domingo, 1 de novembro de 2020

Segunda Chance


“No mês segundo, dia catorze à tarde, celebrarão; com pães ázimos e ervas amargas a comerão.” Nm 9;11

Alguns não participaram da Páscoa; uns por ausentes, viajando; outros, “impuros”; esses manifestaram a Moisés seu desejo de participarem também.

Moisés orou ao Senhor; a instrução do Eterno foi que se fizesse outra celebração no segundo mês, para que todos fossem incluídos.

Uma conclusão necessária é que, ninguém fica de fora da comunhão com O Santo, por falta de oportunidade; Aquele que nos instruiu a perdoar “setenta vezes sete”, acaso se negaria a dar uma segunda chance aos sinceros? Ou, como dissera Abraão, “Acaso não faria justiça O Juiz de toda a Terra?”

Embora, muitos, por desconhecimento pintem ao Todo Poderoso como pronto a castigar os errados, a Bíblia O apresenta de modo diferente; “... torne para nosso Deus, porque grandioso É em perdoar.” Is 55;7

O que nos ensina a Parábola do Filho Pródigo, senão, a saga de um perdulário inconsequente, remida por um pai amoroso, perdoador?

Há um texto polêmico, que, parece sugerir a inexistência de segunda chance a eventuais apóstatas; diz: “Porque é impossível que os que, já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Notemos que o texto não diz que é impossível que sejam perdoados, uma vez arrependidos; antes, que é impossível que sejam “renovados para arrependimento”; aquele trabalho Bendito do Espírito Santo, de convencer do pecado, da justiça e do juízo.

Se, o sujeito já foi feito participante do Espírito Santo, só o foi, porque convencido dos seus erros, persuadido ao arrependimento; caso recaia, terá que se arrepender com as informações que possui; não esperar que O Espírito refaça o caminho por ele.

Como isso é pouco provável, uma vez que, enriquecido pelo Espírito, invés de produzir os devidos frutos, produziu “espinhos”, o tal credencia-se mais à perdição que ao arrependimento para salvação; “Porque a terra que embebe a chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; Mas, a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada; perto está da maldição; seu fim é ser queimada.” Heb 6;7 e 8

Chega um momento em que, O Senhor, malgrado Sua Longanimidade, parece desacreditar duma mudança; de modo que nem a prescreve mais; antes desafia cada um para que se firme em suas escolhas, sejam virtuosas, sejam viciosas; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

O Eterno não dá aos pecadores uma segunda chance, apenas; antes uma oportunidade nova, cada dia; “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque suas misericórdias não têm fim; novas são cada manhã; grande é tua fidelidade.” Lam 3;22 e 23

Entretanto, uma coisa é O Altíssimo estar disposto a dar nova oportunidade; outra, é a dependência do pecado, pela escolha contínua deste, endurecer o coração, cauterizar a consciência; de modo a não mais haver lugar para arrependimento.

Por isso, aliás, a exortação do sábio para reconciliarmos com Deus enquanto podemos; “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;” Ecl 12;1

Se, a recusa em produzir o “Fruto do Espírito” equivale a produzir espinhos, na Parábola do Semeador O Mestre ensinou que esses são cobiças por riquezas, cuidados deste mundo; quem foi “crucificado com Cristo” há de buscar as coisas de cima, não as terrenas, como Jeremias advertia já; “... Preparai para vós o campo de lavoura, não semeeis entre espinhos.” Jr 4;3

Não esqueçamos, para finalizar, que a segunda chance de participar da páscoa se deu aos impossibilitados na primeira, não aos relapsos que, podendo, não quiseram.

Fé tem um componente de honra, que tanto pode agradar a Deus, ao se confiar Nele, quanto, ofender ao duvidar; “... Eu tinha falado que tua casa e a casa de teu pai andariam diante de Mim perpetuamente; porém agora diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Embora sempre haja oportunidade aos verdadeiramente arrependidos, dada nossa brevidade, a mensagem é apresentada como uma coisa urgente; “... Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação.” II Cor 6;2

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