domingo, 17 de janeiro de 2021

Seriedade da Graça


“... nenhuma expiação se fará pela terra por causa do sangue que nela se derramar, senão com o sangue daquele que o derramou.” Nm 35;33 A culpa humana incidia sobre a terra, inclusive.

A Lei da expiação ou, remissão prescrevia que crimes de sangue tivessem pena de morte; ensino desenvolvido depois na Epístola aos Hebreus; “... sem derramamento de sangue não há remissão.” Heb 9;22

Quando Adão transgrediu um limite cuja sentença era a morte, de certo modo, “derramou sangue”; seu próprio e da sua descendência. Tanto que, com a perda da inocência vieram medo, culpa e vergonha; O Criador Baniu-os do Jardim; matou um animal e os vestiu com a pele do mesmo. Sangue inocente já foi derramado, como consequência do culpado.

Todavia, se olharmos de novo à sentença inicial, veremos que o sangue requerido para remissão era o do culpado; “daquele que o derramou.” Um bicho como substituto não servia.

Por isso, o sacerdócio antigo, onde os pecados eram “remidos” com sangue de animais era só um “tipo profético”, um símbolo de uma redenção, ainda a ser feita. A Epístola aos Hebreus chama de “correção”; ensina que as coisas do Antigo Pacto eram “sombras” das futuras, “Consistindo somente em comidas, bebidas, várias abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção.” Heb 9;10

Embora aquilo tivesse seu valor para o propósito que foi estabelecido, não ia além dele; para a remissão veraz se requeria algo Maior; “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime do que os Céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo a si mesmo.” Heb 7;26 e 27

Se, O Eterno quis aqueles sacrifícios como símbolos, não como uma remissão definitiva havia a necessidade do “Segundo Adão” inocente para remir o mal que o primeiro fizera; “Porque é impossível que o sangue dos touros e bodes tire pecados.” Heb 10;4

“Por isso,
(Cristo) entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste... Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, Tua Vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo.” Heb 10;5 e 9

Seu “jugo” foi levar a Vontade de Deus às últimas consequências. Quando nos desafia a tomarmos o mesmo, deseja que andemos em igual exemplo de submissão. Pois, Ele, “Esvaziou a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma de homem, humilhou-se, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2;7 e 8

Não que a cruz em si fosse uma necessidade; a necessidade aos Olhos Divinos era outro sangue inocente, do calibre do que Adão derramara, para remissão. 

A Cruz era um “upgrade” um requinte de crueldade; o jeito romano de punir a quem consideravam culpado. Por isso a ênfase que Ele foi obediente até à morte, e “morte de cruz”. Isto é; de modo cruel, espetaculoso.

Como Seu Jugo de submissão culminou nisso, nós que somos chamados a nos identificarmos com Ele, figuradamente somos desafiados a tomarmos nossa “cruz” também.

Conversão é identificação com Sua Entrega; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Os judeus ciosos da Lei de Moisés não entenderam o significado da morte Dele; não obstante, Isaías tenha ensinado que seria assim; “Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele; pelas suas pisaduras fomos sarados.” Cap 53;5

Se, as coisas dadas mediante Moisés eram um esboço segundo os “rudimentos do mundo” até o tempo da “correção”, a era da Graça é muito mais séria que a Lei.

Afinal, “Quebrantando alguém a Lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado e fizer agravo ao Espírito da graça?” Heb 10;28 e 29

Se, transgredir ao “esboço” culminava em pena de morte, devemos, antes de nos escudarmos imprudentemente no “Deus É Amor”, adotar visão mais ampla; “Considera a bondade e a severidade de Deus...” Rom 11;22

Cristo esvaziou-se do Seu Poder; da Santidade, não. Logo, “Segui a paz com todos e a Santificação, sem a qual, ninguém verá O Senhor” Heb 12;14

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