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quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Sinais dos Tempos?


“Gosto de ver um homem orgulhar-se do lugar onde vive; gosto de ver um homem viver de modo a que seu lugar se orgulhe dele”.
G. Bernard Shaw

São raros, infelizmente, os exemplos edificantes de vida; normalmente temos os medíocres por bons, na ausência desses; “Fulano é gente boa; não se mete na vida dos outros, não faz mal a ninguém.” Tal apreço é comum; como se isso fosse o melhor que podemos. Não fazer o mal é algo de valor; mas, a excelência seria, além disso, fazer o bem, não viver exclusivamente para si, ser uma referência.

Nos que estão mais distantes não vemos como vivem, mas como parece que vivem. Mesmo nos próximos muito ainda nos escapa. Todavia, que deprimente quando, gente que parecia valer alguma coisa se revela fútil, réproba, sem caráter, sem nenhum valor. Quanta gente famosa que já aplaudi, que hoje não receberia em minha casa.

Tantos cantores, jornalistas, escritores, apresentadores, atores, sem falar de centenas de políticos, etc. Se, um dia gostei dos tais e agora reprovo, eles não ficaram piores; antes, ficaram nus. A vida se encarregou de lhes rasgar as vestes suntuosas e mostrou como são.

Nossa sede no deserto de valores ensejou miragens de bons caracteres onde só havia areia. Valores, tais quais a água, quando faltam deixam patente a real importância. Quando existem quase nem percebemos. O mal chama atenção por ser espúrio; o bem é o esperável pelo nosso “programa” original.

Costumamos definir a decadência moral que grassa como sinal dos tempos, como se, o tempo tivesse alguma coisa a ver com as humanas escolhas.

Claro que, sendo nossas opções continuamente más, à medida que o tempo avança os estragos se potencializam. Com um atirador mirando o alvo; se mexer um milímetro após ter ajustado a mira, em dez metros dará alguns centímetros de erro, em cem metros o desvio será maior e assim sucessivamente; quanto mais avançar o projétil, mais distante do alvo estará.

Acontece que, invés de adequarmos nossas ações ao tempo disponível mexemos nos ponteiros do relógio tentando adaptá-lo a nós. Digo, nosso viver se revela desajustado dos valores consagrados pelo tempo; como reagimos? Redefinimos valores; invés de mudar posturas mudamos conceitos, o que um dia dava vergonha agora dá “orgulho”. O tempo não tem nada com isso; apenas erramos feio o alvo e o impacto mostra, quanto.

Duas correntes filosóficas disputaram ao longo dos anos; o racionalismo e o empirismo; aquele postula que nascemos já com “saberes impressos” na alma que afloram no devido tempo e circunstâncias; o empirismo postula que nascemos como um CD virgem; ensinos, exemplos e experiências vão pouco a pouco “gravando” nosso conteúdo moral, intelectual, espiritual.

Ao meu ver, ambos os conceitos têm parte de verdade; o que escapou à filosofia foi considerar que somos tripartidos; isto é: não somos apenas corpo e alma; somos corpo alma e espírito.

O conhecimento inato, que aprova ou reprova coisas ainda não apreendidas, a consciência é uma faculdade do espírito; viva nos convertidos e mortificada nos que vivem às suas maneiras. Por isso é necessário nascer de novo, como disse O Salvador, para o Espírito ser regenerado.

A alma, se expressa pela mente, emoções e vontades; é a parte que precisa aprender; como o intelecto é amoral, tanto pode aprender a virtude, quanto o vício; esse aprendizado, necessariamente terá reflexos futuros como ensina A Palavra de Deus. “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6 “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Assim, nossa gama de aprendizado necessariamente pautará nosso agir; e a consciência será uma espécie de VAR, árbitro de vídeo como no futebol que analisa os “lances” para definir se foram ou não, lícitos.

Quem decide viver à revelia, por sua própria conta, está sujeito aos mais diversos “erros de arbitragem”.

“A paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, seja árbitro em vossos corações; e sede agradecidos.” Col 3;15


Se, como vimos no princípio, um homem pode viver de modo a que seus conterrâneos se orgulhem dele, em Cristo podemos de uma maneira que seja aceitável diante de Deus.

Pra isso a alma precisa ser salva; o espírito, morto, carece ser regenerado, como um tutor que a conduzirá daí em diante.

Como nosso CD traz gravada uma série de coisas indevidas, é preciso apagar para que a Lei do Senhor ocupe devido espaço. “... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências...” Heb 9;14

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Monólogo da alma aflita

“Por que estás abatida, ó minha alma, por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois, ainda o louvarei...” Sal 42;5

Interessante monólogo; inquirição e resposta brotando da mesma fonte; pelo menos, vertendo dos mesmos lábios. “por que estás abatida ó minha alma...espera...” Parece que o abatimento derivava da pressa; a receita seria esperar o tempo de Deus para o socorro.

Acontece que, o homem é corpo, alma e espírito; a distinção entre os últimos é mui sutil, mas, existe. Ele fala com sua alma como se, de fora dela, ou, de uma posição independente.

Qualquer pessoa que tenha sofrido uma tentação identificou em si certa ambigüidade; um aspecto ressaltando vantagens, prazeres de pecar, outro, sóbrio, apontando às consequências os riscos. O corpo essa massa pesada, inclinada ao pecado envia estímulos à alma para dobrá-la em direção aos seus anseios; o espírito, mediante a consciência uma de suas faculdades, peleja para que a alma se abstraia aos anseios da carne; atue de modo coerente com a justiça.

Assim, mesmo os que, por alheios, ignorantes, ou, outra razão qualquer não podem distinguir alma e espírito, ainda podem sentir suas influências concomitantes, que, além de distintas, geralmente são opostas, como ensina a Palavra. “... Andai em Espírito, não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito; o Espírito contra a carne; estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.” Gal 5;16 e 17

Dentro de nós, uma disputa por nós; carne e espírito tentando “vender seu peixe” pra alma; ou seja, levá-la a agir conforme a inclinação de cada um. A carne, sabemos, dobra-se ante o pecado, porém, o Espírito tenciona agradar a Deus. “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas, os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas, a do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8;5 a 7

Conclusão necessária, que o Espírito tenta nos inclinar à obediência, a carne, à rebeldia. Claro que falo aos renascidos, os que têm vida espiritual em si. Sem o novo nascimento, que, no fundo não é o surgimento de um novo ser, antes, reconciliação com Deus, de um que estava morto em pecados e, em Cristo é regenerado e fortalecido, para poder, enfim, agir como filho de Deus; “A todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, da carne, nem do homem, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

Se, no início da obra O Criador Soprou Seu Espírito para que o homem recebesse vida, o novo nascimento também é um “sopro” do Espírito Santo, que ilumina e convence o pecador, ao concurso da Palavra de Deus. “O vento assopra onde quer, ouves sua voz, mas, não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” Jo 3;8

Os renascidos passam a ter dupla identidade; natural e sobrenatural; aquela precisa ser pregada na cruz, mortificada; essa, deve pautar nossa nova vida, para que não pese nenhum juízo mais, sobre nós. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

Embora muitos pensem que Vida Eterna seja só uma quantidade, algo que herdaremos depois da morte, na verdade é uma qualidade, um modo de vida que nos convém abraçar agora. “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.” I Tim 6;12

Claro que, também se refere à quantidade; tempo infindo de paz com Deus, mas, devemos entrar nesse tempo com nossas pernas enquanto vivos e arbitrários. E, nossos anseios, por legítimos que sejam se, vistos pelo prisma eterno desqualificam a pressa, essa enxerida que fica cutucando o tempo com vara curta.

A imensa maioria dos nossos erros são filhos da pressa, por não sabermos esperar. Deus não faz rascunhos, nem nos oferece frutos imaturos. 

Então, seja nosso também o monólogo de Davi; saibamos esperar na Sabedoria e Bondade Divinas. “Por que estás abatida, ó minha alma? E por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face e Deus meu.” Sal 43;5