quinta-feira, 9 de novembro de 2023

O processo


“No dia da prosperidade goza do bem, no da adversidade, considera; porque Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7:14

Os dois lados da moeda. O dia da prosperidade e o da adversidade. Mudanças “climáticas” às quais todos estamos sujeitos.

Como a Palavra de Deus foi dada para trazer riquezas, essencialmente, espirituais, mesmo os mais fiéis, estão sujeitos a essas coisas: “... aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto, ter fome; tanto a ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4:11-13

Esse “posso todas as coisas” tem sido usado para encorajar cobiças, invés de, para ensinar suportar as agruras necessárias, como seu teor, tenciona.

Paulo disse isso a um povo que se preocupara com suas necessidades; “... nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e receber, senão vós;” Fp 4:15 Manifestou maior alegria pelo carinho e cuidado deles, que, pelas ofertas enviadas.

Infelizmente, a perversão do Evangelho chegou a proporções tais, que, o, não podeis servir a Deus e a Mamom, ou, ao Senhor e ao dinheiro, tem saído dos nossos púlpitos; muitos por aí conseguem a “proeza” de profanar ao Nome do Santo, enquanto se esbaldam em seu insano culto ao dinheiro. Servem a Mamom, “em Nome de Jesus”.

Ele mencionou os que fizeram muitas coisas em Nome Dele, aos quais dirá: “Não vos conheço; apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade.”

“Os que querem ser ricos caem em tentação, laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6:9,10

O desejo por riquezas é mais pujante que o anseio por serem santos; mais que, o propósito de serem frutíferos.

Invés de ensinar a necessidade de fidelidade incondicional, na fartura ou nas privações, como viveram Jó e Paulo, por exemplo, os “paladinos da fé” atuais, não raro, equacionam um momento adverso como um aferidor de incredulidade, um testemunho de descrença; bastaria crer e “sacrificar” algo em prol da “Obra do Senhor” para que as coisas mudassem.

Nossos momentos de adversidade, são aqueles nos quais mais aprendemos, nos vemos dependentes do Senhor. Como disse Davi: “... na angústia me destes largueza...” Sal 4:1 O próprio Senhor testifica sobre o Seu amargo, mas necessário processo de purificação das nossas almas: “... te purifiquei, mas não como a prata; escolhi-te na fornalha da aflição.” Is 48:10

Alguém disse com propriedade que, quando as tribulações nos levam a orar, já nos estão fazendo mais bem do que mal.

A vida farta, com alma torta, de inclinações perversas, mais que submissão ao Eterno, fatalmente levará o presumido “marajá” sem cercas, rumo aos vícios, à busca de prazeres egoístas, alienado das dores e necessidades que o cercam.

“A calmaria que te faz dormir, é mais perigosa que a tempestade que te mantém acordado.” Desconhecido.

Feliz o “homem de dores”, que, mesmo tendo passado pelo vale das sombras da morte, não fugiu da consagração necessária, seguro que O Divino Pastor estava com ele, mesmo naqueles momentos adversos.

Aos mesmos filipenses, aos quais Paulo agradeceu pela solicitude, ele lembrou do concurso dos materialistas infiltrados, já naqueles dias; “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e repito, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e a glória é para confusão deles; só pensam nas coisas terrenas.” Fp 3:18,19

Não importa de qual lado da vida estás nesse momento, na questão das posses; quer, na fartura, quer, na privação. Se, no âmbito espiritual, estás do lado do Senhor Jesus, nada a temer.

Assim como, numa competição esportiva é mais honroso triunfar contra um grande adversário, na maratona da vida, vencer grandes privações se mantendo fiel, há de emprestar um brilho extra à tua coroa, reservada no além.

Jó por curto período foi privado de tudo; manteve-se fiel apesar dos amigos molestos, e de sua esposa. No fim pode dizer a Deus: “Eu Te conhecia de ouvir falar; agora Te vejo...” Teve suas posses em dobro, e ainda pode dialogar com Deus.

Então, antes de lutar contra o que atribula, confie em Deus; peça discernimento sobre o que deves aprender antes de sair da fornalha. Certamente há uma necessidade; pois, Deus “não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens.” Lam 3:33

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