terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Daniel Alves na cova dos leões


“Quem busca a verdade, a acha e se completa. Quem busca a satisfação própria, nunca a encontra e continua buscando sempre.” Ivenio Hermes

Essa frase tem paralelos bíblicos; “Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” Ecl 5;10 Ainda, a fartura de bens sem devido usufruto; “Um homem a quem Deus deu riquezas, bens e honra, nada lhe falta de tudo quanto sua alma deseja; e Deus não lhe dá poder para daí comer, antes o estranho o come; também isto, é vaidade, má enfermidade.” Ecl 6;2

O clássico choque entre os bens verdadeiros, permanentes, e o engano das sombras; o logro incapaz de satisfazer, das coisas materiais.

Repercute internacionalmente a prisão do jogador brasileiro, Daniel Alves, que teria cometido violência sexual contra uma mulher de 23 anos, numa boate de Barcelona.

Não pretendo entrar no mérito do que pertence à polícia, se houve crime ou não. Mas, fortes indícios levam a crer que sim, além disso, o jogador teria mudado três vezes sua versão, o que complica as coisas.

Meu tema é a busca desesperada por satisfação a qualquer custo, mal que assola nossa geração. No prisma esportivo ele está no teto, sendo o jogador que ganhou mais títulos em todos os tempos; concomitante ao desempenho em alto nível, a fartura material também lhe sorriu; no prisma pessoal ele é casado com uma jovem modelo espanhola, de modo que, teria todas as razões para estar satisfeito com o que a vida lhe facultou.

Entretanto, estava em altas horas, numa boate de luxo, onde teria acontecido o abuso. Das duas uma: ou, a satisfação é uma insaciável, como um viciado que, quanto mais consome, mais depende das drogas, ou, ela não é encontrável no domínio da matéria.

Na verdade, O Salvador não colocou a satisfação apenas, como inalcançável aos braços da fartura, mas, a própria vida; “... Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer um, não consiste na abundância do que possui.” Luc 12;15

Não apenas Disse o que não é, como ensinou em que consiste a vida; “A vida eterna é esta: que conheçam, a Ti só, por Único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem Enviaste.” Jo 17;3

Claro que o homem natural que a Bíblia chama de “carne” não pode se satisfazer em Deus; antes, sente-se ameaçado, resiste; “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;5 a 7

Por isso, o desafio para que sejamos salvos requer o “despejo” desse intruso, o ego. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me".

A riqueza que permite aquisição de quase tudo, faculta ao “rico” que tenha sua morte folheada a ouro, e se presuma vivo; no entanto, com ou sem posses, a sentença é a mesma: “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;3 e 5

Se alguém presume que a rejeição à fartura como geratriz de satisfação seja uma “esperteza” de pobre para pintar em cores belas uma sina feia, ouçamos um que foi riquíssimo e sapientíssimo, Salomão: “Olhei para todas as obras que fizeram minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito; eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e proveito nenhum havia debaixo do sol.” Ecl 2;11

Depois de aquilatar todas as coisas da esfera material e seus prazeres, como “vaidade e aflição de espírito”, Ele apontou noutra direção: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda Seus Mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra; tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Ecl 12;13 e 14

Os bens fartos até facultam o que vulgarmente se chama de qualidade de vida. Cristo nos dá vida de qualidade; espiritual, eterna, mesmo que, com certo custo, aqui.

Daniel levou uma vida construindo um nome, que estragou numa noite. Mas, se arrependido encontrar a Cristo e Seu perdão, ainda não perdeu nada que valha, realmente.

A satisfação verdadeira é “carta de outro baralho”, como disse Davi: “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; me satisfarei da Tua Semelhança quando acordar.” Sal 17;15

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