domingo, 18 de dezembro de 2022

Culpa do mordomo


Nossas vidas particulares trazem em si uma morte, da qual, o principal suspeito sempre é o mordomo. Esse administrador incauto, que prioriza o seu comodismo, prazer, conforto, invés do saudável, o justo, o belo. 

Mas, sem cadáver não há crime; quem investigaria se, só quem sabe disso é quem tem culpa, e nem quer saber? Não mexa com quem tá quieto! Mega escudo sobreposto aos telhados de vidro.

Deus Sabe. Ele Segue tentando criar anjos desses caídos, reciclar aos culpados; porém, Sua “Matéria Prima” não é aceita no mercado. Seus protótipos O ignoram e continuam usando diamantes em fundas. A Água da vida corre borbulhante, mas, toda uma geração segue após fontes rotas. Como disse o Pessoa: “Que importa o falsificado, se é verdadeiro o prazer?” Combustível dos sentimentos queima, onde a verdade deveria arder.

O vírus do egoísmo estraga as câmeras dos olhares, que, filmam uma muriçoca no átrio do vizinho, entretanto, ignoram os mamutes pisando nos seus. Reconhecemos todos os loucos que vemos, menos um. O reflexo do espelho atrapalha. Cá estou a escutar o meu; ele sabe de cada coisa...

A erva que curaria às almas, continua viçando a esmo; amarga qual alosna; tanta coisa para se afirmar, “eu sou mais eu, vai por mim!” que chance teria a inglória proposta de negar a si mesmo? O Estado é laico, dizem os furtivos loucos. Quem precisa de padre, pastor, que só entendem de pasto e nada sabem da boia dos predadores? “A moral do lobo é comer ovelha, como a moral da ovelha é comer grama.” Anatole France. Assim, precisamos receber na carne suas duras lições de moral.

A “latinha” que amplia as vozes se abre franca, à fala da noção entorpecida, sempre pronta para o pódio; qual o sentido de se nos trazer uma cruz? Chega nazistas, fascistas! Abaixo os discursos do ódio!

Somos peritos em tatear nas reentrâncias das nossas cavernas; que fique longe a invasão indesejada; que só adentrem os trajados a rigor, sem menor nuances de luz. Basta a la vista! Pois, eu quero ser visto assim como me vejo, presumo, desejo...

Afinal, há brilho em certo verniz que faz a pedra se vestir de ouro. Dizem que Xande se apoderou do Toque de Midas, e sob sua capa, vidas tortas se escondem na bainha da retidão; só que não. Há melhores temas no script, que o reles transformar falácias em pão, poder, números, apuração...

As teias das falas seguem caçando ainda insetos incautos; os cérebros baldios, ocos, dos idiotas úteis são adaptados como caixas de ressonância; os fatos sempre ocultos, enquanto se empurra na avenida o portentoso carro alegórico das narrativas, pelo qual doam vasto suor; trabalho braçal gratuito, desfile pomposo da pós-verdade, voluntários disseminantes das próprias ilusões.

A máquina de entortar homens funciona muito bem para outras torturas... começa pelos mordomos, cresce nas instituições, rouba-as, vilipendia, enverga a nação; e prossegue até fazer um “galo” na cabeça global. O fogo “sapiens” gera calor sem luz, e esse calor basta ao acéfalo animal. No escuro da ignorância pro aconchego do covil.

A conveniência, essa velha caduca, separa de seu baralho todas as “fakes news”. A mesma moral do mordomo insano, que camufla à culpa, apaga digitais, lava o sangue, e joga sua arma no rio. A justiça caolha segue acumulando troféus; dando posição a filhos da puta, como se fossem filhos de Deus; raios, foi a puta que os pariu!!

O crime organizado organiza meios de tolher ao cidadão; com o mal que adormece cada um, tenta fazer o sono encantado de toda uma nação; como tal urso que é gigantesco poderia hibernar, nessa estação? Se a própria areia já não suporta mais o que o gato enterrou. Então, o que eles fizeram no verão passado será revelado inda nesse verão.

A justiça por cega abdicou de sua venda, e emprestou-a para a suja mordaça das manchetes; daí, a transparência obscura, foi dada como favas contadas, mas, “O Gigante acordou” e cioso pede as contas. A ciência “exata” capitulou ante às humanas... humanas vontades.

Os filhos da dita senhora aquela, veem satisfeitos o boom de sua nova clientela; mas tantas fardas circulam adjacentes, que, clientes entram disfarçados no lupanar; as mesmas mãos dedilham antiga Lyra, agora, no modo acústico; onde, os representantes do povo quedam inúteis, vendo esse prescindir de seus préstimos(?) indo após a própria representação. Basta de flores de plástico!

Brasas de culpas dormidas nas cinzas de histórias pretéritas ainda arderão no presente; as favas rebuscadas passarão pela peneira de Pitágoras novamente. Será vista a falsidade das águas pintadas do Mar Vermelho, e quem ganhou muita queda de braço dobrando à justiça terá que dobrar os joelhos...

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