segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Vencer o mal


“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12:21

O mal, desde que sua definição desceu do apreço de quem de Direito, Deus, para as trêmulas mãos do homem caído, teve furtada sua identidade.

As pessoas usam chamar de “boas”, outras, com as quais se identificam. Um matador de policiais, adjetivará de “sangue bom”, ao seu igual; um corrupto a outro; um estelionatário admirará à “malandragem” de alguém do “clube”, etc.

Essas coisas precisariam passar por um crivo espiritual; mas, não raro, sofrem mero apreço sensorial, forjando a chamada “sabedoria aos próprios olhos”; falta de noção. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30:12

Aquilo que tem um aferidor absoluto, descendo para o inconstante apreço relativo, quase sempre tem seu nome trocado, porque, as conveniências maculam a essência.

Foi com essa proposta, de autonomia e valoração independente das coisas, que o traíra seduziu à mulher, para que ela desobedecesse ao Criador. “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes (do fruto proibido) se abrirão vossos olhos; sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Gn 3:5

A existência daquela árvore era já uma condicionante para que, eventual obediência vertesse de um bem, da vontade livre; Deus não criou robôs programados pra dizer sim.

Assim, a serpente precisou ressignificar esse bem, de modo que parecesse mal, uma mesquinharia Divina. Aceita a blasfêmia, a incauta mulher foi ao encontro da morte acreditando que estaria subindo ao nível do Criador; convidado, seu marido também foi.

Antes de apreciarmos algo como bem, ou mal, convém atentarmos se, nosso apreço tem alguma conveniência rasa anexa, ou, se logramos conhecer a essência das coisas, segundo quem as criou.

A consequência mais danosa da pluralidade de “deuses” após a queda foi a inversão de valores. “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz, trevas; fazem do amargo doce, do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5:20 e 21

Para evitar a esse “ai”, Salomão aconselha: “Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3:5 a 7 Se, confiando no Senhor nos apartaremos do mal, necessária a conclusão que, teremos por mal às coisas que Ele tem.

Embora, no contexto, vencer o mal com o bem atine às relações interpessoais, não pagarmos na mesma moeda, antes, fazermos bem mesmo aos que nos prejudicam, a abrangência desse preceito é maior.

Há em todo o pecador, vasto “paladar adquirido” que o faz sorver prazerosamente o egoísmo, inveja, maledicência, malícia e outras “guloseimas” afins; todo esse “manancial” de maldades que se esconde em nossos corações deve ser vencido também; “Porque do coração procedem maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” Mat 5:19

Mais que a bondade na relação com o semelhante, devemos, prioritariamente, anelar a regeneração e restabelecimento da comunhão com Deus.

Primeiro passo: Abrirmos mão dos nossos “bens”; “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar.” Is 55:7

Adiante, a razão pela qual, O Eterno, demanda essa mudança: “Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são os Meus caminhos mais altos do que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Vs 8 e 9

Todavia, vivemos tempos tão tenebrosos, que as pessoas confrontadas pela verdade preferem alterar essa, ao gosto dos ímpios paladares, a se deixarem moldar pra ser regeneradas aos parâmetros celestes.

Enojados, todos os dias ouvimos ditadores falando em democracia; déspotas em liberdade; vendedores de mentiras se dizendo jornalistas; mercenários se dizendo apóstolos, profetas... A verdade erra; uma estranha no ninho, como Ló em Sodoma.

Isaías anteviu; “Por isso o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, equidade não pode entrar. A verdade desfalece, quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado.” Is 59:14 e 15

Não podemos forçar lobos a deixarem de ser o que são; porém, podemos evitar que seu “triunfo”, eventual, lance dúvidas sobre os valores que escolhemos. A “vergonha de ser honesto” dita por Rui Barbosa, era refinada ironia.

Quem abraça valores eternos não os desfigura trocando-os por engodos biodegradáveis.

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