domingo, 2 de outubro de 2022

A pequena casa, maior


“A glória desta última casa será maior do que a da primeira...” Ag 2;9

A primeira fora o Templo de Salomão, majestosa obra, destruída pelos Caldeus, quando o povo fora levado cativo para Babilônia.

No, pós cativeiro, estavam reconstruindo timidamente, uma casa menor, de modo a frustrar os mais velhos que tiveram conhecimento da antiga; “Quem há entre vós que tendo ficado, viu esta casa na sua primeira glória? Como a vedes agora? Não é esta como nada diante dos vossos olhos, comparada com aquela?” v 3

O Senhor os desafiou ao trabalho, garantindo que aquela casa, aparentemente inferior a precedente, seria mais gloriosa.

Como “diante da honra vai a humildade”, geralmente são às coisas menores que O Eterno reserva os maiores brilhos. O primogênito de Isaque era Esaú; o escolhido foi Jacó; de José foi Manassés; contudo o mais frutífero foi Efraim; Davi era o menor de oito irmãos; foi feito rei; Ana era estéril, humilhada por Penina, com seus muitos filhos; todavia foi a escolhida para gerar Samuel; esses e muitos outros exemplos similares evidenciam que, para Deus é a “ordem natural” fazer mais gloriosas as coisas menores, que as mais imponentes.

“Tu guardaste até agora o bom vinho”. Aos Olhos Divinos, o preterido que fica por último não é, necessariamente, o último. Poderá vir a ser o primeiro.

O Salvador que transformara água em vinho, Ensinou aos Seus discípulos a importância da humildade. O homem tem mania de grandeza; mesmo os que seguiam a Jesus tinham; “Suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior.” Luc 9;46

“A grandeza foge de quem a persegue; e persegue a quem foge dela.” Talmude

O Mestre corrigiu-os: “Mas Jesus, vendo o pensamento de seus corações, tomou um menino, pô-lo junto a Si, e disse-lhes: Qualquer que receber este menino em Meu Nome, recebe a Mim; e qualquer que receber a Mim, recebe O que Me enviou; porque aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo é grande.” V 47 e 48

Se, a condição indispensável à salvação é “negue a si mesmo”, o que se faz menor é o que consegue obedecer num grau mais profundo.

A presunção de algum mérito, sabedoria, valor, costuma inutilizar aos presunçosos para realizações espirituais; pois, qualquer feito Divino operado mediante eles seria furtada a glória para o homem.

Então, “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;27 a 29

Através de Jeremias já advertira: “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, o forte na sua força; nem o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em Me entender, Me conhecer, que Eu Sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas Me agrado, diz o Senhor.” Jr 9;23 e 24

Tendemos a valorar pessoas e coisas segundo posses, circunstâncias; Deus consegue ver mais fundo; “Não atentes para sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem; pois, o homem vê o que está diante dos olhos, porém O Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Ante José, na prisão egípcia, o olhar humano nada mais via que um prisioneiro acusado de tentativa de estupro; aos Olhos Divinos figurava um inocente, fiel, prestes a se tornar governador.

O hipócrita pode ser feito no teatro; o santo, demanda um processo de purificação, no íntimo.

Também somos uma “segunda casa”; o homem natural com toda sua pompa pretenciosa era defunto adiado, um morto-vivo que precisava ser renunciado pelo renascimento em Cristo; a regeneração espiritual, nos fez templos para Divina Habitação. “No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.” Ef 2;22

Essa edificação não comporta nenhuma “matéria-prima” espúria; devemos ser “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, onde Jesus Cristo É a principal Pedra da esquina;” Ef 2;20

Os que, tendo começado bem seus “templos”, por comodismos oportunos, aversão às renúncias, afã por aplausos, descambaram para o “liberalismo teológico”, alinhando-se ao perverso “politicamente correto”; ou, se perderam no desvio do amor ao dinheiro, invés de uma segunda casa melhor que a primeira, terminarão sob zombarias de uma empresa falida. “Este homem começou edificar e não pôde acabar.” Luc 14;30

É suicídio depender do homem, nas coisas que dependemos de Deus; “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam...” Sal 127;1

Nenhum comentário:

Postar um comentário