quinta-feira, 8 de abril de 2021

Ímpios bordões do juízo

“... Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Rm 8;31

Esse texto tem sido usado como se fosse um certificado de garantia da nossa proteção contra tudo. Uma espécie de “corpo fechado” gospel. Que mal nos tocaria se O Senhor é por nós?

Tomar O Santo Nome do Senhor como fiador de nossas vidas, lançar mão das promessas da Sua Palavra, porque Ele seria Nosso Deus traz algumas responsabilidades.

Óbvio que não há adversários Ao Altíssimo; “... Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria.” Is 27;4 Tampouco alguma força que possa restringir Sua ação. “... Agindo Eu, quem impedirá?” Is 43;13

A Prudência Divina acompanha Suas promessas; essa em apreço também começa com um “se” que condiciona o demais; “Se O Senhor é por nós...”

Acontece que não mensuramos devidamente o sentido das palavras e amiúde, “entendemos” o que queremos. Ao chamá-lo Senhor, automaticamente nos colocamos como servos, aos quais cabe submissão, não imposição da vontade. Mesmo ante orações lícitas somos ensinados a uma prudente ressalva: “Todavia, não se faça como quero, mas como Tu queres.”
Então, antes de concluirmos que Ele É por nós, que tal meditarmos sobre as características que Ele espera dos Seus? “Porque, quanto ao Senhor, Seus Olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele...” II Cron 16;9
Por um “coração perfeito” não entenda, a perfeição; coisa fora do nosso alcance; mas um coração sincero que procura não errar para não entristecer ao Senhor; e quando errar, que não seja o STF de si mesmo que absolve toda sorte de barbaridades; antes, humilde e arrependido apresente a causo ante O SUPREMO. Agindo assim nossos corações lograrão a “perfeição” que Ele Espera.

Se O Senhor É por nós disciplina-nos; trabalha duro com uma faceta de nosso ser que lhe resiste; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7
O inimigo é contra nós para nos tentar; se possível algum rasgo de incredulidade em nós ele “aperfeiçoará” isso cegando-nos. Ver, II Cor 4;4

Ante esses dois óbices, carne e inimigo, somos desafiados a “andar em Espírito”, no dito de Paulo, Rom 8;1 ou “andar na Luz” segundo João; I Jo 1;7

Contudo, se dermos guarida à rebeldia, o Próprio Senhor será contra nós, como tantos exemplos pretéritos ensinam; “Mas eles foram rebeldes, contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou inimigo, Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10

Atrevo-me a dizer que esse é caso presente; Que O Eterno está contra nós.
Felizmente há exceções, mas, na média a imensa maioria do que se diz evangélico virou um amontoado de safados; gente mercenária, que usa A Palavra de Deus, sem se deixar instruir por ela; uma fogueira de vaidades de pregadores e cantores, com polpudos cachês para cumprir o “De graça recebestes, de graça dai.” Isso onde a doutrina é razoavelmente séria; sem falar nos antros mercenários onde dinheiro usurpa o lugar de Deus; e fetichismo, do ensino.

O “Sal da Terra” degenerou em grande parte; tem se prestado para ser pisado pelos homens. Então, se, O Santo, Verdadeiro, Fiel, já não contam, que mal termos uma sociedade invertida em seus valores, uma “justiça” que persegue cidadãos e solta bandidos? Finalmente, a cereja da torta; um amontoado de rábulas sem caráter e credibilidade nenhuma, com autoridade para julgar se podemos cultuar ou não?

Já disse isso noutro texto que muitos citam o conhecido; “Se o meu povo se humilhar...” Porém, invés de humilhação e reconhecimento de culpas, o máximo que se tem conseguido é dar ordens a Deus, para que Ele cure quem nós decidimos. A única coisa humilhada em casos assim é a noção.

Somo um povo corrupto, amoral e imoral; que prefere a volta de um bandido, bêbado e mentiroso e ladrão, a um homem decente a nos governar.
Blasfemamos no carnaval, nas demais artes; não nos contentamos em sermos infiéis; precisamos ofender Ao Todo Poderoso.

Então, envergonhado reitero que, com sobejas razões, nesse momento o Próprio Deus é contra nós.

Para quê queremos direito de cultuar se nos falta vontade de viver a essência do que dizemos adorar? Se nossas orações invés da referida humilhação são veras afrontas ao Santo? Eu também permitiria que as igrejas fossem fechadas até um arrependimento verdadeiro.

Não sou inocente; também sou culpado e vivo num país sem noção, atolado em pecados, merecedor da Divina repreensão.

Justos são Teus Juízos Senhor!! Somos indignos de Ti! Tem misericórdia de alguns rabiscos de honestidade que restam, e perdoa nossas orações...

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