domingo, 18 de abril de 2021

Riquezas que estão no mapa


“Porque desde a antiguidade não se ouviu, com ouvidos se percebeu, nem se viu, um Deus além de ti, que trabalha para aquele que Nele espera.” Is 64;4

Maravilhosa inversão de funções! Tratando das concepções humanas de senhorio e serviço, os serviçais servem, os senhores são servidos.
Entretanto, O Senhor dos Senhores “trabalha para aquele que Nele espera”. Por quê isso?

Inicialmente, porque, embora verbalmente sejam usuais as expressões Senhor e servo, amiúde, a relação que tenciona conosco, os renascidos em Cristo, é mais estreita.

Senhorio tem a ver com Sua Soberania Universal, Seu Direito inegável de reger tudo e todos, pois, É O Altíssimo, O Criador.

Porém, quando os discípulos pediram a Jesus, “Ensina-nos a orar” após desencorajar as teatrais hipocrisias comuns então, prescreveu: “Vós orareis assim: Pai Nosso...”

Sendo esse o escopo, de Pai e filhos, natural que as nuances da relação alcancem profundezas não atingidas num reles trato de patrão e empregados.

Aí, dada uma ordem, basta que a mesma seja cumprida; a vida particular do servo, como vive em família, em sociedade nem são assim relevantes, desde que, durante seu horário de labor ele cumpra as esperadas funções.

A vida em família é mais ampla que trabalho, se dá em tempo integral; envolve um aspecto afetivo, mais que funcional, estritamente. Assim como foi preceituado aos pais naturais, “Instrui a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer, não se desviará dele.” Prov 22;6

Igualmente, faz O Senhor com as crianças espirituais, aos novos convertidos; aconselha: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

Quando diz que Ele trabalha pelo que Nele espera, esse “esperar” não é inerte como assentar-se em determinado ponto aguardando um ônibus. O estar Nele nos coloca em luta permanente, num mundo que tudo faz em termos de hostilidades, para que não estejamos.

Equivale a combater contra o pecado, arma dileta do mundo, do inimigo, e da própria natureza perversa; essa tríade demanda uma consagração constante e não permite inércia.

O sistema encoraja a se fazer o que a massa faz; O Pai nos chama a sermos imitadores de Cristo, uma distância tão radical que muda por completo a quem lhe dá ouvidos. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram e tudo se fez novo. Isto provém de Deus, que nos reconciliou Consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação;” II Cor 5;17 e 18

Isaías desafiara a cambiar pensamentos rasteiros pelo mais excelentes os celestiais; Paulo a não andar conforme o mundo para, enfim, experimentar à Vontade de Deus.

Por essas e outras, a conversa ensinada com O Pai traz: “... o pão nosso de cada dia nos dá hoje...” duas diferenças em relação ao mundo nesse fragmento: Aquele ensina a buscar fama, sucesso, não apenas o sustento diário; lá cada um por si, meu nome, meu talento, meu sucesso... meu pão.

Diz mais: “Perdoa nossas dívidas assim como perdoamos nossos devedores ...” Mais duas diferenças: “Isonomia; pedido para ser tratado como trata; o mundo vive o “Faça o que digo, não o que faço.” Ensina a pagar na mesma moeda invés de perdoar. Quantas vezes deparei com frases “cristãs” tipo: “Que Deus te dê em dobro tudo o que me desejares”

Isso é uma coisa maldita, uma ameaça, um pedido de vingança. Lá na caneca do “leite racional” diz: “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, não amaldiçoeis.
Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;14, 20 e 21

Por fim, quando dizemos, “... não nos deixes cair em tentações, mas livra-nos do mal.” Implica pedir que Ele nos ensine; como saberemos de qual mal devemos ser livres, se sequer temos ideia do que é mal perante Ele?

Afinal, peregrinamos num mundo ímpio, onde, “... ao mal chamam bem, ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce e do doce amargo!” Is 5;20

Então, isso explica Seu Trabalho por nós; pois, “... não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais para os filhos.” II Cor 12;14

Tesouros do Seu Amor estão todos encontráveis no “Mapa” da Sua Palavra. Pérfidas escolhas fazem vão Seu trabalho.

Por isso declara felizes aos que rejeitam más companhias e ambientes, para buscar riquezas eternas; esses, “... têm o seu prazer na lei do Senhor; na Sua Lei meditam de dia e de noite.” Sal 1;2

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