segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

A dor necessária


“... fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma.” II Cor 7;9

Paulo enviara uma dura carta aos coríntios, determinando a exclusão de um que cometia pecado grave; “... há entre vós fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem abuse da mulher de seu pai. Estais ensoberbecidos, nem ao menos vos entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem fez isso. Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, em Nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus." I Cor 5;1 a 5

“Entregue a Satanás” significava excluir ao tal da Igreja; melhor seria estar morto fora, que dentro. Talvez, sofrendo as consequências das suas ações impuras, antes de morrer ainda encontrasse lugar de arrependimento.

A exposição do pecado, da forma veemente como foi, estremeceu à igreja; muitos discursos eclodiram; “Porque, quanto cuidado não produziu isto mesmo em vós que, segundo Deus, fostes contristados! que apologia, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança! Em tudo mostrastes estar puros neste negócio.” II Cor 7;11

Quando fizeram vistas grossas ao pecado, Paulo os chamou de ensoberbecidos; depois, tendo tratado à afronta com devido zelo, disse que eles estavam puros.

Aquela onda de zelo no tocante à santidade fez “estragos” no que andava errado e nos que compactuavam, de modo a gerar arrependimento, e consequente perdão. Sabedor disso, o apóstolo reconsiderou. “A quem perdoardes alguma coisa, também eu; porque, o que eu também perdoei, se é que tenho perdoado, por amor de vós o fiz na presença de Cristo; para que não sejamos vencidos por Satanás; porque não ignoramos seus ardis.” II Cor 2;10 e 11

Tanto é grave a tolerância com o pecado, quanto, a ausência de perdão, quando o culpado exibe sinais de sincero arrependimento e disposição para mudar seu proceder.

Depois daquilo, Paulo discorreu filosoficamente sobre a necessidade de pregações que gerem tristeza, por causa do fruto que produzem; “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” II Cor 7;10

Atualmente grassa uma súcia de “obreiros”, cujo labor visa, produzir bem estar, auto aceitação, motivar ímpios, para que, mesmo seguindo na impiedade sejam levados a crer que está tudo bem; que o Amor Divino supre à falta de caráter. A tal “teologia do coach”, que de teologia não tem nada.

Bastaria lermos o Salmo 50, com alguma honestidade intelectual, para constatarmos duas coisas: Uma: Os que recusam a correção de Deus não têm autorização nem para mencionarem Sua Palavra; “Mas ao ímpio Diz Deus: Que fazes tu em recitar Meus Estatutos, e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, e lanças Minhas Palavras para detrás de ti?” Vs 16 e 17

Duas: O silêncio Divino deriva de Sua Longanimidade, não significa aprovação. “Estas coisas tens feito, e Me Calei; pensavas que era tal como tu, mas eu te Arguirei, as Porei por ordem diante dos teus olhos.” v 21

E quando Deus Fala repetidamente ao errado de espírito, para que esse emende seus caminhos, caso persista no erro, uma hora, a Santa Paciência acabará; “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído sem que haja remédio.” Prov 29;1

Os consumidores de lisonjas estão haurindo veneno, apenas porque gostam do sabor doce. “O homem que lisonjeia seu próximo arma uma rede aos seus passos.” Prov 29;5 Essa mesma verdade é ampliada noutras palavras: “Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.” Prov 27;6

Se, essa doença humana já foi cantada em prosa e verso; “mente pra mim, mas diz coisas bonitas...” (Agnaldo Timóteo) Os que pretendem servir a Deus são desafiados a coisas melhores; “Deus É Espírito; importa que os que O adoram, adorem em espírito e verdade.” Jo 4;24

Tem circulado bastante aquele ensino que, homens fracos fazem tempos difíceis; e tempos difíceis fazem homens fortes;

pois, podemos, de certa forma, parafrasear sob o prisma espiritual: Homens espiritualmente fracos, aduladores, fazem uma igreja doente; homens probos, comprometidos com a verdade e seus devidos frutos, são indispensáveis, para que, mediante eles, O Espírito Santo nos traga a cura. 

Urge que entristeçamos os ímpios invés de adulá-los; “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para salvação, da qual ninguém se arrepende...”

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