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domingo, 21 de junho de 2020

A Mesa do Senhor


“Não comas o pão daquele que tem o olhar maligno, nem cobices as suas iguarias gostosas. Porque, como imaginou no seu coração, assim é ele. Come e bebe, te disse, porém, seu coração não está contigo.” Prov 23;6 e 7

Parece que, quem convida-nos, além dos alimentos que serve, dispõe-nos também, seu coração; uma dose de bem querer pela qual nos deseja perto de si para partilhar bons momentos.

Se assim não for, houver um desejo paralelo de obter alguma vantagem egoísta, então, sua liberalidade pela qual, aparentemente convida será mera armadilha; sua solícita disposição anfitriã, um disfarce para o que, o poeta chamou de olhar maligno; o interesse vil.

No jargão social se diz que não existe almoço grátis, ou seja: Quem convida e paga a conta, traz subjacente algum interesse comercial, afetivo, ou algo assim, pelo qual visa cooptar a simpatia dos eventuais convivas.

Não que o comércio seja algo errado; tem sua importância social, e quando operado honestamente traz benefícios a ambas as partes.

Mas, os de olhar maligno em apreço desconhecem a honestidade e fazem de seus consortes, potenciais vítimas.

Esses, além do banquete capricham no “molho” para que o incauto que cercam solte a língua e fale do que desejam saber; “Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro! Ai de ti, que adiciona à bebida teu furor e o embebedas para ver sua nudez!” Hab 2;15

Nos dias do profeta Oseias, o povo andava em crassa apostasia; adoravam ídolos e mesclavam a isso O Santo Nome do Senhor. Suas “orações” foram comparadas a uivos de cães, por interesses rasos; “Não clamaram a mim com seu coração, mas davam uivos nas suas camas; para o trigo e o vinho; se ajuntam, mas contra mim se rebelam.” Os 7;14

Muitos, em nossos dias, como naqueles, confundem religiosidade com fé; a religião pode ser mera iniciativa humana, como fizeram então; “Efraim multiplicou altares para pecar; teve altares para pecar.” Cap 8;11

A fé saudável recolocaria Deus e Seus preceitos no centro, o que recusavam; “Escrevi-lhe as grandezas da minha lei, porém essas são estimadas como coisa estranha.” V 12

Quando O Eterno convida à Sua Mesa, o faz em amor paterno, como o pai do pródigo no retorno desse; nada mais o amor deseja do que, ser correspondido. Como O Santo “... é tão puro de olhos que não pode contemplar a maldade...” Hc 1;13 o risco de alguém assentar-se à mesa com olhar maligno sempre estará em nós.

Quando me refiro à Mesa do Senhor, não atino ao ritual da Santa Ceia, estritamente, onde o próprio texto em realce, então, desafia os “comensais” a um rígido exame de consciência.

Refiro-me mesmo ao dia a dia dos se dizem servos de Deus, O invocam em busca de coisas nem sempre segundo Sua Vontade; esquecem dessa ressalva que fez o próprio Salvador em sua agonia; “Todavia, seja feita a Tua Vontade, não a minha.”

Hoje, convivas de olhar maligno “não aceitam, ordenam, determinam, decretam isso ou aquilo, em Nome de Jesus”, como se, invés de indignos favorecidos na Santa Mesa do Rei dos Reis, eles fossem os soberanos.

O indigno Mefibosete assentado à mesa do rei Davi deveria nos ensinar alguma coisa; disse: “Porque toda a casa de meu pai não era senão de homens dignos de morte diante do rei meu senhor; contudo, puseste teu servo entre os que comem à tua mesa; que mais direito tenho de clamar ao rei?” II Sam 19;28

Essa postura perante O Rei deve ser a nossa, pois, sabemos que, “... Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” Tg 4;6

Se ao pecador é desaconselhado que se assente perante o de olhar maligno, como ante O Santíssimo compareceríamos acoroçoando maldades?

Cristo convida todos para Sua mesa; desde que, vão revestidos Dele; “Tomai sobre vós o Meu Jugo.” (doutrina, ensino)

Quem pretender ir de outra maneira, por mera religiosidade sem a devida reverência e submissão, facilmente será identificado pelo traje e banido; “... Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? Ele emudeceu. Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.” Mat 22;12 e 13

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Algemas da mentira

“Destruirá neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos; o véu com que todas as nações se cobrem. Aniquilará a morte para sempre...”

O Feito Majestoso do Senhor sobre um monte que aniquilou à morte não é difícil de ser entendido; trata-se de Cristo no Calvário.

Só que, além da morte, algo mais incomodava o Eterno a ponto de ter que ser destruído também. Certa “cobertura” ou máscara que todos os povos usavam.

Inúmeras são as formas das máscaras humanas. Nas bodas de Caná, onde O Senhor transformou água em vinho, os próprios comensais confessaram que o ouso de máscaras em situações assim era corrente. “... Todo o homem põe primeiro o vinho bom, quando já têm bebido bem, então o inferior...” Jo 2;10

Primeiro algo excelente, depois, com a cumplicidade do torpor pelo álcool empurravam o medíocre como se, também fosse de qualidade superior. Sutileza mascarando à avareza.

Um dos males mais combatidos nos dias de Cristo foi a hipocrisia; o que é isso, senão, a máscara das palavras e aparências piedosas para esconder a face ímpia?

A primeira máscara foi de “moita” atrás da qual o casal edênico se escondeu depois de ter desobedecido. Aqueles que, na inocência andavam nus e não se envergonhavam, agora, culpados, mesmo com aventais “ecológicos”, e escondidos estavam cobertos de medo e vergonha.

Rasgada a possibilidade do “nu artístico” pelas garras do pecado, o Próprio Senhor proveu peles de animas para que se vestissem. Desde então, a nudez, parcial ou total está “despida” de inocência.

Duas coisas resultam lógicas; o medo é derivado da desobediência; a máscara é subproduto da consciência desse erro. A Imagem e Semelhança do Criador não envergonham; o pecado, sim.

Sempre pensamos no Calvário como a Salvação de Deus enviada; assim é. Todavia, ignoramos esse viés paralelo que rasga as máscaras humanas.

Talvez nosso maior mal seja a pretensão de justiça própria, leniência para com nossos pecados, ou, mesmo, incapacidade de admiti-los. Sempre temos um se isso, se aquilo, que diminuiria ou evitaria nossas falhas; será?

Jó foi um justo no Antigo Testamento; no auge da sua prova argumentou que queria uma audiência com O Eterno, onde encheria a boca de argumentos; mas, uma vez concedido seu anseio, as coisas saíram diferentes. Tapo a boca e não falo mais, disse.

Tendemos a pensar que somos bons, só nos faltam melhores oportunidades. Nos provérbios, e outras passagens há anseios sinceros por um encontro com Deus; “Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas numa roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome? Qual é o nome de seu filho, se é que o sabes?” Prov 30;4

É como se disséssemos que queremos agradar e servir a Deus; o problema é que Ele é muito distante, abstrato; se, tivéssemos uma chance de nos aproximarmos, quiçá, de O ver; então, sim seríamos fiéis e leais a Ele. A pior de todas as máscaras é a que esconde a realidade, de si mesmo.

Deus prometera vir, não foi surpresa; “... O Senhor está para sair do seu lugar, descerá, e andará sobre as alturas da terra.” Miq 1;3

O Senhor veio. Qual a recepção que teve dos “piedosos” que O aguardavam?

Todas essas máscaras da falta de noção, do ego infame cheio de justiça própria foram rasgadas na Cruz de Cristo. Nela O Eterno nos desnudou; de certo modo disse: Ficando Eu visível, tateável, ao vosso alcance, essa foi a “adoração” com que fui recebido. O pecador perto da verdade não se sente iluminado, mas, ameaçado, exposto, nu.

Nosso anseio de conhecer à verdade normalmente voa por plagas distantes; mas, a que importa deveras, precisa desalojar às mentiras que habitam em nós.

Carecemos deixar que Cristo rasgue o véu das nossas máscaras; rompa pela Sua Palavra e Seu Espírito as algemas que nos aprisionam; “Jesus dizia... Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Nos salvos persiste a natureza carnal; então é impossível estar nu e não se envergonhar; precisamos como o primeiro casal, de uma vestimenta provida pelo Eterno; daí o ensino, “Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente e revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4;22 a 24

Revestir-se do novo homem; figura de linguagem para a mudança no ser que O Salvador opera; nossa máscara rasgada expõe nossa vergonha; mas, a vida regenerada crucifica as necessidades de dissimulações.