domingo, 29 de janeiro de 2023

Medo da luz


“Melhor é a criança pobre e sábia que o rei velho e insensato, que não se deixa mais admoestar.” Ecl 4;13

Sendo um provérbio antitético, onde duas coisas opostas são comparadas, parece lógico concluir que a qualidade da criança “pobre e sábia”, era de aceitar as admoestações, correções eventuais; coisa que o rei velho e insensato não tolerava.

Mas, um sábio precisa ser corrigido? Um sábio pelo conteúdo, parece que não; mas, assim, só Deus. Nos cabe sermos “sábios” pelo princípio; pela índole dócil ensinável; a disposição para aprender, do Senhor, sobretudo, é nossa “sabedoria”. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1;7 

Percebamos que, o rei, mesmo sabendo mais que a criança, pelo seu endurecimento, aversão à correção foi tido por insensato.

Aos dispostos a aprender, A Palavra encoraja que se ensine, pois, terão proveito; “Dá instrução ao sábio, ele se fará mais sábio; ensina o justo, ele aumentará em doutrina.” Prov 9;9

À falta de noção, mesmo quando se está errado, A Palavra chama de ser “sábio aos próprios olhos”. Ou seja, as percepções particulares da vida, as ditas idiossincrasias, são as réguas pelas quais, alguns mensuram a suposta luz que possuem; fecham-se contra qualquer coisa que a suplemente, ou corrija.

Por isso o conselho: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para teu âmago, e medula para teus ossos.” Prov 3;5 a 8

É bom parar pra ouvir quem sabe mais do que nós, sobretudo, no tocante às coisas do Senhor. Faço isso todos os dias, assistindo vídeos de ensino de quem ensina coisas que ignoro.

Entretanto, vivemos na geração mais sem noção de todos os tempos. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia. Há uma geração cujos olhos são altivos, as suas pálpebras estão sempre levantadas.” Prov 30;12 e 13

Embora discordando frontalmente da “solução” pensada pelo ditador Alexandre de Moraes, (controle, censura) sou forçado a concordar com uma frase que ele disse: Que a INTERNET deu voz aos imbecis. Aos imbecis, aos falsos juristas, e aos corruptos sem caráter, também.

Porém, a direito à liberdade de expressão deve ser intocável. Imbecil ou não, todos devem gozar plena liberdade de dizer o que pensam. Mesmo em Sua Onisciência, para testemunho dos Seus Juízos O Eterno permite que as coisas mais infames sejam manifestas. Leva a liberdade de expressão às últimas consequências.

Preveniu a Maria de dores que ela sofreria, por essa permissão Divina; “(Uma espada traspassará também tua própria alma); para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Luc 2;35

Essa geração de espinhosos que está “formatada” para a hipocrisia, elogios de plástico, tolhe a si mesma da possibilidade de aprender. A “interação” possível resume-se a lisonjas e coraçõezinhos. Ao menor sinal de discordância, voam pedras virtuais, o rei velho e insensato levanta do seu trono e vocifera seus decretos de extradição.

Sócrates, o filósofo dizia aos seus oponentes: “Liberte-me de minha ignorância e te terei na conta de meu maior benfeitor.”

Essa é a índole de criança que nos convém, como servos de Deus; “Em verdade vos digo que qualquer que não receber o Reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele.” Mc 10;15

A índole ensinável, essa postura “infantil”, não tolhe o entendimento a que já chegamos. A excelência seria uma compreensão amadurecida, e uma disposição infantil, como disse Paulo: “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento.” I Cor 14;20

Nicodemos era um príncipe, mestre do Sinédrio; e falando com Jesus, ao ouvir sobre o Novo Nascimento faz perguntas ridículas, a um olhar adulto; O Salvador, pacientemente o ensinou.

Contudo, nessa geração barulhenta, onde todos têm o “microfone” e ninguém tem ouvidos, o ensino vira um intruso; invés de uma chama a iluminar, não raro é equacionado com “falar da minha vida”; aí, os intocáveis têm suas defesas prontas; “Pague minhas contas, antes de falar da minha vida.”

Como certos felinos em armadilhas, que eventuais socorristas só podem soltá-los imobilizando-os, pois, eles veem na tentativa de ajuda, uma ameaça, assim, os intocáveis desse tempo.

Agora, Sophia fala às paredes; “Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? Vós escarnecedores, desejareis o escárnio? Vós insensatos, odiareis o conhecimento?” Prov 1;22

Infelizmente, para muitos, as consequências dessa aversão serão letais; “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te Rejeitarei...” Os 4;6

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