sábado, 9 de janeiro de 2021

Robôs

“A civilidade é uma impostura indispensável, quando os homens não têm as virtudes que ela afeta, mas os vícios que dissimula,” Marquês de Maricá

Chegamos a um tempo onde verdade ofende, realidade melindra, honestidade fecha portas; bom caráter é combatido mais que o crime.

Gente honesta dá azo a calúnias odiosas; assassinato de inocentes é aprovado com um carnaval, como foi o aborto, na Argentina.

O “Representante de Deus” na terra se preocupa mais com um monte de lixo queimando na Amazônia, que com milhares de inocentes mortos e jogados no lixo. Abdica da sua autoridade em prol dos ateístas assassinos do Partido Comunista Chinês, ao custo de vidas dos cristãos oprimidos por lá. Que será que houve com “Deus”?

Algoritmos caçam palavras proibidas na Internet; como aborto, vírus chinês, vacina, etc. Eles não existem para questionar por quê? Mas, são eficazes em dizer “como” se penaliza quem usar esses palavrões em canais monetizados que, como punição deixam de sê-lo.

Bons valores, costumes, estruturas de poder, crenças, instituições, são derrubados em série, como uma cadeia de dominós disposta estrategicamente para cair uma peça após a outra.

O “homo sonolentus” segue em seu leito de indiferença ronronando ninharias; faz caras e bocas nas suas micro-alegrias e expõe como troféus nas redes sociais, onde, fingir parece mais apropriado que pensar. O circo pegando fogo, o louco alheio fazendo facécias.

O prédio das já tênues liberdades individuais prestes a implodir, ele na cobertura desfrutando uma “vista” excelente.

Como caçadores noturnos colocam um foco bem nos olhos das presas para cegá-las mediante a luz e matá-las, assim esse ímpio sistema enche os olhos incautos da geração vídeo, para que paralise, invés de olhar ao que interessa e pode dar vida. Jesus Cristo.

A imprensa prostituta, outrora honrosa lupa de evidenciar e reportar fatos, deixou sua nobreza pela comodidade; converteu-se numa fábrica de versões, sempre rumo ao interesse de quem lhe possui, direta ou indiretamente.

Nunca, amor e verdade foram tão defendidas como agora. Digo, pelo menos eu acho.

Sempre foi permitido que a mentira campeasse solta, de modo que, até há um ditado que ela dá uma volta na terra antes da verdade calçar as botas; além de livre era veloz, pois; ódio sempre causou certa pena de quem o sofria; afinal, como um câncer, faria mal ao próprio sistema orgânico de seu hospedeiro; raiva faz mal pro fígado, se dizia; então, se era um sentimento desaconselhável, sua existência não incomodava, como hoje.

Qualquer notícia que desafine um pouco da “verdade” reinante presto é tolhida, descartada, censurada; “Fora com as fake News”!

Os ensinos que exortam eventuais errantes na estrada da vida também são caçados com zelo; “abaixo aos discursos de ódio”!

Se, mentir e odiar são males expurgados dessa forma, natural a conclusão que a presente geração ama à verdade e ao amor. Estamos salvos!!

Entretanto, nossos ultrapassados neurônios foram treinados para ter como verdadeiras as afirmações cuja realidade, os fatos, confirmam; urge que eles sejam “reeducados”, bem como, nossos olhos, para que aprendam, enfim, que a realidade não é o que estamos pensando só porque estamos vendo. 

Apenas o que a mídia e a Internet disserem que é bom, será; afinal, uma geração assim, zelosa, que veta as mentiras e ama ao amor, não deixaria nada de ruim chegar até nós.

Outra coisa que aprendemos errado; pensávamos que amor fosse algo que, “tudo sofre, tudo suporta...” seria capaz de sofrer injustiças para não interferir no direito de escolha de quem ama, o tal de arbítrio. Enfim, carecemos aprender que o “amor” é mui superior a isso; cuida tanto de nós, a quem ama, que nem precisamos essa tarefa dura de fazer escolhas; os mestres do amor escolhem o melhor pra nós...

Não dá para negar que o Diabo é pós graduado em diabologia; primeiro atrofiou à capacidade cognitiva duma geração; drogou-a com futilidades várias, e quando todos estavam estonteados de tanto adorar à imagem da besta que fala, passou a operar sua “mágica” sem oposição; aqueles que está tangendo rumo ao matadouro defendem-no; chamam de gado a uma ínfima minoria que resiste.

A boçalidade disseminada é tal, que um tratado como esse, uma diatribe em consórcio com a ironia corre risco de ser entendida literalmente. Como disse Olavo de Carvalho, é preciso desenhar a explicação e explicar o desenho.

A tsunami tecnológica “programa” pessoas como robôs, rumo a autodestruição. Triste, lamentável.

“O sistema havia enfartado a imaginação das pessoas, corroera a sua criatividade. Elas raramente surpreendiam. Raramente davam presentes em dias inesperados. Raramente reagiam de modo distinto em situações tensas. Raramente libertavam o intelecto para enxergar os fenômenos sociais por outros ângulos. Eram prisioneiras e não sabiam.” Augusto Cury

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