segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Em Cristo; nova mente

 

“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti.” Is 26;3

Sendo a mente abstrata, óbvio que, sua firmeza deve ser entendida nesse contexto. Como a firmeza em se tratando de coisas concretas é uma qualidade de algo que não se deixa mover, abalar facilmente, uma mente perene manterá sua postura, mesmo ante circunstâncias adversas.
O paralelismo da poesia hebraica acrescenta dados sobre a ideia de uma mente firme; “... ele confia em Ti.” (em Deus)

A paz com Deus tem peculiaridades diferentes da do mundo. Por isso, a distinção do Salvador; “Deixo-vos a paz, Minha Paz vos dou; não vos dou como o mundo dá...” Jo 14;27
A paz mundana muitas vezes abafa situações que a fariam morrer, se fossem visíveis; daí o dito que, “o que os olhos não veem, o coração não sente.” Testemunho oblíquo de que, certas nuances da “paz” vivida derivam da cegueira.
A paz com Deus jamais será construída no escuro. Esse é o habitat do mal; “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

A Paz de Cristo traz consequências com os semelhantes, e purificação, perante O Eterno. “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7
Tal bem, como a Palavra apresenta, não é uma causa; antes, uma consequência de termos andado como O Príncipe da Paz, que nos justifica, ensinou; “O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Jr 32;17
Justiça segundo O Senhor requer primeiro ouvidos, depois ações coerentes com o que ouvimos, para só então, fruirmos essa bendita consequência. “Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus Mandamentos, então seria tua paz como o rio, e tua justiça como as ondas do mar!” s 48;18
A observância das Palavras do Eterno demanda um modo, muitas vezes, passivo, embora possa ser ativo também. Digo; uma espera confiante pode demonstrar uma mente firme, enquanto um ativismo religioso temerário derivará da dúvida, trará à luz incertezas, invés de paz. Há “orações” que nem deveriam ser feitas, por vidas alienadas da justiça; “O que desvia seus ouvidos de ouvir a Lei, até sua oração será abominável.” Prov 28;9
Normalmente a impiedade é a força motora da agitação, quando a espera confiante seria a coisa certa a fazer. “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21
Não podemos esquecer que a confiança é testada em cenários cujos contornos ensejariam desconfiança. Não carecemos guarda-chuvas sob o sol radiante, mas quando chove. Camões dizia: “A verdadeira afeição, na longa ausência se comprova.”
Suponhamos que, O Eterno, que anseia ser também Amado pelos que ama, decida por à prova a veracidade da nossa afeição; e, teste à firmeza da nossa mente, em circunstâncias adversas tais, que não reste nenhum testemunho, do Seu cuidado, “apenas” o conhecimento da Integridade que há no Seu Nome. Os probos, de mentes firmes, fés enraizadas haverão de passar incólumes sob provas assim. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu Servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10
Em casos assim, sem luz nenhuma, aquele que entende o significado do Santo Nome, tem luz bastante para confiar. Os demais acendem fogos alternativos, como se algum ritual mágico desfilando no carro do ativismo religioso “obrigasse” Deus a agir só porque eles querem.
Desse calibre são as “orações fortes”, “determinações”, “decretos”, e similares profanações que navegam nas águas do fetichismo. Para Deus, apenas falta de fé, fruto de uma mente volúvel a friccionar o galho da dúvida contra o da presunção, com fito de ver voarem as faíscas do autoengano. “Eis que todos vós, que acendeis fogo, vos cingis com faíscas, andai entre as labaredas do vosso fogo, entre as faíscas, que acendestes. Isto vos sobrevirá da minha mão; em tormentos jazereis.” Is 50;11
A postura de uma mente firme, na qual devemos confiar e esperar, contudo, não justifica nem patrocina eventual indolência, quando sabemos que devemos agir. “Tudo tem seu tempo determinado”, ensina a Palavra.
Serão somente os obedientes que terão o discernimento necessário para os passos e as esperas em cada situação. “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8;5

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