quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Os falsos


“Muitos seguirão suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade.” II Ped 2;2

O ofício dos falsos profetas e mestres obraria isso, segundo Pedro.

“Muitos seguirão...” embora, para efeito de exibicionismo intelectual se diga que vale mais a qualidade do que a quantidade, a geração atual costuma valorar as coisas pelos números; de visualizações, seguidores, curtidas... para algo soar bom, causar, basta que “viralize”.

Os gregos antigos não tinham lá tanto apreço pelos ajuntamentos. Consideravam a multidão, uma “besta acéfala”, (um monstro sem cabeça) aglomerado de insipientes; “Um homem ajuizado teme mais ser analisado por meia dúzia de sábios, que representar ante uma turba de ignorantes”, disse um deles no “Banquete.”

Nas coisas espirituais, o aplauso de muitos, invés de aferidor de qualidade, costuma ser o contrário. As coisas sérias, probas, honestas, são palatáveis para poucos, enquanto os erros, profanações, apostasias, falsidades contam com a adesão de muitos. Por quê?

Porque, como diz um adágio popular, “ladeira abaixo todo o santo ajuda.” Isso, importada a figura para as inclinações psicológicas, andar segundo a natureza caída é o mais fácil; “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne...” Rom 8;5 embora, algumas coisas até possam usar rótulos espirituais, profanam ao Nome Santo; invés da Palavra de Deus alinham às humanas predileções, são derivadas da carne, não do espírito. Deus nos desafia a buscarmos as coisas de cima; esses oferecem em Nome Dele, as terrenas.

Profetizadores de facilidades incondicionais grassam, atirando suas falsidades ao vento, para quem crer. Pelos números de reações favoráveis, fácil perceber que muitos os seguem. Às vezes um pilantra encena sacando um maço de verdinhas num terminal eletrônico, para mostrar o que “Deus vai fazer” com quem crer naquilo. Santa paciência!!

Elias teve um embate contra 850 falsos profetas no Carmelo; daí, fácil a conclusão que, o zelo pela verdade é de poucos, enquanto o erro atrai matilhas.

É da nossa natureza nos frustrarmos, quando poucos nos dão ouvidos, mesmo estando certos de que falamos segundo Deus. Entretanto, fomos chamados para andar segundo O Espírito Dele, não segundo a natureza.

Por Amar justiça e verdade mais que aplausos, certa vez O Eterno mandou um profeta “falar às paredes”; “... a casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não querem dar ouvidos a Mim... vai aos do cativeiro, aos filhos do teu povo; lhes falarás e dirás: Assim diz O Senhor Deus, quer ouçam quer deixem de ouvir.” Ez 3;7 e 11
Como vemos, o “sucesso” não é aferidor espiritual.

“... suas dissoluções...” embora a palavra aqui seja uma figura, dissolução em química significa dissolver, decompor. Isso fazem os farsantes com a sã doutrina. Invés da preservação, trazem modernismos, liberalismos. Aplauso humano conta mais, para esses, que a Divina aprovação. Cristo advertiu do risco de brilharmos nos palcos terrenos; “... Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

“... será blasfemado o caminho da verdade.”
Por ser A Verdade, cabal, absoluta, não comporta paralelismos, concurso de coisas parecidas apenas. Ela é radical. Algo é verdadeiro, ou falso. O âmbito espiritual não aceita gambiarras, arranjos que “funcionam” eventualmente.

Não se podendo “pegar uma carona” com ela, a falsidade precisa descartá-la como mentira. Se, não faz isso diretamente, mera rejeição que a crença na mentira propicia, implica em descartá-la. Aliás, apenas duvidar dela, já significa ter por mentirosa Sua Fonte; “... quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” I Jo 5;10

Então, embora os falsários possam usar uma série de rótulos vistosos, a rigor, são gente que se opõe a Deus, aos valores perenes da Sua Palavra; “A Lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma; o Testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices; os Preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o Mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos."

Se, a Palavra refrigera, dá sabedoria, alegra o coração e ilumina os olhos, por que as pessoas fogem dela? Porque ela chama à renúncia, ao caminho estreito, o que a carne jamais aceitará.

O sonho de consumo dos falsários e sequazes é seguirem dando vazão a todos os desejos que afastam do Criador, e posarem de salvos, pertencentes a Ele.

Onde O Salvador Ordenou: “Negue a si mesmo”, esses leem: Traia a si mesmo. “Portanto comerão do fruto do seu caminho, fartar-se-ão dos seus próprios conselhos. Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará em segurança e estará livre do temor do mal.” Prov 1;31 a 33

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