Mostrando postagens com marcador mudança da Lei. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mudança da Lei. Mostrar todas as postagens

domingo, 27 de outubro de 2019

Seria o domingo a marca da besta?


“Seis dias farás teus trabalhos, mas ao sétimo dia descansarás; para que descanse teu boi, teu jumento; para que tome alento o filho da tua escrava e o estrangeiro.” Ex 23;12

O fim prático do Sábado; descanso de animais e servos entre os hebreus; e, deles próprios.

A palavra Shabbat que foi traduzida por sábado significa, literalmente, descanso. Daí que, o sábado foi criado por causa do homem, não o homem por causa do sábado. Traduzindo: O descanso foi criado por causa do homem, não homem por causa do descanso. O cuidado amoroso do Pai é a finalidade prática, não eventual capricho Divino.

Hoje nem tem tanta relevância assim, um dia semanal de descanso; a maioria descansa dois; mas, naquele contexto, onde eram escravos no Egito, sequer existia a ideia de semanas, trabalhava-se sob servidão contínua todos os dias, se pudessem laborar seis dias e repousar um seria um oásis num deserto de cansaço.

Contudo, além da finalidade prática tinha um componente espiritual; “Em tudo que vos tenho dito, guardai-vos; do nome de outros deuses não vos lembreis, nem se ouça da vossa boca.” V 13

O sinal distintivo entre O Senhor e os deuses das nações seria o sábado; “Também lhes dei meus sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles; para que soubessem que Eu Sou o Senhor que os santifica.” Ez 20;12

O não cumprimento espiritual desse sinal distintivo entre O Deus Vivo e os deuses de humana feitura estavam entrelaçados; “Porque rejeitaram meus juízos; não andaram nos meus estatutos, profanaram meus sábados; porque o seu coração andava após seus ídolos.” Ez 20;16

A Lei não tinha fito de salvar, mas de, mostrando a pecaminosidade de todos, agir como “aio para conduzir a Cristo”, O Salvador. (Gál 3;24) Tanto que, em dado momento Paulo chamou de “ministério da condenação”. II Cor 3;9

Estávamos presos até à “alforria” da fé em Cristo; “Antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, encerrados para aquela fé que se havia de manifestar.” Gál 3;23

Quando O Salvador afirmou que nada da lei seria omitido, não pretendia gerar seguidores da Lei; antes, deixar patente que ela é santa, justa e boa, para o propósito que foi estabelecida; nesse continua válida ainda. Se, não havendo lei não há transgressão, como puniria O Senhor aos desobedientes, sem um parâmetro?

Para os que se submetem a Cristo, porém, a justiça da Lei se cumpriu Nele; fomos “mortos” como a Lei determina; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?” Rom 6;3

Nele, nosso arrependimento e confissão nos “matam”, e Seu Perdão nos ressuscita para que, desde então, sejamos Seus; “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4

A distinção entre O Deus Vivo e os ídolos não mais expressa-se na observância de um dia, antes, de novo modo de vida; “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

“Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7;12 O Senhor resumiu Lei e Profetas em dois mandamentos; amar a Deus e ao próximo; encerrou Seus ensinos ordenando que se guardasse o que Ele mandara; “Ensinando-os a guardar todas as coisas que Eu vos tenho mandado...” Mat 28;20

Paulo ensinou que a Graça não é tão “graciosa” assim; é compromisso com a Lei de Cristo; “Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;2

Portanto, embora seja lícito, quem o desejar, reservar o sábado para culto ao Senhor, isso é uma opção particular, não um sinete de aferição espiritual; “Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.” Rom 14;4 “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, beber, ou por causa dos dias de festa, da lua nova ou dos sábados” Col 2;16

Erram os que superestimam ao sábado numa sociedade onde serviços essenciais não podem parar; nem seria factível sua observância por meio de todos. Erram ainda, os que enchem o mundo virtual com o famigerado “decreto dominical” que, segundo eles será a “Marca da Besta”.

O fim prático do descanso pode ser alcançado qualquer dia; o sinal espiritual é a regeneração que Cristo opera; “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

domingo, 10 de abril de 2016

O Lugar das Coisas, de Deus

“Indo eles, acharam como lhes havia sido dito; prepararam a páscoa... Tomando o cálice, havendo dado graças, disse: Tomai-o, reparti-o entre vós; tomando o pão, havendo dado graças, partiu-o, deu-o, dizendo: Isto é meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim.” Luc 22;13, 17 e 19

Sabemos que a Páscoa dos judeus tinha dois itens essenciais; um cordeiro, e ervas amargas. Entretanto, elementos que seriam periféricos ao ritual, pão e vinho, aparecem, aqueles, são omitidos na descrição.

Não há nenhuma razão plausível para concluirmos que estivessem ausentes, pois, se fosse mera divisão de pão e vinho, não demandaria uma preparação antecipada, como foi o caso.

Acontece que, a ocasião era precisamente de transição de um tipo futuro, para outro, pretérito. As amarguras da servidão estavam prestes a ser removidas, tipificadas pelas ervas amargas, o próprio Cordeiro de Deus, que o cordeiro pascal tipificava estava presente, prestes a dar-se, para tirar o pecado do mundo.

Então, O Salvador desviou a ênfase dos tipos que apontavam Sua vinda, para outros que, desde então, passariam a apontar Seu feito; “Fazei isso em memória de mim.”

Assim, embora a fé deva ser um eterno presente, de modo a pautar nossas escolhas na vida, “o justo viverá da fé”, mesmo assim, digo, lida bem com o passado e com o futuro. Tanto confia nas Sagradas narrativas, quanto, descansa nas suas promessas.

Para a humanidade pré-Calvário o Messias era uma promessa porvir; para os que o sucederam, uma realidade cumprida. O Câmbio de um sacerdócio imperfeito, também típico, por seu antítipo, o Sacerdócio Eterno, de Cristo.

"De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, não fosse chamado segundo a ordem de Arão? Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7;11 e 12
“Que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas, segundo a virtude da vida incorruptível. Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque. Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade” Heb 7; 16 a 18

Desse modo, mesmo a Lei de Moisés foi “deixada de lado” isto é, cumpriu seu papel, como os elementos da antiga páscoa, que foi “repaginada” na Santa Ceia. A Lei, disse Paulo, serviu de aio para nos conduzir a Cristo; após Ele, O Evangelho, baseado em dois mandamentos: Amor a Deus, e ao próximo. Aliás, o mesmo Salvador dissera: A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus; todo o homem emprega força para entrar nele.” Luc 16;16

Assim, os que pretendem fundir Graça de Cristo com alguns mandamentos do Antigo Pacto, de certo modo, mesclam a Santa Ceia com a Páscoa hebraica, num misto de pão e vinho, com ervas amargas e carne assada.

Mas, o mesmo Paulo não disse que a Lei é Santa, justa e boa? Disse. Socorro-me de Spurgeon: “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar.” A Lei, ensinou Paulo, tinha como fito manifestar o pecado e a consequente necessidade que temos do Salvador; por isso, “aio para nos conduzir a Cristo”.

A morte de fato que a Lei requeria dos pecadores, foi transmudada numa morte simbólica, o batismo, desde que, após ele, perseveremos na submissão ao Salvador. Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Tão sério é isso, que o apóstolo equacionou a adultério, pretenderem os mortos para a Lei, voltarem a ela. “Porque a mulher está sujeita ao marido, enquanto ele viver, ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro; mas, morto o marido, livre está da lei, não será adúltera, se for de outro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de darmos fruto para Deus.” Rom 7;2 a 4


Como na transição Páscoa-Ceia, os elementos de ambas estavam presentes, mas, a ênfase foi nos da última, na conversão, os princípios morais da Lei de Deus também estão, porém, a ênfase é no amor, pois, esse, vivido devidamente, patrocina apenas o concurso das coisas contra as quais, não há lei.