sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Esconder ou prosperar


“O que encobre suas transgressões nunca prosperará; mas, o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28:13

“O que encobre suas transgressões...”
Por que alguém tencionaria fazer isso? Por estar ciente que as praticou; saber que as ações eram más; e não estar arrependido, disposto a mudar.

A doutrina do Mestre evidencia os limites dentro dos quais, devem andar os Seus. Esse clarificar entendimentos, O Senhor chamou de Luz; “a luz veio ao mundo...” Jo 3;19 Sua Doutrina, uma vez recebida, praticada, é como água que lava e regenera; mediante Seu Espírito, nos renova; “... segundo Sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.” Tt 3:5

“Deus não toma em conta os tempos da ignorância,” atos 17;30
Uma vez ciente da Vontade Dele, aquele que não se enquadra facilmente percebe isso. Pois, após a Luz, está ciente de como Deus vê suas atitudes; diante das alternativas de encobrir ou se arrepender e mudar, escolhe a primeira, para prejuízo seu; “nunca prosperará.”

Não entendamos “prosperar” como aquisição de bens; não é essa a ideia. Noutras partes a Palavra trata da “prosperidade dos ímpios”; “... pouco faltou para que escorregassem meus passos. Pois, eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios.” Sal 73:2 e 3 etc.

Não prosperará, o farsante que, agindo mal visa esconder e posar de bom. Ocultar-se de Deus é impossível; “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja? diz o Senhor. Porventura não encho os céus e a terra?” Jr 23:24 “Para onde me irei do Teu espírito, ou para onde fugirei da Tua face?” Sal 139:7

Diante dos homens, poderá “prosperar” até, o fugaz, fazendo coisas erradas e maquiando-as; mas, chega o tempo em que O Eterno o desnuda; “Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era como tu, mas Eu te arguirei; as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50:21

Quantas vezes escutamos pessoas desfazendo alheias visões com o argumento que segue: “Quem me julga é o Senhor.” Tal afirmação parece encerrar a questão, dando um tapa de luvas em quem ousou criticá-las. O fato que, quem nos julga é O Senhor, deveria ensejar temor, invés da arrogância de se supor acima de qualquer crítica. Quando alguém nos exorta pela Palavra e estamos errados mesmo, esse alguém está tencionando nos fazer um bem. Se, preferirmos que ele se cale, indiretamente diremos que Deus não se aproxime.

“... o que confessa e deixa...” Saul confessou mais de uma vez que Davi era inocente; agira mal ao tentar matá-lo; confessou, mas não se arrependeu; não houve uma mudança no coração. Essa espécie de “confissões”, onde alguém diz superficialmente: “Foi mal”, porque supõe que é o que a parte ofendida gostaria de escutar, não serve para nada.

Confissões superficiais tipo, “perdoa-me Pai porque eu sou um pecador”. Tais falas O Mestre usou nos lábios de um publicano arrependido, em contraponto ao Fariseu cheio de justiça própria, evidenciando que é melhor alguém se reconhecer pecador, que se presumir santo. Pois, Deus justifica aos humildes, não aos presunçosos.

Confissão, voltando, é um pouco mais incisiva que uma admissão genérica do óbvio; afinal, todos somos pecadores.

Quando da consagração do Templo, Salomão orou pedindo que O Senhor escutasse “Toda a oração, toda a súplica, que qualquer homem de todo o teu povo Israel fizer, conhecendo cada um a chaga do seu coração...” I Reis 8:38 Ou seja: Sabendo onde tinha falhado e admitindo isso, como fez por sua vez, Isaías: “... estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios...” Is 6:5 ele conhecia a chaga do seu coração; “Peco com meus lábios e convivo com outros iguais a mim.”

Seus lábios foram purificados e consagrados para ele falar como profeta do Senhor.

Nada mais eloquente para demonstrar que o arrependimento é verdadeiro, que, o arrependido, após perdoado deixar de cometer aqueles erros. Confessa e deixa.

“... alcançará misericórdia”. No provérbio antitético, essa conclusão está em oposição ao, “nunca prosperará”; de onde, se torna natural a conclusão que “prosperar” seria, “alcançar misericórdia.” Receber o perdão Divino. Como receberia a absolvição de sua culpa, quem a esconde, invés de admitir, se arrepender? O que encobre, pois, nunca prosperará.

Se as pessoas soubessem a fundo, o mal que o pecado faz, o evitariam como uma substância cancerígena.

Infelizmente, somos mais “talentosos” para pecar, que para admitir que pecamos. Por isso, o homem prudente deve orar como fez Davi; invés de tentar esconder erros, suplicar que Deus trate até dos despercebidos; “Quem pode entender os seus erros? Perdoa-me tu dos que me são ocultos.” Sal 19:12

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