Mostrando postagens com marcador Salomão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Salomão. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Os ídolos; O Caminho

“Dá-me, filho meu, o teu coração; os teus olhos observem meus caminhos.” Prov 23;26

Embora seja possível aplicar isso à relação Divino-humana, originalmente não era essa a intenção. Salomão recebera o dom da sabedoria e escrevia os ditos textos sapienciais para seu filho, o sucessor no trono.

No início dissera que seu escrito era “Para se receber a instrução do entendimento, justiça, juízo e equidade;” Cap 1;3 Valores indispensáveis para um rei que desejasse reinar com prudência.

Porém, a parte em que preceituou ser imitado pelo filho “os teus olhos observem os meus caminhos”, ficou devendo um melhor exemplo; quiçá, no momento em que escreveu, seu caminhar ainda parecesse imitável, mas em determinado momento deixou de sê-lo.

“Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; seu coração não era perfeito para com o Senhor seu Deus, como o coração de Davi, seu pai.” I Rs 11;4

Todo mundo filosofa sobre a superioridade do exemplo ao ensino; parece que seu filho “lia” mais as ações do pai, que os escritos. Tendo começado bem, na sua velhice Salomão pecou pela idolatria; Roboão, o príncipe herdeiro desde o início caiu no erro de praticar a mais comum e letal forma de idolatria; a avareza.

O povo reclamava da excessiva carga tributária; pediram ao novo soberano que aliviasse-a; mas, ele desprezou o conselho dos anciãos, ouviu antes, aos jovens da sua turma e prometeu aumentar ainda mais aos já onerosos impostos.

O reino se dividiu; dez tribos seguiram a Jeroboão, e apenas duas, Judá e Benjamim ficaram com ele. Parece que levou a sério a exortação de imitar os caminhos do pai, mas escolheu para isso os piores momentos da caminhada dele.

Dois males nos assolam: Quando caminhamos, nem sempre somos exemplares ao ponto de ser recomendável que nos imitem; e quando escolhemos imitar, eventualmente, não são os melhores exemplos os nossos guias.

A sociedade atual padece um imenso lapso de referenciais, de pessoas imitáveis; “canoniza” o carisma invés do caráter, o talento, a fama, invés da probidade; a integridade e a verdade não recebem os elogios e o destaque que merecem; enquanto, os efusivos aplausos são reservados aos que douram a impureza com o ilusório verniz do talento e renome.

Outro dia uma repórter famosa ao assumir seu lesbianismo e deixar o marido, com o qual tinha uma filha para casar com outra mulher foi aplaudida num programa de auditório pela sua “coragem”.

Os desvios morais usam roupas alheias e são aplaudidos pela “elegância”. Coragem uma ova! Perversão.

Mesmo no meandro espiritual, dos que se dizem igreja, o pecado de Salomão, idolatria religiosa, imagens e ídolos vivos, e o de Roboão a avareza, têm desfilado pujantes, enquanto, a Doutrina de Cristo que deveria sobressair, subsiste com menor número de expoentes idôneos.

Poucos pregadores modernos, dado o foco na aprovação, no sucesso ministerial, nos números mais que nas pessoas, ou, que na verdade podem dizer como Paulo: “Porque eu recebi do Senhor o que vos ensinei...”

Ele, aliás, deixou seu esforço de imitar O Caminho como estímulo; “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.” I Cor 11;1

Quando O Senhor enviou os primeiros convertidos a difundir Sua Mensagem disse que eles seriam testemunhas; “Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e me sereis testemunhas, tanto em Jerusalém, quanto na Judeia, Samaria, e até aos confins da terra.” Atos 1;8

Ser testemunha em âmbito espiritual é diferente de ter um testemunho, ou uma mensagem para contar; é agir de modo tal, que o jeito de ser se faça um testemunho, até mesmo sem palavras; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Se, aos olhos do mundo, “Todos os caminhos são iguais; os que levam à glória ou, à perdição”, como cantava Raul Seixas; ao ensino do Mestre são bem distintos; “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Enfim, não apenas nos cabe a boa escolha, como ainda, carecemos o discernimento antes de escolher; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

A única forma de saber o fim do caminho é confiar Naquele que o traçou; “... não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio...” Is 46;9 e 10