segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Beijo salgado


“Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar?” Luc 14;34

Sal era o elemento conservante mais eficaz. Os alimentos não tinham a possibilidade atual de serem guardados em temperaturas adequadas. Então, era indispensável o uso do mesmo; exigido pelo Senhor nas oferendas apresentadas.

“Todas tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas tuas ofertas oferecerás sal.” Lev 2;13

Usando essa verdade prática como figura, O Salvador Disse aos discípulos. “Vós sois o sal da terra; se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora; ser pisado pelos homens.” Mat 5;13

Sobriedade no falar e agir, diversa da maneira usual do mundo, deve ser a marca dos que pertencem a Cristo; Paulo ampliou: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder cada um.” Col 4;6

“agradável,” deve ser entendido como educado, de maneira respeitosa; nada a ver com lisonjas, bajulações, coisas que a verdade detesta. “O homem que lisonjeia seu próximo arma uma rede aos seus passos.” Prov 29;5 Assim, sejam oportunos, educados, verdadeiros; é o conselho.

Isso, embora permita-nos interação social, eventual, demanda uma separação radical em questão de valores, fontes espirituais, maneira de caminhar; “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem seu prazer na Lei do Senhor; na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;1 e 2

Aqui, nesse quesito de seguirmos fiéis à Lei do Senhor, a maioria dos cristãos escorrega. Cristo Foi Categórico: “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos;” Jo 8;31

Permanecer na Palavra Dele, não raro, nos indispõe com o mundo, amigos, familiares até. Em muitas situações, vivemos o “dilema de Pilatos”, “O que farei de Jesus, chamado O Cristo?” Digo, como seguirmos sendo “legais” com nossas companhias sem noção, sem desprezarmos ao Senhor? Lavamos as mãos, ou colocamos a necessária pitada de sal? De outro modo: Adotamos os modos mundanos ou seguimos fiéis a Cristo?

Quem me acompanha jamais me viu enviando votos de “Feliz Natal” pelas redes sociais. Por quê? Porque, mesmo gostando das pessoas que interagem comigo, querendo o melhor para elas, isso não é um ensino da Palavra do Senhor. Apenas um costume do mundo; uma miscelânea, de Saturnálias, Calendas, tradições, costumes pagãos, que, em nada disso honram ao Salvador.

A pregação de Cristo na igreja primitiva era rejeitada, entre outras coisas, porque rompia com os costumes correntes; “Nos expõem costumes que não nos é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos.” Atos 16;21

Ser de Cisto é ser signatário da Verdade que Ele É; isso não tem livre trânsito num mundo que ama e cultua a mentira como esse. “... o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar.” Is 59;14

Colocar um gorrinho vermelho, adornar árvores e expor luzes nas fachadas, qualquer um faz, sem nenhum compromisso com nada; apenas, para andar segundo o espírito desse mundo que, assim anda, morto e feliz.

Embora muitos defendam que não tem mal nenhum em se comemorar o Natal, como, a exortação Do Senhor (não do Menino Jesus) é que permaneçamos em Sua Palavra, que ensina e ordena a Santa Ceia, comemoração de Sua Morte, não creio que preciso ir além.

Mero rito religioso desprovido de essência é sal degenerado, inútil. O Salvador denunciou: “Ai de vós que edificais os sepulcros dos profetas, que vossos pais mataram. Bem testificais que consentis nas obras de vossos pais; porque eles mataram e vós edificais seus sepulcros.” Luc 11;47 e 48

Em suma, alguns mais “sociáveis” que eu, acham normais essas coisas, essa miscelânea cultural onde, Noel brilha, e Jesus até entra de penetra, eventualmente.

Embora os respeite, prefiro seguir “apenas” com Cristo, Seu Espírito Bendito em mim, Seus Ensinos que regeneram, sem nenhuma necessidade de diluir o sal que Ele me deu, em panetones e chocolates. Recebi alguns; faz parte.

Meu medo assoma pensando nessas coisas: Se, até em seduções frágeis como essas, nossa fé já capitula, como será quando apontar no horizonte global o sedutor mor, com seus prodígios e eloquência?

Sei que textos assim, que questionam, discordam, desafiam a repensar escolhas, valores, não têm trânsito fácil. A verdade nunca teve. Todavia, vale mais que um “feliz natal” de plástico, um beijo dela. “Procurou o pregador achar palavras agradáveis; escreveu-as com retidão, palavras de verdade.” Ecl 12;10

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