sábado, 29 de outubro de 2022

Segunda milha


“A manifestação do Espírito (Santo) é dada a cada um, para o que for útil.” I Cor 12;7

Manifestação significa tornar público, notório, evidente, manifesto. Fazermos “visível” O Espírito Santo, é um dom que cada salvo recebe. “... O mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.” v 11

O critério que Ele usa para a distribuição dos dons é pragmático, objetivo. “Para o que for útil.” Diferente de nós, seres imperfeitos, pacientes da vaidade, que carecemos exibir alguma “perfeição”, física, intelectual, psicológica, material, espiritual, funcional, Ele não sofre nenhum desses complexos. Não precisa tentar “compensar” nada, vai ao que interessa, o útil!

Seu serviço costuma ser mui sóbrio; sem nenhuma placa em neon a exaltar “nossos” produtos; apenas, devemos mirar outros seres que Ele também Ama e precisam ser alcançados através de nossas vidas.

O mundo está fragmentado em bilhões de “deuses”; mal surgido desde o nascimento do ego na queda, pela sugestão da oposição. O filho primogênito dele, o egoísmo, separa pessoas, individualiza motivos, tolhe interação, cooperação; torna a cada um, do jeito que o diabo gosta. Alienado de Deus, senhor de si.

O que é o relativismo, senão, a preservação filosófica do direito pessoal de reinarem as preferências particulares, a despeito do Divino querer?

Não havendo Absoluto, como esposam, não haveria Deus. Cada um seria senhor dos seus motivos e escolhas, não devendo prestar contas a nada, exceto à certa massificação calculada, que, os incapazes de ceder à correção chamam de “politicamente correto”.

Admitindo eles, ou não, há um “Deus” por trás dessa manipulação a formar sorrateiramente um rebanho de degredados, cujo traço comum é a cegueira. “Se ainda nosso Evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é A Imagem de Deus.” II Cor 4;3 e 4

O que inimigo tenta manter longe de nós é que, em Cristo, não precisamos mais ser deuses falidos; podemos voltar Ao Eterno e recebermos Seus Cuidados. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós A Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Receber ao Salvador nos “mata”; porém, nos faz renascer Nele; “... a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13

Para nascermos de Deus carecemos “morrer de nós”, ou, renunciar o ego.

Não é fácil o homem natural ser convencido a essa ruptura; “negue a si mesmo”; depois, ainda deve romper com os valores dos demais egos disseminados e suas doentias predileções, suicidas escolhas; o mundo.

Deus nos espera mui “além do arco íris”; digo, das nossas inclinações naturais, e das dos semelhantes, que nos rodeiam com suas receitas de seguir mortos, manter “distância segura” dos caminhos da vida. Daí, o conselho: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Como vimos, o “Deus” oculto por detrás dos degredados do Reino dos Céus cega entendimentos; por isso, O Eterno convida-nos mediante Sua Palavra para a renovação dos nossos. “Deixe o ímpio seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Depois de deixarmos de confiar em nossas percepções desorientadas e aprendermos a descansar no Senhor, receberemos Dele dons espirituais, segundo Seu propósito.

O Divino Chamado ao serviço é também ao amor. Esse só se sente útil dando-se, amando; por isso ousa andar a “segunda milha”, fazendo algo mais que o requerido, costuma se expressar. “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” Luc 17;10

O proveito dos dons só será visível se, potencializado por esse “aditivo” precioso que lhes emprestará sentido; “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa, como sino que tine.” I Cor 13;1

Em nós mesmos, nos domínios do ego estamos mortos; com dons espirituais, sem amor, como cantou alguém, “a gente somos inútil.”

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