainda está no escuro.

Quem parte dum “à priori”, ao qual, defende a qualquer custo, se mostra combatente de uma instituição, ideologia, não, um garimpeiro buscando a verdade. “Tens visto o homem que é sábio aos próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo que dele.” Prov 26;12

Assim, um islâmico defendendo o islamismo; um adventista ao adventismo; um católico ao catolicismo; um protestante ao protestantismo. Ora, entre os “protestantes” há um caminhão de gente laborando em erro, que é materialista, herege, profano, pervertido sexualmente, etc. Urge que assimilemos algo bem básico: “Nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8

Dito isso, vamos ao ponto: Há dois tipos de perdão; um, horizontal que atina às relações interpessoais; outro, vertical, pertinente a relação do homem como Criador.

Todos somos ensinados a “Perdoar setenta vezes sete.” Faz parte do modelo de oração ensinado pelo Salvador, pedir ao Pai por isonomia, no quesito, perdão; “Perdoa-nos nossas dívidas, assim como nós perdoamos nossos devedores;” Mat 6;12

Logo, se não perdoarmos, criamos um precedente pelo qual, também não seremos perdoados.

Quanto ao perdão vertical, apenas O Senhor o pode dar, por duas razões, inicialmente: Uma: A parte ofendida foi Ele; como poderia um ser humano arbitrar sobre os Divinos sentimentos?

A Pasta da reconciliação entre o homem e Deus é de Jesus Cristo e ninguém mais; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

‘Ah, mas os padres representam a Jesus’; Ele vetou que se reconheça aos tais; “A ninguém na terra chameis vosso pai, (espiritual, óbvio) porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.” Mat 23;9

Quando O Salvador perdoou a um paralítico que levaram até Ele, os religiosos que viram isso se escandalizaram. Perdoar é prerrogativa exclusiva de Deus.

O Senhor não disse que estavam errados quanto a isso; apenas fez algo mais que serviria para mostrar Sua autoridade; “Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma tua cama e vai para tua casa.” Mat 9;6

Só Deus pode perdoar, insinuaram; ok, assentiu O Salvador; farei algo que só Deus pode fazer, para que, quiçá, entendais. Mas eles não entenderam, ou não quiseram entender.

O segundo ponto é que, onde o vero arrependimento acontece, o homem não pode conferir; “... Não atentes para sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois, o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha o coração.” I Sam 16;7

Diante do homem, qualquer um pode se fingir de arrependido e pleitear perdão; ante O Eterno, não é assim. “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo o interior até o mais íntimo do ventre.” Prov 20;27

O que O Salvador deu aos apóstolos depois do Espírito Santo, foi, autoridade de gerir a Igreja de então; tanto para receber aos arrependidos, quanto, para disciplinar eventuais errados de espírito que causassem escândalo no seio da mesma.

A igreja é uma mescla de joio e trigo; o senhor que conhece os corações, oportunamente separará uns e outros; “Os Meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

Os que saem caçando palavras aqui, acolá, para reafirmar o que desejam, mostram zero apreço pela verdade, fanatismo doentio; o fogo que nesses arde consegue produzir calor e sonegar à luz.

Quando convém aos tais, desprezam à Palavra de Deus em prol das suas tradições e dogmas; porém, se encontram um texto que presumem embasar suas doenças, presto se arvoram em “bons de Bíblia”.

Somos desafiados ao preparo; não, como fomento de jactância vã; tampouco, para defesa duma instituição; nosso objetivo deve ser a verdade; “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” II Tim 2;15

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