sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Amor impossível


“Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” Ecl 5;10

Quem ama, uma vez de posse do objeto do seu amor repousa; eventual cuidado será de manutenção; uma vez que, já usufrui a saciedade do amor. No entanto, o dinheiro, conforme a sentença supra é um amor insaciável. “Quem amar o dinheiro, jamais dele se fartará;”

Então, diria que esse é um amor impossível. Pior é que, na reta final, não obstante o quanto de riquezas materiais tiver amealhado, nada lhe valerão. “Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu tornará, indo-se como veio; nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão.” Ecl 5;15

O Salvador aconselhou a busca de riquezas melhores, mais duradouras; “Não ajunteis tesouros na terra, onde traça e ferrugem tudo consomem, onde ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no Céu, onde nem traça nem ferrugem consomem, onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver vosso tesouro, aí estará também vosso coração.” Mat 6;19 a 21

Certa ambição por melhorar de vida todos têm; é uma coisa saudável. Agora o amor ao dinheiro faz nossos corações estacionarem em locais proibidos; defender o indefensável como certos “jornalistas” têm feito.

Podem tentar vender que se trata de rejeição a determinada pessoa, discrepância ideológica; mas, sabemos que não é. Tais conseguem “gostar” de algo abjeto se, virem possibilidade de, dessa fonte verter dinheiro.

Vendem a alma ao diabo. Bom nome, reputação, consciência em paz são valores menores do que a sede pelo metal que não é vil; antes, apto a demonstrar quais pessoas são. Nos seus domínios se pode diferir os que têm valor, dos que têm preço.

Um homem sóbrio, talvez orasse como Agur: “Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem pobreza nem riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome O Nome de Deus em vão.” Prov 30;8 e 9

Na privação ou fartura, seu cuidado era para não macular ao Nome Santo. Orações feitas nesse espírito, com esse cuidado, sempre encontram respostas favoráveis.

Paulo andou nas mesmas pisadas; “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto, ter fome; tanto ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

Escrevendo a Timóteo advertiu contra os descaminhos dos amantes do dinheiro; “Os que querem ser ricos caem em tentação, em laço, em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas...” I Tim 6;9 a 11

Há injustiças praticadas por quem deveria ter zelo pelo Nome Santo; embora possam, eventualmente, parecer ter caducado pela ação do tempo, ante Deus não é assim. A demora Dele em julgar não é conivência; antes, longanimidade a espera pelo arrependimento; senão, um dia tira os esqueletos do armário. “Por muito tempo Me calei; Estive em silêncio, Me contive; mas agora Darei gritos como a que está de parto...” Is 42;14 “Estas coisas tens feito e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas te arguirei e as porei por ordem diante dos teus olhos: Ouvi pois isto, vós que vos esqueceis de Deus; para que Eu vos não faça em pedaços, sem haver quem vos livre.” Sal 50;21 e 22

Fosse apenas o amor ao dinheiro, tal amante faria mal a si mesmo; como Esaú, correndo por “lentilhas” e desprezando a primogenitura.

Porém, os que sobem na enganosa escada da cobiça precisam forjar degraus indevidos; fazem dos direitos alheios serviçais seus; dos fatos precisam fugir fabricando versões; da consciência, até tentam se esquivar com doses de ativismo, onde, o clamor é por arrependimento, concerto. O bom é que sempre tem concerto, desde que, se deseje.

Dinheiro digital logo será o único meio de comprar e vender; para tanto, será necessária certa marca de adesão ao inimigo. Como evitarão essa cilada letal, os que, tendo uma vida inteira para amar Deus e o próximo, gastaram as pilhas de amar no rádio do dinheiro?

“Queres ser rico? Pois não te preocupes em aumentar teus bens, mas sim em diminuir a tua cobiça.” Epicuro

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