sábado, 4 de dezembro de 2021

Almas na Mão do Oleiro


“Ninguém há que invoque Teu Nome, que desperte e te detenhas; porque escondes de nós o Teu Rosto, nos fazes derreter, por causa das nossas iniquidades. Mas agora, ó Senhor, Tu És nosso Pai; nós o barro e Tu nosso oleiro; todos nós a obra das Tuas Mãos.” Is 64;7 e 8

“Tu escondes de nós o Teu rosto... por causa das nossas iniquidades...”
Antes dissera: “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu rosto de vós, para que não vos ouça.” Cap 59;2

Atuando como profeta lhe cabia denunciar à maldade do povo, “vossas iniquidades”; orando e intercedendo se identificava com a miséria circunstante; “nossas iniquidades”.

Quando observou: “ninguém há... que se desperte e te detenhas...” não pensava em alguém com poder para inibir O Todo Poderoso; antes, num intercessor em comunhão com Ele, cuja intercessão fosse ouvida; como o Mesmo Senhor disse mediante Ezequiel, em cenário semelhante de apostasia. “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém a ninguém Achei.” Ez 22;30

Assim, onde a justiça está em dura escassez, a “Oração de um justo pode muito em seus efeitos.” Tendemos a esperar esses efeitos poderosos em nossos pleitos rasos e egoístas, achando que, orando nesse espírito, seríamos “justos” aos Olhos Divinos.

Se, “não há um justo sequer.” Há os que, graciosamente foram justificados em Cristo; desses se espera que se identifiquem com os valores e aspirações do Reino, mais que, o mero cuidado com coisas particulares.

Quando diz que Ele É O Oleiro, nós somos o barro, isso é mera figura de linguagem, identificando Criador e criatura na devida hierarquia. O Eterno não está mais moldando Adões com Suas Mãos.

Molda ouvintes mediante Sua Palavra, uma vez que nos fez arbitrários e respeita nossas escolhas, mesmo discordando delas. “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33 Notemos que o "barro" a ser “moldado” carece de ouvidos atentos.

Quando O Senhor mostrou o oleiro trabalhando, ao profeta Jeremias, o fez no momento em que um vaso se quebrou na mão dele e ele fez outro. Jr 18;4 Quando disse que pode fazer o mesmo, não significa que Ele sofrerá indefinidamente nossas rebeliões e apostasias; antes, que se recusarmos a ser moldados como Ele quer, permitirá que nos quebremos e novos vasos ocupem um lugar que Ele tencionara para nós. “Quebranta aos fortes, sem que se possa inquirir, põe outros em seu lugar.” Jó 34;24

Muitos ditos cristãos, ainda não entenderam o significado do Excelso Nome dado como fiador das nossas orações. Leem como se fosse um “abracadabra”, uma palavrinha mágica que abre portas. Pedir ao Pai em Nome de Jesus, significa, identificado com Ele, no Mesmo Espírito e obediência.

Paulo ensina: “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Os que são Seus, (de Deus) agora, não têm uma linhagem sanguínea como os do Antigo Testamento; a identidade do “povo eleito” em Cristo é espiritual; “Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus; que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4;21 a 24

Despojos eram os “saldos” de guerra. Quando um inimigo era vencido, os bens que possuía passavam ao vencedor, eram os tais. Para conquistar os despojos do velho homem, as coisas que ele tinha como bens, carecemos que ele seja derrotado primeiro; eis o papel da cruz!!

Enfim, de modo profético podemos até denunciar iniquidades alheias, como fez Isaías, orando devemos ser ciosos das nossas.

Nossos pecados confessados, dizia Spurgeon, são como vistosas frutas expostas na feira; no “pomar” resta ainda muito mais. Bem faríamos em orar como Davi: “Quem pode entender seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos.” Sal 19;12

Então, antes de questionarmos por quê, O Poderoso esconde Seu Rosto de nós, que tal investigarmos se não estamos traindo nós mesmos, presumindo que poderíamos esconder nossas falhas, Dele?

Disse Watchmann Nee: “Muitos se esforçam por viver melhor, quando deveriam aprender a morrer melhor.”

Nossos despojos não serão tomados à força; somos mordomos de “bens” que nos podem matar. Por isso é preciso “Perder a vida para achá-la.” Despojai-vos!

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