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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Nosso muito... pouco tempo


“Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo propósito debaixo do céu.” Ecl 3;1

Não entendamos esse verso como avalista do fatalismo, onde, a despeito de nossas escolhas e ações as coisas aconteceriam inexoravelmente de certo modo, pois, estaria escrito. Não é esse o jeito de Deus agir.

A criação está cativa ao determinismo biológico; “reproduza conforme sua espécie.” Não há evolução nenhuma que verta uma coisa em outra. Se eu plantar feijão, ou trigo, será precisamente isso que minhas sementes hão de produzir; não têm escolha; “plano B”. Seu DNA “está escrito.”

Todavia, plantar ou não será escolha minha, que além da estrutura biológica imutável, tenho ainda os âmbitos psicológico e espiritual dentro dos quais me mover; vivendo como livre, no reino das possibilidades somos diversos dos demais seres vivos, plantas e animais que só se movem dentro das limitações mecânicas da necessidade.

Os danos da queda e a “progressão” nela nos fez, em muitos casos inferiores aos animais; em afeto natural, sobretudo; mas, o projeto original era diferente disso; “Tu o fizeste (o homem) um pouco menor do que os anjos, de glória e honra o coroaste e o constituíste sobre as obras das Tuas Mãos;” Heb 2;7

Então, quando o sábio versa que tudo tem seu tempo determinado refere-se ao pano de fundo da finitude das coisas “debaixo do sol”; uma determinação que limita o tempo apenas, não que predispõe escolhas, ou, pré-fabrica fatos.

Quando Moisés aludiu ao tempo da nossa vida colocou um “marco final” de setenta anos; mas, deixou aberta a possibilidade de irmos além, ainda que, ao custo de enfado, canseira; “Os dias da nossa vida chegam a setenta anos; se alguns, pela sua robustez, chegam aos oitenta, o orgulho deles é canseira e enfado, pois, cedo se corta e vamos voando.” Sal 90;10 Ele não era adepto da “melhor idade”; era realista.

Estamos numa redoma limitada de tempo e espaço; mas, ainda assim somos arbitrários, desafiados a fazer escolhas; que, se o Divino querer for ouvido, nos levarão para junto Dele outra vez, onde, em Cristo, a imagem original será paulatinamente restaurada. “De um só sangue (Deus) fez toda geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar...” Atos 17;26 e 27

Essa necessidade de buscar tateando, como cegos, estava sendo apresentada aos filósofos gregos em Atenas; estóicos e epicureus; aqueles defensores do ascetismo, esses do prazer como o objetivo da vida; Paulo não esposou uma corrente nem outra; antes, apresentou como alvo da vida, buscar a Deus; aqueles O buscaram no escuro até então; havia até um altar dedicado ao “Deus Desconhecido”.

Após a Obra Redentora do Messias, a coisa deixou de ser uma busca filosófica incerta e passou a ser um desafio de adesão à loucura da fé em algo preciso; “Porque os judeus pedem sinal, os gregos buscam sabedoria; mas, nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; a fraqueza de Deus, mais forte que os homens.” I Cor 1;22 a 25

Deus envia Sua Palavra sem atentar à “lógica” de uns e aos escrúpulos de outros; a literatura mitológica da Grécia era cheia de deuses com traços humanos, pecaminosos até; agora lhes parecia loucura O Deus Vivo Ter se feito como nós por um pouco? E a judaica dizia do Salvador que seria desprezado, humilhado e morto; agora estariam escandalizados porque as coisas se cumpriram de modo preciso?

Deus ignora nossas picuinhas e melindres e apregoa Sua Palavra nos desafiando à fé; “De sorte que a fé é pelo ouvir, e ouvir pela palavra de Deus.” Rom 10;17

Contudo, a ideia que dispomos de setenta, oitenta anos para nos decidirmos não é uma marca precisa; apenas uma possibilidade genérica que, nem sempre se verifica. Tiago adverte: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é vossa vida? Um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Cap 4;14

A morte usa sua foice em profusão todos os dias; embora os simplórios digam que “chegou a hora” aos que morrem, a maioria das mortes deriva de escolhas temerárias, maus hábitos, não da Divina Vontade.

Dada a incerteza essa e importância da Eternidade proposta, a Salvação sempre bate nossa porta com etiqueta de urgência;


“Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes Sua Voz, não endureçais vossos corações...” Heb 3;15

sábado, 13 de abril de 2019

É Questão de Tempo

“... o tempo determinado, já chegou.” Sal 102;13

A Palavra de Deus não endossa o determinismo; digo o fatalismo onde, invés de, arbitrários seríamos meros peões; mas, em muitas partes o Texto Sagrado apresenta um planejamento temporal Divino.

“Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo propósito debaixo do céu.” Ecl 3;1 “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho...” Gál 4;4

Mesmo sendo Eterno Deus pauta a Sua Obra no tempo. Quando diz que Cristo foi morto “Antes da fundação do mundo” mostra-nos uma breve nuance da Divindade que, por não restrita ao tempo pode chamar às coisas que não são, como se já fossem, dada Sua Onisciência. Esse atributo vai além de saber tudo que há; inclui tudo o que houve, ou, haverá. Pra nós são fantásticas as profecias eivadas de minúcias e precisão; para O Santo são apenas uns petiscos de futuro que nos serve graciosamente.

Todavia, se há limites traçados no macro, somos mordomos do tempo a nós legado; administramos nossos tempos no “varejo”; somos responsáveis pelas escolhas que fazemos.

Sem essa que fulano morreu porque “chegou sua hora”; quem se porta imprudentemente ante riscos faz sua hora; outrem cometeu incesto porque sofrera um na “vida passada” e “justiça kármica” estaria sendo feita. Uma ova!

Pessoas agem alienadas de Deus porque a vida espiritual para elas é uma coisa passada para a morte pelo ancestral primeiro. Isso não as faz inocentes, porém; são desafiadas à cruz para regeneração; aceitar ou não compete a cada um.

Perante Deus o problema do pecado purga-se com a substituição por uma vítima inocente, Cristo; não pelo endosso de novos pecados. Isso é blasfemo e profano!

Nascemos inseridos numa “redoma” espaço-temporal dentro da qual somos desafiados a reencontrar o caminho da casa paterna; não se trata de uma charada da esfinge; antes, da coragem de fazer a boa escolha que nos é patente; pois, concorrem muitos ajudadores.

Anjos espirituais e de carne e osso que laboram colocando placas que apontam O Caminho. “... Ele mesmo (Deus) é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas; de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar...” Atos 17;25 a 27

Se, em dado momento Moisés apresenta os anos do vigor físico como restritos a setenta, “Os dias da nossa vida chegam a setenta anos; se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando.” Sal 90;10 em lugar nenhum é nos permitido inferir que tenhamos 69 anos e pouco para pecarmos gostosamente e nos arrependermos na “reta final”.

A Palavra sempre desafia a considerarmos a brevidade fugaz da vida terrena e fazermos com urgência a encomenda de inscrição na Vida Eterna; “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Tg 4;14

Assim, estando num mundo mau, além dos riscos de nossas escolhas, inda podemos ser vítimas das más escolhas de terceiros, abreviando nosso tempo sem nossa participação direta.

Daí que a salvação sempre é posta como uma alternativa para adesão imediata, não algo a se postergar indefinidamente como se, fôssemos senhores dos nossos dias. “... exortamos-vos a que não recebais a graça de Deus em vão Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação”. II Cor 6;1 e 2

Quem recebe à Graça é regenerado espiritualmente e passa a ter dupla natureza. Uma caída inimiga de Deus que inclina-se à morte; outra, regenerada que tem prazer em Deus. Aquela sofre ainda a ação do tempo; a espiritual, não. “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.” II Cor 4;16

Assim, malgrado o arrefecimento físico, o homem espiritual pode ser frutífero quando o natural é só um peso; “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos, para anunciar que o Senhor é reto. Ele é a minha rocha; Nele não há injustiça.” Sal 92;13 a 15

Deus sabe que tens pouco tempo; um jovem tinha cinco pães e dois peixes; deu-os a Jesus. Ele alimentou milhares e sobraram doze cestos. Dê seu pouco tempo ao Senhor. Ele fará eterno; e da sua salvação a fiadora de outras eternidades ainda.