terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Os vencidos


“Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo. Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se, seu último estado, pior que o primeiro.” II Ped 2:19,20

É proverbial e óbvio, que ninguém pode dar o que não tem. Entretanto, no âmbito do ensino, se, alguém não tem escrúpulos morais e espirituais, geralmente desconhece limites e facilmente se desboca em mentiras, desde que essas soem similares aos desejos dos ímpios e incautos que lhes dão ouvidos, aos quais, pretende seduzir.

Nada mais atraente que um discurso “libertário”, por duas razões: Primeira; a liberdade é uma coisa boa, em prol da qual, toda pessoa sadia, facilmente empreenderia algum esforço;

segunda; esses discursos, não raro, trazem embutida a ideia que a pessoa que os ouve é vítima de alguma espécie de tirania, exploração; a causa da atual sina, sempre virá de terceiros; de pessoas más, um sistema, uma ideologia... as culpas alheias sempre descem redondo, nas goelas dos que são desafeitos a assumir as próprias.

Assim, os maus se sentem representados quando, outro igual, porém, mais eloquente toma a palavra.

Após alguns excursionarem por um pouco nas paragens das virtudes, aprendendo alguns cacoetes do idioma de lá, retornam cheios de “bagagem cultural” para seduzir aos que, mais que observar as atitudes, capitulam ante falácias. “O simples dá crédito a cada palavra, mas o prudente atenta para os seus passos.” Prov 14:15

Tendo peregrinado entre os salvos, escolhem a dedo algumas sentenças que soam convenientes às suas seduções e saem distribuindo seletivamente.

Aprenderam que Deus É Amor, que não faz acepção de pessoas, que É Grandioso em Perdoar, etc. usam essas verdades descontextualizadas, para promoção das perversidades da moda, ante pessoas sôfregas, que querem ouvir exatamente isso, para fomento da ilusão de serem salvos, sem necessidade de renúncias, de se tomar a cruz.

As “bijuterias” adquiridas testificam que os tais, realmente excursionaram nas terras dos salvos; os motivos pelos quais as usam, deixam ver motivações corruptas, inclinações ao erro, de gente que obra pela sagração dos vícios, não pela libertação em Cristo. “... depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, foram outra vez envolvidos nelas e vencidos...”

Quem aprendeu como passar pela porta estreita, sabe que após ela há uma vereda igualmente apertada; quando ensina, adverte dessas coisas; pois, tendo visto a preciosidade do Salvador, e a grandeza do que está em jogo, entende plenamente justificáveis as renúncias necessárias. O que nos está proposto, como citou Dave Hunt, “é glorioso demais para ser fácil.”

Todavia o “salvo” que, tendo dado uns passos retorna ensinando que o Caminho não precisa ser assim, tão justo, tão estreito, e que “descobriu” ao longo, alguns “refúgios” que o alargam, testifica que abandonou a vereda, que seus apelos pelas facilidades se fizeram mais fortes que o zelo pela verdade.

O Salvador não condicionou a salvação a darmos uns passos e aprendermos algumas sentenças; antes, à permanência na doutrina; “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8:31,32

A tirania que aprisiona todos os afeitos ao pecado, é uma inclinação a isso latente na natureza corrompida após a queda; os que são carnais, ao natural obedecem-na, achando estranhos, os que não; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8:7

E a libertação dessa, requer a participação de cada um, a crucificação das próprias más inclinações, algo para o qual, Cristo capacita aos que Nele creem e O recebem; “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1:12

Não precisamos sair empunhando bandeiras, para expor o que cremos, a quem pertencemos; nosso modo de vida fatalmente dirá; “... sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça;” Rom 6:16

Pois, se Cristo está em nós, deveras, fica impossível disfarçar; “... não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;” Mat 5:14

Os que, tendo O conhecido, depois de um tempo retrocederam defendendo condutas pecaminosas, desceram mais baixo de onde estiveram antes de Cristo; “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2:21,22

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