segunda-feira, 6 de abril de 2020

O reforço necessário


“O teu Deus ordenou tua força; fortalece, ó Deus, o que já fizeste para nós.” Sal 68;28

Se Deus já ordenara a força do seu povo, por que estavam pedindo que Ele os fortalecesse? Embora O Eterno “chame as coisas que ainda não são como se já fossem”, perante o homem, uma vez que esse é refém do tempo, as coisas precisam sair à luz para serem. Natural que ante uma promessa Divina orem, como Davi: “Faze conforme dissestes".

Porém, os nascidos de novo são desafiados ao sobrenatural; nova dimensão e discernimento sob as graças do Espírito Santo.

Então o “justo viverá da fé” porque, depois de justificado em Cristo é desafiado a deixar o âmbito imanente e ascender ao domínio do Espírito, que demanda confiar sem ver, dado que, “A fé é o firme fundamento das coisas que se não veem.”

De outra forma se pode dizer que, o justo confiará mesmo sem nada ver. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

Por isso, quando Paulo diz: “Fortalecei-vos no Senhor, na força do Seu Poder”, entre outras armas apresenta o Escudo da Fé.

A fé sadia não patrocina uma cobrança como se Deus devesse algo, uma vez que prometeu; antes, descansa Nele na certeza que, ao Seu tempo Ele o fará; ela não se apoia nos eventos, antes, descansa no Ser de Deus. Seu Caráter Santo, Sua Bendita Integridade. “Crede em Deus crede também em Mim.”

Salomão também pareceu andar nas mesmas pisadas dos que, tendo algo já, rebuscam-no como se não o tivessem; “O homem sábio é forte, e o homem de conhecimento consolida a força.” Prov 24;5

Quando diz que ele é forte parece aludir ao potencial que lhe foi dado; o consolidar a força deriva de agir consoante à força que recebeu. Numa linguagem simples, a coerência de saber a coisa certa e fazer a mesma, como disse Jesus aos discípulos: “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13;17

Se, nosso saber deve patrocinar o agir, logo, a fé é muito mais que mera confiança, ou, abstração indolente a espera de promessas; antes, é como aquela coluna de fogo do Êxodo que vai adiante mostrando-nos o caminho; caminhar conforme sua luz é a nossa parte.

O capítulo 8 de Marcos registra a cura de um cego, ao qual Jesus levou pela mão fora da aldeia e o sarou; feito isso ordenou que seguisse, sem entrar de novo na aldeia. Embora ocultas as razões disso, o fato visível é que o sujeito foi levado pela mão enquanto cego; uma vez restaurada sua visão foi desafiado a andar pela Palavra do Senhor.

O mesmo se dá conosco. Enquanto pesa nossa cegueira espiritual somos buscados, Deus perdoa nossa ignorância; nos chama como estivermos. Porém, perdoados, iluminados, salvos, enriquecidos com o Dom do Espírito Santo, somos desafiados a evitar a “aldeia” o mundo, apenas em obediência à Palavra.

Há uma “força” que é dada as salvos; “A todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Essa carece oração e vigilância para ser preservada, dados os ataques das tentações, do inimigo e os maus hábitos latentes ainda na carne. Cabe pois a oração aquela: “Fortalece ó Deus o que já fizeste por nós”; noutras palavras: Confirma-nos nas veredas da justiça, da salvação.

A certa igreja mencionada no Apocalipse O Salvador disse: “O que tendes, retendes...” A ideia de reter é ter novamente, como se, em determinado momento tivesse perdido. Assim é a fé; um dom sob constantes ataques da dúvida, que costuma, em consórcio com as circunstâncias adversas debilitá-la.

Se, as circunstâncias precisam da visão natural para seu apelo, a fé robustece-se no “escuro” simplesmente bebendo da “Água da Vida”; nossa parte é fazer isso, “tem o seu prazer na Lei do Senhor; na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;2

Claro que além de meditar devemos viver conforme; assim, O Eterno fortalece o que já fez e surpreende quem vê, com os frutos improváveis que produz em nós; “Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, que dá o seu fruto no seu tempo; suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.” Sal 1;3

Reconhecer debilidades e rogar a intervenção Divina sobre elas, eis o modo de Deus confirma em nós o que já fez. “Por isso sinto prazer nas fraquezas, injúrias, necessidades, perseguições, angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” II Cor 12;10

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