terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Qual é o fim do homem?


“Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10

Se, um sábio não perguntaria isso, se deduz que, em seus domínios a resposta deveria ser óbvia; ele deveria saber.

Desgraçadamente, quanto mais a humanidade se aproxima do fim, (dos tempos) mais se afasta do fim, (objetivo) para o qual foi criada; assim, os dias passados são melhores que os atuais se, não pela virtude neles encerrada, mas pelo contraste com o “progresso” da desabalada carreira rumo à degeneração.

Aristóteles defendia que “todo ser tem um fim, isto é, uma finalidade que lhe é própria. A faca, por exemplo, tem por finalidade cortar algo; a finalidade dos instrumentos musicais é produzir música. Quando um ser realiza perfeitamente aquilo para o qual foi feito, ou seja, sua finalidade, podemos dizer que ele alcançou a excelência, sua virtude.” (filosofia do início)

Segundo o mesmo pensador, a fim do homem seria encontrar a felicidade. O que, na sua concepção equivale a “alcançar a excelência das faculdades mais elevadas de nossa alma.” (ibidem)

Paulo que também conhecia a filosofia grega disse que o limite de tempo espaço dado ao homem visa reconduzi-lo a Deus. “... determinando os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor...” Atos 17;26 e 27 

Por quê será que seguem infelizes os que buscam fama, riqueza, poder, mesmo encontrando essas coisas? Porque a felicidade veraz não habita nelas.

Se, na consumação porvir da Divina Obra, “Deus enxugará toda lágrima, não haverá mais pranto nem dor...” resulta que a felicidade será em perfeita comunhão com Ele. Davi sabia o que dizia: “Minha alma tem sede de Deus, do Deus Vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a Face de Deus?” Sal 42;2

Malgrado, a doutrina espírita advogue que vivemos um processo de aperfeiçoamento, a Bíblia apresenta a decadência ambiental, moral, e espiritual em franca “evolução”. Da natureza diz: “A terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha...” Is 24;4 “sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.” Rm 8;22

A derrocada espiritual não se satisfaz e desobedecer ao que O Eterno ordenou; além disso, atreve-se a mudar as Ordens Dele; “têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado A Aliança Eterna.” Is 24;5

Feito isso, o caminho para a felicidade queda cada vez mais distante, e os frutos da perversão saltam aos olhos na falência moral que grassa; temos, “homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” II Tim 3;2 a 4

Notemos que, o último do nefasto rol reflete bem a distorção perversa do que seja felicidade. “Mais amigos dos deleites, (prazeres) que amigos de Deus.” 

Pois, antes da felicidade reservada para o fim, o “vinho melhor”, é preciso desfazer a inimizade que a desobediência ensejou. “... Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Cabe-nos sofrer nessa dupla natureza o apelo incessante da perversão da carne, mortificando-o na cruz, pois, o fim das criaturas é louvarem ao Criador, para então, fruírem prazer em consórcio com Ele. Dos ímpios Ele diz: “... estes escolhem os seus próprios caminhos, a sua alma se deleita nas suas abominações... fizeram o que era mau aos Meus Olhos, escolheram aquilo em que Eu não tinha prazer.” Is 66;3 e 4

Satanás vendeu que o homem fora criado para ser autônomo, independente; uma vez aceita essa perversão, a felicidade plena, nunca mais habitou a terra.

Há uma fábula que diz que o machado queria ser amigo das árvores, mas elas relutavam receosas; até que uma, vendo seu cabo de madeira assentiu, ele é um dos nossos. No fim as incautas árvores foram dizimados pelo novo “amigo”.

O Criador não dá boas-vindas à destruição, mesmo que aparente ser de outro naipe. O homem natural pós-queda é mau, inclinado ao mal; por isso a reconciliação demanda renunciar a esse indigno, por Cristo. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-Me.”

Se, na terra doentia dos contrastes, quanto mais se aproxima do fim, o homem ímpio mais se distancia do seu fim; o fiel, quanto mais se “desinteressa” por prazeres efêmeros, mais se habitua ao modo de vida necessário para adentrar em bem aventuranças eternas, onde, “Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; não haverá mais morte, pranto, clamor nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apoc 21;4

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