sábado, 2 de janeiro de 2021

Sem Contradição Alguma


“... Tomai-o vós, e crucificai-o; porque nenhum crime acho nele. Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei e segundo nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus.” Jo 19;6 e 7

Pilatos já estava “lavando as mãos”; pois, não tendo encontrado nenhum crime, permitia que Jesus fosse morto, desde que, pelos que O odiavam.

Se, houve contradição do magistrado, ao testificar a inocência do réu, e ainda assim conceder que se cometesse injustiça, os judeus não estavam melhores.

Ao dizerem, “nós temos uma lei” e pedirem aplicação da lei romana, (a judaica não previa crucificação) estavam contradizendo-se também.

Havia pouco, o regente romano já o açoitara e coroara de espinhos, antes de dizer o “motivo”; “... Eis aqui vo-lo trago fora, para que saibais que não acho Nele crime algum.” V 4

Contradição; a característica mais notável naquela farsa toda.

Significa dizer o contrário do que antes se disse; ou fazer algo que implique coisas diversas das já conhecidas. Como eu dizer que torço para o Grêmio, e sair às ruas com a camisa do Inter; não me contradisse com palavras, mas com ações. Ou, ainda pior, declarar a inocência e permitir a punição, como naquele caso. Agir contrariando o dito.

A mais comum das contradições: “Lábios ardentes e coração maligno” como disse Salomão; Prov 26;23

Paulo ampliou a ideia: “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16

O Próprio Salvador dissera que o povo “honrava-o” com os lábios, estando o coração distante, reiterando o que dera mediante Isaías.

Desde a queda, a contradição se enraizou em nós. O senso do dever e justiça arbitram nas consciências apontando ao justo; a vontade escrava não consegue agir conforme; busca o cômodo, prazeroso, o fácil;

“Porque o que faço não aprovo; o que quero não faço, mas o que aborreço, faço. Se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; pois, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.” Rom 7;15 a 18

Vemos no ímpio escravizado ao pecado, vestígios das duas naturezas; a espiritual impotente, querendo o certo, o justo sem poder; a carnal escrava, dando vazão ao todas as práticas para as quais, ouve um testemunho de que são erradas.

Por isso, o primeiro dom dado aos convertidos é poder, para agir conforme a luz do Espírito; “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

As duas naturezas palpitam nos salvos também; só que agora, com o espírito regenerado, invés de poder enviar uns fantasmagóricos lampejos de consciência, como antes, quando estava morto (separado de Deus, não inexistente) agora pode dirigir nosso modo de agir se, lhe dermos ouvidos.

Isaías ensinara: “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Cap 30;21

A natureza caída continua desejando às mesmas coisas. A diferença é que, o espírito, antes impotente foi “potencializado” em Cristo, o que torna possível andar segundo Ele, para salvação; “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

Sendo o mundo inimigo do Criador, e Jesus vindo como um de nós, natural que fosse contraditado pala impiedade reinante; Simeão prevenira Maria: “Este é posto para queda e elevação de muitos em Israel; para sinal que é contraditado... para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Luc 1;34 e 35

Nele, nosso pensar e agir podem ser convergentes; O Novo Testamento no Espírito escreve as Leis nos corações; “... Porei Minhas Leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei; Eu lhes serei por Deus, eles me serão por povo;” Heb 8;10

Se Ele, Santo, Inocente padeceu para nos dar vida, por quê nós, culpados remidos de graça, devemos evitar temas polêmicos, pregar coisas adocicadas para ofertar lisonjas a mortos?

Você quer vida fácil? Não tem; quer mundo melhor? Idem, esse será julgado, destruído; prosperidade? A promessa é só salvação. Seria contraditório pregar o Reino dos Céus ardendo por apegos terrenos.

“Considerai aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos.” Heb 12;3

Nenhum comentário:

Postar um comentário