“Do preceito de Seus Lábios nunca me apartei, as palavras da Sua Boca guardei mais que a minha porção.” Jó 23:12
Jó desejando defender-se perante Deus; não podendo, o fazia ante seus amigos apenas. “Ah, se eu soubesse onde O poderia achar! Então me chegaria ao Seu tribunal, exporia ante Ele minha causa; minha boca encheria de argumentos. Saberia as palavras com que Ele me responderia, entenderia o que me dissesse.” Vs 3 a 5
Ele conhecia o que fora dito por Deus. Embora, alguns cronologistas defendam que o livro de Jó seja o mais antigo, precedendo até mesmo os de Moisés, tenho razões para acreditar que não. Como o patriarca mencionaria os preceitos Divinos sem os conhecer? Haveria possibilidade disso sem ser através dos escritos de Moisés?
Pois disse: “Do preceito de Seus lábios nunca me apartei, as palavras da Sua Boca guardei...”
Adiante mencionou a fuga de Adão, quando buscado pelo Senhor, prova de que conhecia a saga do tal, de alguma maneira; “Se, como Adão, encobri minhas transgressões, ocultando meu delito no meu seio;” Cap 31:33 disse. Assim, me permito defender que ele conhecia à Torah, os primeiros cinco livros da Bíblia.
Falar da Palavra de Deus sem conhecer é um vício da atualidade. Não raro, nos acusam, os cristãos, de nos escondermos atrás da Bíblia. Quiçá, brotasse neles um rasgo de curiosidade, ao ponto de desejarem conhecer o nosso “esconderijo!”
Quando convém, quase todos se atrevem a fazer ousadas afirmações espirituais. Porém, se desafiados por quem entende, a levar a sério o que a Palavra ensina, então, fogem dela como o Capiroto da cruz.
Indiretamente assumem que temos uma coragem que eles não têm. O “Negue a si mesmo” não é para covardes. Uma coisa é ser ousado, valente ante perigos; qualquer boçal pode ser; outra, sê-lo, ante prazeres ilícitos. Essa valentia é para poucos, os capacitados pelo Senhor; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1:12
Os do “curta a vida porque a vida é curta”, no fundo fogem de medo; mal que não assola os que “morreram” com Cristo.
A “curtição” desses, é servidão ao jugo do pecado, por medo da morte; “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda vida sujeitos à servidão.” Heb 2:14,15
Uma vez, ante uma ousadia oca dessas, dei uma resposta baseada no que conheço das Escrituras. O sujeito, invés de considerar meus argumentos, e criticá-los, discordar até, se fosse o caso, apenas desfez da religião, como sendo mero “produto do meio”, que cada um acredita no que lhe é imposto pelo seu existenciário.
Quando era vez dele, se atreveu no que não entendia, ousou e foi fundo, fazendo uma afirmação religiosa; porém, desprovida de argumentação bíblica que a respaldasse; mostrada sua incoerência, quebrou os “brinquedos” e decidiu não brincar mais. “Se não vais brincar, nem desça para o play ground.”
No meu “meio” há espíritas, católicos, protestantes reformados, pentecostais, mórmons, testemunhas de jeová, ateus, gente que crê em horóscopos, macumbeiros, etc. Que raio de meio é esse, que produz credos tão diversificados? Talvez, seja mais que meio; digo, a fração seja mais múltipla.
Em geral, as pessoas procuram “pacificar” seus conflitos pela alienação de Deus, colocando alguma frase, um dito, no lugar vazio, como se isso bastasse para calar a voz íntima que os chama ao arrependimento.
Alguns, até começam a “brincar” com coisas sérias, sem um motivo; mas, desafiados a encarar as implicações do que afirmam, fogem como fez Pilatos. O Salvador dissera que os que eram da verdade escutariam Sua Voz; Pilatos replicou: “O que é a verdade?” Sem esperar resposta, pois, a rigor nem era uma pergunta, mas uma espécie defesa da impossibilidade de se conhecê-la, seguiu seu “julgamento” de costas para Cristo, A Verdade.
Franklin Roosevelt dizia: “devemos consertar o telhado em dias de tempo bom”. Não esperemos uma tragédia familiar, uma enfermidade, ou pandemia, para ajustarmos nossas vidas com Deus. Demos ouvidos a Ele, enquanto tudo está relativamente bem.
Desprezo das oportunidades, lança muitos no desespero da impossibilidade; “Conheço muitos que não puderam quando queriam, porque não quiseram, quando podiam.” Rabelais.
Jó foi atendido quanto a se defender perante O Eterno; porém, ao falar Dele, repensou, tapou a boca e desejou aprender mais; “... relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis, eu não entendia. Escuta-me, pois, eu falarei; te perguntarei e me ensinarás.” Jó 42:3 e 4
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