domingo, 26 de novembro de 2023

Raul Seixas; por que não?


“Nem todos podem tirar um curso superior. Mas todos podem ter respeito, alta escala de valores e as qualidades de espírito que são a verdadeira riqueza de qualquer pessoa.” Alfred Montapert

Uma provocação que muitas vezes observei, feita por páginas dos fãs do falecido cantor, Raul Seixas, é que, por ser ele um “homem muito à frente do seu tempo”, quem não gosta das suas músicas, é porque não teria neurônios bastantes, para entender a “profundidade das suas mensagens”.

Assim, ou o sujeito gosta do que ele cantava, ou é um beócio, estúpido. Isso me preocupou; pois, gostei dele em tempos antigos, depois, mudei. Será que o tempo me fez mal, e emburreci com ele? Como não mais gosto de ouvir aquilo e nem pretendo ser um ignorante, preciso pontuar minhas razões.

Lendo antigos pensadores gregos, encontramos desde dias idos, a ideia de que a música era mais que harmonia e ritmo, estritamente; por ter uma letra, fazia também um “discurso”; de modo que, os três aspectos deveriam ser avaliados, para permissão da arte, na cidade ideal, pensada em “A república”.

E de minha parte acrescento o paradigma moral do artista, como algo a considerar, antes de aprovar sua arte, ou não. Se for um viciado ou defensor do vício, por exemplo, isso faz diferença para mim.

Lembro de antigas discussões na imprensa acerca de jogadores de futebol que eram indisciplinados; alguns, tidos como maus caracteres.

Alguns diziam: “Não quero ao fulano para casar com minha filha, mas, para jogar no meu time. Bom ou mau caráter, se tiver talento, me serve.” Ou, algo assim.

Pois, minha apreciação do ser humano é um tanto mais “holística”. Na minha escala de valores o talento vem por último, e o caráter primeiro. No caso de uma pessoa pública, a influência comportamental que dissemina também conta pontos.

No caso do Raul, inegável é seu talento musical, tanto como compositor, quanto, como intérprete. Embora, a “profundidade espiritual” de porções de suas letras, eram apenas paráfrases de porções de livros de misticismo aos quais era afeito; nada de extraordinário, profético, revelador; meros plágios de roupas novas.

Porém, na letra de “Sociedade Alternativa”, por exemplo, traços bem profundos de satanismo, pavimentados pelo “sacerdote satanista” Aleister Crowley são gritantes: “Faz o que tu queres, pois é tudo da lei... “Viva a sociedade alternativa! Viva o número 666!” Isso era a defesa de uma sociedade alternativa ao cristianismo, o vindouro, efêmero, amoral e imoral, reino do Anticristo.

Na música “Cowboy fora da lei” ele foi blasfemo; referindo-se a Jesus, como um lunático que apenas desejou entrar para a história, e o “coitado foi tão cedo” porque foi “besta ao querer dar uma de herói”, e outras barbaridades dessa estirpe.
Assim, malgrado a beleza instrumental, e melódica das músicas dele, esses lapsos no “discurso” bastam para que eu me mantenha à distância.

Muito ouvi e cantarolei no passado, quando meu entendimento espiritual inexistia; ainda tinha o “ouro de tolos” como algo precioso.

Além de desperdiçar sua vida com drogas e alcoolismo, desperdiçou uma meia dúzia de oportunidades de formar uma família estável, em seus múltiplos relacionamentos desfeitos.

Alguém me dirá que a vida particular dele não é de minha conta; sei disso; é minha máxima culpa, admito. Por pretender ver o homem com um ser integral, não fracionado nem, fracionável. Carisma sem caráter é como usar diamantes em fundas.

Pode parecer de bom alvitre se encher de drogas incentivado pela trilha sonora do “maluco beleza”, como tantos fizeram. Os que se perderam pela iniciação estimulada pela má influência estarão na conta de quem, no dia do juízo?

Que vale cantar, “tenha fé em Deus, tenha fé na vida”, se o simples mencionar a existência do juízo Divino já ofende os brios de quem o idolatra? Ora, a única forma sadia de ter fé em Deus é crendo no que Ele ensina em Sua Palavra.

O inalienável direito de cada um crer no que quiser, ou, gostar de quem quiser é pacífico; isso não faz parte dessa análise.

O objetivo desse breve apanhado e deixar claro que, minha aversão a ele deriva de meus escrúpulos morais e espirituais, não de ausência de cérebro dentro de minha caixa craniana, como as postagens dos fãs do Raul têm feito parecer.

Essa história copiada das filosofias orientais, que, “... o mal, vem de braços e abraços com o bem, num romance astral.” Pode encaixar com rima e métrica, mas passa longe de ter nexo com a verdade.

Jesus, O Sumo Bem, falando do mal, disse: “... se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim;” Jo 14:30 Quando o “Trem” partir, os que são do mal, vão ficar.

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