sábado, 10 de dezembro de 2022

A Voz do Sangue


“Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo; dando Deus testemunho dos seus dons; por ela, depois de morto, ainda fala.” Heb 11;4

“... maior sacrifício que Caim...”
Antes de concluirmos que foram os sacrifícios dos irmãos, que fizeram um aceitável, e outro não, perante O Criador, atentemos bem ao texto: “Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício...” 

A fé patrocinando a oferenda é que a qualifica, quanto à sua aceitação. Deus olhou para os ofertantes antes das ofertas; “... Atentou O Senhor para Abel e sua oferta. Mas para Caim a sua oferta não Atentou...” Gn 4;4 e 5

“Sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele Existe, e É galardoador dos que O buscam.” v;6
Como alguém sacrificaria sem fé? Por quê? Inveja, emulação, competição; vícios que envilecem à mais opulenta oferenda.

Sem fé, até as mais eloquentes pregações perdem a eficácia: “Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram.” Cap 4;2

“... pelo qual, alcançou testemunho de que era justo...”
Pelo sacrifício oferecido com fé. Na terra dos homens se alcança testemunhos de todo tipo. Gente baixa consegue, via preço, ou, identidade na baixaria, testemunhos de toda ordem, forjando o verossímil onde deveria reinar o verdadeiro. Porém, o testemunho em favor de Abel Era de Origem Sublime, “... dando Deus, testemunho dos seus dons...”

Receber o testemunho de Deus, acerca da integridade, não é um “selo de qualidade” ordinário, que se possa conseguir no reino imperfeito dos homens; tampouco, na forja fajuta das aparências.

Deus sonda corações. Ninguém pode ver profundo como Ele. “Eu, O Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; para dar a cada um segundo seus caminhos, segundo o fruto das suas ações.” Jr 17;10

“... por ela,
(pela fé) depois de morto, ainda fala.” Quando o sol se põe, restam ainda umas duas horas de claridade, antes que a noite cubra tudo. Fica uma luz residual após sua “morte” testemunhando da sua passagem.

Do mesmo modo, no reino espiritual, quando um homem justo passa pela vida. Após sua morte, a luz dos exemplos deixados ainda “fala” por muito tempo. Tanto, quanto puder ser lembrado. Como o exemplo de Abel foi registrado no Livro Sagrado, fala claramente até hoje.

Embora nem todos tenham ciência disso, há mais livros sendo escritos do que supõe nosso parco entendimento. Nossos atos, mesmo nossas falas, estão sendo registrados nos Céus; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; O Senhor Atentou e Ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram O Senhor; os que se lembraram do Seu Nome. Eles serão Meus, diz O Senhor dos Exércitos...” Mal 3;16 e 17

O teatro humano é refém das aparências; nele podemos encenar o que quisermos; Deus lida com essências, motivações; e na balança dessas pesa nossos feitos e os valora.

Jó, outro que recebera testemunho Divino disse: “Pese-me em balanças fiéis e saberá Deus, a minha sinceridade.” Jó 31;6 Pois, O Eterno não tem outro tipo de balanças. Nós balançamos em nossa integridade; Ele não. “Se formos infiéis, Ele Permanece Fiel; não pode negar a Si mesmo.” II Tim 2;13

Contudo, se o exemplo de Abel estimula a termos a mesma postura, para também recebermos Testemunho dos Céus, temos uma “Fala” infinitamente mais excelente, à qual bem faremos em estar atentos: “Mas chegastes ao monte Sião... a Jesus, O Mediador de uma Nova Aliança, e ao Sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel.” Heb 12;22 e 24

Dentre as muitas coisas que O Bendito Sacrifício nos fala, deixa patente que “O salário do pecado é a morte” Rom 6;23, não há jeitinho que possa remediar isso; O Amor Divino Ousou descer até aí, para que pudéssemos ser regenerados, embora, indignos. “Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles que rejeitaram o que na terra os advertia, muito menos nós, se nos desviarmos Daquele que É dos Céus;” v 25

A superioridade do culto de Abel derivou de ser a fé a motriz do mesmo; o desafio agora, em Cristo, “Autor da fé”, é levarmos a mesma às últimas consequências, à perda da vida temporal até, sem desonrarmos Àquele que Fez isso por nós. “Considerai, pois, Aquele que Suportou tais contradições dos pecadores contra Si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;3 e 4

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