quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Karnal, o ateu


“Porque o ímpio gloria-se do desejo da sua alma; bendiz ao avarento, e renuncia ao Senhor. Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas suas cogitações são que não há Deus.” Sal 10;3 e 4

Acabei de assistir a um vídeo do filósofo Leandro Karnal, com o título: “Por que sou ateu”. Ele conta seu pretérito religioso no catolicismo. No momento que definiu como “secura da alma”, quando assomou a sensação de que falava sozinho ao orar, não havia interação com Deus, isso foi pavimentando seu afastamento da religião, até sentir-se bem, sem ela.

Defendeu que não se trata de inteligência nem de ética; essas coisas existem entre ateus e religiosos. Mas, de escolha estritamente pessoal, sua.

Bem, que há gente ética e sem, em ambos espectros, religioso e ateu, bem como, inteligentes ou, desprovidas de inteligência, isso é algo pacífico. Embora, a inteligência nem sempre esteja a serviço da verdade. Às vezes pode ser usada para se esquivar da mesma, como tantos fazem.

Cristo não foi rejeitado por incompreensão do significado de Sua Doutrina; antes, por entender e não desejar, O evitaram; “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Ante Sua pergunta sobre a origem do Batismo de João, se celeste ou terrena, Seus ouvintes sabiam as implicações de ambas as repostas possíveis; como não queriam lidar com as consequências de nenhuma, fingiram ignorar. “Não sabemos.” Luc 20;7

Um exemplo clássico de inteligência à serviço do erro; a popular desonestidade intelectual.

Acima temos uma denúncia moral contra o ateu; é alguém que “... gloria-se do desejo da sua alma; bendiz ao avarento, e renuncia ao Senhor.” Nesse breve recorte repousam três coisas nocivas à necessária santidade; egoísmo, avareza e rejeição a Deus.

“... Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas as suas cogitações são que não há Deus.” Agora, orgulho e um “cogito” não investigativo, mas calculado para “pavimentar” o caminho da conveniente negação. Não são cogitações abertas em busca da verdade; antes, condicionadas a um fim estabelecido “à priori”, não há Deus. Já “sei” que Deus não existe; apenas preciso ordenar minhas reflexões de modo a “provar” isso.

A diferença entre os veros filósofos e os sofistas era que esses buscavam prevalecer numa disputa a qualquer custo; aqueles buscavam à verdade, mesmo que essa se revelasse contra antigos postulados, que, uma vez demonstrados falsos, deveriam abandonar.

A Palavra defende que mesmo a natureza já é eloquente o bastante; “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças...” Rom 1;20 e 21

De novo, a barreira não é intelectual, mas, volitiva; “... tendo conhecido Deus, não O glorificaram como Deus...” Isso revela uma escolha.

“O testemunho dos céus não é um simples indício, mas uma declaração inconfundível e clara, do tipo permanen­te e inalterável. Apesar disso tudo, que proveito há numa de­claração em alto e bom som dirigida a um surdo, ou a mais evidente demonstração feita para um cego no sentido espiri­tual? O Espírito Santo de Deus precisa iluminar-nos ou nem todos os sóis da Via Láctea poderão fazê-lo... É humilhante pensar que até mesmo as mentes mais devota­das e elevadas, quando querem expressar seus pensamentos mais sublimes sobre Deus, precisam usar de palavras e metáfo­ras extraídas da terra. Somos todos crianças e temos de confes­sar: "Penso como criança, falo como criança." Deus está na vas­tidão acima de nós; sua bandeira estelar mostra que o Rei encon­tra-se em casa e levanta seu escudo para que os ateus vejam como ele menospreza suas acusações. Aquele que após olhar para o firmamento se apresenta como um ateu, está ao mesmo tempo se declarando um idiota e mentiroso.” Spurgeon

Desde o, “sereis como Deus; vós mesmos sabereis o bem e o mal”, que o homem se fez também, mentiroso. Os mais sutis pintam o que entendem e não querem, com “cores” de ignorância; ceticismo conveniente.

Suas concessões éticas e caridosas são limites que traçam, até onde estão dispostos a ir. Como à mulher de Jó, até certo limite; “... Ainda reténs tua sinceridade? Amaldiçoa Deus, e morre.” Jó 2;9

“A voz de Deus nos diz constantemente: uma falsa ciência faz um homem ateu, mas uma verdadeira ciência leva o homem a Deus.” Voltaire

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