sábado, 3 de dezembro de 2022

Os dias maus


“Crescia a Palavra de Deus; em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.” Atos 6;7

Crescia é um modo de dizer que aumentava sua influência, aceitação. A consequência imediata desse “crescimento” não era da Palavra em si; antes, o crescimento da igreja. “... se multiplicava muito o número de discípulos...”

Natural lembrarmos que, “... Minha Palavra, que sair da Minha Boca; não voltará para Mim vazia; antes, fará o que Me apraz, prosperará naquilo para que a Enviei.” Is 55;11

Deus É Fiador da Palavra que sair da Sua Boca; não se responsabiliza pelos falsificadores da mesma, que, mediante contorcionismos “teológicos” privam-na da original pureza e fazem parecer que desejos desorientados de almas ímpias, e a Vontade Regeneradora do Santo coincidem. Todo pregador idôneo há de poder dizer como Paulo: “Porque recebi do Senhor o que também vos ensinei...” I Cor 11;23

O Salvador ilustrou diversos tipos de “solo” (corações) onde pode cair a semente, (Palavra); à beira do caminho, sobre pedras, entre espinhos e boa terra. O fato de, atualmente o crescimento da Obra não ser tão célere como naqueles dias tem a ver com os tipos de solo encontráveis; não ocorreu eventual envilecimento da semente; essa segue sendo a mesma, pujante, regeneradora, com igual vigor. “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz; mais penetrante que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” Heb 4;12

O egoísta e endurecido homem moderno, melindroso e avesso às correções, tende a rejeitar o que o desafia ao enfrentamento de si mesmo. Prefere negar Deus, preservando seu conforto na morte, a negar-se para, em Cristo, receber vida.

Dias maus são uma forma oblíqua de dizer que nós humanos nos tornamos maus, refratários à Palavra da Vida. Para Salomão, a coisa ir piorando no decurso do tempo pareceu tão natural, que considerou tolice questionar isso. “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10

“... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.” II Tim 3;1 a 5

A Palavra nos desafia a “desaprendermos” o que pensávamos saber, para que A Sabedoria Divina, doravante, nos guie. “... grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.”

Os sacerdotes, no Antigo Pacto eram ensinadores, gente que deveria ser obedecida; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2;7

Então, eram aprendizes de pescadores, gente simples que O Senhor Capacitara; “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar às que são;” I Cor 1;27 e 28

Quem ainda se encanta mais com o brilho dum intelecto privilegiado, uma retórica rebuscada, cenários meticulosamente planejados para entorpecer os sentidos, mais do que, com a pureza da verdade, e a autenticidade dos mensageiros que vivem segundo essa pureza, não entendeu nada. Está como os incautos que pensam que O Nascimento do Salvador significa ocasião para esse monte de artifícios, luzinhas “Made in China” adornando árvores, fachadas, postes... avessos à Luz Transformadora de Cristo. Aliás, pensa que é o Noel que O representa.

A aludida Luz, invés de acarinhar nosso olhar, humilha, envergonha; não é um brilho produzido para nos distrair, deixa patente nosso pretérito de trevas, com potencial sobejo para nos destruir. “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;20 e 21

Perto do Salvador, de duas uma: Ou, nos desnudamos para sermos perdoados e revestidos, ou, preservamos nossas vestes rotas, nos mantendo à “distância segura”. A maioria escolhe essa alternativa. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

A semente cair em boa terra é cada vez mais raro, infelizmente. Grande parte da mesma está adulterada pela transgenia das conveniências carnais. “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

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