domingo, 4 de dezembro de 2022

A Fonte da Juventude


“... Rabi, quando chegaste aqui?” Jo 6;25

Se, no dia anterior O Senhor multiplicara o pão do outro lado do mar da Galileia, natural concluir que Sua travessia era recente. As máscaras humanas costumam esconder o rosto atrás de palavras desconexas, quando, o vero objetivo se tenta ocultar.

O Salvador mesmo advertiu-os que O buscavam, não por estarem convencidos que Ele Era quem alegara Ser. Antes, porque queriam mais pão. A pergunta honesta seria como a de certo humorista: “Aí chefia! Que hora que é a merenda?” Para disfarçar o interesseiro motivo fugiram para a questão temporal: “... quando chegaste aqui?”

Se, essa pergunta fosse mesmo feita com seriedade, talvez a resposta dispersasse aos panófilos agregados. Primeiro, seria impossível “acondicionar” O Eterno, numa redoma temporal. Quando O Salvador sugeriu que vira Abraão, o riso cético aflorou; “... Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos Digo que antes que Abraão existisse, Eu Sou.” Jo 8;57 e 58

Para aqueles, o tempo de Jesus era restrito ao que seus olhos podiam ver; “ainda não tens cinquenta anos...”

O Senhor não chegou aqui; antes, fez o “aqui” chegar a Ele. “Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram Feitas por Ele; sem Ele nada do que foi feito se fez.” Jo 1;2 e 3

Exortou-os a priorizarem o “Pão” espiritual porque queriam que eles também tivessem a eternidade como escopo; “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a Este o Pai, Deus, o Selou.” Jo 6;27

A eternidade no espírito humano é um “elo perdido”, uma sensação de incompletude; inconformismo com a brevidade da vida terrena; embora, incompreendida a origem dessa nostalgia. “Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir a Obra que Deus Fez desde o princípio até ao fim.” Ecl 3;11

Paulo discursando no templo da filosofia, Atenas, onde se tentava entender o propósito da vida, entregou de mão beijada a resposta para essas inquietações.

Viemos de ancestral comum, criado por Deus; ganhamos um limite de tempo e espaço para regressarmos pra casa, de onde fomos degredados pela desobediência; “O Deus que Fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do Céu e da Terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; tampouco, é servido por mãos de homens, como que necessitando alguma coisa; Ele mesmo é quem Dá a todos, vida, respiração e todas as coisas; de um só sangue fez toda geração dos homens, para habitar sobre toda a face da Terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não Está longe de cada um de nós;” Atos 17;24 a 27

O mundo não é eterno devir, como pensou Heráclito; nem, encaixe sequencial de átomos estilo Lego, como cogitara Demócrito; tampouco, um caos que se auto ordenou, como cogitaram outros; antes, é a Obra Prima do Criador, Senhor dos Céus e da Terra, Doador da vida.

Muitas coisas em poucas palavras, o que difere a revelação da reflexão filosófica; os clássicos, quem sou? De onde vim? Por quê existo? Pra onde vou? Respondidos como se fosse algo trivial. “Quem pensa ser esse paroleiro?” Refletimos por anos e não chegamos a uma conclusão, ele pretende ter assim, do nada, todas as respostas?” Ele tinha.

Aquele que Chegou aqui, antes que o aqui, chegasse, Ilumina a quem Lhe ouve e obedece. Diante de Sua Luz, os grandes “sábios” envilecem. “Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na Sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I cor 1;19 a 21

O cinema tratou da “Fonte da Juventude;” talvez, plagiando a Cristo: “Aquele que beber da água que Eu lhe Der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe Der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

Priorizarmos o efêmero, enquanto o eterno está ao dispor é estúpido como usar diamantes em fundas.

O Criador “chegar aqui”, identificado com nossas carências, dar Sua Vida Imaculada, pelas nossas, perdidas, e ignorarmos isso em busca sôfrega pela “merenda”, é insanidade espiritual e erro crasso, intelectual.

Ocorre-me outro filósofo antigo, Estobeu, que disse: “Os asnos preferem palha, ao ouro.” Qual nossa escolha?

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