sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Loucura de crer


“Porque a loucura de Deus é mais sábia; e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” I Cor 1:25

Paulo usava ironicamente a apreciação, alheia, para reforço dos seus argumentos. Das duas visões correntes mais incisivas, disse: “Porque os judeus pedem sinal, os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, loucura para os gregos.” Vs 22 e 23

O Salvador multiplicara pães e peixes, os judeus foram a Ele dizendo: “... Que sinal fazes tu, para que o vejamos, e creiamos em ti...” João 6:30 naquele caso, pedir um sinal, não era desejar que O Senhor fizesse algo espantoso que os convencesse de Sua Origem Divina. Ela já tinha feito isso. Era só uma forma cínica de pedir mais pão.

Quanto aos do Sinédrio, a insistência em esperar um “sinal”, não era pelo preenchimento de um lapso que identificasse ao Messias; antes, uma fuga, uma desculpa esfarrapada de quem, não concordando com as reivindicações dele, tentava fazer parecer que o motivo da rejeição era outro.

“... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3:19,20 

Fazer as coisas à sua maneira e desejar aprovação; uma doença milenar dos pecadores. Pretendem reduzir ao Santo, às suas estaturas; Ele, em Cristo, nos quer regenerar à Sua Imagem e Semelhança.

Qualquer pecador que se aproxima do Salvador, se, invés de reconhecer seus pecados, visa disfarçá-los, maquiá-los, está perdendo seu tempo; traindo a si mesmo. O Amor de Deus manifesto em Cristo, perdoa quem se arrepende; mas, a Luz do Eterno, também revela e confronta. Uma escolha moral, precisa ser feita. Os daqueles dias fizeram a deles. “amaram mais as trevas que a luz...”

Paulo, após pontuar a eloquência das Obras de Deus, em fazer conhecido O Criador, denunciou a escolha perversa: “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram; seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Rom 1:21,22 Loucura; sem ironia.

Os judeus que creram, (a igreja começou com eles) não precisavam mais sinais que os que já tinham vivenciado; as lideranças espirituais, do judaísmo, optaram pela perseguição aberta, invés de uma análise honesta dos seus motivos.

Curas espantosas, ressurreições, exorcismos, e tantos feitos milagrosos eram comuns, nos atos dos apóstolos, e de outros menores; sinais sobravam. O que faltava era a índole dócil que aprende, se submete, obedece.

“... os gregos buscam sabedoria...” Para aquele povo, cioso dos seus intelectos investigativos, criadores da filosofia, com uma mitologia rica, cheia de fábulas didáticas e deuses imortais, a ideia de um Deus que fosse mortal, desafiava seu senso lógico. Era “loucura para os gregos.”

Novamente, usando as alheias afirmações, de modo irônico, o apóstolo argumentou: “a loucura de Deus, é mais sábia que os homens.”

Foi para os gregos, filósofos estoicos e epicureus, que Paulo, apresentou O Deus Vivo, totalmente separado da imensa galeria de ídolos vãos que eles cultuavam; “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo o lugar, que se arrependam;” Atos 17:30

Considerar os filósofos, amantes da sabedoria, como ignorantes, foi uma postura ousada de Paulo; mais, desafiou-os a se arrependerem para perdão dos seus pecados. Esse é o caminho para todos; estudados ou ignorantes, todos carecem do Salvador.

Lendo aos maiores expoentes da filosofia grega, Sócrates e Platão, principalmente, encontramos muitas coisas sábias e boas; valores similares aos bíblicos, até. Porém, nas questões atinentes à santidade, há um abismo. Na “República” encontramos prescrições ao homossexualismo, ao fim das famílias, vilipêndio da dignidade feminina...

O alcance do braço humano em domínios espirituais é pífio. Sem revelação de Deus, nada podemos, como advertiu Jeremias: “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17:5

Quem quiser transferir culpas, lavar-se com lama, terá “sabão” de sobra; sempre haverá um “pastor” mercenário, outro que dará escândalo; um “cristão” que não cumpre a palavra nem paga suas dívidas, para fazer o ímpio sentir-se “bem” nos braços dos seus pecados.

Todavia, há milhares de pessoas de vidas, antes, errôneas, que em Cristo, abandonaram os pecados e se tornaram novas criaturas. Quem quer se justificar, pois, olhe para os maus; quem deseja ser perdoado, justificado, a direção do olhar deve ser outra: “Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, não há outro.” Is 45:22

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