quarta-feira, 28 de abril de 2021

Vivo; ser ou estar?

“Porque esta palavra não vos é vã, antes é vossa vida ...” Dt 32;47

Tudo submete-se ao peso do valor da vida. Compromissos “inadiáveis” se fazem irrelevantes quando a morte campeia. O fluxo natural do trânsito se altera, se, uma sirene qualquer adverte de que uma vida está ameaçada; eventos são transferidos, competições suspensas até, quando a morte resolve fazer das suas. Bandeiras descem nos mastros, projetos vagam inconclusos, sonhos adormecem.

Porfiando contra a fidelidade de Jó até o inimigo, que veio para “roubar, matar e destruir”, defendeu que o homem dá tudo pela vida; “... Pele por pele, tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.” Jó 2;4

Numa tempestade no mar Mediterrâneo, o navio no qual Paulo viajava se viu ameaçado pelo naufrágio; a tripulação abriu mão do sentido maior da viagem, (a carga transportada) pela vida; “Refeitos com a comida, aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar.” Atos 27;38

Tanto o valor da vida sobrepõe a tudo mais, que se tornou proverbial: “Vão-se os anéis, ficam os dedos.” Ou seja: Que as coisas se percam, menos a vida.

Dada essa constatação, e, estando nossas vidas atreladas à Palavra de Deus, por quê parecemos valorizá-la tão pouco, quase nada?

Porque, a rigor, a maioria confunde existência com vida. Da vida/existência Tiago falou: “... que é vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Tg 4;14

Num sentido amplo, tudo o que respira está vivo. A definição de ser vivo, aprendemos desde a terceira série primária é tudo aquilo nasce, cresce, vive, reproduz e morre.

O fato da definição terminar com morte deixa patente que a tal “vida” está em rota de colisão com o fim.

A vida espiritual, existência regenerada, reconciliada com Deus mediante Jesus Cristo é facultada no “Novo Nascimento;” como O Salvador chamou o processo de arrependimento, confissão e submissão a Ele, para mudança de mente e atitudes, segundo Deus.

Essa, diferente do epílogo da existência galga os portais da eternidade. A “morte” é apenas a saída do “casulo” nas robustas asas da salvação.

Se, como vimos, nossa vida está na Palavra de Deus, foi ela, não a medicina que O Senhor usou para regenerar mortos; “... quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna, não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Notemos que essa, diferente da existência não colide com um “morre” no final; antes, migra da morte para a vida. E invés de um fim encontra a eternidade.

Se a natureza carnal em seus ciclos faculta um estar vivo, apenas o Sangue Remidor de Cristo pode gerar o “Ser” vivo.

Quando Pedro o “Primeiro Papa” disse a Jesus: “... só Tu Tens as Palavras de vida eterna;” Jo 6;68 Foi meio “radical”. Se, não então, ao menos, para os padrões atuais.

Pois, o Papa Francisco não parece vislumbrar a vida na Palavra de Deus, apenas; mas, na mera religiosidade humana, por mais que destoe da “Palavra da Vida” ou se lhe oponha até, como fazem os islâmicos.

Invés da irmandade em Cristo, que disse: “... Ninguém vem ao Pai senão por mim.” Jo 14;6 resolveu usar a irmandade de sangue, em Abraão, para fingir que são iguais os que são diferentes.

Mesmo aos que de Abraão descenderam por Isaque, o filho da promessa, mesmo a esses foi posto o novo nascimento como indispensável; a pretensão de eleição como frívola; “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.” Luc 3;8

Não importa quão “inclusiva” a proposta ecumênica pareça; quão politicamente correta, “humanizada” a rebelião soe; quão apaziguador, multicolorido, o balaio de gatos; quantos tratados favoráveis “teólogos” renomados produzam; o resumo é simples: ou a doutrina deriva Palavra de Deus, ou não tem vida.

Tampouco, sabedoria; “... Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; eis que rejeitaram a Palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm eles?” Jr 8;8 e 9

Nesses dias de trevas, A Palavra do Senhor não é apenas rejeitada; é combatida.

Então, como vimos nos exemplos naturais, onde, coisas se perdem pela preservação da existência apenas, o que poderíamos perder para ter a vida?

O que O Salvador propõe é que percamos àquela que morre, para que ganhemos a outra que permanece para sempre. “Porque aquele que quiser salvar sua vida, perdê-la-á; quem perder sua vida por amor de mim, achá-la-á.” Mat 16;25

“Abre Tu os meus olhos, para que veja as maravilhas da Tua Lei.” Sal 119;18

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